quinta-feira, 31 de julho de 2014

Paes já disse que Lula "é omisso com corrupção". E agora, que dizer de Bethlem?

Enquanto denúncias contra Rodrigo Bethlem explodem no Rio, Paes mantém silêncio


Em 2005, quando houve a polêmica alimentada pela oposição para criticar a medida provisória do Governo Federal que autorizava a criação de novos cargos, o então deputado federal Eduardo Paes (PSDB-RJ) girava sua metralhadora em direção ao presidente Lula e não economizava nas acusações: "É o Estado sendo utilizado para engolir o dízimo do PT. O Delúbio Soares deve ter comemorado cada uma dessas medidas provisórias", disse Paes naquela época à Revista Veja. Dois meses depois, fez outro ataque à Presidência, no dia 24 de agosto, para a mesma revista: "Está na hora de os caras-pintadas da UNE, que recebem recursos vultuosos, deixarem de fazer passeatas vagas, como se o atual governo não tivesse relação com a corrupção". 
No mês seguinte, Paes voltou às páginas da Veja para citar o nome do presidente Lula, de forma depreciativa, claro: "Severino adotou o modo Lula de ser. Começa negando as acusações. Depois, responsabiliza adversários por erros que cometeu. O próximo passo será dizer que foi traído", disse ele se referindo à Severino Cavalcanti, então presidente da Câmara, acusado de receber R$ 10.000 mensais do concessionário do restaurante da Câmara, de março a novembro de 2003. 
Eduardo Paes
Eduardo Paes
A artilharia pesada se manteve em 2006, ano marcado pela eleição presidencial. Paes pegou uma carona na CPI dos Correios para despejar uma série de acusações contra o Governo do PT. Como deputado federal e relator-adjunto da CPI, disse na época que alguns parlamentares foram beneficiados pelo mensalão, mas deveriam ser "perdoados" na Câmara. E foi nesse episódio que Paes comentou: "Há um corporativismo ferrenho. É por isso que os deputados envolvidos não empobreceram, não andam pelos cantos e estão gordinhos e bronzeados". 
No início de 2006, uma reportagem do Jornal do Brasil - "PT vai entrar na Justiça contra Fernando Henrique" - destaca as acusações feitas pelo ex-presidente FHC contra o Partido dos Trabalhadores e também contra Lula: "A ética do PT é roubar e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é omisso com corrupção". Eduardo Paes, naquela época secretário-Geral do PSDB, endossou as declarações de FHC: "não falou nada além da verdade". Dias depois, Paes se irritou com a divulgação de uma pesquisa acerca da popularidade do governo federal que dava à Lula maior credibilidade e carregou nas acusações: "o petista voltou à liderança nas pesquisas devido a uma combinação de desfaçatez e cara-de-pau". Paes prometeu desmascarar Lula durante a campanha eleitoral naquele ano e ainda apontou como arma poderosa do PSDB o ex-presidente FHC, que "sabe como ganhar da demagogia e da farsa que é o PT".
Em março de 2006, quando foi apresentado o relatório final da CPI dos Correios, Eduardo Paes encabeçou o coro das críticas contra o PT e o presidente Lula na bancada da oposição na Câmara. "Não vou participar da dança da pizza. Há provas documentais e testemunhais para pedir o indiciamento dos dois", afirmou Paes se referindo ao pedido de indiciamento dos ex-ministros José Dirceu e Luiz Gushiken. Ás vésperas das eleições naquele ano, o atual prefeito do Rio afirmou durante uma entrevista no portal UOL que "o Governo Lula fez muito mal ao Brasil". 
Agora, em 2014, o braço direito de Eduardo Paes, Rodrigo Bethlem, que inclusive coordenou a campanha de sua reeleição, em 2012, e como prova de confiança já teve sua passagem nas secretarias Ordem Pública, Assistência Social e Governo do prefeito Paes, é acusado de denunciado pela sua ex-mulher, Vanessa Felippe, de envolvimento em esquema de corrupção na prefeitura. Pelas conversar entre Vanessa e Bethlem, que foram gravadas sem ele saber pela própria ex-mulher, o deputado assume ter recebido uma espécie de mesada da ONG Casa Espírito Tesloo, entre 2011 e 2012, além de receber cerca de R$ 100 mil mensais em propinas através de processos firmados com a sua secretaria e ainda possuir conta não declarada na Suíça. Mesmo com tantas evidências e confissões do próprio deputado federal, Paes, desta vez, não apontou sua artilharia contra seu ex-secretário de Desenvolvimento Social.
O vereador Jefferson Moura (Psol) acredita que o prefeito Eduardo Paes está tentando preservar a imagem do seu governo, quando nega uma postura mediante as denúncias contra o seu "super secretário" Bethlem, acusado de atos ilícitos. Para Moura, Paes está diante da oportunidade de fazer a coisa certa, que para o vereador seria propor a sua base assinar o pedido de CPI para apurar as denúncias.  "Ele foi muito atuante na CPI dos Correios, agora era hora de tomar a mesma postura", disse o vereador.
"Não só Eduardo Paes, mas Pezão e todo o PMDB foi atingido pelo escândalo Bethlem", afirmou o vereador Márcio Garcia (PR/RJ). Integrando o grupo de vereadores que solicitaram a instalação da CPI na Câmara, Garcia questiona a que ponto o prefeito Paes sabia dos fatos denunciados por Vanessa Felippe. Ele acredita que pelos meios legais é possível chegar à verdade em breve. Enquanto isso, ele continua questionando os motivos do silêncio do prefeito com relação ao caso.

LÍDER DO PT SOBRE AÉCIO: “RECONHECER NÃO BASTA”


Ao 247, deputado federal Vicentinho (PT-SP) comenta a admissão, pelo candidato Aécio Neves (PSDB), de que usou o aeroporto construído em terra de sua família, na cidade de Cláudio (MG); "Eu acho que reconhecer não basta, reconhecer um fato notório que põe em dúvida a postura ética do Aécio não basta", disse; petista lembra que, por isso, apresentou requerimento para que a Anac investigasse o aeródromo; "Isso (o reconhecimento) não o isenta de culpa de nada", acrescentou; sobre a influência do caso nas eleições, opinou: "o povo deve avaliar"; em artigo publicado hoje, tucano disse reconhecer "equívoco"
O líder do PT na Câmara, deputado federal Vicentinho (SP), acredita que "reconhecer não basta" no caso do uso, pelo candidato Aécio Neves (PSDB), do aeroporto construído em terra de sua família na cidade mineira de Cláudio. Ontem, pela primeira vez, o senador tucano admitiu ter usado a pista "várias vezes" e reconheceu a possibilidade de um "equívoco" ao não ter se preocupado em examinar em que estágio estava o processo de homologação da obra.
"Eu acho que reconhecer não basta, reconhecer um fato notório que põe em dúvida a postura ética do Aécio não basta", afirmou Vicentinho, em entrevista ao247 nesta quinta-feira 31. "Por isso é que eu fiz um requerimento à Anac para que se investigue" o caso, acrescentou o parlamentar, citando, por exemplo, quais aviões e quando foram realizados voos na pista construída no final do mandato de Aécio como governador de Minas.
"Isso (o reconhecimento) não o isenta de culpa de nada. Como alguém que reconhece que matou uma pessoa, tem que pagar pelo crime", defendeu ainda o petista. Questionado sobre como o fato poderia respingar na campanha presidencial do tucano, Vicentinho evitou prever consequências negativas. "O povo deve avaliar né. Nossa preocupação não é fazer um jogo político eleitoreiro, mas ir em busca da verdade", declarou, sobre a presidente Dilma Rousseff.
Na última segunda-feira 28, o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, avaliou o caso como "a ponta do iceberg de Aécio", o que gerou reação indignada dos tucanos. Sobre a declaração, Vicentinho novamente evitou polêmica: "Eu não sei ainda o que tem pela frente, por isso pedimos para apurar". De acordo com denúncia publicada pela Folha de S. Paulo há 11 dias, Aécio construiu o aeroporto em uma propriedade que pertenceu ao seu tio avô usando R$ 14 milhões do governo.
Fonte: 247

terça-feira, 29 de julho de 2014

Chegou ao fim! Ronaldinho Gaúcho deixa o Atlético-MG

O futuro do jogador ainda não foi definido, mas o destino deve ser a Europa

Belo Horizonte, MG, 28 (AFI) – O casamento acabou. Ronaldinho Gaúcho não é mais jogador do Atlético-MG. A decisão foi tomada em comum acordo entre a diretoria do clube e o empresário e irmão do meia, Roberto Assis, em reunião realizada na tarde desta segunda-feira. A relação, que já estava estremecida, chegou ao fim após o craque não se reapresentar na última sexta-feira e ser visto em uma casa noturna em Salvador.
"Não conto mais com Ronaldinho", disse Kalil, em entrevista à Sportv. "Terminou o ciclo do Ronaldinho conosco, infelizmente. Porque ele é um ídolo de todos nós. Todo mundo gosta do seu futebol, da maneira que ele joga, ele é muito carismático. Mas é assim que funciona, ele está saindo e a gente vai seguir sem ele".
Após ser considerado uma das principais peças na conquista da Copa Libertadores da América em 2013, Ronaldinho Gaúcho caiu de produção e não vinha demonstrando o mesmo futebol da época da conquista, tanto é que não estava mais sendo muito aproveitado pelo técnico Levir Culpi, que chegou até a dar explicação para Assis sobre as decisões tomadas dentro das quatro linhas.
O  jogador tinha contrato com o Atlético-MG até o final da temporada, mas sua saída já era especulada nos bastidores há muito tempo. Porém, o “casamento” só chegou ao fim, pois o jogador foi liberado para participar da despedida do meia Deco, em Portugal, mas, como perdeu o voo, preferiu curtir as praias e baladas de Salvador, invés de se reapresentar juntamente com o restante do elenco, ocasionando um mal-estar com a diretoria do clube.

A sua saída aconteceu em comum acordo, muito devido pelo o que o jogador fez vestindo a camisa do Atlético-MG, ajudando o clube ser reconhecido internacionalmente, com as conquistas da Copa Libertadores da América, além da Recopa Sul-America.
No Galo, o meia também reencontrou o seu bom futebol. Não dos tempos de Barcelona, mas um patamar acima do que a média, o que foi o suficiente para se destacar, e deixar para trás os lampejos que teve no Flamengo e no Milan.
Apesar da saída ser oficializada, o futuro de Ronaldinho Gaúcho ainda segue indefinido. Nos últimos dias, o jogador recebeu uma proposta do Boca Juniors, mas seu destino deve ser a Europa. O Besiktas, da Turquia, aparece como opção. O craque teria também sondagens de times da Itália.
Fonte: http://www.futebolinterior.com.br/

DILMA AFIADA USA ESTILO ‘BATEU, LEVOU’ EM CAMPANHA

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Presidente não deixa provocação sem resposta; em entrevistas longas, como a concedida ontem, falas ligeiras ou discursos, Dilma Rousseff mostra que deixou no passado o figurino paz e amor que prevaleceu na campanha de 2010; para se desvencilhar dos ataques da oposição, agora ela aposta na sinceridade sem meias palavras; "O pessimismo pré-Copa está agora na economia", definiu sobre projeções catastrofistas do mercado financeiro; "Bancos interferirem na política é inadmissível", estabeleceu na direção do mercado financeiro após o imbróglio da recomendação partidária e oposicionista do Santander; "O que acontece em Israel é um massacre", crava em política internacional; programa de televisão vai usar e abusar de comparações entre gestões petista e tucana; agora é 'bateu, levou'
A presidente Dilma Rousseff deixou no cabide o figurino de candidata vestido em 2010, quando venceu a disputa usando um modelito do melhor estilo 'paz e amor'. Protegida pelo então presidente Lula, ela não precisou entrar em bolas divididas com o adversário José Serra e flanou sobre o eleitorado enquanto seu padrinho político se encarregava de comprar suas brigas.
Agora é diferente, já se viu na longa entrevista à mídia tradicional concedida ontem pela presidente. Diante de uma certa pressão nas perguntas, o que se viu foi uma Dilma segura, objetiva e nada disposta a aceitar calada as críticas feitas ao seu governo. Ela igualmente não se incomodou em deixar, com frases curtas e palavras fortes, suas posições sobre temas do momento.
Essa Dilma que parece à vontade no chamado estilo 'bateu, levou' surge nitidamente em suas posições a respeito dos ataques desferidos, diariamente, à gestão da política econômica:
- O pessimismo da fase pré-Copa passou para a política econômica, afirma a presidente, ganhando com a frase a manchete desta terça-feira 29 do jornal Folha de S. Paulo. A se considerar o tom das últimas notícias destacadas no mesmo espaço pela publicação da família Frias, Dilma conseguiu o melhor momento para o seu governo, ali, em semanas.
A presidente também não ficou nem por um minuto quieta diante da gafe cometida pelo banco espanhol Santander no Brasil, com o relatório para clientes de alta renda com a associação nominal da presidente ao fracasso econômico futuro.
- Bancos interferirem na política é inadmissível, rebateu uma Dilma, como se diz, curta e grossa.
A ênfase de Dilma vai sendo apurada, no tocante a efeitos eleitorais, em pesquisas feitas por sua equipe de campanha. O que se sabe, inicialmente, é que pouca gente vai estranhar uma candidata que avança pela linha do 'fala o que pensa', uma vez que Dilma nunca foi dada, no governo, a floreios sobre suas posições. Em outras palavras, a Dilma 'bate, levou' combina mais com o momento atual da presidente, cercada por ataques nas frentes econômica e política, do que a Dilma 'paz e amor'.
No governo, o momento da presidente tem levado, também, à tomada de posições claras e objetivas. Depois de se fortalecer com a reunião dos Brics, realizada no Brasil, e a aproximação com a Unasul, Dilma posicionou o Brasil na linha de frente à oposição à Israel, na faixa de Gaza:
- O que há da parte de Israel não é um genocídio, e sim um massacre, atalhou a presidente diante de uma das perguntas que lhe foram dirigidas ontem. Dilma não se intimidou com a postura crítica à decisão brasileira de censurar o governo de Benjamin Netanyahu pelo "uso desproporcional" da força na faixa de Gaza.
A Dilma afiada, com respostas na ponta da língua, sem medo de devolver perguntas difíceis com respostas desconcertantes pela clareza, é que está entrando em campo para a disputa pela reeleição. Osso duro.
Fonte: 247

LULA: BRASIL É PAÍS QUE DÁ MAIS LUCRO AO SANTANDER

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Em discurso na 14º plenária da Central Única dos Trabalhadores, o ex-presidente Lula disse que "não tem lugar no mundo onde o Santander esteja ganhando mais dinheiro que no Brasil"; segundo ele, a responsável pelo informe que prevê um cenário econômico negativo para o país caso a presidente Dilma seja reeleita "não entende porra nenhuma de Brasil" e cobrou sua demissão a Emilio Botin, presidente do grupo; para o petista, o governo federal não "vai jogar fora a confiança" que o país conquistou nos últimos anos
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu nesta segunda-feira (28) o informe produzido pelo Banco Santander que prevê um cenário econômico negativo para o país caso a presidente Dilma Rousseff seja reeleita.
Segundo ele, “não tem lugar no mundo onde o Santander esteja ganhando mais dinheiro que no Brasil”. “Aqui no Brasil o Santander ganha mais que em Nova York, Londres, Pequim, Paris, Madri e Barcelona”, disse durante a cerimônia de abertura da 14 Plenária Estatutária da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em Guarulhos, na Grande São Paulo.
Para Lula, a responsável pelo texto enviado a clientes da instituição "não entende porra nenhuma de Brasil" e questionou ainda o fato de ter chegado a um cargo de chefia.
“Botin, é o seguinte querido. Eu tenho consciência de que não foi você que falou, mas essa moça tua que falou não entende porra nenhuma de Brasil e não entende nada de governo Dilma. Manter uma mulher dessa em um cargo de chefia? Pode mandar embora”, disse o ex-presidente.
Para o petista, o governo federal não "vai jogar fora a confiança" que o país conquistou nos últimos anos. Ele também lembrou que o mesmo temor de danos à economia apareceu durante sua campanha à Presidência e que o mesmo Botin foi ao seu comitê para dizer que o mercado, na verdade, “não tinha nenhuma preocupação.” “As pessoas diziam que os banqueiros não iam fazer investimentos, que o mercado ia correr. E ele fez um discurso dizendo que o mercado não tinha nenhuma preocupação e ia continuar investindo no Brasil porque sabia da nossa responsabilidade”, concluiu Lula.
Ele afirmou que há investidores que falam mal do governo federal para terem lucro e "inventam mentiras contra outras pessoas".
Fonte: Brasil247

Eleições 2014: TRE-RJ impugna candidaturas com base na Lei da Ficha Limpa

O plenário do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) impugnou nesta segunda-feira (28/7) a candidatura à reeleição do deputado estadual Nilton Salomão (PT), com base na Lei da Ficha Limpa. Segundo o relator do processo, desembargador Abel Gomes, o deputado tem uma condenação criminal, o que impede a sua candidatura.
Ainda nesta segunda, o plenário do TRE-RJ impugnou a candidatura de outro deputado pelo mesmo motivo. Carlos Henrique de Souza da Silva (PCdoB) teve a sua candidatura impugnada para o pleito em outubro por ter anotação criminal em seu nome. O plenário aprovou outros 286 pedidos de registro. 
Os candidatos ainda podem entrar com recurso no Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília. 

Em nova gravação, Bethlem diz que foi 'muito útil a rei do ônibus'

Ex-mulher denuncia, perito atesta autenticidade dos vídeos, mas ainda não tem ninguém preso


Em nova gravação divulgada nesta segunda-feira pela revista Época um diálogo entre o deputado federal Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ) e a ex-mulher, a empresária Vanessa Felippe, sugere a contribuição do empresário Jacob Barata, conhecido como "rei do ônibus", à campanha política do ex-secretário de Ordem Pública do prefeito Eduardo Paes. Em um trecho da conversa, datada de novembro de 2011, Bethlem diz que "foi muito útil' ao empresário. "Não foi pouco não, foi muito. Eu derrubei sessão, tirei projeto", diz ele na gravação divulgada pela revista.
Ainda segundo Época , a empresária entregou anotações à revista que seriam de doadores de campanha. Em um dos papéis consta a menção a "40 ônibus" e "200 Jaco", que seriam referências às contribuições do empresário à campanha de Bethlem.  
Segundo a lei eleitoral, é vedada a contribuição de empresas prestadoras de serviço público às campanhas eleitorais. No entanto, Barata poderia ter contribuído como pessoa física. De acordo com a assessoria do empresário do ramo rodoviário, “a família Barata não fez qualquer contribuição, seja pessoal ou institucional, ao candidato Rodrigo Bethlem.
O curioso é que a ex-mulher de Bethlem denuncia, a revista publica e confirma com um perito a autenticidade dos vídeos, e ainda não tem ninguém preso. Será que no Rio de Janeiro pode-se roubar, mas não se pode quebrar?
No dia 15 de julho do ano passado o Jornal do Brasil publicou uma reportagem com o título: "Segurança pública atua em eventos privados da elite". Tinha sido um final de semana marcado pelo casamento de Beatriz Barata, neta do megaempresário dos transportes no Rio de Janeiro, Jacob Barata. Após uma manifestação absolutamente pacífica em frente ao Hotel Copacabana Palace, onde ocorria a festa, o vandalismo de algum convidado, que jogou um cinzeiro em direção ao público, custou a um manifestante um profundo corte na cabeça.
Trechos da NOVA gravação divulgada pela ex-mulher de Bethlem:
Vanessa - Tá, então deixa eu terminar. Por 16 anos, eu investi nisso aqui. O que quer que eu vá fazer agora, você sabe com o que você vai estar me ajudando, se me ajudar? Com dinheiro. Eu te ajudei com dinheiro na campanha? Por várias campanhas, seu maior colaborador, aliás, em quase todas as campanhas praticamente, o seu maior colaborador foi um homem chamado Jacob. Eu te ajudei com dinheiro, Rodrigo. 
Bethlem – Eu construí uma relação com ele, Vanessa? Como eu te apresentei milhares de pessoas. 
Vanessa - Eu não te ajudei com dinheiro, Rodrigo? 
Bethlem- Se você não construiu relação, é outra história. Eu fui muito útil... que ele goste de mim, goste de você, tudo bem. Eu fui muito útil pra esse cara na Câmara. Não foi pouco não, muito. Eu derrubei sessão, eu tirei projeto... 
Vanessa - Rodrigo, é a mesma coisa que estou lhe falando. Tá vendo como é? É igual. 
Bethlem - Não é igual 
Vanessa - É igual, olha aqui, é um pontapé. O que eu estou querendo dizer é o seguinte: você me ajudar com dinheiro?... Eu te ajudei com dinheiro, em todas elas. Fosse através do Jacob, fosse através do meu pai”.

Pezão elogia Bethlem: 'Te conheço muito. Com certeza quero estar do seu lado'

Vídeo foi publicado um dia antes de as denúncias contra o deputado virem à tona









Em vídeo de campanha política publicado nas redes sociais na última quinta-feira (24), o governador Luiz Fernando Pezão aparece fazendo elogios a Rodrigo Bethlem, candidato a deputado federal. "Nós começamos juntos, você é um batalhador. Te conheço muito, você é um grande deputado, acompanhei sua vida toda. Conte comigo. No que eu puder te ajudar nesse voos mais altos que você vai dar, com certeza eu quero estar do seu lado", diz Pezão. 
No dia seguinte, veio à tona a denúncia da revista 'Época' dando conta de que Bethlem  recebia propina na Prefeitura do Rio e mantinha conta na Suíça. Vanessa Felippe, ex-mulher de Bethlem, gravou também vídeos mostrando como ela recebia pensão: R$ 20 mil em dinheiro vivo.
O homem de confiança de Sérgio Cabral e Eduardo Paes foi denunciado pela mulher, que sempre se elegeu graças ao prestígio do pai na Zona Oeste do Rio. Vanessa Felippe denunciou que o ex-marido tem uma conta na Suíça e que recebia a pensão em dinheiro vivo. 
A revista só não publica trechos de uma gravação com os diálogos que Vanessa teve com uma amiga, embora a publicação tenha esses registros.
Segundo Época, numa conversa tensa em novembro de 2011, o deputado federal Rodrigo Bethlem, do PMDB do Rio de Janeiro, acertava com a empresária Vanessa Felippe detalhes do divórcio dos dois, como o valor que ele pagaria de pensão. Bethlem pedira licença da Câmara dos Deputados naquele ano para servir à prefeitura, como secretário municipal de Assistência Social. A discussão se estendeu por duas horas e meia na casa de Vanessa, num luxuoso condomínio da Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade. 
Segundo a revista, seria apenas uma briga de casal, sem interesse público, não fossem as revelações comprometedoras que Bethlem fez a Vanessa. Bethlem contou que embolsava aproximadamente R$ 85 mil por mês, além de seu salário como secretário. Na conversa, ele sugere que se tratava de propina oriunda de contratos da Secretaria, incluindo um convênio para cadastrar beneficiários do Programa Bolsa Família. Bethlem também afirmou ter uma conta bancária na Suíça e praticamente admitiu caixa dois em suas campanhas eleitorais. Vanessa gravou toda a conversa, mas a manteve em segredo por mais de dois anos.
Bethlem começou a pagar a pensão em 2012. Em vez de cheques ou depósito na conta bancária, Vanessa conta que recebia em casa pacotes com dinheiro vivo. Cada remessa continha R$ 20 mil em notas de R$ 100. Vanessa reclamava que a quantia era insuficiente para bancar as despesas domésticas. Ela decidiu instalar câmeras escondidas na casa e filmou pelo menos três entregas de dinheiro. Os pacotes eram trazidos por um assessor do gabinete de Bethlem na Câmara dos Deputados em Brasília.
Bethlem, de 43 anos de idade, trilhou o caminho da política bastante jovem. Filho da atriz Maria Zilda, foi nomeado aos 22 anos subprefeito da Lagoa, bairro da Zona Sul carioca, pelo então prefeito César Maia, hoje no DEM. Alguns anos depois, assumiu a subprefeitura de Jacarepaguá, na Zona Oeste, região mais populosa da cidade. Conseguiu se eleger vereador em 2000. O sucesso político veio pelas mãos do prefeito Eduardo Paes. No primeiro ano de mandato, em 2009, Paes nomeou Bethlem secretário de Ordem Pública. 
Na conversa gravada, Bethlem diminui o tom da voz ao falar sobre seus rendimentos. “Por que você está falando baixo? Não tem ninguém aqui”, diz Vanessa. Ele responde que estava “paranoico”. Diz que algum “inimigo” poderia ter grampeado seu telefone e que o aparelho, mesmo desligado, tem como gravar o diálogo. Não poderia imaginar que o perigo era o gravador que Vanessa acionara às escondidas. Bethlem diz que ganhava cerca de R$ 100 mil por mês. Afirma que sua “principal fonte de renda” era dinheiro proveniente de um dos contratos da Secretaria Municipal de Assistência Social. Tratava-se de um convênio para cadastrar famílias de baixa renda e criar um banco de dados com nomes e endereço de pessoas com direito a inclusão em programas sociais, como o Bolsa Família. Bethlem não conta a Vanessa que empresa fora contratada para o serviço, mas diz que o convênio tem prazo de sete meses.
Vanessa diz que começou a receber em casa R$ 20 mil em espécie. Sua reação foi filmar a entrega do dinheiro, feita por um emissário de Bethlem. O homem de bigode, óculos e com ar impaciente que aparece nos vídeos é José Carlos de Oliveira Franco, secretário parlamentar nomeado para o gabinete de Bethlem na Câmara. As imagens mostram Vanessa, com maços de notas de R$ 100 na mão, reclamando, diante de José Carlos, que o valor é insuficiente para pagar as contas domésticas, como tarifas de gás, água e salário de empregados.
Além de relatar ganhos suspeitos na Secretaria de Assistência Social, Bethlem ainda faz mais revelações comprometedoras na conversa de novembro de 2011. Ele relembra discussões anteriores do casal sobre a partilha de bens. Diz que, certa vez, Vanessa ameaçara revelar à polícia a existência de uma conta bancária que ele mantinha na Suíça. Vanessa nega ter feito a ameaça. Bethlem rebate: “Você por acaso não disse que, se eu não desse a metade (dos bens) para você, muita gente gostaria de saber que eu tinha conta na Suíça?”. Vanessa insiste que não fizera a acusação porque não tinha provas. Bethlem emenda: “Você está careca de saber que fui à Suíça para abrir uma conta lá... Não seja hipócrita”. Bethlem ainda diz a Vanessa que, por causa da ameaça, quase sofreu um infarto.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Trânsito para no primeiro dia útil sem Avenida Rodrigues Alves

Motoristas ficam parados nos principais acessos ao Centro do Rio na manhã desta segunda-feira

Rio - O trânsito na Região Portuária deu um nó já no início da manhã desta segunda-feira, primeiro dia útil sem a Avenida Rodrigues Alves, que foi fechada no último sábado para demolição do trecho restante do Elevado da Perimetral. O trânsito é caótico na Via Binário, Viaduto do Gasômetro e Avenida Francisco Bicalho, principais rotas alternativas. Motoristas precisam de paciência em direção ao Centro. O tempo chuvoso complica mais ainda o tráfego de veículos.
Trânsito caótico na Zona Portuária, em direção ao Centro do Rio
Foto:  Severino Silva / Agência O Dia
Quem está na Avenida Brasil, sentido Centro, encontra retenções em Irajá, Bonsucesso, Manguinhos e na chegada ao Caju. Na Ponte Rio-Niterói, os motoristas enfrentam trânstito ruim sentido Rio desde os acessos até as saídas para a Avenida Brasil, Gasômetro e Rodoviária Novo Rio. O tempo de travessia era de 45 minutos às 7h45. Quem optou em seguir pelo Viaduto do Gasômetro também não tem vida fácil, pois o trânsito está  congestionado.
Na Linha Vermelha, tráfego com retenções a partir da Linha Amarela, no sentido Centro. Retenções também, próximo à BR- 040, Infraero, no Fundão para quem quer acessar a Avenida Brasil e no Caju. Quem preferiou deixar à Zona Norte por vias internas em direção ao Centro também encontra trânsito ruim. Congestionamento na Rua Carolina Machado, Avenida Marechal Rondon e na Radial Oeste.
Para tentar minimizar os transtornos, barcas, metrô e trens fazem uma operação especial, com reforço na frota.
Agentes de tráfego ficam sem ação diante do nó no trânsito na Zona Portuária
Foto:  Severino Silva / Agência O Dia
'É um momento de adaptação', diz secretário de Transportes
A Avenida Rodrigues Alves, entre a Rodoviária Novo Rio e a Rua Professor Pereira Reis, na Zona Portuária, foi interditada na manhã de sábado para a remoção do último trecho do Elevado da Perimetral, como parte das obras do Porto Maravilha. E só voltará a ser aberta em 2015.
O secretário Municipal de Transportes, Alexandre Sansão, alertou para as dificuldades que os cariocas vão enfrentar a partir de hoje na região. “É um momento de adaptação. Peço para que as pessoas não venham para o Centro de carro. Usem barcas, trem e metrô”, frisa.
Segundo orientação da prefeitura, motoristas devem evitar a Avenida Brasil, na região no entorno do Instituto Nacional de Traumatologia (Into) e da rodoviária. Só vai ser possível acessar a pista lateral da Avenida Francisco Bicalho sentido Centro ou a Rua Comandante Garcia Pires, único trajeto dos ônibus municipais e intermunicipais à região portuária. Neste caso, os veículos que vêm da Avenida Brasil terão que subir para o Viaduto do Gasômetro até chegar à Via Binário do Porto ou à Avenida Francisco Bicalho. Quem vier da Ponte Rio-Niterói deve se manter no Viaduto do Gasômetro para acessar as duas ruas.
O fechamento da Avenida Rodrigues Alves também provocou alterações nos pontos de ônibus da região
Foto:  Fabio Gonçalves / Agência O Dia
Já na ligação Avenida Brasil ou Ponte Rio-Niterói para o Túnel Santa Bárbara, a chegada será preferencialmente pelo Gasômetro em direção à Via Binário. Os veículos seguirão pela via, pela Avenida Professor Pereira Reis, a Avenida Cidade de Lima, Rua Mendonça, Rua Santo Cristo, Viaduto Trinta e Um de Março e Túnel Santa Bárbara.
O fechamento da Rodrigues Alves também provocou alterações nos pontos de ônibus. Para quem tiver como destino a Zona Norte, as novas paradas ficam na Rua General Luís Mendes de Morais, ao lado do Terminal Padre Henrique Otte. Os passageiros que forem para a Baixada Fluminense ou Niterói devem se dirigir aos pontos da Via Binário. Já as linhas intermunicipais vindas da Baixada pela pista lateral da Brasil não chegarão ao Centro. Os ônibus serão obrigados a retornar na altura do Into.

Fonte: O Dia

domingo, 27 de julho de 2014

PREFEITURA VAI ABRIR AUDITORIA CONTRA BETHLEM

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A prefeitura do Rio de Janeiro vai abrir uma auditoria, na próxima segunda-feira (28), para apurar denúncias de recebimento de propina pelo ex-secretário municipal de Desenvolvimento Social, Rodrigo Bethlem; segundo reportagens das revistas Veja e Época, Bethlem disse a sua ex-mulher que recebia uma "mesada" de R$ 70 mil da organização não governamental (ONG) Casa Espírito Tesloo, que prestava serviços para sua pasta, entre 2011 e 2012
 A prefeitura do Rio de Janeiro vai abrir uma auditoria, na próxima segunda-feira (28), para apurar denúncias de recebimento de propina pelo ex-secretário municipal de Desenvolvimento Social, Rodrigo Bethlem. Segundo reportagens das revistas Veja e Época, Bethlem disse a sua ex-mulher que recebia uma "mesada" de R$ 70 mil da organização não governamental (ONG) Casa Espírito Tesloo, que prestava serviços para sua pasta, entre 2011 e 2012.
Em entrevista coletiva hoje (28) no Palácio da Cidade, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse que pediu à Controladoria do Município que analise todos os contratos firmados por Bethlem durante sua gestão na secretaria. Segundo Paes, em 2012, uma auditoria do órgão de controle apontou uma série de irregularidades e levou ao cancelamento do contrato da ONG Casa Espírito Tesloo com a Secretaria de Desenvolvimento Social.
"Quero garantir que faremos isso com absoluta transparência, informando a imprensa e a sociedade sobre todos esses contratos. Que essa atitude sirva de sinal claro para todos que trabalharam na prefeitura e para a sociedade, que me elegeu, que não há qualquer relação política ou pessoal que me fará ser conivente com qualquer caso de corrupção. Qualquer pessoa vai responder pelos seus atos, independente da ligação política, à população", disse Paes.
O prefeito disse ainda que ficou chocado e estarrecido com as denúncias contra Bethlem, que é deputado federal pelo PMDB. Ontem (25), depois da veiculação das denúncias, o parlamentar divulgou uma nota, em que nega as acusações feitas contra ele e classifica e diz que as denúncias são infundadas.
"Toda a minha vida pública foi pautada pelo respeito às leis e pela transparência na condução de minhas atividades e, sendo assim, repudio essa irresponsável tentativa de macular a minha imagem. Me causa surpresa que essas acusações tenham sido disparadas contra mim às vésperas de uma eleição, mas é visível que o intuito delas é ferir a reputação que alcancei pela minha dedicação à vida pública", diz a nota divulgada por Bethlem.
Fonte: Agência Brasil 

Cruz Vermelha Brasileira desviou R$ 2,3 milhões, diz jornal

Valor seria usado para socorrer as vítimas da crise na Somália, do tsunami no Japão e das enchentes da região serrana do Rio

Enchente em Teresópolis, Rio
Deslizamento de terra em Teresópolis, em 2011: campanha foi uma das desviadas


São Paulo – A Cruz Vermelha do Brasil desviou ao menos R$ 2,3 milhões arrecadados em três campanhas humanitárias, segundo matéria publicada no jornal Folha de S. Paulo desta sexta-feira.
Segundo a publicação, as doações desviadas deveriam socorrer as vítimas da crise na Somália, do tsunami no Japão e das enchentes da região serrana do Rio de Janeiro.
Cerca de R$ 1,8 milhões teriam sido repassados a uma ONG que pertence à mãe do vice-presidente da entidade na época das transferências, Anderson Marcelo Choucino.
Outros R$ 500 mil foram parar em um fundo de aplicação, para depois ter destino desconhecido.
A auditoria na Cruz Vermelha Brasileira foi feita pela empresa Moore Stephens, sob encomenda da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha.
A atual presidente da entidade, Rosely Sampaio, disse que o relatório da auditoria será levado à Justiça.
Fonte: Exame. com

PT QUER AMPLIAR DESGASTE DE AÉCIO COM AEROPORTO

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Comando do PT mineiro pediu à Aeronáutica informações sobre os voos que pousaram no Aeroporto de Claudio (MG), bem com os prefixos das aeronaves e os nomes dos passageiros; em outra frente, o site Muda Mais, comandado por Franklin Martins, publicou nota sobre "perguntas que pairam no ar"; ontem, em São Paulo, o senador Aécio Neves (PSDB/MG), disse que não falaria mais sobre o caso, por ter, segundo ele, prestado todas as informações necessárias; PT tentará esticar a crise tucana até o início do horário eleitoral
O Partido dos Trabalhadores traçou uma estratégia para desgastar o candidato tucano Aécio Neves, até o início do horário eleitoral, que começa no dia 19 de agosto. O plano consiste em esticar ao máximo a crise deflagrada na campanha tucana desde que o eclodiu o caso sobre a construção de um aeroporto em Claudio (MG), a seis quilômetros de uma fazenda do senador. O próximo passo será pedir à Aeronáutica a informação de todos os pousos e decolagens no aeroporto, segundo antecipou o colunista Felipe Patury, da revista Época, na nota abaixo:
Lista de espera
O comando do PT mineiro pediu à Aeronáutica informações sobre os voos que pousaram no aeroporto do município de Claudio, construído numa área em litígio entre o governo do Estado e parentes do presidenciável tucano Aécio Neves. Os petistas querem prefixos dos aviões e nomes dos tripulantes.
Em outra frente, o site Muda Mais, comandado pelo ex-ministro Franklin Martins, apontou perguntas a ser respondidas por Aécio. Entre elas, a sobre quem usa o aeroporto. No PSDB, o discurso oficial é o de que o caso já foi esclarecido e que todas as perguntas já foram respondidas. Ontem, num ato de campanha, em São Paulo, Aécio afirmou que só falaria sobre o Brasil, e não sobre a denúncia que surgiu na Folha de S. Paulo (leia mais aqui). O PSDB também divulgou nota a respeito.
No entanto, reportagem da jornalista Daniela Lima, publicada hoje na Folha de S. Paulo, informa que o QG de Aécio já tenta medir eventual impacto da crise do aeroporto em sua campanha. Segundo ela, a primeira crise na campanha tucana acendeu no QG o receio de que a rejeição a ele cresça antes mesmo que o senador se torne mais conhecido, a partir do início do horário eleitoral. Por isso mesmo, o PT fará de tudo para manter o tema no noticiário até o início da propaganda eleitoral gratuita.
Fonte: 247

sexta-feira, 25 de julho de 2014

MERCADANTE DEFENDE DILMA DO 'DERROTISMO DA MÍDIA'

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Em conversa com colunista Luis Nassif, chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, Aloizio Mercadante, usa o exemplo dos preparativos da Copa do Mundo para dizer que “modelo de cobertura distorcida foi aplicada na economia e contribuiu para derrubar o estado de espírito dos empresários”
Em conversa com o colunista Luis Nassif, o chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, Aloizio Mercadante, exemplifica como o “derrotismo” da mídia impacta no humor contra o governo Dilma Rousseff.
Ele usa o exemplo dos preparativos da Copa do Mundo para dizer que, “modelo de cobertura distorcida foi aplicada na economia e contribuiu para derrubar o estado de espírito dos empresários”. Leia:
Na campanha de Dilma Rousseff, a argumentação econômico-financeira está sendo elaborada pelo Ministro-Chefe da Casa Civil economista Aloizio Mercadante.
Aqui vai um resumo de uma conversa de mais uma hora com Mercadante.
A cobertura da Copa
Mercadante invoca a cobertura da Copa pelos jornais para reforçar a tese de que parte da responsabilidade pela quebra das expectativas empresariais decorreu de uma cobertura terrorista da imprensa e do fato de esconder os pontos positivos do país e que, nesse período, a economia se robusteceu.
Pede que se compare a cobertura da mídia pré-Copa e os resultados alcançados.
No Palácio do Planalto foi montada uma super-sala de situação, em que todos as pessoas envolvidas com a Copa acompanhavam o que estava sendo feito em tempo real, através de telões, com imagens monitoradas por GPS.
Até hoje não há noção clara sobre o que foi o feito de organizar a Copa.
Foram construídas algumas das maiores obras de mobilidade urbana nas principais capitais, como a Transcarioca, no Rio, ou a BRT no Distrito Federal.
Houve um aumento de 69 milhões de passageiros/ano nos aeroportos. No dia da inauguração, o maior destaque da imprensa foi uma goteira em um deles. No dia da inauguração do Itaquerão, o destaque foi a falta de sabonete em um dos banheiros.
A segurança mobilizou 157 mil homens, responsáveis pela escolta de 54 chefes de estado e personalidade em geral e de todas as seleções. Tudo sem um problema relevante.
Na sala de situação estava a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) monitorando o setor elétrico; a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) monitorando a saúde; a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) monitorando a telefonia; Polícia Federal, Rodoviária, Exército, Aeronáutica, Marinha (patrulhando os estádios em capitais litorâneas) monitorando a segurança. E toda essa gestão sendo feita em tempo real, com imagens em GPS de todas as seleções, imagens aéreas de todas as rotas por onde iria passar.
Todos esses preparativos foram ignorados pela mídia, que criou um clima de terror até começar a Copa. Não reconheceram a competência do Estado brasileiro e projetaram uma imagem falsa de gestão.
É desse paralelo – entre a cobertura da Copa e a cobertura das políticas públicas – que Mercadante se vale para explicar o clima pessimista que se implantou no país.
Da tempestade perfeita à inflação do tomate
Esse mesmo modelo de cobertura distorcida foi aplicada na economia e contribuiu para derrubar o estado de espírito dos empresários.
Nos últimos anos foram criados os seguintes fantasmas:
1. A “tempestade perfeita”.
Imaginou-se um cenário de alta de juros nos Estados Unidos e de queda nos preços internacionais de commodities que levariam inevitavelmente a uma crise cambial brasileira. O país protegeu-se com reservas de US$ 380 bilhões e, agora, com um acordo de contingência reserva no novo banco dos BRICs. Não houve tempestade alguma
2. O descontrole da inflação. expresso no terrorismo com a chamada inflação do tomate.
Jornais e TV chegaram a produzir matérias comparando o momento atual com o da hiperinflação. Houve problemas de seca, de quebra de safras, choques de commodities mas a inflação continuou dentro da meta. As prévias deste mês mostram a inflação cedendo.
3. Apagão do setor elétrico com a crise hídrica.
Há uma seca corroendo o semiárido nordestino há dois anos e meio. Em cima disso, levantou-se o fantasma do “apagão”. Não levaram em conta que nos últimos onze anos o país construiu 11 mil km de novas linhas de transmissão e ampliou de 80 gwh para 132 gwh a capacidade de geração. Não houve apagão. As térmicas seguraram e , para tanto, houve um aumento de custos. Como o sistema é regulado, as distribuidoras poderão reajustar suas tarifas nas datas definidas em contrato.
4. A crise hídrica de São Paulo criando um novo cenário de imprevisibilidade.
Segundo Mercadante, ao lado dos fatores midiáticos, há elementos reais explicando a crise.
O maior deles seria a segunda etapa da crise mundial, com o PIB norte-americano refluindo, a Europa e a Rússia patinando e a Argentina enfrentando problemas. No fim do ano passado, o próprio Banco Mundial projetava um crescimento dos países desenvolvidos, que acabou não acontecendo.
A retração do crédito, devido ao enquadramento nos acordos de Basileia.
Essa queda ocorreu em todo mundo, prejudicando o desempenho da economia mundial. E obriga a uma discussão interna: qual deverá ser o ritmo de enquadramento dos bancos brasileiros às regras de Basiléia 2?
O que seria um governo Aécio
Segundo Mercadante, haveria duas diferenças essenciais entre o estilo Dilma e o chamado estilo PSDB de administrar a crise.
A primeira, da maneira como ambas as políticas impactariam a população. No governo Dilma o social é o objetivo estratégico, em um governo tucano, não. “A grande diferença é que viemos para distribuir renda, fazer inclusão social e criar um mercado de consumo de massa”., diz ele.
Diferentemente da Europa, que está desmontando o estado de bem estar social, o Brasil está mantendo o nível de quase pleno emprego, renda, crescimento dos salários, maior distribuição da história do Brasil e pela primeira vez os pobres não pagam o custo da crise.
Muitas das medidas fiscais visaram esse mesmo objetivo, diz ele. A desoneração da folha de pagamento foi para preservar o emprego.
Esse é o verdadeiro debate, diz ele. “Se (equipe de Aécio) querem tratamento de choque, digam o que vão fazer. Vamos fazer o debate verdadeiro”.
A diferença entre o tratamento gradualista – do governo Dilma – e o de choque – do governo FHC – está expressa na própria taxa Selic. No governo Dilma, bateu no teto de 11,5%. Em 2002, fim de governo FHC, estava em 45%.
Em 2002 o desemprego saltou para 11,7% e a informalidade para 51,6%; hoje o desemprego está em 4,9% e a formalização em 67,6%.
A segunda diferença está no uso das estatais. Os bancos públicos foram essenciais para ajudar o país a superar a crise de 2008, garantindo o crédito à economia.
Já o principal porta-voz econômico de Aécio, Armínio Fraga, defendeu publicamente a privatização do Banco do Brasil e da Petrobras.
Sabendo das limitações de um Ministro em analisar o trabalho de outro, poupo Mercadante de perguntas sobre os erros da gestão Guido Mantega.
Os desafios da economia
Mercadante reconhece a prioridade de aumentar a competitividade. Mas diz que o caminho está aberto.
Nas áreas de educação e inovação aponta para a massificaçãoo do ensino superior e do ensino técnico, os 7,5 milhões de matrículas na Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. Institucional), 1,4 milhão no Prouni (Programa Universidade para Todos), 1,6 milhão no FIES (Financiamento Estudantil), os 85 mil alunos do Ciência Sem Fronteiras.
“Estamos tentando mostrar que é possível compatibilizar responsabilidade fiscal com políticas de renda e inclusão social”, diz ele.
Na infraestrutura, aposta na aceleração dos investimentos a partir de 2015.
O governo brasileiro acaba de receber uma proposta da China, para ima ferrovia ligando o Atlântico ao Pacífico, a Transoceânica, com 5.300 km de extensão, ligando o brasil ao Peru, com túneis de 19 km nos Andes, podendo transportar até 55 milhões de toneladas de grão por ano, reduzindo em 30 dólares por tonelada exportada.
A ferrovia entraria no Peru pelo Acre encontrando a Norte-Sul. O projeto já está em fase de detalhamento.
As eleições e o déficit de informação
Segundo ele, o início do horário gratuito será plenamente favorável a Dilma Rousseff. Os jornais esconderam os principais temas, diz ele. O eleitor não sabe do 1,7 milhão de moradias do Minha Casa Minha Vida.
Chama atenção para dois temas: Pronatec e ENEM. Segundo ele, o ENEM é o segundo tema mais discutido na Internet do país, segundo dados do Google; e o Pronatec é o sétimo. E nenhum dos dois merece acompanhamento da mídia.
Uma evidência disso, segundo ele, estaria no fato de que FHC em 1998 e Lula em 2006 (ambos candidatos à reeleição) chegaram ao início do horário gratuito em posição inferior à da Dilma. O grande salto foi com o início da campanha na televisão aberta.
Nas ultimas eleições Dilma teve 10 minutos diários contra 7 de José Serra e 1,40 da Marina
Agora tem 11,48, Aécio 4,30 e Eduardo 1,50.
Rebate as supostas popularidades de Eduardo Campos em Pernambuco e Aécio em Minas. Em Pernambuco, Armando Monteiro (da oposição) conta com 43% das intenções de voto; e em Minas Gerais Fernando Pimentel lidera em todas as pesquisas.
Fonte: 247