sábado, 6 de fevereiro de 2016

Evento de saúde pública relacionado aos casos de Febre do Zika

Até 12 de agosto, foram confirmados laboratorialmente casos de Febre do Zika nos Estados da Bahia, Rio Grande do Norte, São Paulo, Alagoas, Pará, Roraima, Rio de Janeiro, Maranhão, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Paraná e Piauí. O Ministério da Saúde está monitorando a circulação do vírus por meio da vigilância sentinela, incorporada pelos Estados e Municípios.

A vigilância sentinela envolve um número limitado de serviços selecionados para registro das informações. É utilizada para doenças comuns, nas quais a contagem de todos os casos não é importante e as medidas de controle não precisam de informações de casos individuais. Isso ocorre sempre que o processo decisão-ação não necessita de informações sobre a totalidade dos casos (notificação universal) para o desencadeamento das atividades de intervenção, como é o caso do Zika Vírus.

Orientamos que os casos confirmados de Zika vírus devem ser comunicados/notificados em até 24 horas, conforme Portaria MS nº 1.271, de 6 de junho de 2014. Reforça-se que a notificação realizada pelos meios de comunicação não isenta o profissional ou serviço de saúde de realizar o registro dessa notificação nos instrumentos estabelecidos, utilizando a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde – CID A92.8 (acesso a cópia da ficha de notificação/conclusão individual:http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/novo/Documentos/SinanNet/fichas/Ficha_conclusao.pdf).

A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS) vem recebendo notificações de casos com manifestações neurológicas e histórico de doença exantemática prévia. Esses achados estão sendo reportados em regiões com evidência de cocirculação dos vírus zika, dengue e/ou chikungunya, em especial nos Estados do nordeste.

A ocorrência de síndromes neurológicas após processos infeciosos pelo vírus da dengue e chikungunya está descrita desde a década de 1960, e com o Zika vírus desde 2007, especialmente após os surtos ocorridos na região da Micronésia e Polinésia Francesa. Dentre as manifestações neurológicas, é sabido que a síndrome de Guillain-Barré (SGB) é uma das mais frequentes.

A SGB é uma manifestação autoimune tardia que pode ser desencadeada por processos infecciosos ou não infecciosos. Apesar da maior parte das manifestações (2/3 dos pacientes) estar relacionada a processos infecciosos, isso não significa que seja exclusivamente por infecção relacionada à dengue, zika ou chikungunya.
                      
Entre janeiro e julho de 2015, alguns estados da região Nordeste notificaram à Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS) a ocorrência de 121 casos de manifestações neurológicas e Síndrome de Guillain-Barré com histórico de doença exantemática prévia. Investigações estão sendo conduzidas pelo Ministério da Saúde, Secretarias de Saúde de Estados e Municípios da região e outras instituições, como o Instituo Evandro Chagas (IEC/SVS/MS) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/MS), para subsidiar os Estados e Municípios com orientações amparadas em evidências mais robustas.

Em caso de dúvida, entre em contato com a Vigilância Epidemiológica das Secretarias Estaduais ou Municipais de Saúde.
 Fonte: Portalsaude.saude.gov.b

PROTOCOLO DE VIGILÂNCIA DOS CASOS DE MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS COM HISTÓRICO DE INFECÇÃO VIRAL PRÉVIA

1. ANTECEDENTES E JUSTIFICATIVA Atualmente, há registro de circulação do vírus Zika em 18 Estados do Brasil, são eles: Roraima, Rondônia, Amazonas, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Rio de janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso e Paraná. O surgimento de pacientes com manifestação neurológica com história prévia de infecção viral tem sido registrado em estados com circulação de vírus Zika e circulação concomitante de dengue e/ou chikungunya, principalmente nos Estados da região nordeste. As manifestações neurológicas dos pacientes incluem encefalites, meningoencefalite, mielite, Síndrome de Guillain-Barré, entre outras. Há registro de manifestações neurológicas após processos infeciosos pelo vírus da dengue e chikungunya desde a década de 1960, e com o Zika vírus desde 2007, especialmente após os surtos ocorridos na região da Micronésia e Polinésia Francesa. Visto que a febre do Zika é pouco conhecida e por se tratar de uma doença emergente no Brasil, justifica-se a implantação de uma vigilância de manifestação neurológica associados à infecção viral não especificada, anterior ao quadro neurológico para conhecer e confirmar a relação entre a manifestação neurológica e Zika vírus. 2. OBJETIVOS 2.1.Geral Identificar relação entre a manifestação neurológica e infecção por doenças virais. 2.2.Específicos - Descrever os dados clínicos, laboratoriais e epidemiológicos em tempo, lugar e pessoa. - Determinar a ocorrência de manifestação neurológica possivelmente relacionada à dengue, chikungunya e zika vírus. 3. MÉTODO 3.1.Seleção da unidade sentinela A escolha e o número de unidades sentinelas devem ser feitos pelos Estados em conjunto com os Municípios. Recomendam-se os seguintes critérios para seleção:  Deve ser selecionada uma unidade de saúde hospitalar que seja referência em neurologia, com serviço de pronto-atendimento (urgência/emergência) e neurologista de plantão;  A unidade deve ter boa articulação com a vigilância epidemiológica;  Possuam estrutura mínima para colher, processar e armazenar as amostras de maneira adequada enquanto estas permanecerem na unidade. . 2 3.2.Definições de caso Suspeito: Paciente atendido na unidade sentinela, que apresentou quadro de manifestação neurológica* de origem indeterminada e registro de infecção viral prévia até 60 dias antes do início do quadro neurológico. *Entende-se por manifestação neurológica quadros de encefalite, meningoencefalite, mielite, paralisias flácidas agudas, ADEM (encefalomielite disseminada aguda) e/ou Síndrome de Guillain-Barré. Provável: Caso suspeito que não foi possível realizar exame laboratorial e que apresentou quadro clínico compatível com as definições de caso de: - Febre do zika - Dengue - Febre de chikungunya Confirmado: Caso suspeito com confirmação laboratorial pela técnica RT-PCR para os seguintes agentes etiológicos: - Febre do zika: amostras de líquor, urina ou soro. - Dengue: amostras de líquor ou soro. - Febre do chikungunya: amostras de líquor ou soro. Descartado: Paciente que se enquadrou na definição de caso suspeito e: - Confirmou-se outro agente etiológico (excluindo os agentes da definição de confirmado), tais como: EpsteinBarr, Herpesvírus, Citomegalovírus, Campylobacter, entre outros, OU - Que apresentou outro diagnóstico pelo médico, tais como: AVC, acidose diabética, entre outros. 3.3.Fluxo de informação A unidade sentinela selecionada deverá registrar todo caso suspeito por meio da planilha já encaminhada aos estados via Ofício Circular nº 39/2015/GAB/SVS/MS, conforme Anxo I deste protocolo. Esta planilha deve ser encaminhada regularmente (semanal ou mensal) aos Estados e ao Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD). Neste momento, não há orientação de digitação no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) Cada gestor estadual realizará o monitoramento em seus respectivos estados e a Coordenação do Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) realizará o monitoramento nacional. 3.4.Fluxo de envio de amostras para laboratório Atualmente, existe uma rede de laboratórios de referência realizando diagnóstico laboratorial para o Zika vírus, são eles: Fiocruz/RJ, Fiocruz/PR, Fiocruz/PE, Instituto Evandro Chagas -IEC/PA e Instituto Adolfo Lutz - IAL/SP. Estes laboratórios realizam diagnóstico para 10 amostras semanais/Unidade Federada de cobertura, conforme acordado com 3 a área técnica do Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) e Coordenação Geral de Laboratórios (CGLAB) da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS). Os pacientes internados que atenderem a definição de caso suspeito, deverão coletar amostras de soro, urina, líquor e seguir o fluxo para os laboratórios de referência, conforme estabelecido abaixo: Fiocruz-PR: UFs de cobertura - PR, SC e RS. Fiocruz-RJ: UFs de cobertura - RJ, ES e MG. Fiocruz-PE: UFs de cobertura - PE, PB e RN. IAL-SP: UF de cobertura - SP, MT, MS, GO e DF. IEC-PA: UF de cobertura - AC, RR, RO, TO, AM, AP, PA, MA, PI, CE, AL, SE e BA. As informações referentes a coleta, volume, processamento, armazenamento e envio estão descritas nos anexos 2, 3 e 4. 3.4.1. Tipo de amostras: Amostras de sangue (soro), líquor, urina e vísceras (na eventual investigação de óbito) serão utilizadas para pesquisa de genoma do vírus zika empregando-se a RT-PCR em tempo real. A tentativa de isolamento do vírus poderá ser realizada em cultivo celular a partir das amostras de sangue (soro), líquor e vísceras. Ainda poderá ser realizado o exame histopatológico em fragmentos de vísceras. As amostras sangue (soro), líquor e vísceras também serão utilizadas para pesquisa dos vírus dengue e chikungunya empregando-se as mesmas metodologias utilizadas para pesquisa de vírus zika. Eventualmente, como investigação complementar, poderá ser realizada a pesquisa de anticorpos (IgM e/ou IgG) no soro e no líquor, principalmente para o vírus chikungunya. No anexo II são apresentadas, de acordo com tipo de exame a ser realizado, as instruções para coleta, armazenamento, conservação, acondicionamento e transporte de amostras. O transporte deve ser feito em caixa térmica destinada às amostras biológicas de Categoria B UN/3373, conforme anexo 3, contendo gelo seco ou reciclável em quantidade suficiente para garantir a conservação da amostra até chegar ao Lacen e/ou laboratório de referência nacional. Os recipientes das amostras devem estar bem vedados para evitar o risco de contaminação das demais amostras no caso de descongelamento e vazamento. Incluir na remessa a(s) ficha(s) com dados clínicos e epidemiológicos do(s) paciente(s). 3.4.1.2 Espécime clínica e quantidade: Sangue: Crianças - coletar no mínimo 3ml e enviar o soro. Adutlos – coletar de 5 a 10 ml e enviar o soro. Armazenar em criotubos e manter/enviar em gelo seco ou nitrogênio líquido. Antes do envio ao IEC/PA, manter a – 70ºC no LACEN ou outro laboratório dispondo de freezer -70ºC. 4 Líquor: Crianças e adultos - coletar no mínimo 1ml a partir do início dos sintomas. Armazenar em criotubos e manter/enviar em gelo seco ou nitrogênio líquido. Antes do envio ao IEC/PA manter a – 70ºC no LACEN ou outro laboratório dispondo de freezer -70ºC. Urina: Crianças e adutlos - coletar no mínimo 3 ml. O processamento das amostras de urina deve seguir o mesmo padrão adotado para o soro. Armazenar em criotubos e manter/enviar em gelo seco ou nitrogênio líquido. Antes do envio ao IEC/PA manter a – 70ºC no LACEN ou outro laboratório dispondo de freezer -70ºC. 3.5.Produtos esperados Espera-se conhecer a ocorrência, distribuição e os determinantes da manifestação neurológica por infecção viral prévia, destacando-se as seguintes informações: 1. Pessoa: sexo, idade, sinais e sintomas (ou quadro clínico apresentado), histórico de infecção prévia (até 60 dias antes do início do quadro), distribuição dos casos segundo quadro neurológico apresentado, exames específicos e inespecíficos. 2. Tempo: data de início do quadro neurológico, data de início da infecção viral anterior, tempo entre a infecção e o quadro neurológico, curva epidêmica com as datas de início dos sintomas da infecção viral e do quadro neurológico. 3. Lugar: local de residência, local provável de infecção, local de notificação, local de internação. 4. ELABORADORES DO PROTOCOLO Esse protocolo foi elaborado em pelo Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis (DEVIT) da Secretaria de Vigilância em Saúde, com a participação do Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB) e Coordenação Geral de Vigilância e Resposta às Emergências em Saúde Pública (CGVR). 5. MAIORES INFORMAÇÕES E CONTATO Para maiores informações consulte o site www.saude.gov.br/svs. Em caso de dúvida, entre em contato com o Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) pelos telefones: 3213-8004/8006 ou email: dengue@saude.gov.br

Fonte: Portalsaude.saude.gov.br/

Informações adicionais sobre manifestação neurológica e arboviroses CHIKUNGUNYA , DENGUE e ZIKAVÍRUS



A ocorrência de aumento de manifestações neurológicas após a circulação simultânea de arbovírus está descrita na literatura internacional. Entre elas destaca-se a Síndrome de Guillaín-Barré, que é uma polineuropatia inflamatória desmielinizante que afeta 0,6-4/100.000 pessoas/ano. Sendo que em 2/3 dos pacientes a neuropatia diagnosticada por SGB ocorre após algum processo infeccioso¹. A Síndrome de Guillain-Barré tem um bom prognóstico. No entanto, até 20% dos pacientes permanecem severamente desabilitados e aproximadamente 5% morrem, apesar da imunoterapia. Uma metanálise de Guillain-Barré em países árabes apontou que a necessidade de assistência ventilatória variou entre 6 e 75%.

CHIKUNGUNYA
Em relação ao chikungunya, sabe-se desde a década de 1960 que a infecção pode afetar o sistema nervoso central, sendo que, no início da década de 1970, verificou-se a associação com meningoencefalite e mielite. Nos últimos anos, com base no conhecimento após investigação de casos e surtos, observa-se ocasionalmente a relação da infecção de chikungunya com manifestações neurológicas, tais como: meningoencefalite (G05.1), meningoencefalo-mieloradiculite (G05.1), mieloradiculite (G05.1), mielite (G05.1), mieloneuropatia, Síndrome de Guillain-Barré (G61.0), oftalmoplegia externa (H49.3), paralisia facial dos nervos neurossensoriais, surdez e neurite óptica (H46).
Nas manifestações neurológicas de adultos ou crianças com histórico de chikungunya, foi identificado o genoma viral em amostras de líquido cefalorraquidiano (LCR) a partir de RT-PCR e o IgM em sorologia².
Em um estudo na Índia, entre 66 crianças com menos de 16 anos que apresentavam suspeita de doença do sistema nervoso central, houve coleta de 58 soros e 57 líquor. Dessas, 8/58 (14%) e 3/57 (5%) apresentaram resultados positivos de RT-PCR. Das crianças positivas para chikungunya, duas apresentavam exantema no momento da hospitalização e uma terceira desenvolveu esse sinal no quinto dia de hospitalização3.

DENGUE
Em uma busca de artigos indexados realizada no Lancet e no Pubmed, usando os unitermos “dengue” e “neurologic manifestations”, contidos no título/abstract, entre 2000 e 2015 foram encontradas 11 publicações, em sua maioria, relatos de casos4-14.
A associação de infecção por dengue com a ocorrência de manifestações neurológicas foi reportada primeiramente por Sanguansermsri (et al) no ano de 1976, em Bangkok15. Apesar de ser um evento raro, estima-se que a dengue pode evoluir com manifestação neurológica em 3-6 % dos casos14.
Entre as manifestações neurológicas reportadas destacam-se as convulsões, alterações sensoriais, encefalite hemorrágica, paresias agudas, fraqueza muscular, encefalopatia, encefalomielite disseminada aguda, acidente vascular cerebral, mielites e Síndrome de Guillain-Barré4-15.
A etiopatogenia das manifestações neurológicas da dengue é variada. Após o isolamento da presença de antígenos virais no líquido cefalorraquidiano (LCR), constatou-se que o vírus da dengue pode cruzar a barreira hematoencefálica e invadir o cérebro. Sendo assim, o quadro neurológico associado à dengue pode surgir durante a infecção ativa ou como manifestação pós-infecciosa, como consequência de reações imunológicas13.

ZIKAVÍRUS
Há pouca informação na literatura sobre Zika vírus relacionado com manifestação neurológica. Existe o relato de um artigo na Polinésia Francesa de uma paciente que desenvolveu Síndrome de Guillain-Barré após sete dias de uma doença “Influenza-like”, cujos sinais e sintomas foram mialgia, febre baixa, exantema e conjuntivite. Associado a esse fato, havia o histórico de que essa localidade estava passando por um surto de Zika vírus que havia iniciado há algumas semanas do início de sintomas da paciente. As etiologias usuais para Guillain-Barré foram descartadas, tais como: HIV, hepatite B e C, citomegalovírus, Epstein–Barr vírus, herpes simples tipo 1 e 2, Campylobacter jejuni e Leptospira16.
As amostras de sangue do 8º e 28º dia do início de sintomas foram reagentes para IgM para Zika vírus e IgG para dengue pelo teste de imunoenzimático (Kit inhouse). Na amostra do 28º dia, realizou-se o teste de redução de neutralização em placas, sendo que o resultado obtido apresentou um título de neutralização >1/320 para DENV1, 1/80 para DENV2, >1/320 para DENV3, 1/20 para DENV4 e >1/320 para Zika vírus, confirmando que tanto o vírus do Zika como da dengue estavam presentes no soro do paciente. As análises dos testes sorológicos indicaram infecção recente para Zika vírus e infecção prévia para dengue16.
Desde o início da epidemia na Polinésia Francesa, mais de 8.200 casos de infecções por Zika vírus foram notificados em uma população de 268.000, e a incidência de Síndrome de Guillain-Barré aumentou 20 vezes, sugerindo uma relação temporal, a partir de dados clínicos e epidemiológicos, entre Zika vírus e Guillain-Barré16.

BIBLIOGRAFIA

1 Lebrun G, Chadda K, Reboux A-H, Martinet O, Gaüzère B-A. Guillain-Barré Syndrome after Chikungunya Infection. Emerging Infectious Diseases. 2009;15(3):495-496. doi:10.3201/eid1503.071482.

2 Murthy JMK. Chikungunya virus: The neurology. 2009, 57 (2), page: 113-115

3 Lewthwaite P, Vasanthapuram R et al. Chikungunya Virus and Central Nervous System Infections in Children, India. Emerging Infectious Diseases. 2009; 15 (2): 329-331. doi: 10.3201/eid1502.080902.

4 Solomon T et al. Neurological manifestations of dengue infection. The Lancet, Volume 355, Issue 9209, 1053 – 1059.

5 Carod-Artal FJ et al. Neurological complications of dengue virus infection. The Lancet Neurology, Volume 12, Issue 9, 906 – 919.

6 Nadarajah J, Madhusudhan KS, Yadav AK, Gupta AK, Vikram NK. Acute hemorrhagic encephalitis: An unusual presentation of dengue viral infection. Indian J Radiol Imaging. 2015 Jan-Mar;25(1):52-5.

7 Jain RS, Handa R, Prakash S, Nagpal K, Gupta P. Acute hypokalemic quadriparesis: an atypical neurological manifestation of dengue virus. J Neurovirol. 2014 Feb;20(1):103-4.

8 Misra UK, Kalita J, Singh AP. Role of vascular endothelial growth factor (VEGF) in the neurological manifestations of dengue: a preliminary study. Inflammation. 2014 Apr;37(2):611-4.

9 Karoli R, Siddiqi Z, Fatima J, Maini S. Was it a case of acute disseminated encephalomyelitis? A rare association following dengue fever. J Neurosci Rural Pract. 2013 Jul;4(3):318-21.
10 Verma R, Sahu R, Singh AS, Atam V. Dengue infection presenting as ischemic stroke: an uncommon neurological manifestation. Neurol India. 2013 May-Jun;61(3):317-8.

11 Brito CA, Sobreira S, Cordeiro MT, Lucena-Silva N. Acute disseminated encephalomyelitis in classic dengue. Rev Soc Bras Med Trop. 2007 Mar-Apr;40(2):236-8.

12 Soares CN, Faria LC, Peralta JM, de Freitas MR, Puccioni-Sohler M. Dengue infection: neurological manifestations and cerebrospinal fluid (CSF) analysis. J Neurol Sci. 2006 Nov 1;249(1):19-24.

13 Ferreira ML1, Cavalcanti CG, Coelho CA, Mesquita SD. Neurological manifestations of dengue: study of 41 cases. Arq Neuropsiquiatr. 2005 Jun;63(2B):488-93.

14 Aggarwal A, Kumar P, Faridi MM. Neurological manifestation as presenting feature of dengue infection. J Pediatr Neurosci. 2015 Jan-Mar;10(1):76-7.

15 Sanguansermsri T, Poneprasert B, Phornphutkul B, Kulapongs P, Tantachamrun T. Acute encephalopathy associated with dengue infection. Bangkok: SEAMEO TROPMED; 1976

16 Oehler E, Watrin L, Larre P, Leparc-Goffart I, Lastère S, Valour F, Baudouin L, Mallet HP, Musso D, Ghawche F. Zika virus infection complicated by Guillain-Barré syndrome – case report, French Polynesia, December 2013. Euro Surveill. 2014;19(9):pii=20720. Available online: http://www.eurosurveillance.org/ViewArticle.aspx?ArticleId=20720

17 Didier Musso, Claudine Roche, et al. Potential Sexual Transmission of Zika Virus. Emerging Infectious Diseases. 2015;20(2):359-361. Doi: http://dx.doi.org/10.3201/eid2102.141363

18 M Besnard, S Lastère, et al. Evidence of perinatal transmission of Zika virus, French Polynesia, December 2013 and February 2014. Euro Surveill. 2014;19(13):pii=20751. Available online: http://www.eurosurveillance.org/ViewArticle.aspx?ArticleId=20751

19 Musso D, Nhan T, Robin E, Roche C, Bierlaire D, Zisou K, Shan Yan A, Cao-Lormeau VM, Broult J. Potential for Zika virus transmission through blood transfusion demonstrated during an outbreak in French Polynesia, November 2013 to February 2014. Euro Surveill. 2014;19(14):pii=20761. Available online: http://www.eurosurveillance.org/ViewArticle.aspx?ArticleId=20761
Fpnte:  Portalsaude.saude.gov.br/

Orientação Dengue, Zhikungunya e Zika

Uso de repelentes de inseto durante a gravidez (ANVISA)

Sobre o uso de repelentes de inseto durante a gravidez Produtos repelentes de uso tópico podem ser utilizados por gestantes desde que estejam devidamente registrados na ANVISA e que sejam seguidas as instruções de uso descritas no rótulo. Estudos conduzidos em humanos durante o segundo e o terceiro trimestre de gestação e em animais durante o primeiro trimestre, indicam que o uso tópico de repelentes a base de n,n-Dietil-meta-toluamida (DEET) por gestantes é seguro. Produtos à base de DEET não devem ser usados em crianças menores de 2 anos. Em crianças entre 2 e 12 anos, a concentração dever ser no máximo 10% e a aplicação deve se restringir a 3 vezes por dia. Concentrações superiores a 10% são permitidas para maiores de 12 anos. Além do DEET, no Brasil são utilizadas em cosméticos as substâncias repelentes Hydroxyethyl isobutyl piperidine carboxylate (Icaridin ou Picaridin) e Ethyl butylacetylaminopropionate (EBAAP ou IR3535), além de óleos essenciais, como Citronela. Embora não tenham sido encontrados estudos de segurança realizados em gestantes, estes ingredientes são reconhecidamente seguros para uso em produtos cosméticos conforme compêndios de ingredientes cosméticos internacionais. Nos Estados Unidos, os produtos repelentes são regularizados pela United States Enviromental Protection Agency (EPA). As seguintes substâncias estão presentes em produtos regularizados pela EPA: Catnip oil, Óleo de citronela; DEET; IR 3535; p-Menthane-3,8-diol e 2-undecanone ou methyl nonyl ketone. Portanto, os ativos utilizados no Brasil estão dentre os utilizados nos Estados Unidos. O Center for Disease Control e Prevention (CDC), também nos Estados Unidos, recomenda o uso de produtos repelentes por gestantes uma vez que a EPA não estabelece nenhuma restrição nesse sentido. Entretanto, destaca que as recomendações de uso da rotulagem devem ser consideradas. A consulta de cosméticos repelentes regularizados na ANVISA pode ser feita nos endereços abaixo: http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/Consulta_Produto/consulta_cosmetico.asp Uso de repelentes ambientais e inseticidas para controle do mosquito da dengue e orientações sobre sua utilização por grávidas Produtos saneantes repelentes e inseticidas podem ser utilizados em ambientes frequentados por gestantes desde que estejam devidamente registrados na ANVISA e que sejam seguidas as instruções de uso descritas no rótulo. A ANVISA não permite a utilização de substâncias que sejam comprovadamente carcinogênicas, mutagênicas ou teratogênicas em produtos saneantes. Entretanto, como os produtos são destinados a superfícies e ambientes, não são apresentados estudos com aplicação direta em pessoas o que significa que uma superexposição da gestante ao produto pode não ser segura. Dessa forma, a segurança para a utilização desses produtos em ambientes frequentados por gestantes depende da estrita obediência a todos os cuidados e precauções descritas nos rótulos dos produtos. Exemplo de restrição trazida no rótulo é: “Durante a aplicação não devem permanecer no local pessoas ou animais domésticos". P á g i n a 1 | 2 Os produtos comumente utilizados no combate e/ou no controle da população do mosquito Aedes aegypti são: Inseticidas: Indicados para matar os mosquitos adultos e são encontrados principalmente em spray e aerossol. Os inseticidas possuem substâncias ativas que matam os mosquitos e componentes complementares tais como solubilizantes e conservantes . Repelentes: Apenas afastam os mosquitos do ambiente, podendo ser encontrados na forma de espirais, líquidos e pastilhas utilizadas, por exemplo, em aparelhos elétricos. Os repelentes utilizados em aparelhos elétricos ou espirais não devem ser utilizados em locais com pouca ventilação nem na presença de pessoas asmáticas ou com alergias respiratórias. Podem ser utilizados em qualquer ambiente da casa desde que estejam, no mínimo, a 2 metros de distância das pessoas; Os inseticidas “naturais” à base de citronela, andiroba, óleo de cravo, entre outros, não possuem comprovação de eficácia nem a aprovação pela ANVISA até o momento. Os produtos que se encontram atualmente regularizados na ANVISA com tais componentes possuem sempre outra substância como princípio ativo. Portanto, todos os produtos apregoados como “naturais”, comumente comercializados como velas, odorizantes de ambientes, limpadores e os incensos, que indicam propriedades repelentes de insetos não estão aprovados pela Agência e estão irregulares. A consulta de produtos saneantes regularizados na ANVISA pode ser feita nos endereços abaixo:  Registrados: http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/Consulta_Produto/consulta_saneante.asp  Notificados: http://w

Fonte:Portalsaude.saude.gov.br/

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Fiocruz orienta grávidas a redobrar cuidados no carnaval para evitar Zika


Rio de Janeiro - O presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Paulo Gadelha durante cerimônia que marca o início das transmissões dos canais do Poder Executivo na TV digital aberta no Rio (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Rio de Janeiro - O presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Paulo Gadelha, faz recomendações a gestantes para o período de carnaval Tânia Rêgo/Arquivo Agência Brasil

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou hoje (5) ter comprovado a presença do vírus Zika, com potencial de provocar infecção, em amostras de saliva e de urina e recomendou uma série de medidas cautelares para grávidas.
De acordo com o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, a inédita constatação não indicou ainda como ocorre a transmissão por meio desse fluidos, tampouco se o vírus encontrado nessas condições consegue ultrapassar a placenta e chegar aos fetos.
A grande preocupação é que o aumento de casos de microcefalia em bebês possa estar associado à Zika, com potencial de causar malformação no cérebro de bebês e doenças cognitivas.
Mesmo não comprovada a transmissão por fluidos, as recomendações da Fiocruz são as mesmas de outras doenças transmissíveis pela saliva e devem ser seguidas à risca por mulheres grávidas.
“[Recomendamos às gestantes evitar] o compartilhamento de copos, talheres. Na possibilidade de estar em contato com alguém que possa estar com a infecção, não beijar. [Evitar] aglomerações, com pessoas se esbarrando e com a possibilidade de a gestante entrar em contato com a saliva [de outras pessoas]”, disse Gadelha. "Não podemos afirmar, hoje, que não há possibilidade de transmissão [pela saliva e pela urina]. Então, tem que ter cautela adicional."
Às vésperas do carnaval, as orientações para os demais foliões são mais brandas, já que geralmente os sintamos da Zika são considerados leves e não causam complicações de saúde. " O risco está aumentado, mas não temos de evitar o beijo como medida de saúde pública. Pelo amor de Deus, podem beijar", afirmou Gadelha.
Os cientistas da Fiocruz disseram que as pesquisas para detalhar a transmissão da Zika por saliva e urina estão em curso, mas não há um prazo para serem concluídas.
Segundo eles, até agora a melhor forma de combater e prevenir a doença é a destruição de criadouros do mosquito Aedes aegypiti, único com capacidade comprovada de passar o vírus. O mosquito normalmente é encontrado em recipientes com água parada.
Fonte:Agência Brasil

Ação policial no Complexo da Maré fecha principais vias expressas do Rio

As duas principais vias expressas de acesso ao Rio, as linhas Vermelha e Amarela foram fechadas hoje (5) à tarde por quase 40 minutos devido a uma operação conjunta das polícias Federal e Militar para recuperar o dinheiro roubado nesta sexta-feira de uma agência do Banco do Brasil em Ipanema, zona sul da cidade.
A Polícia Militar descobriu o esconderijo de um dos ladrões no Complexo de Favelas da Maré, zona norte, que fica perto do entroncamento das vias expressas. A polícia foi recebida a tiros e as pistas foram fechadas para evitar risco de balas perdidas para os motoristas que passavam pela região.
No esconderijo, os policiais encontraram uma mala com o dinheiro levado do banco com um peruano, que foi levado à Superintendência da Polícia Federal. O estrangeiro, que estava esperando um comparsa para fugir, será levado a um presídio, onde ficará à disposição da Justiça Federal.
Trânsito
A interrupção temporária das linhas Vermelha e Amarela teve reflexos no trânsito em toda a cidade, que já estava complicado pelo fechamento de vias nas proximidades da Avenida Marquês de Sapucaí e pelo grande fluxo de carros deixando a capital em direção às praias da Região dos Lagos.

Fonte: Agência Brasil  

Estado pagará salário de janeiro a 506 mil servidores até a próxima quinta-feira

Mais de oito mil funcionários que receberão nesta sexta-feira terão salário creditado no quinto dia útil do mês subsequente

Estado paga salário de janeiro a 506 mil servidores até a próxima quinta-feira
Foto: Foto: Levy Ribeiro / Agência O Dia


Rio - O Governo do Estado do Rio de Janeiro vai pagar até a próxima quinta-feira o salário de janeiro a 506 mil servidores públicos. Nesta sexta-feira, 8.315 funcionários de 13 empresas receberão o pagamento. Segundo o calendário de pagamento deste ano, publicado no Diário Oficial, este grupo de servidores terá o salário creditado no quinto dia útil do mês subsequente ao trabalhado.
Já os 497.702 servidores ativos das administrações direta e indireta do Poder Executivo e inativos e pensionistas do Rioprevidência receberão na próxima quinta-feira.
Nesta quinta-feira, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) autorizou que o governo estadual pegue o empréstimo de R$ 1 bilhão para cobrir as dívidas do Rioprevidência. O crédito será feito com o Banco do Brasil e tem prazo de pagamento de 180 meses, carência de 12 meses e taxa de juros de 19,43% ao ano. Na sessão extraordinária, estavam presentes 61 dos 70 deputados da Casa.
projeto havia recebido 26 emendas, o que faria com que saísse de pauta e fosse votado em outra sessão, após a análise das propostas. Mas um acordo garantiu a aprovação, com a retirada das emendas, que foram incorporadas ao texto dentro do parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Fonte: O DIA


Fiocruz encontra vírus zika ativo na saliva e na urina

Fundação confirma a possibilidade de transmissão, mas diz que são necessários estudos para comprovar



O mosquito Aedes aegypti, causador da dengue e do Zika vírus. Exército deve começar a produzir repelente para grávidas (Foto: Thinkstock)


Nesta sexta-feira (5), o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, confirmou a presença ativa do vírus zika na saliva e na urina, mas deixou claro que “o significado dessa descoberta na transmissão ainda deve ser esclarecido”. O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa.
Em entrevista a ÉPOCA, o infectologista David Uip, secretário da Saúde do Estado de São Paulo, afirma não haver motivo para pânico. "Entre detectar a presença do vírus na saliva, algo que era muito provável, e confirmar a transmissão, existe uma distância enorme", diz Uip. "Não devemos mudar a forma de combater a epidemia: o importante é combater o mosquito Aedes aegypti."
Segundo o G1, a descoberta foi feita usando análises de amostras de dois pacientes com sintomas do vírus zika. Os cientistas comprovaram a atividade viral com os testes, mas ainda são necessárias pesquisas mais aprofundadas que mostrem se há riscos de infecção através de fluidos.
De acordo com Gadelha, "o fato de haver um vírus ativo com capacidade de infecção na urina e na saliva não é uma comprovação ainda, nem significa que necessariamente o será, ou que há possibilidade de infecção de outras pessoas de maneira sistêmica através desses fluidos". A necessidade de combater o mosquito Aedes aegypti não diminui com a possibilidade da contaminação por saliva e urina, diz a Fiocruz.
Na ocasião, a Fiocruz fez uma série de recomendações, em especial para as gestantes que devem evitar aglomerações e não compartilhar copos e materiais levados à boca.
Fonte: Época

O que é o zika vírus

Como se prevenir contra o vírus associado à microcefalia em bebês de mulheres infectadas durante a gravidez


Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a relação entre a infecção pelo zika vírus e os casos de bebês que nasceram commicrocefalia, resultado do desenvolvimento anormal do cérebro durante a gestação. Ela pode causar retardo mental em 90% dos casos, problemas de visão e de audição e distúrbios neurológicos como a epilepsia.
 
Aedes aegypti (Foto: James GathanyCDC/PHIL/Corbis)
A hipótese da relação entre o vírus e os casos de má-formação foi levantada por autoridades de saúde brasileiras depois que mais de uma centena de casos foram detectados em Pernambuco até outubro. Em 17 de novembro, o Instituto Oswaldo Cruz anunciou ter encontrado sinais do vírus no líquido amniótico de duas gestantes cujos bebês foram diagnosticados com microcefalia. Desde então, 4.783 casos suspeitos de microcefalia foram notificados.
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O Ministério da Saúde aconselha que as mulheres que pretendem engravidar adiem os planos enquanto não há mais informações sobre a epidemia. O vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue. Em 2015, o Brasil enfrentou uma das piores epidemias de dengue da história e, com a chegada do verão e das chuvas, a preocupação era de que o zika vírus espalhasse ainda mais rápido. Dia 1º de fevereiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou situação de emergência internacional para o atual surto de zika vírus.
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A Fiocruz confirmou que o vírus zika é capaz de ultrapassar a placenta. O estudo confirma as suspeitas de médicos brasileiros de que o vírus zika é o principal transmissor responsável pelos casos de microcefalia no país. Há suspeitas, ainda não confirmadas, de que o vírus possa ser transmitido através do leite materno, por sangue e sêmen. Ainda não há vacinas que impeçam a infecção. A melhor maneira de se prevenir é acabar com possíveis focos do Aedes aegypti, eliminando recipientes que acumulem água parada. Repelentes, telas de proteção e mosquiteiros para dormir também são medidas importantes.
No dia 5 de fevereiro, a Fundação Oswaldo Cruz também detectou apresença ativa do vírus zika na saliva e na urina. A fundação deixou claro, porém, que “o significado dessa descoberta na transmissão ainda deve ser esclarecido” e que são necessários mais estudos para comprovações.

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Saiba mais sobre os sintomas, as formas de prevenção e o tratamento do Zika vírus:
Raio-x do zika vírus

O que é: é um arbovírus, um tipo de vírus transmitido por artrópodes, como os insetos. Conhecido pela sigla ZIKV, é parente dos causadores de outras doenças, como a dengue, a febre amarela e a febre ocidental do Nilo.

Origem: foi isolado em macacos rhesus da Floresta Zika, na Uganda, em 1947, pela equipe do cientista GW Dick. Por 50 anos, o vírus causou surtos esporádicos e poucos casos em humanos eram conhecidos

Transmissão: no Brasil, ele é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor do vírus da dengue. A infecção ocorre quando a fêmea do inseto pica uma pessoa com o vírus e depois se alimenta do sangue de outra que não tem o vírus. Pesquisadores da Polinésia Francesa, que passou por uma epidemia no fim de 2013, levantam a hipótese de que o vírus seja transmitido da mãe para o filho pela placenta e pelo leite materno e estudam se sangue e sêmem também podem transmitir o vírus. Ainda não há confirmação sobre essas formas de infecção.

Diagnóstico: a suspeita é levantada por sintomas, mas a confirmação biológica é feita apenas por exames de sangue

Sintomas: segundo estimativas da OMS, 25% das pessoas que contraem o vírus não apresentam sintomas. Eles aparecem até 12 dias após a picada de um mosquito infectado e duram entre três e 12 dias. Podem manifestar-se na forma de:

- dores nas articulações, principalmente das mãos e dos pés
- inchaço nas mãos e nos pés,
- febre baixa (até 38,5ºC),
- manchas avermelhadas pelo corpo,
- coceira frequente,
- dor no fundo dos olhos,
- vermelhidão nos olhos,
- tontura,
- dores musculares.
- distúrbios digestivos, como náuseas, vômitos, diarréia e prisão de ventre, podem ocorrer, mas são menos comuns

Tratamento: é feito apenas para aliviar o desconforto causado pelos sintomas, geralmente combinando o uso de analgésicos e antialérgicos. O uso de aspirina não é recomendável em razão do risco de sangramentos e, em crianças menores de 12 anos, de insuficiência hepática

Consequências: os pesquisadores ainda não conhecem em muitos detalhes a evolução da doença e seus possíveis riscos. Foram registrados no Brasil três mortes: uma bebê que nasceu com microcefalia, uma adolescente de 16 anos e um homem que tinha uma doença autoimune. Na maior parte dos casos, a infecção pelo Zika vírus não parece provocar mais do que um mal-estar que pode durar algumas semanas, sem aparente desdobramentos de longo prazos. As consequências mais graves já registradas até hoje, além das mortes, são:

* síndrome de Guillain-Barré: em algumas pessoas, há sinais de que o vírus facilite o desenvolvimento da síndrome. O sistema de defesa começa atacar o próprio corpo e destrói a camada de gordura das células por onde são transmitidas as informações nervosas. Pode causar enfraquecimento muscular generalizado e até dificuldades para respirar, que podem
resultar em uma parada respiratória

* microcefalia: o déficit do crescimento do cérebro do feto durante a gestação é uma das últimas consequências a ser descoberta. Ela é diagnosticada durante o pré-natal ou logo após o nascimento, quando o perímetro do crânio do bebê deve ter mais de 32 centímetros. Em 90% dos casos, a microcefalia pode causar atraso no desenvolvimento mental, dificuldades para enxergar e ouvir e distúrbios neurológicos, como ataques epilépticos. As primeiras evidências da ligação entre o Zika vírus e casos de microcefalia surgiram após o aumento repentino no número de bebês nascidos com a má formação no Estado de Pernambuco. Em 17 de novembro, exames encontraram indícios do vírus no líquido amniótico de duas mulheres que tiveram seus bebês diagnosticados com microcefalia. Em 24 de novembro, autoridades de saúde da Polinésia Francesa anunciaram que 17 bebês nasceram com a má-formação entre 2014 e 2015 no território. No Brasil, até 2 de fevereiro, já foram registrados 4.783 casos suspeitos de microcefalia. Alguns dos Estados mais atingidos são:

Pernambuco (1.159 registros)
Paraíba (460)
Rio Grande do Norte (154)
Sergipe (178)
Alagoas (104)
Bahia (508)
Ceará (234)
Rio de Janeiro (196)
São Paulo (101)
Tocantins (84)
Maranhão (132)
Mato Grosso (111)
​Distrito Federal (3)
Dos casos suspeitos de microcefalia, 404 já foram confirmados e em 17 destes, foi encontrada relação com o vírus Zika. Outros 3.670 casos continuam em investigação.
Prevenção: não há vacinas para evitar a infecção pelo Zika vírus. A melhor forma de combater a transmissão é acabar com focos onde o mosquito Aedes aegypti se prolifera, como recipientes com água parada. Para se proteger, vale usar repelentes, telas nas janelas e mosquiteiros para dormir.
 
Geografia e cronologia das epidemias
2007 - Micronésia - houve uma epidemia nas ilhas Yap, um dos quatro Estados que fazem parte do arquipélago da Micronésia, no Oceano Pacífico. Pesquisadores americanos e polinésios identificaram 185 casos suspeitos, dos quais 49 foram confirmados e 59 foram considerados prováveis. Eles estimam que 5.050 dos .6892 dos habitantes com mais de 3 anos - ou seja, 73% dos moradores - foram contaminados durante a epidemia. A maioria não manifestou sintomas

2013 - Polinésia Francesa - em outubro de 2013, o conjunto de ilhas no Pacífico enfrentava uma epidemia de dengue quando as autoridades de saúde notaram a existência de casos de Zika. Mais de 8.500 casos foram diagnosticados. Estima-se que 11% da população foi contaminada. Houve registro de 40 casos da síndrome de Guillain-Barré, que causa enfraquecimento muscular e até dificuldades respiratórios. Há a suspeita de que a infecção pelo Zika desencadeie a síndrome. Até a epidemia na Polinésia Francesa, não havia relatos de quadros graves causados pelo Zika vírus. Nenhuma morte foi relata. Não se sabe como o vírus chegou à  Polinésia Francesa, mas espalhou-se para outras ilhas do Pacífico, como as Ilhas Cook, Ilha da Páscoa, Vanuatu, Ilhas Solomon e Nova Caledônia. Casos importados da Polinésia Francesa também foram diagnosticados no Japão, na Noruega e na França

2015 - Brasil - no começo do ano, autoridades de Saúde de Natal (RN) notaram a presença de uma síndrome que lembrava os sintomas da dengue. Os exames sorológicos deram negativo para os vírus da dengue e da febre chikungunya. Em março, o Instituto Oswaldo Cruz analisou amostras de sangue de pacientes com a síndrome e identificaram o Zika vírus. A genética do vírus encontrado em pacientes brasileiros sugere que ele é o mesmo que causou epidemias nas ilhas do Pacífico. Os pesquisadore da Fiocruz, autores do estudo que identificou os primeiros casos de transmissão no Brasil, sugerem que uma possível explicação para a entrada do Zika no país tenha sido a presença de turistas durante a Copa do Mundo de 2014.
Fonte: Época