domingo, 30 de junho de 2013

De janeiro até hoje, mais de R$ 45 bilhões sumiram pelos ralos dos cofres públicos

A voz das ruas tem razão

Rio - De 1º de janeiro deste ano até o dia de hoje foram desviados no país mais de R$45 bilhões por algum ato de corrupção, desfalque, falcatrua, negociata, traficância e velhacaria. O cálculo do site desviometro.com.br é semelhante ao Impostômetro, que soma minuto a minuto todos impostos pagos pela população brasileira a todas esferas de governo. O combate à corrupção foi um dos principais temas que tem levado as pessoas às ruas nas últimas semanas.

No De$viômetro, o cidadão fica sabendo, a cada segundo, quanto poderia ser investido em habitação, saúde, segurança, educação e transporte público se não houvesse desvio de verbas públicas.

Estudo Fiesp

Criada em setembro do ano passado, a página da internet é uma iniciativa de Paulo Vega, servidor público de Caxias do Sul (RS), que se inspirou no estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), de 2010. O levantamento estimou que o desvio de dinheiro público no país equivaleria a 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no país durante um ano. Pelo raciocínio, R$96 bilhões em verbas públicas foram roubados no ano passado.

“O estudo analisou comparativamente dados de países semelhantes ao Brasil e as informações diponibilizadas pela Transparência Internacional, que todo o ano divulga o Índice de Percepção da Corrupção'', explica Vega.

Vice-presidente da Fiesp e diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec), José Ricardo Roriz Coelho diz que os dados de 2010 valem hoje, pois o combate à corrupção leva anos ou até mesmo uma geração. “Há uma melhora bastante perceptível, mas os outros países também melhoraram. Hoje, o Brasil encontra-se na 73ª posição (entre 180 países analisados)”, destaca Roriz Coelho. Para ele, a burocracia da máquina pública associada a impunidade são os dois principais vetores que geram a corrupção.

A sociedade em rede contra a corrupção

CONTADOR DA CORRUPÇÃO
http://www.desviometro.com.br/

O QUE VOCÊ TEM A VER COM A CORRUÇÃO
http://www.oquevocetemavercomacorrupcao.com/conteudo/home/index.asp?cod=0

TRANSPARÊNCIA BRASIL
http://www.transparencia.org.br/

PORTAL DA TRANSPARÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL
http://www.portaltransparencia.gov.br/

ABRACCI — ARTICULAÇÃO BRASILEIRA CONTRA A CORRUPÇÃO E IMPUNIDADE
http://www.abracci.org.br

OBSERVATÓRIO SOCIAL DO BRASIL
http://www.observatoriosocialdobrasil.org.br/

MCCE — MOVIMENTO DE COMBATE A CORRUPÇÃO ELEITORAL
http://www.mcce.org.br/

NÃO ACEITO CORRUPÇÃO
http://www.naoaceitocorrupcao.com.br/

CONTAS ABERTAS
http://www.contasabertas.com.br/WebSite/

AMARRIBO BRASIL
COALIZAÇÃO BRASILEIRA CONTRA CORRUPÇÃO
http://www.amarribo.org.br

VOTO CONSCIENTE
http://www.votoconsciente.org.br/site/

TRANSPARENCY
INTERNACIONAL
http://www.transparency.org/

MOVIMENTO BRASIL CONTRA A CORRUPÇÃO
http://www.mbcc.com.br/site/

Combate à impunidade é essencial

Diretor do Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro (Iuperj), Geraldo Tadeu diz que há mecanismos efetivos para combater a corrupção, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei da Improbidade Administrativa e os Tribunais de Contas da União e estaduais. Segundo ele, o que falta é um maior controle das contas públicas e uma condenação efetiva nos casos de corrupção.

“A sensação de impunidade é que leva as pessoas às ruas. Há percepção de que tem o roubo, mas que ninguém é preso”, diz o sociólogo, acrescentando que a Lei de Acesso à Informação como os portais de transparência do governo federal e de alguns estados são exemplos de avanços no país.

Para o deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ) somente a legislação não impede o crime. De acordo com o parlamentar, é fundamental haver disposição política para impedir que haja a corrupção. “O dirigente tem que ser o primeiro dar o exemplo. Os prestadores de serviços públicos têm que saber que dentro de um governo a corrupção não é permitida. Num segundo momento, é necessário reduzir a impunidade”, afirma Miro, autor de um projeto de lei que remete os casos de corrupção para serem julgados por júri popular.

Para o deputado, as passeatas serviram para “tirar a cera dos ouvidos dos governantes”. Miro diz que essa é uma ‘revolução da tecnologia da informação’, permitindo a mobilização de todas as camadas sociais em todo o país.

Supremo Tribunal Federal determina prisão de deputado por peculato

O barulho das ruas ecoou, na semana passada,no Senado, que aprovou o projeto de lei que torna a corrupção crime hediondo. No mesmo dia, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a prisão do deputado federal Natan Donadon (PMDB-RO).

Ele é o primeiro parlamentar que no exercício do cargo teve prisão decretada pelo (STF) desde a Constituição de 1988. Mesmo assim, Donadon só se entregou à Polícia Federal dois dias depois da decretação da prisão.

O parlamentar foi condenado em 2010 a 13 anos de prisão por peculato e formação de quadrilha, mas recorria em liberdade. Ele foi considerado culpado pelo STF por supostamente liderar uma quadrilha que desviava recursos da Assembleia Legislativa de Rondônia. Os desvios teriam ocorrido entre 1995 e 1998, num total de R$ 8,4 milhões.

Fonte: O Dia

sábado, 29 de junho de 2013

Livro: O Chefe – Lula, o maior corrupto do Brasil

O CHEFE
Nos dois governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, diversos casos de corrupção sacudiram o País. O mais grave ficou conhecido como escândalo do mensalão. Dirigentes do PT foram denunciados por montar uma organização criminosa. Lula tratou de abafar investigações e proteger correligionários e aliados
Ilustração de Anamaria Mota, com base em foto de Dida Sampaio/AE, publicada em 18 de fevereiro de 2009


Lista de escândalos de corrupção durante os 8 anos de FHC TUDO farinha DO mesmo SACO!

Por Tela Crente, em 20 de setembro de 2010

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Fernando Henrique Cardoso – PSDB
Hoje nossa Leitora do blog, Marcial da Selva, fez em seu comentário uma pergunta sobre quantos ministros foram demitidos no governo do Fernando Henrique Cardoso.
Não encontramos a quantidade nem os nomes demitidos, mas encontramos uma lista com os escândalos de corrupção durante a era FHC – 01/01/1995 -  01/01/2003.
1 – Conivência com a corrupção
O governo do PSDB tem sido conivente com a corrupção. Um dos primeiros gestos de FHC ao assumir a Presidência, em 1995, foi extinguir, por decreto, a Comissão Especial de Investigação, instituída no governo Itamar Franco e composta por representantes da sociedade civil, que tinha como objetivo combater a corrupção. Em 2001, para impedir a instalação da CPI da Corrupção, FHC criou a Controladoria-Geral da União, órgão que se especializou em abafar denúncias.
2 – O escândalo do Sivam
O contrato para execução do projeto Sivam foi marcado por escândalos. A empresa Esca, associada à norte-americana Raytheon, e responsável pelo gerenciamento do projeto, foi extinta por fraudes contra a Previdência. Denúncias de tráfico de influência derrubaram o embaixador Júlio César dos Santos e o ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Mauro Gandra.
3 – A farra do Proer
O Proer demonstrou, já em 1996, como seriam as relações do governo FHC com o sistema financeiro. Para FHC, o custo do programa ao Tesouro Nacional foi de 1% do PIB. Para os ex-presidentes do BC, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, atingiu 3% do PIB. Mas para economistas da Cepal, os gastos chegaram a 12,3% do PIB, ou R$ 111,3 bilhões, incluindo a recapitalização do Banco do Brasil, da CEF e o socorro aos bancos estaduais.
4 – Caixa-dois de campanhas
As campanhas de FHC em 1994 e em 1998 teriam se beneficiado de um esquema de caixa-dois. Em 1994, pelo menos R$ 5 milhões não apareceram na prestação de contas entregue ao TSE. Em 1998, teriam passado pela contabilidade paralela R$ 10,1 milhões.
5 – Propina na privatização
A privatização do sistema Telebrás e da Vale do Rio Doce foi marcada pela suspeição. Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de FHC e do senador José Serra e ex-diretor da Área Internacional do Banco do Brasil, é acusado de pedir propina de R$ 15 milhões para obter apoio dos fundos de pensão ao consórcio do empresário Benjamin Steinbruch, que levou a Vale, e de ter cobrado R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar.
6 – A emenda da reeleição
O instituto da reeleição foi obtido por FHC a preços altos. Gravações revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre, ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto. Os deputados foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Outros três deputados acusados de vender o voto, Chicão Brígido, Osmir Lima e Zila Bezerra, foram absolvidos pelo plenário da Câmara.
7 – Grampos telefônicos
Conversas gravadas de forma ilegal foram um capítulo à parte no governo FHC. Durante a privatização do sistema Telebrás, grampos no BNDES flagraram conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do BNDES, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do banco Opportunity, que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende. Até FHC entrou na história, autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.
8 – TRT paulista
A construção da sede do TRT paulista representou um desvio de R$ 169 milhões aos cofres públicos. A CPI do Judiciário contribuiu para levar o juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do Tribunal, para a cadeia e para cassar o mandato do Senador Luiz Estevão (PMDB-DF), dois dos principais envolvidos no caso.
9 – Os ralos do DNER
O DNER foi o principal foco de corrupção no governo de FHC. Seu último avanço em matéria de tecnologia da propina atende pelo nome de precatórios. A manobra consiste em furar a fila para o pagamento desses títulos. Estima-se que os beneficiados pela fraude pagavam 25% do valor dos precatórios para a quadrilha que comandava o esquema. O órgão acabou sendo extinto pelo governo.
10 – O “caladão”
O Brasil calou no início de julho de 1999 quando o governo FHC implementou o novo sistema de Discagem Direta a Distância (DDD). Uma pane geral deixou os telefones mudos. As empresas que provocaram o caos no sistema haviam sido recém-privatizadas. O “caladão” provocou prejuízo aos consumidores, às empresas e ao próprio governo. Ficou tudo por isso mesmo.
11 – Desvalorização do real
FHC se reelegeu em 1998 com um discurso que pregava “ou eu ou o caos”. Segurou a quase paridade entre o real e o dólar até passar o pleito. Vencida a eleição, teve de desvalorizar a moeda. Há indícios de vazamento de informações do Banco Central. O deputado Aloizio Mercadante, do PT, divulgou lista com o nome dos 24 bancos que lucraram muito com a mudança cambial e outros quatro que registraram movimentação especulativa suspeita às vésperas do anúncio das medidas.
12 – O caso Marka/FonteCindam
Durante a desvalorização do real, os bancos Marka e FonteCindam foram socorridos pelo Banco Central com R$ 1,6 bilhão. O pretexto é que a quebra desses bancos criaria risco sistêmico para a economia. Chico Lopes, ex-presidente do BC, e Salvatore Cacciola, ex-dono do Banco Marka, estiveram presos, ainda que por um pequeno lapso de tempo. Cacciola retornou à sua Itália natal, onde vive tranqüilo.
13 – Base de Alcântara
O governo FHC enfrenta resistências para aprovar o acordo de cooperação internacional que permite aos Estados Unidos usarem a Base de Lançamentos Espaciais de Alcântara (MA). Os termos do acordo são lesivos aos interesses nacionais. Exemplos: áreas de depósitos de material americano serão interditadas a autoridades brasileiras. O acesso brasileiro a novas tecnologias fica bloqueado e o acordo determina ainda com que países o Brasil pode se relacionar nessa área. Diante disso, o PT apresentou emendas ao tratado – todas acatadas na Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
14 – Biopirataria oficial
Antigamente, os exploradores levavam nosso ouro e pedras preciosas. Hoje, levam nosso patrimônio genético. O governo FHC teve de rever o contrato escandaloso assinado entre a Bioamazônia e a Novartis, que possibilitaria a coleta e transferência de 10 mil microorganismos diferentes e o envio de cepas para o exterior, por 4 milhões de dólares. Sem direito ao recebimento de royalties. Como um único fungo pode render bilhões de dólares aos laboratórios farmacêuticos, o contrato não fazia sentido. Apenas oficializava a biopirataria.
15 – O fiasco dos 500 anos
As festividades dos 500 anos de descobrimento do Brasil, sob coordenação do ex-ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca (PFL-PR), se transformaram num fiasco monumental. Índios e sem-terra apanharam da polícia quando tentaram entrar em Porto Seguro (BA), palco das comemorações. O filho do presidente, Paulo Henrique Cardoso, é um dos denunciados pelo Ministério Público de participação no episódio de superfaturamento da construção do estande brasileiro na Feira de Hannover, em 2000.
16 – Eduardo Jorge, um personagem suspeito
Eduardo Jorge Caldas, ex-secretário-geral da Presidência, é um dos personagens mais sombrios que freqüentou o Palácio do Planalto na era FHC. Suspeita-se que ele tenha se envolvido no esquema de liberação de verbas para o TRT paulista e em superfaturamento no Serpro, de montar o caixa-dois para a reeleição de FHC, de ter feito lobby para empresas de informática, e de manipular recursos dos fundos de pensão nas privatizações. Também teria tentado impedir a falência da Encol.
17 – Drible na reforma tributária
O PT participou de um acordo, do qual faziam parte todas as bancadas com representação no Congresso Nacional, em torno de uma reforma tributária destinada a tornar o sistema mais justo, progressivo e simples. A bancada petista apoiou o substitutivo do relator do projeto na Comissão Especial de Reforma Tributária, deputado Mussa Demes (PFL-PI). Mas o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o Palácio do Planalto impediram a tramitação.
18 – Rombo transamazônico na Sudam
O rombo causado pelo festival de fraudes transamazônicas na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, a Sudam, no período de 1994 a 1999, ultrapassa R$ 2 bilhões. As denúncias de desvios de recursos na Sudam levaram o ex-presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA) a renunciar ao mandato. Ao invés de acabar com a corrupção que imperava na Sudam e colocar os culpados na cadeia, o presidente Fernando Henrique Cardoso resolveu extinguir o órgão. O PT ajuizou ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra a providência do governo.
19 – Os desvios na Sudene
Foram apurados desvios de R$ 1,4 bilhão em 653 projetos da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, a Sudene. A fraude consistia na emissão de notas fiscais frias para a comprovação de que os recursos recebidos do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) foram aplicados. Como no caso da Sudam, FHC decidiu extinguir o órgão. O PT também questionou a decisão no Supremo Tribunal Federal.
20 – Calote no Fundef
O governo FHC desrespeita a lei que criou o Fundef. Em 2002, o valor mínimo deveria ser de R$ 655,08 por aluno/ano de 1ª a 4ª séries e de R$ 688,67 por aluno/ano da 5ª a 8ª séries do ensino fundamental e da educação especial. Mas os valores estabelecidos ficaram abaixo: R$ 418,00 e R$ 438,90, respectivamente. O calote aos estados mais pobres soma R$ 11,1 bilhões desde 1998.
21 – Abuso de MPs
Enquanto senador, FHC combatia com veemência o abuso nas edições e reedições de Medidas Provisórias por parte José Sarney e Fernando Collor. Os dois juntos editaram e reeditaram 298 MPs. Como presidente, FHC cedeu à tentação autoritária. Editou e reeditou, em seus dois mandatos, 5.491medidas. O PT participou ativamente das negociações que resultaram na aprovação de emenda constitucional que limita o uso de MPs.
22 – Acidentes na Petrobras
Por problemas de gestão e falta de investimentos, a Petrobras protagonizou uma série de acidentes ambientais no governo FHC que viraram notícia no Brasil e no mundo. A estatal foi responsável pelos maiores desastres ambientais ocorridos no País nos últimos anos. Provocou, entre outros, um grande vazamento de óleo na Baía de Guanabara, no Rio, outro no Rio Iguaçu, no Paraná. Uma das maiores plataformas da empresa, a P-36, afundou na Bacia de Campos, causando a morte de 11 trabalhadores. A Petrobras também ganhou manchetes com os acidentes de trabalho em suas plataformas e refinarias que ceifaram a vida de centenas de empregados.
23 – Apoio a Fujimori
O presidente FHC apoiou o terceiro mandato consecutivo do corrupto ditador peruano Alberto Fujimori, um sujeito que nunca deu valor à democracia e que fugiu do País para não viver os restos de seus dias na cadeia. Não bastasse isso, concedeu a Fujimori a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul, o principal título honorário brasileiro. O Senado, numa atitude correta, acatou sugestão apresentada pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) e cassou a homenagem.
24 – Desmatamento na Amazônia
Por meio de decretos e medidas provisórias, o governo FHC desmontou a legislação ambiental existente no País. As mudanças na legislação ambiental debilitaram a proteção às florestas e ao cerrado e fizeram crescer o desmatamento e a exploração descontrolada de madeiras na Amazônia. Houve aumento dos focos de queimadas. A Lei de Crimes Ambientais foi modificada para pior.
25 – Os computadores do FUST
A idéia de equipar todas as escolas públicas de ensino médio com 290 mil computadores se transformou numa grande negociata. Os recursos para a compra viriam do Fundo de Universalização das Telecomunicações, o Fust. Mas o governo ignorou a Lei de Licitações, a 8.666. Além disso, fez megacontrato com a Microsoft, que teria, com o Windows, o monopólio do sistema operacional das máquinas, quando há softwares que poderiam ser usados gratuitamente. A Justiça e o Tribunal de Contas da União suspenderam o edital de compra e a negociata está suspensa.
26 – Arapongagem
O governo FHC montou uma verdadeira rede de espionagem para vasculhar a vida de seus adversários e monitorar os passos dos movimentos sociais. Essa máquina de destruir reputações é constituída por ex-agentes do antigo SNI ou por empresas de fachada. Os arapongas tucanos sabiam da invasão dos sem-terra à propriedade do presidente em Buritis, em março deste ano, e o governo nada fez para evitar a operação. Eles foram responsáveis também pela espionagem contra Roseana Sarney.
27 – O esquema do FAT
A Fundação Teotônio Vilela, presidida pelo ex-presidente do PSDB, senador alagoano Teotônio Vilela, e que tinha como conselheiro o presidente FHC, foi acusada de envolvimento em desvios de R$ 4,5 milhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Descobriu-se que boa parte do dinheiro, que deveria ser usado para treinamento de 54 mil trabalhadores do Distrito Federal, sumiu. As fraudes no financiamento de programas de formação profissional ocorreram em 17 unidades da federação e estão sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público.
28 – Mudanças na CLT
A maioria governista na Câmara dos Deputados aprovou, contra o voto da bancada do PT, projeto que flexibiliza a CLT, ameaçando direitos consagrados dos trabalhadores, como férias, décimo terceiro e licença maternidade. O projeto esvazia o poder de negociação dos sindicatos. No Senado, o governo FHC não teve forças para levar adiante essa medida anti-social.
29 – Obras irregulares
Um levantamento do Tribunal de Contas da União, feito em 2001, indicou a existência de 121 obras federais com indícios de irregularidades graves. A maioria dessas obras pertence a órgãos como o extinto DNER, os ministérios da Integração Nacional e dos Transportes e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Uma dessas obras, a hidrelétrica de Serra da Mesa, interior de Goiás, deveria ter custado 1,3 bilhão de dólares. Consumiu o dobro.
30 – Explosão da dívida pública
Quando FHC assumiu a Presidência da República, em janeiro de 1995, a dívida pública interna e externa somava R$ 153,4 bilhões. Entretanto, a política de juros altos de seu governo, que pratica as maiores taxas do planeta, elevou essa dívida para R$ 684,6 bilhões em abril de 2002, um aumento de 346%. Hoje, a dívida já equivale a preocupantes 54,5% do PIB.
31 – Avanço da dengue
A omissão do Ministério da Saúde é apontada como principal causa da epidemia de dengue no Rio de Janeiro. O ex-ministro José Serra demitiu seis mil mata-mosquitos contratados para eliminar focos do mosquito Aedes Aegypti. Em 2001, o Ministério da Saúde gastou R$ 81,3 milhões em propaganda e apenas R$ 3 milhões em campanhas educativas de combate à dengue. Resultado: de janeiro a maio de 2002, só o estado do Rio registrou 207.521 casos de dengue, levando 63 pessoas à morte.
32 – Verbas do BNDES
Além de vender o patrimônio público a preço de banana, o governo FHC, por meio do BNDES, destinou cerca de R$ 10 bilhões para socorrer empresas que assumiram o controle de ex-estatais privatizadas. Quem mais levou dinheiro do banco público que deveria financiar o desenvolvimento econômico e social do Brasil foram as teles e as empresas de distribuição, geração e transmissão de energia. Em uma das diversas operações, o BNDES injetou R$ 686,8 milhões na Telemar, assumindo 25% do controle acionário da empresa.
33 – Crescimento pífio do PIB
Na “Era FHC”, a média anual de crescimento da economia brasileira estacionou em pífios 2%, incapaz de gerar os empregos que o País necessita e de impulsionar o setor produtivo. Um dos fatores responsáveis por essa quase estagnação é o elevado déficit em conta-corrente, de 23 bilhões de dólares no acumulado dos últimos 12 meses. Ou seja: devido ao baixo nível da poupança interna, para investir em seu desenvolvimento, o Brasil se tornou extremamente dependente de recursos externos, pelos quais paga cada vez mais caro.
34 – Renúncias no Senado
A disputa política entre o Senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) e o Senador Jader Barbalho (PMDB-PA), em torno da presidência do Senado expôs publicamente as divergências da base de sustentação do governo. ACM renunciou ao mandato, sob a acusação de violar o painel eletrônico do Senado na votação que cassou o mandato do senador Luiz Estevão (PMDB-DF). Levou consigo seu cúmplice, o líder do governo, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF). Jader Barbalho se elegeu presidente do Senado, com apoio ostensivo de José Serra e do PSDB, mas também acabou por renunciar ao mandato, para evitar a cassação. Pesavam contra ele denúncias de desvio de verbas da Sudam.
35 – Racionamento de energia
A imprevidência do governo FHC e das empresas do setor elétrico gerou o apagão. O povo se mobilizou para abreviar o racionamento de energia. Mesmo assim foi punido. Para compensar supostos prejuízos das empresas, o governo baixou Medida Provisória transferindo a conta do racionamento aos consumidores, que são obrigados a pagar duas novas tarifas em sua conta de luz. O pacote de ajuda às empresas soma R$ 22,5 bilhões.
36 – Assalto ao bolso do consumidor
FHC quer que o seu governo seja lembrado como aquele que deu proteção social ao povo brasileiro. Mas seu governo permitiu a elevação das tarifas públicas bem acima da inflação. Desde o início do plano real até agora, o preço das tarifas telefônicas foi reajustado acima de 580%. Os planos de saúde subiram 460%, o gás de cozinha 390%, os combustíveis 165%, a conta de luz 170% e a tarifa de água 135%. Neste período, a inflação acumulada ficou em 80%.
37 – Explosão da violência
O Brasil é um país cada vez mais violento. E as vítimas, na maioria dos casos, são os jovens. Na última década, o número de assassinatos de jovens de 15 a 24 anos subiu 48%. A Unesco coloca o País em terceiro lugar no ranking dos mais violentos, entre 60 nações pesquisadas. A taxa de homicídios por 100 mil habitantes, na população geral, cresceu 29%. Cerca de 45 mil pessoas são assassinadas anualmente. FHC pouco ou nada fez para dar mais segurança aos brasileiros.
38 – A falácia da Reforma agrária
O governo FHC apresentou ao Brasil e ao mundo números mentirosos sobre a reforma agrária. Na propaganda oficial, espalhou ter assentado 600 mil famílias durante oito anos de reinado. Os números estavam inflados. O governo considerou assentadas famílias que haviam apenas sido inscritas no programa. Alguns assentamentos só existiam no papel. Em vez de reparar a fraude, baixou decreto para oficializar o engodo.
39 – Subserviência internacional
A timidez marcou a política de comércio exterior do governo FHC. Num gesto unilateral, os Estados Unidos sobretaxaram o aço brasileiro. O governo do PSDB foi acanhado nos protestos e hesitou em recorrer à OMC. Por iniciativa do PT, a Câmara aprovou moção de repúdio às barreiras protecionistas. A subserviência é tanta que em visita aos EUA, no início deste ano, o ministro Celso Lafer foi obrigado a tirar os sapatos três vezes e se submeter a revistas feitas por seguranças de aeroportos.
40 – Renda em queda e desemprego em alta
Para o emprego e a renda do trabalhador, a Era FHC pode ser considerada perdida. O governo tucano fez o desemprego bater recordes no País. Na região metropolitana de São Paulo, o índice de desemprego chegou a 20,4% em abril, o que significa que 1,9 milhão de pessoas estão sem trabalhar. O governo FHC promoveu a precarização das condições de trabalho. O rendimento médio dos trabalhadores encolheu nos últimos três anos.
41 – Relações perigosas
Diga-me com quem andas e te direi quem és. Esse ditado revela um pouco as relações suspeitas do presidenciável tucano José Serra com três figuras que estiveram na berlinda nos últimos dias. O economista Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de Serra e de FHC, é acusado de exercer tráfico de influência quando era diretor do Banco do Brasil e de ter cobrado propina no processo de privatização. Ricardo Sérgio teria ajudado o empresário espanhol Gregório Marin Preciado a obter perdão de uma dívida de R$ 73 milhões junto ao Banco do Brasil. Preciado, casado com uma prima de Serra, foi doador de recursos para a campanha do senador paulista. Outra ligação perigosa é com Vladimir Antonio Rioli, ex-vice-presidente de operações do Banespa e ex-sócio de Serra em empresa de consultoria. Ele teria facilitado uma operação irregular realizada por Ricardo Sérgio para repatriar US$ 3 milhões depositados em bancos nas Ilhas Cayman – paraíso fiscal do Caribe.
42 – Violação aos direitos humanos
Massacres como o de Eldorado do Carajás, no sul do Pará, onde 19 sem-terra foram assassinados pela polícia militar do governo do PSDB em 1996, figuram nos relatórios da Anistia Internacional, que recentemente denunciou o governo FHC de violação aos direitos humanos. A Anistia critica a impunidade e denuncia que polícias e esquadrões da morte vinculados a forças de segurança cometeram numerosos homicídios de civis, inclusive crianças, durante o ano de 2001. A entidade afirma ainda que as práticas generalizadas e sistemáticas de tortura e maus-tratos prevalecem nas prisões.
43 – Correção da tabela do IR
Com fome de leão, o governo congelou por seis anos a tabela do Imposto de Renda. O congelamento aumentou a base de arrecadação do imposto, pois com a inflação acumulada, mesmo os que estavam isentos e não tiveram ganhos salariais, passaram a ser taxados. FHC só corrigiu a tabela em 17,5% depois de muita pressão da opinião pública e após aprovação de projeto pelo Congresso Nacional. Mesmo assim, após vetar o projeto e editar uma Medida Provisória que incorporava parte do que fora aprovado pelo Congresso, aproveitou a oportunidade e aumentou alíquotas de outros tributos.
44 – Intervenção na Previ
FHC aproveitou o dia de estréia do Brasil na Copa do Mundo de 2002 para decretar intervenção na Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, com patrimônio de R$ 38 bilhões e participação em dezenas de empresas. Com este gesto, afastou seis diretores, inclusive os três eleitos democraticamente pelos funcionários do BB. O ato truculento ocorreu a pedido do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunitty. Dias antes da intervenção, FHC recebeu Dantas no Palácio Alvorada. O banqueiro, que ameaçou divulgar dossiês comprometedores sobre o processo de privatização, trava queda-de-braço com a Previ para continuar dando as cartas na Brasil Telecom e outras empresas nas quais são sócios.
45 – Barbeiragens do Banco Central
O Banco Central – e não o crescimento de Lula nas pesquisas – tem sido o principal causador de turbulências no mercado financeiro. Ao antecipar de setembro para junho o ajuste nas regras dos fundos de investimento, que perderam R$ 2 bilhões, o BC deixou o mercado em polvorosa. Outro fator de instabilidade foi a decisão de rolar parte da dívida pública estimulando a venda de títulos LFTs de curto prazo e a compra desses mesmos papéis de longo prazo. Isto fez subir de R$ 17,2 bilhões para R$ 30,4 bilhões a concentração de vencimentos da dívida nos primeiros meses de 2003. O dólar e o risco Brasil dispararam. Combinado com os especuladores e o comando da campanha de José Serra, Armínio Fraga não vacilou em jogar a culpa no PT e nas eleições.
 

Os interesses do PT e o lado oculto do plebiscito de Dilma

Presidente usa impulso dos protestos nas ruas para tentar emplacar uma perigosa reforma política que o PT fracassou em implementar no Congresso

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, presenteia presidente Dilma Rousseff com uma imagem do falecido coronel Hugo Chávez
MAU EXEMPLO - Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, presenteia presidente Dilma Rousseff com uma imagem do falecido coronel Hugo Chávez. Na Venezuela, referendos foram usados para dar uma máscara de legitimidade a um governo autoritário (REUTERS/Ueslei Marcelino)
“(O plebiscito) É um instrumento popular para legitimar governos e conferir aos governantes superpoderes, um cheque em branco para que o governante dê o significado à autorização dada pelo povo nas urnas. Isso pode manietar o povo”, Gustavo Binenbojm, professor de Direito Administrativo e Constitucional da UERJ e da FGV
Destinada a confrontar a população com questões objetivas e diretas, a realização de um plebiscito é uma ferramenta legítima do processo democrático. A história recente, entretanto, demonstra que ele pode ser utilizado para propósitos pouco nobres: vizinhos sul-americanos recorreram ao mecanismo para tentar governar diretamente com o povo, passando por cima das instituições democráticas e se perpetuando no poder. Em resposta à inédita onda de protestos que chacoalhou o Brasil, a presidente Dilma Rousseff propôs uma consulta popular para promover uma reforma política no país - ainda que nenhum cartaz tenha reivindicado isso. A estratégia bolivariana, tirada da manga no momento mais crítico do seu governo, acoberta um perigoso interesse: aprovar o financiamento público de campanha e o voto em lista, antigos sonhos do PT.
Como avalia o ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior, a opção pelo plebiscito “joga areia nos olhos do povo”. Um levantamento do Datafolha constatou que a reforma política era uma reivindicação de apenas 1% dos manifestantes que tomaram as ruas de São Paulo nas últimas semanas. Mas o governo não quer perder a oportunidade aberta pelo clima mudancista.

O PT defende o financiamento público de campanha porque seria o maior beneficiário desses recursos, já que tem a principal bancada na Câmara dos Deputados e esse é o critério usado para a divisão do bolo. Com o financiamento público, o partido conseguiria assegurar recursos superiores aos das outras siglas. Caso o caixa dois não seja efetivamente extinto, o que é uma hipótese plausível, o dinheiro de bancos e empreiteiras continuariam a seguir a lógica de favorecer quem tem a chave do cofre - no caso da União, o PT. Por isso, interessava mais ao partido a ideia inicial de Dilma, que incluía uma Assembleia Constituinte com poderes para dar os rumos à reforma. Mas a ideia fracassou por ser inconsistente e sem base jurídica. Ainda assim, o PT aposta na capacidade de mobilização de sua própria militância para moldar o sistema político-eleitoral.
Ciente das intenções de seu principal aliado, o PMDB é majoritariamente contrário ao financiamento público. Os peemedebistas têm bom relacionamento com o empresariado e um elevado número de governos estaduais; também por isso, não veem razões para uma mudança no sistema.

 



Voto proporcional - O sistema de eleição para deputados e vereadores é o segundo ponto-chave que deve constar do plebiscito. A adoção do voto em lista, outro tema que surgirá na consulta, favoreceria o PT. O partido tem questão fechada na defesa desse tema: seguidas pesquisas mostram que, dentre as legendas, o Partido dos Trabalhadores possui, de longe, a maior fatia de eleitorado fiel. O DEM, que se posiciona na centro-direita e não tem concorrentes neste campo, também quer o voto em lista.

O PSDB é a favor do voto distrital, cuja defesa consta do estatuto da sigla. A regra seria bem aplicável em estados como São Paulo e Minas Gerais - onde os tucanos têm maior poder de fogo. Nesses estados, muito extensos e populosos, os candidatos se dividem informalmente entre cidades e regiões, o que já se aproxima do voto distrital. O PSD também fechou questão em defesa do voto distrital.

Para o PMDB, que sofre de fraqueza programática e é mais personalista dos que as outras siglas, a saída defendida é o chamado "distritão". O modelo é o mais simples possível: o eleitor escolhe o candidato, individualmente, e o voto não influencia o desempenho dos outros nomes do partido. Ganham os mais votados e o quociente eleitoral, que provoca o chamado "efeito Tiririca", seria abolido. É como se cada estado fosse um distrito.

Pressa - Nos últimos dois anos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se empenhou pessoalmente nas negociações para a implementação da reforma política defendida pelo PT. Mas, no Congresso, o tema emperrou. O partido já havia desistido de fazer uma reforma que valesse para as eleições de 2014 porque, nesse caso, a mudança precisaria estar aprovada até o início de outubro deste ano. Mas os protestos nas ruas foram vistos pelo PT como uma "janela de oportunidade".  O partido não quer perder o impulso dado pelas manifestações populares. Por isso, tem pressa. E não é só: o momento atual é perfeito para que a sigla molde a reforma política ao seu gosto. Dono da maior bancada na Câmara e hóspede do Palácio do Planalto, o PT não pode garantir que esse cenário será o mesmo na próxima legislatura.

Com uma militância ativa em torno dos pontos centrais, além de braços organizados em sindicatos e entidades estudantis, o PT aposta que poderá converter essa força de mobilização em resultados no plebiscito. Para isso, é até bom que o eleitor comum, desmobilizado, não participe do processo. "Seguramente não são todos os cidadãos que vão se interessar por participar do plebiscito, mas todos aqueles que têm interesse neste debate terão espaço concreto de atuação: poder votar e ajudar a definir as prioridades da reforma política", disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), estranha a pressa repentina. "É no mínimo curioso. O governo tem pressa para encontrar o caminho diversionista e fugir da crise", diz ele. O deputado Rubens Bueno, líder do novo MD (fusão do PPS com o PMN) na Câmara, defende que o Congresso elabore a reforma e a população apenas decida se aprova ou rejeita as mudanças, em bloco: "A nossa ideia básica é o Congresso Nacional votar todas essas sugestões e submetê-las a um referendo na mesma data das eleições do ano que vem", diz.

Riscos e obstáculos - A cegueira momentânea causada pelo anúncio inesperado da presidente encobre uma dificuldade técnica: o de apresentar, por plebiscito, questões para as quais a votação pode não apresentar maioria. “Basta haver três perguntas para não ser plebiscito. Imagine que, no sistema eleitoral (proporcional, distrital e distrital misto), um tipo consiga 35% dos votos, o outro 34% e o terceiro 31%. Não há formação de maioria”, alerta Reale Júnior, que considera impossível usar esse modelo de votação para um tema como a reforma política. “Não há necessidade de chamar as pessoas para definir a reforma. É uma falta de juízo”, completa Reale, reiterando que os temas em jogo são bastante complexos.

Na última quarta-feira, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, comparou o plebiscito proposto agora com a entrega de um “cheque em branco” aos deputados e senadores que já miram nas eleições de daqui a um ano e meio. A metáfora de Britto é uma referência à grande margem de indefinição que pode resultar da votação que se desenha. O roteiro estabelecido para os plebiscitos é, em resumo, a criação de um decreto legislativo com um terço de aprovação de uma das Casas, a discussão dos temas e das perguntas ao eleitor, a apuração e o encaminhamento da decisão ao Congresso, que deve seguir a orientação das urnas. O rito é perfeito, por exemplo, para a decisão sobre a emancipação de um município. Mas incompatível com questões como financiamento público de campanhas ou sistemas de votação. Afinal, os eleitores definirão “se” algo deve ser feito, entregando aos parlamentares a decisão sobre “como” isso será posto em prática.

“Esse processo pode resultar em uma deliberação da população no vazio”, afirma Gustavo Binenbojm, professor de Direito Administrativo e Constitucional da UERJ e do curso de pós-graduação em Direito da Fundação Getúlio Vargas.

O plebiscito de Dilma, por enquanto, está mergulhado em incertezas. “A expressão ‘reforma política’ é nesse momento um rótulo em uma caixa vazia. Ninguém sabe ao certo quais medidas serão propostas”, explica o coordenador-geral do instituto de Direito da PUC-Rio, Adriano Pillati, para quem é preciso, no mínimo, de três a quatro meses de debate sobre o tema com a população.

A saída apontada pelos especialistas para que seja assegurada a participação popular, mas de forma mais prudente, é, ao fim do processo, a realização de um referendo. Depois de o Congresso fazer o texto da reforma política, a população seria convocada às urnas para dizer sim ou não sobre uma proposta real. Tecnicamente, é possível haver o plebiscito antes e o referendo depois – apesar de não se eliminar, com isso, os problemas na origem da proposta de agora. “Existe um risco de a opção da população ser desvirtuada. Por isso, deveria haver plebiscito e referendo”, afirma Ivar A. Hartmann, professor de Direito da FGV do Rio de Janeiro.

No momento, a demanda indiscutível da população nas ruas é por uma política menos corrupta e mais voltada para o interesse público. A reforma política – necessária e que se arrasta há anos sem que haja consenso – surgiu como a tradução possível feita pelos governantes para retomar o diálogo com os brasileiros. “Há uma esperança enorme em torno da reforma política. Apesar de necessária, nenhuma reforma produz políticos melhores. O que muda os políticos é a sociedade, através do voto”, lembra Adriano Pillati.

Financiamento de campanha

Como é hoje: Para financiar as campanhas eleitorais, os partidos políticos podem receber recursos privados, além de doações empresariais.
Proposta: O financiamento passaria a ser público, proveniente de um fundo partidário. Assim, haveria menor influência do poder econômico nas campanhas. Outra ideia é o financiamento misto, com recursos públicos e privados. Algumas propostas defendem ainda o fim das doações empresariais — ficaria permitido apenas as doações feitas por pessoa física.
Como mudar: Projeto de lei, que deve ser aprovados por maioria simples da Câmara e do Senado, em caso de lei ordinária, ou por maioria absoluta, quando a lei é complementar.

Fonte: Veja


Após reunião, Rocinha conquista inclusão do Laboriaeux no PAC 2

Região, que fica no alto da comunidade, passa a ser administrada pelo Estado e fará parte do programa de 100% saneamento

Rio - Terminou, por volta das 15h desta sexta-feira, a reunião de moradores da Rocinha e do Vidigal com o governador Sérgio Cabral no Palácio Guanabara. Segundo representantes da Rocinha, a  grande conquista do encontro foi a inclusão da região do Laboriaeux, que fica no alto da comunidade, nas obras do PAC 2, que prometem 100% de saneamento básico na favela. Com o encontro de hoje, ficou acordado que o Estado passará a administrar a região, que era de responsabilidade da Prefeitura. As obras começam em dezembro e devem ser concluídas em até três anos.

O grupo também recebeu as datas de conclusão das obras do PAC 1, que estavam paradas. A revitalização e pavimentação das ruas fica para o dia 28 de março de 2014. A rede de esgoto na localidade conhecida como Roupa Suja, em 30 de maio de 2014. O Plano Inclinado deve ficar pronto em 30 de novembro de 2014 e a creche modelo em 30 de novembro deste ano.
Moradores da Rocinha se reuniram com o governador Sérgio Cabral e o vice Pezão
Foto:  José Pedro Monteiro / Agência O Dia

Denis Neves, um dos organizadores da manifestação de terça na Rocinha, comemorou o encontro. "Fomos recebidos pelo governador e ele atendeu prontamente o que pedimos. Sabemos que o PAC chegou, tem muita coisa boa como o Complexo Esportivo, mas existem outras prioridades, como a creche que não está pronta. O saneamento básico é um dos maiores problemas e está lá desde a fundação da comunidade. Antes de se pensar em teleférico, precisamos ver isso. São muitas valas na comunidade. Queremos educação, escola técnica para os jovens, reintegração dos ex-presidiários", que disse estar confiante e deve convocar a Rocinha para uma nova manifestação caso os pedidos não sejam atendidos.

"Foi a primeira manifestação que não ocorreu nenhum tipo de violência. A favela desceu pro asfalto e deu uma lição de cidadania", enfatizou. De acordo com o vice-governador Luis Fernando Pezão, o contato com os morades foi muito bem-vindo. "Foi importante recebê-los, porque a própria presidenta Dilma quer que a Rocinha seja uma favela modelo. Vamos nos comunicar sempre. Iniciamos as obras do PAC 1, mas agora com o PAC 2 teremos mais condições de investir. A Rocinha é praticamente uma cidade e é importante investir em mobilidade. Vamos integrar o teleférico ao metrô, o que ajuda muito os moradores da região Alpha", afirmou Pezão.
Representantes da Rocinha e Vidigal comemoraram encontro
Foto:  José Pedro Monteiro / Agência O Dia

O investimento nas primeiras obras do PAC foi de 265 milhões, enquanto a segunda iniciativa conta com 1,6 bilhão. 

Já os moradores do Vidigal pediram a mesma atenção para comunidade. Segundo um dos manifestantes, Paulo Cézar Neto, transporte, educação e saneamento são as principais demandas da favela. "Nós estamos na outra ponta, há 25 anos sem obras do Estado. O Vidigal considerado uma favela chique, de festas e gente importante. O custo de vida lá é alto, mas não temos o mínimo para sobreviver. Pedidos uma passarela em frente ao Hotel Sheraton. Só temos duas creches municipais, a demanda de vagas é muito grande", disse o morador da comunidade.

Segundo a assessoria do vice-governador, durante a reunião o governador ligou para a Prefeitura, que deve administrar as demandas da comunidade.

Fonte: O Globo

Grupo divulga trajeto de manifestação neste domingo


Concentração será na Saens Peña das 10h até o meio-dia e saída vai pelas ruas da Tijuca até o Maracanã e, após o protesto no estádio, se dispersa na Praça Afonso Pena


Rio - Manifestações previstas para amanhã no Maracanã estão mobilizando vários grupos e a polícia. Representantes do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio divulgaram nesta sexta-feira o roteiro do protesto e garantiram que farão de tudo para o movimento ser pacífico. Seis mil PMs ficarão no interior do estádio e no entorno, além de 100 viaturas.

Delegacia móvel da Polícia Civil funcionará, a partir das 14h, na Rua Visconde de Itamaraty, próximo ao estádio. Haverá reforço de 470 homens, em 15 delegacias. Além disso, 35 delegacias especializadas, 77 viaturas, dois helicópteros e oito cães estão mobilizados.

A Força Nacional deve ajudar. O Batalhão de Choque usará policiais de moto e um carro de comando e controle, que capta e envia imagens do evento para a cúpula da segurança.
Veja as ruas que ficarão interditadas no entorno do Maracanã
Foto:  Arte: O Dia

Concentração

Os manifestantes se concentrarão das 10h ao meio dia na Praça Saens Peña, caminharão pela Tijuca até o Maracanã e, após ato no estádio, se dispersarão na Praça Afonso Pena. Eles esperam que a PM não faça bloqueio, mas caso haja, não tentarão furá-lo.

As bandeiras levantadas pelo comitê incluem o repúdio à privatização do Complexo Olímpico do Maracanã e a defesa da permanência da Escola Municipal Friedenreich, o Museu do Índio, o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Júlio Delamare. Eles também lutam pelos direitos de moradores que tiveram casas desapropriadas para obras de grandes eventos, incluindo a Vila Autódromo.
Grupo de manifestantes faz passeata na Avenida Rio Branco, Centro do Rio
Foto:  Fernando Souza / Agência O Dia

O comitê destacou que estão marcadas para o domingo diversas manifestações de outros grupos e disse que ninguém da polícia a procurou para uma reunião. Segundo alegaram, estão abertos ao diálogo e esperam que a reação policial não seja desproporcional.

“Nas outras ações no Maracanã, vimos que a violência partiu da polícia. Queremos que eles preservem os manifestantes”, disse um dos membros do grupo, Marcelo Edmundo.

Fechamento de ruas perto do estádio começa as 13h

Devido ao jogo, todo o entorno do Maracanã terá o trânsito interrompido amanhã. O fechamento das ruas Eurico Rabelo, Visconde de Itamarati, Isidro de Figueiredo, Artur Menezes e Conselheiro Olegário começam às 13h.

A interdição das avenidas Radial Oeste (sentido Centro) e Maracanã (em ambos os sentidos, no trecho próximo ao estádio) serão realizadas às 14h, assim como o fechamento dos viadutos Oduvaldo Cozzi e de São Cristóvão.

Serão interditadas ainda a avenida Professor Manoel de Abreu e as ruas Mata Machado e Radialista Waldir Amaral.

Motoristas devem evitar a área. A Prefeitura recomenda que o acesso ao estádio seja feito prioritariamente por trem e metrô. Usuários terão gratuidade na passagem mediante apresentação do ingresso da partida a partir das 12h e até duas horas depois do fim do jogo (neste caso, só nas estações São Francisco Xavier, São Cristóvão e Maracanã), e na estação de trem de São Cristóvão. A gratuidade não é válida para o sistema de ônibus.

Fonte: O  Globo

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Presidente da Comissão de Transportes da Câmara rechaça CPI sobre ônibus

Sebastião Ferraz (PMDB) criticou os vereadores da base que apoiaram a iniciativa e disse que as investigações não servirão para nada


Com cartazes, manifestantes ocupam as galerias da Câmara dos Vereadores do Rio durante pedido de abertura da CPI dos Ônibus, na última terça-feira
Foto: Gabriel de Paiva/25-06-2013 / O Globo
Com cartazes, manifestantes ocupam as galerias da Câmara dos Vereadores do Rio durante pedido de abertura da CPI dos Ônibus, na última terça-feira Gabriel de Paiva/25-06-2013 / O Globo
RIO — No último dia de sessão na Câmara dos Vereadores do Rio antes do recesso de meio de ano, e com as galerias do plenário completamente vazias, o presidente da Comissão de Transportes da Casa, vereador Sebastião Ferraz (PMDB), da base do governo, deu as caras e se pronunciou contra a instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que, a partir de agosto, deve começar a investigar o sistema de ônibus da cidade. Em entrevista ao GLOBO, Ferraz criticou os vereadores da base que apoiaram a iniciativa e disse que as investigações não servirão para nada:
Isso é um aproveitamento do PSOL. Eles ficam incitando a população, dando prejuízo, essa quebração... Mas isso é normal, também fui jovem. Muitas das vezes eu caminhava direitinho, mas, dali a pouco, eu também saía para quebrar alguma coisa. Isso faz parte da juventude, da adrenalina do jovem.
Durante seu discurso em plenário, Ferraz chegou a parabenizar os colegas que não assinaram a CPI. Seu principal argumento foi o voto do conselheiro Antônio Carlos Flores de Moraes, do Tribunal de Contas do Município (TCM), anunciado anteontem, um dia depois de o vereador Eliomar Coelho (PSOL) conseguir 27 assinaturas para a instalação da comissão. O TCM arquivou o processo que investigava a suspeita de formação de cartel durante a licitação que, em 2010, concedeu o sistema de transporte rodoviário na capital a quatro consórcios cujos sócios se repetem em várias empresas.
— Dei parabéns aos que assinaram e aos que não assinaram. Aos que não assinaram porque tiveram a paciência de esperar a resposta do tribunal, que veio no dia seguinte. Mas também parabenizei os afoitos, que assinaram e fizeram com que a comissão saísse — tentou explicar o presidente da Comissão de Transportes.
Empresa de ônibus como doadora
Ferraz tem como base eleitoral a Zona Norte. Já foi administrador regional do Méier, cargo atualmente ocupado pelo filho André Ferraz. Nas eleições de 2012, teve 21.982 votos. Em 2006, quando tentou sem sucesso uma vaga na Alerj, teve como um dos doadores de campanha a empresa Guanabara Diesel, que faz parte do império da família do empresário Jacob Barata, que, por ter participação em várias empresas, é conhecido como ‘‘Rei do Ônibus”. No início do mês, Ferraz já havia causado polêmica em plenário ao dar seu ponto de vista de como é dura a rotina de quem trabalha nos coletivos. ‘‘Motorista de ônibus é um cidadão comum. Ele bebe, ele fuma, cheira, bate na mulher, tem três mulheres”, declarou.
Apesar de saber que a CPI contará com maioria do governo — provavelmente quatro dos cinco membros serão da base —, Eliomar Coelho garantiu estar confiante com os trabalhos da comissão. Ele espera que a pressão da população continue quando as investigações começarem em agosto.
— Se nós contarmos com a presença da população no ato da instalação e durante os trabalhos, como nas audiências públicas, teremos sucesso. Se houver um revide do povo a uma tentativa de cerceamento, vai mudar de figura — comentou Eliomar, que ainda adiantou o nome de um daqueles que pretende convocar para a CPI: — Vamos chamar o conselheiro Antônio Carlos Flores de Moraes, do TCM. Foi uma vergonha o que ele fez. Precisamos perguntar a ele por que tomou a decisão de arquivar o processo sem embasamento técnico.
O vereador Paulo Pinheiro (PSOL) revelou que ainda tem esperanças de reabrir as investigações do TCM em relação aos contratos dos consórcios que operam as linhas do Rio. A assessoria do vereador está preparando um pedido de reconsideração ao tribunal. Sobre as declarações do colega, Pinheiro disse que não poderiam ter sido mais infelizes.
— Independente da decisão do Tribunal de Contas, há muita coisa a ser investigada em relação às empresas de ônibus do Rio. Já vi muita CPI no Brasil que produziu resultados excepcionais, apesar de falarem que não daria em nada. Vamos investigar e esclarecer o que for preciso — disse Pinheiro.
Governo: ‘não há o que esconder’
O líder do governo na Câmara dos Vereadores, Luiz Guaraná (PMDB), disse que o prefeito Eduardo Paes nada tem a esconder em relação aos contratos com os consórcios. Segundo ele, a CPI só saiu porque pelo menos 13 vereadores da base do governo assinaram o requerimento de Eliomar. Ele acusou o colega de tirar proveito das manifestações:
— Os protestos são bonitos e servem de alerta para os políticos. Para mim, o que a CPI vai discutir já foi debatido e explicado na campanha eleitoral de 2010. O que acontece nesse momento é oportunismo partidário.
Para o cientista político Marcelo Simas, professor do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj/Universidade Candido Mendes), Ferraz é um exemplo regional de que o Brasil precisa de uma reforma política.
— O sistema atual permite a criação de nichos eleitorais. Os parlamentares passam a representar grupos em lugar da sociedade, o que permite que se manifestem na contramão da opinião pública. Os exemplos são inúmeros. Na política nacional, temos o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Marcos Feliciano (PSC-SP) — disse Marcelo Simas.
O professor de Ciência Política da UFF Eurico Figueiredo ressaltou ser preocupante o fato de Ferraz não representar uma exceção na classe política:
— Os legislativos, sejam eles locais ou nacionais, têm que ouvir a vontade popular. Caso contrário, corremos o risco de termos uma grave crise institucional.
As declarações de Ferraz irritaram o integrante do Fórum de Lutas contra o Aumento das Passagens Tadeu Lemos, aluno de História e membro do Diretório Central de Estudantes (DCE) da UFRJ.
— Quem está na rua não são os desordeiros. O povo reivindica um transporte de qualidade. Queremos a CPI e que tudo seja investigado — disse Tadeu, que participou dos protestos de ontem no Centro contra a baixa qualidade de transportes da cidade.

Fonte: O Globo

DESEMBARGADORES SÃO CONDENADOS PELO CNJ.

Extraído de: Associação dos Oficiais de Justiça do Estado de São Paulo

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) condenou os desembargadores Osvaldo Soares Cruz e Rafael Godeiro Sobrinho, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJ-RN), acusados pelo Ministério Público de desviar R$ 14,2 milhões que seriam destinados ao pagamento de precatórios. A decisão foi unânime.
Rafael Godeiro Sobrinho foi condenado mesmo aposentado. Ele se afastou no dia 1º de fevereiro ao completar 70 anos. A corregedoria do CNJ investiga agora a desembargadora Judite Nunes, também acusada de integrar o esquema.
Na esfera criminal, os desembargadores Osvaldo Soares Cruz e Rafael Godeiro Sobrinho responderão por formação de quadrilha e peculato - quando o funcionário público desvia dinheiro público para proveito próprio. A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) já aceitou a denúncia contra os magistrados, formulada pelo Ministério Público Federal.
Em abril de 2012, os ministros do STJ afastaram os desembargadores de suas funções por entenderem haver "risco à atividade judicante, à credibilidade de suas decisões e do próprio Poder Judiciário, bem como o curso normal das investigações".
Para os conselheiros do CNJ, ficou comprovada a participação dos magistrados na fraude. Os desvios de dinheiro teriam ocorrido entre 2007 e 2011. No período, os dois se alternaram na presidência do TJ-RN. O dinheiro era desviado por meio da emissão de cheques em nome de laranjas, transferências diretas de recursos e guias bancárias para beneficiários diferentes dos indicados nos processos de recebimento de precatórios.
A chefe do Departamento de Precatórios do TJ-RN, Carla Ubarana, é ré confessa no caso. Segundo o depoimento dela, coletado em março de 2012, os dois desembargadores teriam envolvimento direto no esquema e recebiam parte dos valores desviados. Dos R$ 14,2 milhões desviados, Carla devolveu R$ 6,5 milhões em bens e dinheiro.
Procurado pelo Valor, o advogado de Osvaldo Soares Cruz não deu retorno até o fechamento da edição. O advogado de Rafael Godeiro Sobrinho não foi localizado.

Fonte: Valor Econômico (28/06)

Após dois dias, Natan Donadon é preso em Brasília

Parlamentar negociou com a Polícia Federal e se entregou na manhã de hoje em uma parada de ônibus na capital. Condenado a mais de 13 anos de prisão, é o primeiro deputado a ser preso desde 1988

Rodolfo Stuckert/Câmara dos Deputados
Deputado se entregou à PF em Brasília para evitar imagens da sua prisão
Dois dias após ter sua prisão decretada, o deputado Natan Donadon (PMDB-RO) se entregou nesta sexta-feira (28) ao superintendente do Polícia Federal (PF) em Brasília, Marcelo Mosele, próximo a uma parada de ônibus na Asa Sul da cidade. Acompanhado do advogado Nabor Bulhões, Donadon procurou preservar sua imagem e evitar registros da imprensa. No momento, a PF realiza os procedimentos legais para efetivar a prisão do congressista.

Condenado a 13 anos, quatro meses e dez dias por peculato e formação de quadrilha, Donadon é o primeiro deputado federal no exercício do mandato que irá para a cadeia após a promulgação da Constituição Federal de 1988. Ele foi acusado por fazer parte de um esquema que fraudou licitações para contratos de publicidade da Assembleia Legislativa de Rondônia entre 1998 e 1999. Na quarta-feira (26), o Supremo Tribunal Federal (STF) decretou o trânsito em julgado do processo e determinou a prisão do parlamentar.
O mandado de prisão foi expedido na quarta-feira (26) pela relatora do processo, ministra Cármen Lúcia. Ela determinou que a PF cumprisse a ordem. Nos últimos dois dias, agentes tentaram prender o deputado, que negociava sua entrega. Aeroportos e portos, assim como sua casa e de familiares eram monitorados. Donadon passou a ser considerado foragido ontem pela PF por não ter cumprido o acordo inicial.
A execução da pena ficará a cargo da Vara de Execuções Penais de Brasília. Desta forma, o deputado deve ficar na ala federal do Complexo Penitenciário da Papuda. Ele depois pode pedir transferência para um presídio em Rondônia para ficar mais próximo da família.
Instantes após a decisão da corte constitucional, a Câmara decidiu encaminhar o caso à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para que o parlamentar apresente defesa em até cinco sessões. Ele deve ser comunicado formalmente hoje da abertura do processo de cassação. Após esse prazo, o plenário da Casa definirá se o mandato do parlamentar será cassado. O PMDB também se manifestou após a decisão do STF e decidiu expulsar o parlamentar de seus quadros.
A defesa do parlamentar cogita uma revisão criminal e avalia que a prisão do deputado não é incompatível com o exercício da atividade parlamentar. De acordo com o advogado Nabor Bulhões, apenas duas situações acabam com o mandato parlamentar: cassação e fim da legislatura.

Fonte: Congresso em Foco

Em Niterói, uma CPI para chamar de minha

  • Governistas enterram CPI convocada pelo oposição e criam uma com vereadores da base de sustentação do governo Rodrigo Neves (PT)
  • Oposição acusa a movimentação de manobra


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Passageiros embarcam em ônibus no Terminal Rodoviário João Goulart
Foto: Paula Giolito
    Passageiros embarcam em ônibus no Terminal Rodoviário João Goulart Paula Giolito
    NITERÓI — Sob o comando do vereador governista Beto da Pipa (PMDB), a Comissão Permanente de Urbanismo, Obras, Serviços Públicos, Transportes e Trânsito manobra e consegue enterrar a CPI dos Ônibus protocolada no fim da manhã desta quinta-feira pela oposição. Depois de sofrer pressão dos membros da comissão, o Pastor Ronaldo (PTN) retirou a sétima assinatura necessária para a validação do requiremento. Paralalemente, como ato político, que o mesmo admitiu ao GLOBO—Niterói, Beto da Pipa reuniu onze vereadores da base governista e protocolou um novo pedido de CPI.
    Toda a movimentação durou apenas duas horas. O niteroiense foi almoçar com uma CPI convocada pelo oposição e voltou da refeição com uma governista. Segundo a oposição, a movimentação político foi uma manobra da base para controlar as ações da investigação. Já a base governista diz que o ato foi político já que, segundo Beto da Pipa, eles foram proibidos de assinar o requerimento.
    — Eles passaram por cima de mim e da comissão. Não podia deixar. Convoquei uma reunião da comissão para ver como a gente ia tratar essa assunto. O que fiz foi político, eles não podriam passar por cima da comissão. Por isso pediu uma nova abertura de CPI para que todos pudessem assinar, inclusive a oposição — afirmou Beto da Pipa negando o ata se trata-se de manobra e ofecendo a presidência dos trabalhos à oposição.
    Contudo, a declaração do peemdebista contradiz as assinaturas constante no primeiro pedido de CPI, protocolado no requerimento 153/2013. O próprio Pastor Ronaldo e outros dois vereadores da base: Leonardo Giordano (PT) e Tânia Rodrigues (PDT) assinaram o primeiro o requerimento possibilitando o pedido de uma CPI. Segundo o vereador Bruno Lessa (PSDB), a proposta está no sistema legislativo desde segunda-feira e era possível a adesão de qualquer membro do legislativo niteroiense:
    — Isso é um absurdo. Se eles quisessem assinar, porque não o fizeram antes. Eles só se manifestarem depois que viram que a CPI ia ser aberta com ou sem eles. A petição é eletrônica. Era só abrir o sistema legislativo e assinar — explicou.
    Principal personagem da manobra, o vereador Pastor Ronaldo admitiu que retirou a assinatura a pedido de membros da comissão permanente.
    — Eu não poderia ir contra uma comissão da qual sou vice-presidente — afirmou Ronaldo que assumiu o cargo no início do ano depois da prisão do vereador Carlos Macedo (PRP), acusado pelo Ministério Público estadual de ser o mandante do assassinato do vereador eleito Lúcio do Nevada.
    Pela manhã, a oposição conseguiu as sete assinaturas necessárias para protocolar o requerimento de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os contratos da prefeitura de Niterói com as empresas de ônibus. O pedido, encabeçado pelos vereadores Henrique Viana (PSOL) e Bruno Lessa (PSDB), foi entregue na mesa diretora da Câmara Municipal ao meio-dia. O requerimento pedia a abertura da planilha de custos da tarifa, o histórico de reajustes dos últimos anos, a informação sobre o sistema do passe livre na cidade e qual o impacto financeiro da redução de 50% do ISS concedido pelo município às empresas 2011.
    Por volta das 15h, o vereador Pastor Ronaldo enviou um memorando ao presidente da Câmara dos Vereadores, Paulo Bagueira (PPS), retirando sua assinatura. Segundo apurou o GLOBO—Niterói, o pastor teria sido pressionada por membros da comissão presidida por Beto da Pipa. Simultaneamente, o peemedebista apresentou um novo pedido de abertura de CPI por ele e Ronaldo, e pelos governistas Rodrigo Farah (PMDB), Verônica Lima (PT), Renato Cariello (PDT), Priscila Nocetti (PSD) e pelo líder do governo, Milton Calm (PP). Segundo Beto, também aderiram ao documento José Vicente Filho (PPS), Andrigo (PT do B) e Jayme Suzuki (PSC).
    Cálculo da passagem ainda é um mistério
    Desde a semana passada, o GLOBO-Niterói pede o acesso a planilha de custo usada pelo município para determinar o valor das passagens, que no inicio do mês subiram para R$ 2,95, mas foram reduzidas no último dia 19 para R$ 2,75 após as manifestações populares contrárias ao aumento. Também assinaram pela oposição, Paulo Eduardo Gomes e Renatinho, ambos do PSOL, e da base de sustentação do prefeito Rodrigo Neves (PT), Leonardo Giordano (PT), Tânia Rodrigues (PDT) e Pastor Ronaldo (PTN). A medida deve gerar efeito cascata com a adesão dos demais vereadores que compõe a base.
    O cálculo do custo da tarifa de ônibus em Niterói é um mistério. Questionada pelo GLOBO-Niterói como ele é feito na cidade, a prefeitura informou que o cálculo se baseia em metodologias e conceitos editados pelo antigo Geipot — Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes, criada na década de 60. E que não poderia fornecer imediatamente a planilha de cálculo por se tratar de um documento de mais de duas mil páginas não digitalizadas. Na semana passada, o município prometeu abrir os dados até sexta-feira.
    Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Setrerj), diferentemente do Rio de Janeiro, onde os custos são calculados pela Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor), em Niterói os valores são negociados diretamente entre prefeitura e empresários.
    A base, segundo a prefeitura de Niterói, é uma planilha criada na década 90 por técnicos da Geipot, baseada na observação de “reflexos e condições de fatores físicos e operacionais da infraestrutura viária municipal e metropolitana; condicionantes institucionais e condicionantes econômicas; fatores e requisitos obrigatórios de modernidade, atualidade e tecnologia a serem inseridas no serviço.”
    Na prática, a tarifa é resultante do cálculo dos insumos, custos e despesas fixas e indiretas necessárias à prestação do serviço, utilizando-se o índice de variação inflacionária relativa ao período. Nos parâmetros operacionais são consideradas a quilometragem rodada, a frota e a demanda.
    Na realização do levantamento de preços e despesas são considerados o preço do diesel, do pneu, da recapagem e até da câmara de ar. Assim como as despesas com pessoal — motorista, cobrador, supervisor, despachante, dissídio da categoria etc.
    Prefeitura não sabe de onde virá os recursos
    Desde do anúncio oficial da redução da tarifa, o município tenta encontrar uma fórmula para assumir o custo. Somente a isenção de impostos para o setor não é suficiente para a medida. Em 2012, a prefeitura arrecadou R$ 2,5 milhões em tributos pagos pelas empresas de ônibus. Se para cada um dos passageiros a prefeitura terá que custar R$ 0,20, por ano, a conta será de R$ 14,4 milhões por ano.
    Uma saída que está sendo analisada pelo Executivo é dar subsídio direto às empresas. Contudo, a medida esbarra nos problemas de caixa que o município vem passando desde o início do ano, que o levaram a fazer corte de pessoal e à redução das despesas da administração direta e indireta.

    Fonte:  o Globo

    quinta-feira, 27 de junho de 2013

    Governador do Rio recebe manifestantes de grupo desconhecido para negociar

    O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), recebeu nesta quinta-feira (27) em seu gabinete no Palácio Guanabara, na zona sul, cinco manifestantes de um movimento recém-criado na internet batizado de “Somos o Brasil”.
    Os integrantes do grupo disseram que estavam entre os acampados em frente à esquina da rua Aristides Espínola com a avenida Delfim Moreira, no Leblon, onde mora o governador.
    Já os manifestantes associados desde o início ao questionaram a representatividade do grupo que participou da reunião com Cabral e os secretários Sérgio Côrtes (Saúde), Wilson Risolia (Educação) e Wilson Carlos (Governo).
    “É uma representação muito estranha. A maioria dessas pessoas nem chegou a passar uma noite no acampamento. Até o nome do grupo (“Somos o Brasil”) é parecido com o slogan (“Somos um Rio”) usado na última campanha eleitoral do PMDB” , disse o ator Zeca Richa, 27, em uma referência ao tema de reeleição do prefeito Eduardo Paes, aliado político de Cabral.
    Richa participou do início da ocupação na calçada do Leblon, assim como o colega Pedro Casarin, 26. Ambos já abandonaram o acampamento.
    “Acabei saindo porque fui ameaçado enquanto estava por lá”, afirmou Casarin, sem detalhar o episódio.
    Estudante de história, Bruno Cintra, 29, segue acampado na Delfim Moreira. Vinte pessoas ainda permanecem nas calçadas do Leblon.
    “Estão tentando manipular a situação dando espaço a um grupo falso de manifestantes”, acusou Cintra.
    Após o encontro com o governador, Eduardo Oliveira, um dos cinco integrantes do “Somos o Brasil”, fez um rápido pronunciamento e se retirou sem responder as perguntas dos jornalistas.
    “Viemos hoje aqui para abrir um canal de comunicação com o senhor governador. Vamos fazer uma pauta [de reivindicações] que será entregue ao senhor governador”, disse Oliveira.
    Procurada pela Folha, a assessoria de Sérgio Cabral não se pronunciou sobre o encontro com os jovens do “Somos o Brasil”.
     
    Marcelo Sayão/Efe
    Acampamento montado por manifestantes perto da casa do governador Sérgio Cabral, no Rio
    Acampamento montado por manifestantes perto da casa do governador Sérgio Cabral, no Rio

    Fonte:

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    Dilma se reúne com líderes e vice-líderes governistas do Senado

    Encontro na tarde de hoje acontece depois de reunião de mais de três horas com presidentes de partidos da base

    
Dilma se reúne com líderes dos partidos da base aliada no Senado
Foto: André Coelho / O Globo
    Dilma se reúne com líderes dos partidos da base aliada no Senado André Coelho / O Globo
    BRASÍLIA — A segunda leva de reuniões entre a presidente Dilma Rousseff com os aliados começou às 15h15 desta quinta-feira. Dilma está reunida com líderes e vice-líderes governistas no Senado. Mais cedo, a presidente esteve com presidentes dos partidos governistas e tratou da reforma política. A presidente também vai convocar uma reunião ministerial, que acontecerá neste sábado.
    Participam da reunião os senadores Acir Gurgacz (PDT-RO), Antônio Carlos Rodrigues (PR-SP), Benedito de Lira (PP-AL), Eduardo Amorim (PSC-SE), Eduardo Braga (PMDB-AM), Eduardo Lopes (PRB-RJ), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Gim Argello (PTB-DF), Inácio Arruda (PCdoB-CE), José Pimentel (PT-CE), Sérgio Petecão (PSD-AC), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e Walter Pinheiro (PT-BA). Também estão presentes o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o vice Michel Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
    Está previsto ainda para hoje reunião de Dilma com líderes da Câmara. Na reunião de Dilma hoje de manhã, os presidentes dos dez partidos governistas apoiaram o plebiscito para reforma política. Somente o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), defendeu que seria mais adequado um referendo.
    O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que o plebiscito irá “nortear” a reforma. A presidente mandará a mensagem ao Congresso na próxima semana.

    Fonte: O Globo

    Manifestantes estão concentrados no centro do Rio

    Rio de Janeiro – Um grupo ainda pequeno de manifestantes está concentrado, neste momento, na praça ao fundo da Igreja da Candelária, que fica no cruzamento das avenidas Presidente Vargas e Rio Branco, principais vias da área central da cidade. Eles ainda estão decidindo o itinerário da passeata, que poderá seguir rumo à prefeitura ou à Cinelândia.

    Os manifestantes portam cartazes com dizeres contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37, que limita o poder de investigação do Ministério Público, e reclamam da situação dos fundos de pensão de empresas que foram extintas, como a Vasp, a Varig e a Transbrasil. Algumas pessoas estão enrolados em bandeiras.

    O comércio da região começou a se proteger, instalando tapumes de madeira e até chapas de aço em frente a alguns estabelecimentos. Algumas instituições públicas liberaram os funcionários mais cedo.

    No momento, os policiais observam a movimentação, mas não intervêm diretamente no processo. Até o momento, o trânsito não foi afetado porque os manifestantes ainda não foram para as ruas.

    Fonte: Vladimir Platonov - Agência Brasil

    Policiais federais procuram Natan Donadon em Brasília

            
    Natan Donadon pode ser preso a qualquer momento nesta quinta-feira. Foto: Iano Andrade/CB/D.A Press/Arquivo
    Natan Donadon pode ser preso a qualquer momento nesta quinta-feira. Foto: Iano Andrade/CB/D.A Press/Arquivo
    O deputado federal Natan Donadon (PMDB-RO) pode ser preso a qualquer momento nesta quinta-feira. Segundo o advogado Nabor Bulhões, o parlamentar provavelmente se entregará ainda hoje à polícia. Segundo a Globonews, havia um acordo com a Polícia Federal de o deputado se entregar pela manhã na superintendência do órgão em Brasília, o que não aconteceu. Policiais saíram em busca do parlamentar.

    "Ele tem de ter um tempo para se preparar psicologicamente. Foi isso que ele me disse", explicou o advogado ao site Congresso em Foco.

    Agentes da Polícia Federal estiveram ontem à noite na residência do parlamentar em Brasília, após o Supremo Tribunal Federal (STF) expedir a ordem de prisão, mas não o encontraram. O juiz da vara de execução penal de Brasília também recebeu o comunicado de que o deputado será preso.

    Ao ser preso, Donadon deverá ser levado ao Centro de Custódia do Presídio da Pampulha.

    Donadon foi condenado em outubro de 2010 a 13 anos, quatro meses e dez dias de prisão em regime inicialmente fechado pelos crimes de formação de quadrilha e peculato. É a primeira vez que alguém condenado pelo tribunal será preso desde a Constituição de 1988.

    O presidente da Câmara, Eduardo Alves (PMDB-RN), informou ontem que se Donadon vier para a Câmara, ele será preso pela Polícia Legislativa.

    "A Casa, exemplarmente, irá abrir processo, dar prazo de cinco sessões para defesa e, em seguida, levar o processo ao plenário imediatamente. No Supremo, demorou quase dois anos, mas a Casa quer decidir rapidamente. (E a prisão?) É uma decisão do Supremo, não caberá à Câmara nenhuma atitude (de impedir a prisão). O que a Câmara irá fazer é apreciar o que lhe cabe, o processo de perda do mandato", disse Henrique Alves.

    A prisão do deputados foi decidida, quarta-feira, no julgamento dos segundos embargos de declaração apresentados pelo parlamentar - uma espécie de recurso do recurso. A defesa alegou que Donadon não poderia ser preso, porque era deputado. Em 2010, um dia antes de ser condenado pelo STF, Donadon renunciou ao mandato que exercia. No mesmo ano, ele concorreu novamente a deputado, foi eleito para um novo mandato e tomou posse em 2011. Na sessão desta quarta-feira, o ministro Teori Zavascki ressaltou que não há incompatibilidade entre a atividade parlamentar e a prisão.
     
    Fonte: Diário de Pernambuco

    Dilma: 'não existe tarifa zero'

    Em reunião com dirigentes de cinco centrais sindicais, presidente afirmou que transporte gratuíto é inviável

    BRASÍLIA - Em reunião com dirigentes de cinco centrais sindicais, nesta quarta-feira, a presidente Dilma Rousseff disse que "não existe tarifa zero" no transporte coletivo, detalhou os planos para conter a onda de protestos no País e afirmou estar disposta a entrar em campo para pôr os pingos nos 'is' nessa luta política. "O meu governo vai disputar a voz das ruas", afirmou Dilma aos sindicalistas.
    Sem ser interrompida durante 35 minutos, ela disse respeitar as manifestações, mas admitiu temer a ação de grupos com outros interesses que não os de movimentos pacíficos. Ao citar a redução do preço das passagens de ônibus, metrô e trens metropolitanos nas principais capitais, Dilma disse que o transporte gratuito é inviável. "Não existe tarifa zero: ou se paga passagem ou se paga imposto", insistiu.

    A presidente pediu apoio aos sindicalistas para a proposta de convocação de um plebiscito, com o objetivo de ouvir o que a população quer mudar no sistema político. A ideia rachou o movimento sindical. A presidente também não conseguiu convencer os dirigentes a suspender a greve geral marcada para 11 de julho e muitos deles deixaram o Palácio do Planalto sem esconder a irritação com o que chamaram de "reunião para inglês ver".

    "O controle da inflação é primordial. Mas a consulta popular para fazermos avançar a reforma política também é", argumentou Dilma, de acordo com relatos dos participantes do encontro. Para a presidente, é preciso bater nessa tecla agora para que as mudanças entrem em vigor na eleição de 2014, quando ela disputará o segundo mandato.

    Dilma e a cúpula do PT defendem o financiamento público de campanha, sob o argumento de que essa é a melhor forma de coibir o abuso do poder econômico. O problema é que não há consenso em torno da proposta nem mesmo na base aliada do governo no Congresso. "A corrupção é um crime hediondo e nós precisamos enfrentar isso", afirmou Dilma, ao lembrar um dos pontos do pacto lançado pelo Planalto em resposta à onda de protestos.

    Acuado pelas manifestações, o Senado aprovou na noite desta quarta-feira o projeto que transforma a corrupção em crime hediondo. O texto, agora, seguirá para a Câmara.

    Ao levantar essa bandeira, o PT também quer construir uma agenda positiva num momento em que os réus petistas do mensalão aguardam julgamento de seus recursos, por parte do Supremo Tribunal Federal, na tentativa de diminuir suas penas. Embora dirigentes e parlamentares do PT estejam insatisfeitos com a "centralização" do governo Dilma, a intenção do partido é virar a página da crise e definir uma estratégia para se reaproximar dos movimentos sociais.

    O encontro de Dilma com os sindicalistas acabou tenso porque ela levantou e foi embora depois que todos os inscritos externaram sua opinião sobre os problemas do País. "Foi mais uma reunião para ouvir os planos mirabolantes da presidente. Saímos daqui como sempre saímos: sem encaminhamento de nenhuma das nossas reivindicações", criticou o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical.

    O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, tentou amenizar o clima de mal estar após o encontro. "Essa reunião não foi chamada para tratar de nossa pauta, mas, sim, das manifestações nas ruas", comentou Freitas. "É verdade que a pauta está travada e o governo precisa ter agilidade. Mas, se não negociar, faremos o que sempre fizemos, tanto que já temos greve marcada para 11 de julho."

    "O que a presidente está tentando é engabelar o povo com essa história de plebiscito, para desviar a atenção da crise de seu governo", atacou José Maria de Almeida, presidente do PSTU e coordenador da CSP-Conlutas. "Enquanto ela tentar controlar a inflação com ajuste fiscal e mantiver esse modelo econômico não tem solução."

    Fonte: Vera Rosa - O Estado de S. Paulo

    Congresso reage, derruba voto secreto e define corrupção como crime hediondo

    Congresso reage, derruba voto secreto e define corrupção como crime hediondo

    Dida Sampaio/Estadão

    Em marcha forçada pela pressão das ruas, Câmara e Senado adotaram um ritmo frenético de votações ontem e aprovaram várias propostas – algumas em tramitação há décadas – que surgiram na pauta de reivindicação da sociedade nas manifestações dos últimos dias.
    Nesse compasso, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou a proposta de emenda constitucional (PEC) que institui o voto aberto para processos de cassação de mandato de parlamentar por falta de decoro e por condenação criminal, que ficou quase seis anos no limbo das votações. O Senado concluiu a votação, relâmpago, da lei que regulamenta a distribuição do Fundo de Participação dos Estados (FPE) com uma cláusula de proteção aos Estados. O Congresso deveria ter deliberado sobre as regras de distribuição do fundo em 1991.
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    Protestos continuam e manifestantes levam a pauta das ruas para presidentes da Câmara e do Senado. (Dida Sampaio/Estadão)
    Tanto o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), quanto o da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), convidaram representantes de movimentos e jovens ativistas que ocupam as ruas para reuniões no Parlamento com o propósito de conhecer a pauta de reivindicações. Deles, ouviram pedidos por mais cidadania, menos corrupção e até mesmo para que Calheiros deixe a presidência do Senado e o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) renuncie à presidência da Comissão de Direitos Humanos.
    Na pauta do clamor popular, a Câmara já havia rejeitado na noite de terça-feira a proposta de emenda constitucional que retrava poderes de investigação do Ministério Público. Antes apoiada pela maioria absoluta dos deputados, a chamada PEC 37 foi surpreendentemente derrubada por 430 votos contra apenas 9 a favor e 2 abstenções.
    A proposta que institui o voto aberto nos processos de cassação dos parlamentares foi apresentada pela primeira vez em 2007 e, no ano passado, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) insistiu e reapresentou a ideia.
    Donadon e mensaleiros. Aprovada na CCJ da Câmara, será agora apreciada por uma comissão especial. Depois, seguirá para o plenário, onde terá de ser aprovada por 308 votos, em dois turnos. O projeto já foi aprovado pelo Senado. Não será aprovada antes do julgamento do deputado Natan Donadon (PMDB-RO), que teve ontem pena de prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por seus pares (leia na A8). Mas deverá valer para os condenados no processo do mensalão, cujo julgamento na Casa deve ocorrer em 2014.
    Também será julgado por voto aberto o parlamentar que firmar contrato com órgão ou entidade pública ou assumir um cargo nessas instituições após eleito. Valerá o voto aberto se o parlamentar responder a processo de cassação por acúmulo de mandato eletivo, se for proprietário ou diretor de empresa contratada por órgão público, ou se ocupar um cargo nesse tipo de instituição. Todos esses casos já estão previstos na Constituição e podem resultar em perda de mandato, mas o voto era secreto.
    Fundo estadual. O projeto que estabelece as regras para a distribuição do FPE foi aprovado em cima da hora. O STF havia decidido que o Congresso deveria criar nova legislação para o fundo dos Estados até hoje. O projeto entrará em vigor com a sanção da presidente Dilma Rousseff. Como o FPE é formado por 21,5% da receita do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), deputados e senadores inseriram um dispositivo impedindo que desonerações relativas a esses tributos, concedidas pela União para estimular determinados setores, reduzam os repasses aos Estados. Agora a União só pode desonerar impostos federais.

    Fonte: JOÃO DOMINGOS / BRASÍLIA – O Estado de S.Paulo