quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Caso Bruno: mais um policial é investigado pela morte de Eliza

Delegado confirma, em Belo Horizonte, que agende da Polícia Civil é suspeite de ter participado da destruição do corpo da vítima. Bruno será julgado no próximo dia 4

O ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, chega para audiência no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ele será julgado pela morte do carcereiro Rogério Martins Novello, ocorrida em 2000
O ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, chega para audiência no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ele será julgado pela morte do carcereiro Rogério Martins Novello, ocorrida em 2000 (Charles Silva Duarte/O Tempo/Folhapress)
Mais um policial civil esta sendo investigado por envolvimento na morte de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, desaparecida em junho de 2010. O chefe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Wagner Pinto, confirmou nesta manha, em Belo Horizonte, que o detetive Gilson Costa, amigo do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é suspeito de ter ajudado na destruição dos restos mortais de Eliza.
Wagner Pinto afirmou que houve vazamento de documentos sigilosos da Polícia Civil sobre a investigação, iniciada a pedido do Ministério Público do Estado de Minas Gerais. As investigações ocorrem no âmbito da Corregedoria de Polícia Civil de Minas Gerais.
Além de Gilson, também está sob investigação o policial civil aposentado José Lauriano, o Zezé. A Policia Civil confirmou ligações de celulares entre Zezé, Bola e Luiz Henrique Ferreira omão, o Macarrão, entre 5 e 10 de junho de 2010, período em que Eliza foi sequestrada no Rio, transportada para Minas e mantida em cárcere privado no sítio do goleiro, em Esmeraldas. O assassinato teria ocorrudo, segundo a denúncia do MP, no dia 10, na casa de Bola, acusado de ser o executor.
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Gilson e Bola atuaram juntos no extinto Grupo de Resposta Especiais (GRE) da Polícia Civil mineira. Denúncias da Comissão Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) apontam os dois como envolvidos na tortura e na execução de dois homens em 20O8, nas dependências do centro de treinamento do GRE, em Vespasiano. A unidade funcionava em um sítio de Bola. No local, o barracão de Madeira usado como deposito dos equipamentos dos aparatos de treinamentos, onde as vitimas teriam sido torturadas, ganhou o apelido de "casa de matar". Assim como no caso de Eliza Samudio, há suspeita de uso de cães da raça rottweiller para as sessões de torturas. Embora expulso da polícia, Bola era quem treinava os policias do grupo de elite.
Vazamento – Os documentos sigilosos sobre as investigações policiais vieram a público através do advogado Lúcio Adolfo da Silva, que assumiu a defesa de Bruno em novembro de 2011, no início do júri do atleta e de mais quatro réus do processo. Ele forneceu cópias do inquérito a vários órgãos de imprensa. A atitude de Adolfo foi lamentada por Wagner Pinto e pelo promotor Henry Wagner de Vasconcelos de Castro, que atua na acusação dos réus responsáveis pela trama de morte de Eliza.

"Com relação às informações que surgiram, venho esclarecer o seguinte: Após a conclusão do inquérito dos indivíduos ligados a morte de Eliza foi solicitada uma investigação complementar para verificar a participação eventual de outros indivíduos, que corria em sigilo", disse Wagner.

Segundo o delegado, o vazamento é prejudicial aos trabalhos, e, tão logo as investigações estejam encerradas, as informações sobre a divulgação de material sigiloso será encaminhada ao MP, para possível ação judicial contra os responsáveis. O promotor Henry Vasconcelos também lamentou o vazamento das investigações. E afirmou que Lucio Adolfo poderá responder judicialmente pelo fornecimento de documentos sigilosos, assim como os órgãos que divulgaram o material.
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Fonte: Veja

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