sábado, 31 de agosto de 2013

Veja grita contra Donadon, de olho em dois petistas

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O deputado Natan Donadon (sem partido-RO) não mereceria uma capa da revista Editora Abril se o desfecho do seu caso não sinalizasse uma possível decisão da Câmara em relação aos deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP); o objetivo dos Civita é vê-los encarcerados e sem mandato; e olha que os embargos infringentes nem foram julgados, mas eles já estão pintados na revista com roupas listradas e como representantes da "bancada da penitenciária"

A revista Veja deste fim de semana chega às bancas indignada com a não cassação do deputado Natan Donadon (sem partido-RO), decidida pela Câmara dos Deputados, em votação secreta. "Vergonha", grita a capa, com o subtítulo afirmando que a preservação do mandato do presidiário "agride a democracia" e pode criar a "bancada da penitenciária" no Congresso. Ou seja: fica claro que o alvo dos irmãos Civita, Giancarlo e Victor Neto, que comandam a editora Abril desde a morte do pai, Roberto, não é o obscuro Donadon, mas sim duas lideranças do PT, João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP, que foram condenados na Ação Penal 470. Veja pretende vê-los presos e sem mandato.
O problema é que esse "wishful thinking" é prematuro. O principal motivo é o fato de que os embargos infringentes ainda não foram avaliados pelo Supremo Tribunal Federal – no caso de João Paulo, até os de declaração ainda estão pendentes. Por mais que alguns ministros, como Celso de Mello, pareçam dispostos a rasgar própria biografia, passando por cima do que disseram textualmente durante o julgamento e desconsiderando a existência desses recursos, que existiram para vários outros réus até recentemente, João Paulo e Genoino ainda não são condenados. E caso seja revista a condenação por formação de quadrilha, em que tiveram quatro votos favoráveis na primeira fase, não serão presidiários. Portanto, terão o direito de exercer o mandato, se os deputados assim decidirem – uma vez que a competência para cassar parlamentares é do Legislativo, e não do Judiciário ou de Veja – em sua plenitude.
Na reportagem interna de Veja, assinada pelo Robson Bonin, há uma charge em que já aparecem vestidos de presidiários, com roupas listradas, os parlamentares Natan Donadon, Genoino, João Paulo, Valdemar Costa Neto (PR-SP), Pedro Henry  (PP-PR) e o senador Ivo Cassol (PP-RO). No fim, há também a pressão, com fotos das manifestações de junho e o aviso de que o Congresso Nacional poderá ser tomado por manifestantes no 7 de setembro.
Veja também aponta como uma possível luz no fim do túnel a promessa do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de acabar com o voto secreto nos processos de cassação. Mas diz que a resistência maior virá do PT, uma vez que "o poço não tem fundo".

Fonte: Brasil247

Época leva ao paroxismo a arte de ser pessimista

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Diante da constatação de que o programa Mais Médicos tem amplo apoio da população, e vem resgatando a popularidade da presidente Dilma, revista Época publica capa coberta de curativos, em que prefere enxergar o copo meio vazio, e não meio cheio; de acordo com a revista da Globo; "só isso não basta"; e alguém disse que bastava? (detalhe: o Ministério da Saúde terá, em 2014, pela primeira vez, o maior orçamento da Esplanada)

Não é mistério para ninguém que a revista Época, das Organizações Globo, tem se destacado pela torcida contra o País. Recentemente, fez uma capa sobre o crepúsculo da economia brasileira – tese que desmorona diante dos números do PIB divulgados nesta semana. Depois, teve participação decisiva no "lobby do tomate", quando apontou total descontrole inflacionário no País – o que também não resiste aos fatos. Agora, a revista resolve enxergar o copo meio vazio na área da saúde. Como o programa Mais Médicos, lançado recentemente pelo governo federal, tem amplo da sociedade brasileira, a despeito da reação corporativa das entidades médicas, Época decidiu circular com uma capa coberta de curativos e a mensagem de que "só isso não basta".
Na verdade, nem o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, jamais apontou o Mais Médicos como a solução definitiva para os problemas do setor. Mas a Globo, diante do copo meio cheio, preferiu enxergá-lo meio vazio. Na prática, com a capa desta semana, Época levou ao paroxismo a arte de ser pessimista. Uma doença, aliás, que não aflige apenas a revista, mas todo o grupo editorial da família Marinho, quando se trata de avaliar o governo da presidente Dilma.
Ontem, os telespectadores que assistiam ao Jornal das Dez, da Globonews, presenciaram uma cena rara. O âncora do telejornal perguntou ao comentarista Carlos Alberto Sardenberg, outro corvo das Organizações Globo, o que "deu errado" em relação ao PIB, que cresceu 1,5% no último trimestre (6% anualizados). Ele, na verdade, queria saber por que os analistas – como o próprio Sardenberg – erraram suas previsões. E o comentarista disse que erraram no número, mas acertaram na direção, prevendo que o terceiro trimestre e o quarto serão piores. Ao comparar o Brasil com outros países, ele ainda distorceu os números, pegando dados de 12 meses, e não do último trimestre, para dizer que o País cresceu menos do que nações como Chile e Peru – na verdade, na comparação correta, apenas a China supera o País (leia aqui).
Coberta de curativos, Época está doente, assim como a Globo. Ontem, uma reportagem da Agência Brasil revelou que o Ministério da Saúde será, em 2014,

Fonte: Brasil247

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Funcionários dos Correios 'jogam basquete' com encomendas no Rio




Um grupo de funcionários dos Correios foi flagrado nesta semana manipulando de forma irregular encomendas de Sedex, no centro de triagem de correspondências de Niterói, região metropolitana do Rio. As imagens foram gravadas por uma moradora da região que já havia denunciado o descaso.
Nas cenas, os funcionários do centro de triagem dos Correios arremessam caixas com materiais postados por clientes de um lado para o outro enquanto separam as correspondências.



A autora da denúncia, que divulgou o vídeo no You Tube nesta quinta-feira (29), disse que nunca recebeu retorno da administração da empresa sobre as denúncias que já havia feito.
"Quando eu liguei, o coordenador disse que eles eram proibidos de 'basquetear' as caixas e que ninguém 'basqueteava' caixas lá não. Bom, se isso não é 'basquetear', eu não sei o que é 'basquetear'", disse.
Em nota, os Correios afirmam que o "procedimento apresentado no vídeo não é uma prática da empresa e nem condiz com a qualidade operacional dos Correios".
"A ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) mantém seus trabalhadores treinados sobre a maneira correta de tratar as cartas e encomendas. Assim que teve conhecimento dos fatos, a empresa realizou a imediata reorientação de todos os funcionários da unidade e determinou que sejam tomadas as providências administrativas cabíveis", disse, em nota.

Fonte: Folha de S Paulo

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O Rei do Pop já nos deixou há alguns anos, mas vamos celebrar o dia do seu nascimento! Ele faria 55 anos hoje...55 anos de muito talen...

Fonte: You Tube

Paralisação de trens afeta milhares de pessoas no Rio

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Foram detectados problemas na rede aérea dos trens que ligam o centro da capital fluminense às zonas norte e oeste e à Baixada Fluminense; alguns passageiros se armaram de pedaços de paus e pedras para depredar os vagões das composições e quebrar os vidros

Um problema na rede aérea dos trens que ligam o centro da capital fluminense às zonas norte e oeste e à Baixada Fluminense provocou, na manhã de hoje (29), transtornos a milhares de passageiros, com atrasos de mais de uma hora, e a tentativa de depredação das composições. Por volta das 6h30, dois trens que seguiam de Santa Cruz, na zona oeste, para a Central do Brasil, e outro que ia de Japeri, na Baixada Fluminense, para a o mesmo destino, tiveram a viagem interrompida ao passarem pelas estações Engenho de Dentro e Oswaldo Cruz, na zona norte.
Os passageiros desembarcaram na linha férrea e alguns deles se armaram de pedaços de paus e pedras para depredar os vagões das composições e quebrar os vidros. Outros trens que se aproximavam do local reduziram a velocidade para não atropelar as pessoas que estavam nos trilhos.
O Grupamento de Polícia Ferroviária e os batalhões da Polícia Militar da área foram acionados para conter o tumulto. Ainda não há informações de prisões e nem registro de feridos. Passageiros reclamaram da falta de informação e da demora da chegada de funcionários da Supervia, concessionária que administra o serviço, para que pudessem sair dos trens.
Em nota, a Supervia informou que o problema era na rede aérea e que as causas ainda seriam apuradas. Técnicos da empresa já começaram a manutenção nas linhas e nos vagões. A concessionária não devolveu o dinheiro da passagem, mas distribuiu vale-viagem para novo embarque nos trens. A circulação das composições só se normalizou quase cinco horas depois.
Por medida de segurança, as estações dos ramais Deodoro, Santa Cruz e Japeri ficaram fechadas entre 8h e 8h40. De acordo com a concessionária seis trens foram retirados de circulação por causa de vidros quebrados.

Fonte: Agência Brasil

Estrangeiro atende e dá "tapa" no preconceito

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O médico uruguaio Gonzalo Lacerda Casaman (de camisa listrada), 31 anos, prestou os primeiros atendimentos à vendedora de amendoins Helena Paulina de Araújo, 63 anos, atropelada por uma motocicleta em Vitória de Santo Antão, Pernambuco, onde acontece o curso de capacitação para estes profissionais; o atendimento pode ter sido o primeiro do País no âmbito do Mais Médicos; para calar os críticos e preconceituosos de plantão, o médico passou o recado: "É por isso que estamos aqui"; declaração é praticamente uma bofetada nos que condenam o programa; "Graças a Deus ele estava aqui", disse a vítima

Um médico presencia um atropelamento e sai em socorro da vítima. A situação até poderia ser considerada rotineira se não fosse por um detalhe. O médico é uruguaio e está no meio da polêmica causada em torno do programa Mais Médicos, do governo federal. O socorro prestado por Gonzalo Lacerda Casaman, 31 anos, à vendedora  de amendoins Helena Paulina de Araújo, 63 anos, pode ter sido o primeiro atendimento feito por um médico estrangeiro incorporado ao programa.
O socorro aconteceu no município de Vitória de Santo Antão, no Agreste pernambucano, onde 115 médicos de vários países participam do curso de capacitação oferecido pelo Ministério da Saúde. Sobre a polêmica em torno das críticas e do preconceito contra os médicos formados no exterior e que vão atuar no âmbito do programa, Casaman passou o recado: “Estamos aqui para isso”, disse.
O acidente aconteceu por volta das 13h desta quarta-feira (28), em uma rua da região central do município de Vitória de Santo Antão, quando Helena Paulina atravessava uma rua e foi atingida por uma motocicleta. O local do atropelamento fica próximo à Faculdade Miguel Arraes, local onde está sendo feito o curso de capacitação dos médicos formados no exterior. Casaman, que morava na cidade de Rivera, próximo da fronteira com o Brasil, realizou os primeiros atendimentos e pediu que um guarda municipal acionasse o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Em seguida, a vítima foi levada para uma unidade de saúde para a realização de exames de raios-X. A vendedora de amendoins, que sofreu escoriações e ferimentos leves, foi liberada pouco depois. Ela sofreu traumatismos simples no joelho, tórax e cotovelo.
“Ele me pediu para ficar calma e me tirou da rua. Me examinou e eu entendi tudo o que ele disse. Graças a Deus ele estava aqui”, declarou a vendedora à imprensa. Já o médico Gonzalo Lacerda Casaman diz que não fez mais por conta do atendimento ter sido feito no meio da rua. “Eu estava voltando do almoço. Vi o momento do acidente e voltei para socorrer a mulher. Fiz uma avaliação primária para ver a consciência e os sinais dela. Não pude aprofundar o exame físico por conta das condições”, afirmou.

Fonte: Brasil247

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Até quando TKCSA terá licença para produzir “chuva de prata” em Santa Cruz?

 
 
 
 
A Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA), um dos maiores empreendimentos privados da América Latina, vem produzindo graves impactos socioambientais desde 2006/07 na Baía de Sepetiba no Rio de Janeiro. A instalação da empresa numa região de população empobrecida, com extensas áreas naturais e constituída, em grande parte, por pescadores e agricultores constitui um dos maiores casos de injustiça ambiental do estado do Rio de Janeiro já amplamente debatido nos movimentos e organizações sociais, na mídia e nos círculos acadêmicos. Desde o início de sua instalação, a siderúrgica vem gerando imensos danos à saúde, ao ambiente e à renda dos pescadores e moradores de Santa Cruz, Itaguaí e demais áreas da Baía de Sepetiba, localizada na Zona Oeste do Rio de Janeiro, Brasil.

A planta industrial foi inaugurada em junho de 2010. No dia seguinte ao início das operações, ocorreu em Santa Cruz um episódio de poluição acentuada que ficou conhecido (e foi amplamente coberto pela mídia) como “chuva de prata”. Desde então a população que mora no entorno da planta passou a conviver com uma poluição constante e tem relatado muitos casos de doença e problemas dermatológicos e respiratórios. Prestar atenção aos episódios de “chuva de prata” é importante no contexto atual por três motivos principais. Primeiro, pelos riscos que coloca à população local que é obrigada a conviver constantemente com a poluição e com sintomas que são bem mais graves do que o “incômodo” reconhecido pela empresa. Em segundo lugar, porque evidencia que a poluição aguda provocada pela TKCSA não pode ser considerada um “acidente”, mas sim fruto da forma como foi planejado e operacionalizado até então o seu processo produtivo. Por fim, nos dá importantes elementos que nos levam a suspeitar de que o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que sustenta atualmente o funcionamento da empresa vem sendo violado e que, por isso, deve ser completamente anulado pelas autoridades competentes.
Muitas foram as “chuvas de prata” até então. A primeira foi em agosto de 2010, com a inauguração da planta. No dia seguinte ao início das operações ocorreu em Santa Cruz um episódio de poluição acentuada que ficou conhecido (e foi amplamente coberto pela mídia) como “chuva de prata”. Em 20 de dezembro de 2010 foi liberado o segundo alto forno pela Secretaria do Estado do Ambiente/Governo do RJ, desrespeitando acordo prévio entre o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) que eram contra o início de operação do segundo alto sem a realização de uma auditoria independente do processo produtivo da empresa. Nessa ocasião observou-se, mais uma vez, episódio de chuva de prata, causando muitos danos à população de Santa Cruz.
A empresa foi obrigada pela SEA a instalar filtros. Mesmo assim, os moradores de Santa Cruz continuaram a conviver com uma poluição moderada, e constante, no ar. Mas essas medidas tampouco acabaram com os episódios de “chuva de prata”. Os últimos anos demonstraram que os filtros instalados pela TKCSA não têm se mostrado capazes de extinguir os episódios de poluição aguda. Em outubro de 2012, foram registrados mais dois episódios agudos de poluição (29 e 30 de outubro), ambos amplamente divulgados pela grande imprensa. Na semana passada, mais “chuva de prata”. O último evento ocorrido se deu no dia 24 de fevereiro de 2013 e, segundo relatos de moradores, deixou as casas vizinhas à planta todas “prateadas”.

Os efeitos dessa “chuva” sobre a saúde dos moradores ainda não foram completamente esclarecidos nem pela empresa, nem pelas autoridades públicas competentes, como as instituições de saúde da localidade. Para a empresa e a SEA os efeitos do pó não passam de “incômodos” passageiros. Para se ter uma ideia da morosidade no tratamento dessa questão, ainda que a “chuva de prata” venha ocorrendo desde 2010, somente no final de 2012 a SEA divulgou um documento que tratava publicamente da composição do pó prateado. Esse relatório (Resolução SEA 195), ainda que alegue não haver ainda nexo causal provado entre as doenças e o pó, reconhece que o contato dos moradores com o material particulado pode ter sérias consequências sobre a saúde desses grupos. Nesse relatório a SEA afirma que, ao contrário de grafite atóxico como a empresa alega, o pó emitido é tóxico e contém, além de carbono e ferro, elementos químicos como Zinco (Zn), Silício (Si), Sódio (Na), Manganês (MG), Potássio (K), Cálcio (Ca), Carbono (C), Alumínio (Al) e outros elementos como Vanádio (V), Titânio (Ti), Enxofre (S), Chumbo (PB), Fósforo (P), Níquel (Nem), Magnésio (Mn), Cobre (Cu), Cromo (Cr), Cádmio (Cd). A SEA reconhece ainda que o pó pode causar asma, câncer de pulmão, problemas cardiovasculares, defeitos congênitos e morte prematura. Ele avança ainda ao afirmar que levantamentos da SEA (entrevistas e exames) já teriam constatado o aumento no número de queixas dos moradores de Santa Cruz com relação a: doenças respiratórias (asma, bronquite, doença pulmonar etc.), doenças dermatológicas (eczemas, dermatites e dermatoses), doenças oftalmológicas (conjuntivite), fadiga e estresse e relatos de pioras nos casos de hipertensão e diabetes após exposição ao material particulado. Tudo isso nos faz questionar seriamente a viabilidade da continuidade do empreendimento.
Além disso, a constância na emissão dos particulados marcada pelas “chuvas de prata” e a ineficiência das medidas cobradas pelas autoridades brasileiras à TKCSA, como a instalação de filtros, evidenciam que a poluição aguda não é causada por acidentes ou pelo uso eventual dos poços de emergência, mas fruto do processo produtivo de produção de placas de aço utilizado pela empresa. Os eventos de poluição aguda, portanto, mais do que acidentes eventuais, são inerentes ao processo industrial operacionalizado pela TKCSA. Por isso, as medidas aplicadas desde 2010 pelas autoridades brasileiras não nos tem parecido eficientes em garantir aos moradores de Santa Cruz um ambiente saudável que não coloque riscos sobre sua saúde.
Cabe acrescentar, por fim, que a TKCSA não possui até o momento licença de operação, ainda que sua licença de instalação tenha sido renovada por duas vezes em seis anos (LP número FE DO11378 e LI número FE011733). Atualmente, a empresa funciona assegurada por um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), assinado entre a mesma, a SEA e o INEA (e sem a presença dentre os signatários do Ministério Público, que não concordou com os seus termos) em 20 de março de 2012. Ele ampliou o prazo para a obtenção da licença pela empresa em mais dois anos. Além disso, o TAC estabelece que a empresa teria que cumprir com 134 pontos para obter a licença de operação.
O TAC estabeleceu como obrigações da compromissada (TKCSA) a conclusão de “sistema de despoeiramento do poço de emergência até o dia 30 de abril de 2012 (…) garantindo a eficiência de sua operação (…)”, bem como especificou medidas a serem elencadas como “alternativa ao uso do poço de emergência”, diagnosticado como o fator gerador da “chuva de prata” (páginas 5 do TAC, grifo nosso). Ao mesmo tempo, o TAC colocou como obrigação do INEA e da SEA a concessão da licença de operação (…) “caso o INEA certifique o cumprimento da implantação e a eficácia do sistema de despoeiramento dos poços de emergência e da conclusão do fechamento da casa de corrida dos altos fornos, bem como do pleno cumprimento de todas as obrigações identificadas como vinculantes [no TAC] (…)” (página 8, idem).
A experiência recente de funcionamento da TKCSA tem mostrado que as medidas de despoeiramento contidas no TAC e que a empresa alega vir cumprindo desde 2012 não têm se mostrado eficientes para acabar com os episódios agudos de poluição em Santa Cruz. As “chuvas de prata” não foram extintas até o dia 30 de abril de 2012, como previsto no TAC, ainda que a TKCSA alegue ter finalizado a instalação do sistema de empoeiramento. Os últimos episódios de “chuva de prata” ocorridos em 2012 e 2013, logo, sugerem que o TAC vem sendo violado pela empresa, o que nos leva a esperar da SEA a completa anulação deste acordo e, sobretudo, o fechamento da TKCSA. Essa medida se faz mais urgente, tendo em vista que a TKCSA encontra-se atualmente em processo de venda, aguardando uma proposta da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) que implicará na aplicação de mais R$ 4 bilhões de recursos públicos via BNDES num empreendimento altamente questionável do ponto de vista da sustentabilidade econômica e financeira e, principalmente, ambiental e social.
Os questionamentos e denúncias com relação à atuação da empresa foram e são diversos e direcionados a distintas esferas nacionais e internacionais. No plano internacional a empresa já foi denunciada no Parlamento Alemão e Europeu. No âmbito nacional, a empresa já foi objeto de investigação de uma comissão da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. Durante suas obras de construção, a planta sofreu embargo e multa por parte do IBAMA, auto de infração do extinto Instituto Estadual de Florestas (IEF) e denúncia do Ministério Público do Trabalho. Encontram-se também em curso atualmente duas ações penais ajuizadas pelo MPRJ contra a TKCSA e alguns de seus gestores técnicos por crimes ambientais. A empresa é alvo de diversas denúncias dos moradores junto à Defensoria Pública do Estado, totalizando atualmente 239 ações e mais de ações movidas por associações de pescadores. Mesmo assim, após quase seis anos de denúncias e de investigações, o governo do estado do Rio de Janeiro e seus órgãos ambientais postergam o fechamento da empresa, ainda que boa parte das denúncias levantadas permaneçam obscuras e não esclarecidas.
Atualmente, organizações da sociedade civil, movimentos sociais, grupos populares, nacionais e internacionais, bem como moradores e pescadores da Baía de Sepetiba que acompanham as violações da empresa desde 2006/2007 lançaram a campanha “Pare TKCSA” que reivindica o impedimento da venda da empresa antes que todos os seus passivos ambientais, sociais e econômicos, principalmente com moradores e pescadores da Baía de Sepetiba, sejam contabilizados e reparados. A campanha coloca que a empresa não pode ser vendida até que os danos causados aos moradores e pescadores da Baía de Sepetiba sejam reparados; que os empregos dos trabalhadores que hoje trabalham na TKCSA e que moram na Zona Oeste sejam garantidos mesmo com o fechamento da planta; que seja realizada uma auditoria integral dos direitos humanos violados pela empresa desde 2006; que o TAC seja anulado; e que a Baía de Sepetiba e seus manguezais, em particular na área em que a empresa atua, seja recuperada.
Com base no seu histórico da TKCSA e na previsão de continuidade de violações de direitos humanos evidenciada pelos episódios da “chuva de prata”, cabe aos órgãos ambientais do Rio de Janeiro cumprir com a responsabilidade. É um absurdo que a população de Santa Cruz seja obrigada a conviver com elevados riscos sobre sua saúde, sem que os responsáveis sejam cobrados e punidos, segundo estabelece a legislação brasileira.

Fonte: Karina Kato é pesquisadora do Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS).

Câmara ouvirá Figueiredo e PF sobre fuga de Molina

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Ao tomar posse como ministro das Relações Exteriores, Luis Alberto Figueiredo afirmou ter uma "tarefa desafiadora, pois se trata de substituir meu amigo Antonio Patriota, um dos maiores talentos da diplomacia brasileira"; o novo chanceler tem seu convite aprovado na Comissão de Relações Exteriores da Câmara para dar a versão oficial sobre a fuga da senador boliviano Roger Molina da embaixada do Brasil em La Paz; diretor-geral da Polícia Federal também será chamado; comissão montada no Itamaraty para apurar o caso será remontada após pedido de saída de seus dois integrantes; imbroglio em torno do episódio é o primeiro desafio para as habilidades diplomáticas do novo chanceler

 O caso Molina é mesmo a primeira missão a ser enfrentada pelo novo ministro das Relações Exteriores, Luis Alberto Figueiredo, que toma posse no cargo na tarde desta quarta-feira 28, em Brasília.
A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados aprovou convite para Figueiredo e o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Coimbra, contarem o que sabem sobre a complexa operação que retirou da embaixada do Brasil em La Paz o senador boliviano Roger Molina e o levou para Brasília.
À primeira vista, o gesto foi inspirado e coordenado pelo então encarregado de negócios da missão brasileira na Bolívia, Eduardo Saboia. Mas a participação de fuzileiros navais e agentes da PF na proteção ao político boliviano – alvo, em seu país, de 20 processos judiciais – deu complexidade ao caso.
Roger Molina estava refugiado na embaixada brasileira havia 454 dias. O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) também participou, na noite do sábado 24, da escolta ao fugitivo no trajeto Corumbá (MS)-Brasília, feito num jatinho que ele próprio disse ter conseguido emprestado de um amigo.
Abaixo, notícias da Agência Brasil a respeito:
Figueiredo promete se empenhar na defesa da inclusão social e do meio ambiente
 
Renata Giraldi e Danilo Macedo
Repórteres da Agência Brasil


Brasília – Ao tomar posse hoje (28), o novo ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, disse ser um desafio suceder o ex-chanceler Antonio Patriota na função. Ele disse ainda que sua meta é intensificar a atuação do ministério no esforço para a inclusão social e a proteção do meio ambiente. Em discurso breve, Figueiredo agradeceu a confiança e se disse honrado em ser o novo chanceler brasileiro ao lado da presidenta Dilma Rousseff.
“Com muita honra, aceitei o convite para assumir o cargo. A tarefa é desafiadora, pois trata-se de suceder um dos maiores talentos da diplomacia brasileira, que é o meu amigo Antonio Patriota. Muito me orgulha ser chamado a dirigir uma instituição que é referência no Estado brasileiro”, disse Figueiredo durante a cerimônia de posse no Palácio do Planalto.
Segundo o chanceler, os princípios que guiam seu trabalho são os defendidos pelo governo: o crescimento econômico com inclusão social e a proteção ambiental. Nos meses em que esteve como representante do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), ele disse ter percebido o respeito ao Brasil.
“Na ONU, pude perceber o respeito e a consideração com que as posições do Brasil são recebidas no cenário internacional”, ressaltou o novo chanceler, na presença de várias autoridades, como o vice-presidente Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), embaixadores brasileiros e estrangeiros, além de ministros.
Antes, Figueiredo Machado se reuniu por cerca de uma hora com a presidenta, no Palácio da Alvorada. Diplomata de carreira, ele foi o negociador-chefe da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho do ano passado no Rio de Janeiro. Na ocasião, destacou-se pela habilidade e conquistou a confiança de Dilma pela disposição em negociar pacientemente com os que resistiam a acordos.
Especialista em temas ambientais e sustentáveis, o ministro tem currículo baseado em negociações referentes às mudanças climáticas, ao uso sustentável de recursos, à cooperação pacífica e a todos os assuntos relativos à  qualidade de vida e aos meios.
De personalidade introspectiva, Figueiredo Machado é contido nas palavras e apontado como um estrategista. Acostumado a longas negociações, o novo chanceler não costuma demonstrar cansaço, nem impaciência. Ele e Dilma se conheceram na Conferência das Partes (COP), na Dinamarca, quando a presidenta ainda estava na Casa Civil.

Fonte:Brasil247

CSA pode ter que reparar danos aos moradores

A Defensoria Pública do Rio vai entrar com uma ação pedindo a hipoteca legal da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), localizada em Santa Cruz,...


Fonte: ALERJ



Siderúrgica estaria produzindo resíduos tóxicos

Siderúrgica estaria produzindo resíduos tóxicos
A morte de uma idosa reforça as suspeitas de moradores de Santa Cruz, de que eles estão sendo infectados por resíduos da Companhia Siderúrgica do Altântico.

Fonte: Jornal do Rio Band

Alerj pode barrar renovação de licença ambiental da TKCSA

A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) vai trabalhar em conjunto com a Defensoria Pública do Estado e o Ministério Público do Rio (MP-RJ) para evitar a renovação da licença de funcionamento da ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA).

O anúncio foi feito pelo presidente do colegiado, deputado Marcelo Freixo (PSOL), nesta terça-feira, durante audiência pública. “São muitas as violações de direitos humanos sistemáticos no funcionamento da TKCSA. Junto da Defensoria e do Ministério Público vamos tentar que essa licença não seja renovada, já que não há a menor condição dessa siderúrgica funcionar ali naquelas condições”, afirmou Freixo.

O parlamentar disse, ainda, que a licença deve ser renovada no próximo mês, por isso há urgência nesse processo. Segundo ele, o empreendimento é absolutamente poluente. “É absolutamente contagioso, são muitos os relatos de problemas de saúde naquela região. Por isso, a não permissão dessa licença é o grande objetivo dessa comissão”, garantiu.

O empreendimento começou a funcionar em junho de 2010. No dia seguinte ao início das operações, ocorreu em Santa Cruz, na Zona Oeste, um episódio de poluição acentuada que ficou conhecido como “chuva de prata”. Desde então, a população que mora no entorno passou a conviver com uma poluição constante e tem relatado muitos casos de doença, além de problemas dermatológicos e respiratórios.

Fonte:  Monitor Digital

Lixeira grita “vacilão” para quem joga lixo no chão

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Alerta é bem-vindo; está em pleno curso a legislação municipal que prevê multas para quem jogar lixo nas ruas; conhecida como Laranjinha, equipamento pertence à ONG Rio eu Amo eu Cuido e está circulando por vários pontos da cidade; multas já podem ser aplicadas
 Cuidado! Está em pena vigência a lei municipal que estabelece multas para quem jogar lixo nas ruas. Para alertar o público em geral sobre essa situação, a ONG Rio eu Amo eu Cuido criou uma lixeira falante, que passa reprimendas sobre transeuntes que jogam lixo no chão perto do equipamento. Já apelidado de Laranjinha, em razão de sua cor, a lixeira tem "olhos" e um auto-falante, para observador os que jogam lixo no chão e disparar broncas.
- Quem joga lixo no chão é um tremendo vacilão, diz a Laranjinha que, simpática, ainda pergunta: "Alguém tem um lixinho para jogar em mim?"
A lixeira está circulando pelas ruas do centro da cidade, como forma de ajudar o carioca a se adaptar à nova lei de maneira bem humorada.

Fonte: Brasil247

Seremos escravos da saúde e dos doentes

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A frase foi dita pelo médico cubano Juan Delgado, de 49 anos, que foi vaiado e hostilizado por médicos do Ceará, numa imagem que envergonhou o Brasil e, postada no 247, foi compartilhada por 185 mil pessoas; ao desembarcar no Brasil, foi chamado de "escravo" e se disse "impressionado" com a manifestação. "Isso não é certo, não somos escravos. Os médicos brasileiros deveriam fazer o mesmo que nós: ir aos lugares mais pobres para prestar assistência"; que sirva de lição aos médicos que agiram com selvageria em Fortaleza e também a seus detratores na mídia brasileira; Conselho Federal de Medicina ainda não condenou agressão, que descamba para xenofobia e racismo
O médico cubano Juan Delgado, de 49 anos, retratado numa imagem do fotógrafo Jarbas Oliveira, em que era vaiado por médicas brasileiras, se disse "impressionado" com a manifestação ocorrida em Fortaleza e deu uma lição em seus agressores. "Me impressionou a manifestação. Diziam que somos escravos, que fôssemos embora do Brasil. Não sei por que diziam isso, não vamos tirar seus postos de trabalho", afirmou ele.
De fato, Delgado e os demais estrangeiros que chegaram ao Brasil irão trabalhar em 701 municípios que não atraíram o interesse de nenhum médico brasileiro, a despeito das bolsas de R$ 10 mil oferecidas pelo governo federal.
Negro, e formado por uma universidade pública de Cuba, Delgado questionou várias vezes o fato de ter sido chamado de "escravo" pelos brasileiros. Ele se disse um homem livre, que veio por vontade própria ao Brasil e disse ainda ter atuado em outras missões humanitárias, em países como o Haiti.
Sobre a escravidão, ele disse algo que poderia ser lembrado pelas próximas gerações de médicos no Brasil. "Isso não é certo, não somos escravos. Seremos escravos da saúde, dos pacientes doentes, de quem estaremos ao lado todo o tempo necessário", afirmou, em depoimento ao jornalista Aguirre Talento, da Folha. "Os médicos brasileiros deveriam fazer o mesmo que nós: ir aos lugares mais pobres prestar assistência".
Ele afirmou ainda que a atuação dos estrangeiros não será simples. "O trabalho vai ser difícil porque vamos a lugares onde nunca esteve um médico e a população vai precisar muito de nossa ajuda", disse. Sobre o desconhecimento da língua portuguesa, disse que não será um empecilho e afirmou que a população brasileira "aceitará muito bem os cubanos".
Responsável pelo corredor polonês armado contra os cubanos, o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, José Maria Pontes, disse que as vaias não eram dirigidas contra os profissionais estrangeiros, mas sim aos gestores do programa Mais Médicos. Um vídeo (assista aqui), no entanto, deixa claro que médicos cubanos, como Juan Delgado, foram cercados e chamados de "escravos" por uma turba selvagem e enfurecida de médicos cearenses. Até agora, o Conselho Federal de Medicina ainda não soltou nenhuma nota condenando o que ocorreu em Fortaleza.
Postada ontem com indignação pelo 247, a imagem da vaia dirigida a Juan Delgado havia sido compartilhada por 185 mil pessoas no Facebook – uma marca histórica e um fenômeno raro na história da internet (saiba mais aqui). O que demonstra o estrago que a classe médica tem feito à própria imagem com os atos de xenofobia e até racismo contra médicos estrangeiros, sobretudo cubanos, que vêm sendo incitados por parte da chamada grande imprensa brasileira (saiba mais em "Eles são responsáveis pelo corredor polonês?")

Fonte: Brasil 247

Dilma: "É um imenso preconceito contra os cubanos"

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Presidente lembra em entrevista a rádios de Minas Gerais que "é importante dizer que os médicos estrangeiros, não só cubanos, vêm ao Brasil para trabalhar onde médicos brasileiros formados aqui não querem trabalhar"; secretário adjunto de Gestão do Trabalho diz que remuneração dos médicos cubanos ficará entre R$ 2,5 mil e R$ 4 mil, paga pelo governo do país após repasse do Brasil à Organização Panamericana de Saúde e, desta, para Cuba; Federação Nacional dos Médicos (Fenam) solicitou à Procuradoria-Geral do Trabalho investigação da relação de trabalho dos profissionais que atuarão pelo Mais Médicos
Brasília - A presidenta Dilma Rousseff criticou hoje (28) os que têm preconceito contra a presença dos médicos cubanos no Brasil. Em entrevista a rádios de Minas Gerais, ela ressaltou que há também médicos de outros países, além de Cuba. A presidenta reiterou que os estrangeiros estão no Brasil para desempenhar o trabalho que os médicos brasileiros não querem fazer.
"É um imenso preconceito sendo externado contra os cubanos. É importante dizer que os médicos estrangeiros, não só cubanos, vêm ao Brasil para trabalhar onde médicos brasileiros formados aqui não querem trabalhar", disse ela.
Ontem (27), a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) solicitou à Procuradoria-Geral do Trabalho investigação da relação de trabalho dos profissionais que atuarão pelo Mais Médicos. A entidade alega que o fato de os médicos não revalidarem os diplomas vai causar restrição de locomoção, o que, segundo a entidade, é uma das características do trabalho escravo.
Pelas regras do governo, todos os profissionais do Mais Médicos receberão uma "bolsa formação" pelo serviço nas regiões carentes. Não haverá contrato de trabalho. O Ministério da Saúde é favorável à concessão de pagamento por intermédio de bolsa porque os médicos farão uma especialização na atenção básica ao longo dos três anos de atuação no programa.
No caso dos médicos cubanos, eles atuarão no Brasil em regime diferente dos que se inscreveram individualmente no Mais Médicos. O Ministério da Saúde brasileiro firmou acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para que a entidade internacional buscasse parcerias para a vinda de médicos para o país. Pelo acordo, a Opas fez acordo com Cuba, prevendo inicialmente a vinda de 4 mil médicos cubanos. Os primeiros 400 profissionais desse acordo a chegarem no país vão atuar em parte das 701 cidades que não receberam inscrições individuais de médicos.
No acordo, os repasses financeiros serão feitos do Ministério da Saúde para a Opas. A entidade repassará as quantias ao governo cubando, que pagará os médicos. Inicialmente nem a Opas nem o Ministério da Saúde souberam especificar quanto dos R$ 10 mil pagos por médico será repassado para os profissionais, porém, o secretário adjunto de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Fernando Menezes, disse depois que a remuneração ficaria entre R$ 2,5 mil e R$ 4 mil.

Fonte: Renata Giraldi e Danilo Macedo
Repórteres da Agência Brasil

terça-feira, 27 de agosto de 2013

CONFIRMADA QUARTA MORTE POR GRIPE A NO RIO

© Sergio Moraes / Reuters: A person with a suspected case of H1N1 influenza virus waits outside Miguel Couto hospital in Rio de Janeiro July 23, 2009. The flu strain has killed 29 people in Brazil, the Health Ministry said on Wednesday.  REUTERS/Sergio Moraes  (BRAZIL HEALTH)
No estado, foram anotados 39 casos e dez óbitos pela gripe provocada pelo vírus tipo Influensa A (H1N1) até esta terça-feira 27
Rio de Janeiro – A Secretaria Municipal de Saúde confirmou a quarta morte este ano, por causa da gripe A (H1N1), ocorrida na quinta-feira (22) em um hospital particular na Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade.
No estado do Rio, foram anotados 39 casos e dez óbitos pela gripe até hoje (27). De acordo com a Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Estado de Saúde, os casos de gripe provocados pelo vírus tipo Influenza A (H1N1) "não têm se mostrado mais graves do que os demais casos de vírus Influenza".
A prevenção da gripe é feita com regras básicas de higiene, como cobrir a boca ao tossir ou espirrar e lavar as mãos com frequência. Também é recomendado evitar permanecer por muito tempo em ambientes fechados, sem ventilação e com aglomeração de pessoas.
O município do Rio registrou este ano 16 casos de Influenza A (H1N1), com quatro mortes, apesar da campanha de vacinação de que 1,1 milhão de pessoas. O número representa 91,74% do público-alvo, acima da meta de 80% estipulada pelo Ministério da Saúde.
Fonte: Akemi Nitahara Repórter da Agência Brasil

O vídeo dos médicos selvagens: CFM calado

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"Escravos! Escravos!" Com agressões verbais e muitas vaias, médicos cearenses fizeram um verdadeiro corredor polonês contra profissionais cubanos; assista ao vídeo, feito ontem à noite; hostilidades chegaram às raias do preconceito racial; regras de civilidade e mínima cordialidade foram quebradas; presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simce), José Maria Pontes disse que "cubanos não podem operar porque não sabem. E eles podem fazer um estrago muito grande no Brasil"; frente a esse comportamento selvagem, o que fizeram os Conselhos Federal, presidido por Roberto D´Ávila, e Regional de Medicina? Nada

Quando o governo federal anunciou o Programa Mais Médicos, no início de julho, e a vinda de quatro mil médicos cubanos para trabalhar no Brasil, na semana passada, o Conselho Federal de Medicina foi um dos primeiros a reagir formalmente. A respeito do convênio assinado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, com a OPAS (Organização Panamericana de Saúde), o presidente do CFM, Roberto D´Ávila, assinou uma nota chamando o projeto de "eleitoreiro".
Nesta segunda-feira, uma cena desprezível aconteceu em Fortaleza, onde 96 médicos, sendo 79 cubanos, desembarcaram para iniciar um curso de formação de três semanas antes de começarem seus trabalhos no Brasil. Cerca de 50 médicos brasileiros, que os esperavam do lado de fora, gritaram "escravos", xingaram e humilharam os médicos estrangeiros, que foram obrigado a passar pelo meio de um verdadeiro corredor polonês (assista vídeo abaixo)



O comportamento selvagem dos médicos brasileiros foi praticado contra pessoas que nunca os desrespeitaram. Pelo contrário, vieram atender à população que tem pouco – ou nenhum – acesso à saúde e trabalhar em 701 cidades do País onde nenhum profissional brasileiro quis ir. Sobre essa atitude da classe médica, que demonstrou preconceito aos colegas estrangeiros, o CFM curiosamente não se pronunciou. Assim como não o fez o CREMEC, Conselho Regional do Ceará, onde ocorreu o episódio. A assessoria de imprensa do Conselho Federal informou ao 247 que não há previsão de nenhum posicionamento oficial sobre o caso.
Na última semana, D´Ávila também classificou de "irresponsabilidade" a contratação de profissionais sem que fossem comprovadas suas habilidades técnicas. Acontece que, depois de participarem do curso preparatório no Brasil, de língua portuguesa e sobre o sistema de saúde pública brasileiro, os médicos podem ser reprovados e correm o risco de voltarem ao seus países. O presidente do Conselho Federal de Medicina, porém, não se retificou da crítica sem fundamento, após essa nova informação.
Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simce), José Maria Pontes, a Federação Nacional dos Médicos, que representa 53 sindicatos da categoria, pretende entrar hoje com uma Ação Direta de Institucionalidade (Adin) no STF contra o programa Mais Médicos. Ele disse que os conselhos regionais não darão o registro para os cubanos. "Isso é uma palhaçada. Temos médicos brasileiros excelentes. O que não presta é a saúde pública brasileira", criticou. Para Pontes, os "cubanos não podem operar porque não sabem. E eles podem fazer um estrago muito grande no Brasil. Isso é um crime", disse.

Fonte: Brasil 247

 

Kotscho: Campanha contra cubanos é "desumana

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Desumana, na verdade, afirma o jornalista, é "a campanha não contra a vinda dos médicos cubanos, que chegaram ao Brasil felizes da vida, mas contra os pacientes pobres brasileiros sem assistência"; Ricardo Kotscho vê o Brasil dividido em dois: o daqueles que têm todos os direitos garantidos e não abre mão dos seus privilégios o dos que se virem por conta própria com benzedeiras, rezas e curandeiros

O jornalista Ricardo Kotscho se impressiona "como podem ser desumanos e hipócritas os que colocam seus interesses pessoais, profissionais, partidários ou ideológicos acima das necessidades básicas de sobrevivência dos brasileiros que não têm acesso ao SUS, muito menos aos planos de saúde". Em um post sobre o tema no blog Balaio do Kotscho, no R7, ele vê o Brasil dividido em dois. Leia:
É desumana esta campanha contra médicos cubanos
Toda a polêmica criada nos últimos dias sobre a vinda de médicos cubanos para suprir as carências de assistência à saúde das populações mais pobres do país - ainda temos 701 municípios sem nenhum médico residente - agitou as redes sociais neste final de semana e serviu para revelar como podem ser desumanos e hipócritas os que colocam seus interesses pessoais, profissionais, partidários ou ideológicos acima das necessidades básicas de sobrevivência dos brasileiros que não têm acesso ao SUS, muito menos aos planos de saúde.
É como se fossem dois países chamados Brasil: um, daqueles que têm todos os direitos garantidos e não abre mão dos seus privilégios assegurados pelo Estado desde Cabral (o Pedro Álvares), dispondo de alguns dos melhores hospitais do mundo; outro, o dos que se virem por conta própria com benzedeiras, rezas e curandeiros. Para deixar bem claro: é desumana a campanha não contra a vinda dos médicos cubanos, que chegaram ao Brasil felizes da vida, mas contra os pacientes pobres brasileiros sem assistência.
A ofensiva contra o Mais Médicos criado para trazer profissionais do exterior e instalá-los nas regiões onde os brasileiros se recusam a trabalhar, começou logo após o programa ser lançado pelo governo federal por medida provisória em julho, e ganhou mais força com a chegada dos primeiros profissionais cubanos na semana passada.
Boa parte da classe médica brasileira e suas entidades representativas, numa violenta demonstração de xenofobia e corporativismo, foram às ruas para fazer protestos com narizes de palhaço e ocuparam espaços generosos na mídia para declarar guerra ao governo, mas não apresentaram nenhuma proposta alternativa parar minorar o sofrimento de milhões de brasileiros abandonados à sua própria sorte nas regiões mais remotas do país e nas periferias das grandes cidades.
Em seus argumentos hipócritas (não confundir com o juramento a Hipócrates), mostraram-se preocupados com a formação dos médicos estrangeiros e sua capacidade de atender com qualidade à população, como se o trabalho deles fosse uma maravilha de dedicação e competência em todos os hospitais e postos de saúde públicos.
Preocuparam-se até com os salários de R$ 10 mil pagos aos médicos cubanos, acertados num convênio do Ministério da Saúde com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), porque uma parte será repassada ao governo cubano, que os formou, ficando uma parcela de 25% a 40% para os profissionais. Chegaram a classificar esta medida, semelhante à estabelecida pela Opas com outros 58 países, como "trabalho escravo".
"Nós somos médicos por vocação e não por dinheiro. Trabalhamos porque nossa ajuda foi solicitada, e não por salário, nem no Brasil nem em nenhum lugar do mundo", rebateu o médico cubano Nélson Rodriguez, um dos primeiros 206 profissionais daquele país que desembarcaram sábado no Brasil.
Além da Opas, o programa Mais Médicos recebeu a aprovação da Organização Mundial de Saúde e, segundo as pesquisas mais recentes, é apoiado por 54% da população brasileira(contra 47% no final de junho). Entre quem apontou o PT como seu partido de preferência, este número sobe para 62%. Já entre os que preferem o PSDB, a maioria (49%) respondeu que é contra a importação de médicos, números que podem explicar o Fla-Flu nas redes sociais que é dominado por baixarias de todo tipo.
De outro lado, sete entre nove cartas sobre a polêmica publicadas nesta segunda-feira no "Painel do Leitor" da Folha dão seu apoio à importação de médicos estrangeiros e fazem duras críticas aos médicos brasileiros. Melhor é deixar o povo falar o que pensa.
Alguns exemplos:
Jalson de Araújo Abreu (São Paulo, SP): "O exame Revalida, ao qual médicos formados no exterior estão sujeitos, deveria ser aplicado nos formandos brasileiros. Esperamos que não confirme o resultado do exame do Cremesp, que reprovou 80% dos avaliados".
Alcides Morotti Junior (São Roque, SP): Os médicos cubanos que disseram que são médicos por vocação, e não por dinheiro, estão seguindo o juramento de Hipócrates. Já os brasileiros _ pelo menos a grande maioria _, não."
Luiz Carlos Roque da Silva (São Paulo, SP): "É incrível a atitude da maioria dos doutores contra o Mais Médicos: eles não vão para as regiões carentes e não deixam ninguém ir. Agora, vendo que a população apoia o programa, concentram-se nos cubanos. Estes já estão no Haiti, na África, no norte do Brasil. Os nossos, não. O mesmo se dá com os Médicos sem Fronteiras que arriscam a vida na Síria.".
Carlos Roberto Penna Dias dos Santos (Rio de Janeiro, RJ): "Gostaria de condenar a campanha que a máfia de branco está fazendo contra o programa Mais Médicos. A histeria destas entidades médicas lembra o macarthismo. Tenho certeza de que a maioria da população apoia a vinda dos médicos estrangeiros e repudio a posição nazifascista de algumas entidades".
Edgard Gobbi (Campinas, SP): "Um jornalista flagrou uma médica da Prefeitura de São Bernardo do Campo batendo o ponto e indo atender pacientes no seu consultório. Será que ela aprendeu com aquela médica de Ferraz de Vasconcelos quer marcava ponto com dedos de silicone com a impressão digital de outros médicos? E alguém duvida que a prática é comum no Brasil?"
Entre as duas cartas críticas, uma foi enviada pelo médico Fernando Piason França, de São Paulo, SP. Só pode ser deboche:
"Há uma determinação para que médicos não circulem pelas ruas de jalecos por questão de higiene. Os cubanos desembarcaram no aeroporto assim trajados. Nem começaram a já cometeram a primeira infração. Mau começo".
Se todas as infrações cometidas diariamente por médicos brasileiros se limitassem a isso, estaríamos bem servidos. Aliás, se eu for atropelado daqui a meia hora na esquina de casa e aparecer alguém de jaleco branco, não vou querer saber de onde vem, não vou lhe pedir o currículo. Basta que ele salve a minha vida.
Não se trata de discutir o regime cubano nem a legislação trabalhista vigente naquele país. Não é problema meu. Neste ponto, estou absolutamente de acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, quando ele diz:
"Quem tem crítica pode fazer sugestões para aprimorar. Agora, não venham ameaçar a saúde da população que não tem médicos".
É este o ponto. O resto é querer se aproveitar de uma solução de emergência, por todas as razões necessárias, para criticar o governo, seja o do Brasil ou o de Cuba ou o de qualquer outro país que nos possa ajudar a enfrentar este gravíssimo problema da população ainda desassistida de saúde pública -, entre outros motivos, porque a maior parte dos nossos médicos não parece preocupada com isso.

Fonte: Brasil 247

A demissão não basta. É preciso extraditar

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A presidente Dilma agiu rápido, ao demitir o chanceler Antonio Patriota, após a surpreendente fuga de Roger Pinto Molina, com a ajuda de um diplomata brasileiro; a decisão, no entanto, não é suficiente para recolocar o Brasil no trilho da ordem internacional; será preciso também extraditar o boliviano, que responde a vinte processos na Bolívia, por corrupção e até por narcotráfico
Perante a Justiça boliviana, um país com o qual o Brasil mantém relações diplomáticas, o senador Roger Pinto Molina tem diversas contas a acertar. É réu em cerca de vinte processos e responde a acusações de corrupção e até narcotráfico. Como diretor da Zona Franca de Cobija, foi acusado de desviar US$ 1,6 milhão, de acordo com um relatório de promotores bolivianos. Como governador do estado de Pando, foi também denunciado por corrupção.
Molina, que se diz um perseguido político, fugiu da Bolívia com a ajuda ilegal de um diplomata brasileiro, Eduardo Saboia, que desafiou a hierarquia do Itamaraty e feriu todas as normas internacionais – uma atitude que causou a demissão de seu chefe, o chanceler Antonio Patriota (leia mais aqui). A fuga contou ainda com o apoio do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, e de um misterioso empresário que emprestou um jatinho à dupla (leia mais aqui).
Diante da crise aberta pela "operação Argo" liderada pelo senador Ferraço, a presidente Dilma agiu rápido. Demitiu o chanceler Patriota, que se mostrou incapaz de vigiar seu próprio quintal e de monitorar uma situação delicada para as relações do Brasil com seus vizinhos sul-americanos.
No entanto, não é o bastante. A fuga de Molina, que não tinha salvo-conduto para deixar a embaixada brasileira em La Paz, causou indignação na Bolívia. "Na nota diplomática nós expressamos nossa profunda preocupação com a transgressão do princípio de reciprocidade e cortesia internacional. Por nenhum motivo o senhor Pinto poderia deixar o país sem o salvo-conduto", disse o chanceler boliviano David Choquehuanca. Segundo ele, é necessário ter uma explicação oficial do Brasil sobre o tema porque "foram violadas normas nacionais e internacionais”.
"O amparo da imunidade diplomática não pode transgredir normas nacionais e internacionais facilitando neste caso a fuga, a saída irregular do país do senador Pinto. Pode ser um precedente ruim (...) se é que nós, amparados pela imunidade diplomática, vamos permitir esses atos ilegais", prosseguiu o chanceler boliviano.
É evidente que se Pinto Molina fosse um senador norte-americano refugiado na embaixada brasileira em Washington para não responder a acusações de corrupção, o senador Ferraço e o diplomata Saboia não teriam tido a mesma coragem. Da mesma forma, é evidente que o australiano Julian Assange não sairá da embaixada equatoriana em Londres, se não tiver um salvo-conduto. Nem o presidente equatoriano Rafael Correa teria coragem para patrocinar a fuga do fundador do Wikileaks.
Diante da transgressão cometida pelo diplomata Saboia e pelo senador Ferraço, que ainda se julgou no direito de fazer juízos de valor sobre a diplomacia brasileira e suas relações com os vizinhos, só resta uma saída: extraditar o senador Roger Pinto Molina, que, aliás, parecia bem distante de um quadro de depressão nas primeiras entrevistas que concedeu no Brasil.
O pedido de extradição deve ser formulado pelo governo boliviano nos próximos dias. É o que informa a Agência Brasil. Leia abaixo:
Ministério Público da Bolívia diz que analisa pedir extradição de Roger Pinto Molina
Luciano Nascimento
Repórter da Agência Brasil
Brasília -  O Ministério Público da Bolívia estuda pedir a extradição do senador Roger Pinto Molina, disse hoje (25) o procurador-geral interino da Bolívia, Roberto Ramirez. De acordo com a  Agencia Boliviana de Información (ABI), agência de informações da Bolívia, Ramirez disse que "como Ministério Público, estamos, atualmente, analisando tudo o que se refere à normativa internacional e à normativa nacional para ver quais são as opções". Molina responde a vários processos na Bolívia por suspeita de corrupção.
O senador boliviano, que é opositor do presidente Evo Morales, ficou abrigado por 15 meses na embaixada brasileira na Bolívia desde que pediu asilo político ao Brasil. O salvo-conduto era negado pelas autoridades bolivianas que alegam que o parlamentar responde a processos judiciais no país. No sábado (24), o parlamentar deixou a embaixada com o auxílio da representação diplomática brasileira. O boliviano chegou nesse domingo ao país por Corumbá (MS), onde se encontrou com o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Os dois voaram em seguida para Brasília.
O embaixador da Bolívia no Brasil, Jerjes Justiniano Talavera, pediu explicações ao Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, sobre a retirada do senador boliviano da representação diplomática brasileira em La Paz e a viagem dele a Brasília.
Em nota, o Itamaraty, informou que abrirá um inquerito para apurar as circunstâncias da entrada no Brasil do senador boliviano. O diplomata Eduardo Saboia, apontado como principal responsável pela retirada do senador foi chamado  para prestar informações a respeito do ocorrido.

Fonte: Brasil 247

Médicos brasileiros envergonham o País

(3931) Armando Paiva: FORTALEZA, CE, 26.08.2013: MAIS MÉDICOS/CE -  Manifestantes ligados ao Sindicato dos Médicos do Ceará (Simce) , realizam protesto durante a saída do grupo de 79 médicos selecionados pelo programa Mais Médicos, do governo Federal, participavam de curso na
A foto acima diz tudo; um médico cubano negro, que chegou ao Brasil para trabalhar em um dos 701 municípios que não atraíram o interesse de nenhum profissional brasileiro, foi hostilizado e vaiado por jovens médicas brasileiras; com quem a população fica: com quem se sacrifica e vai aos rincões para salvar vidas ou com uma classe que lhe nega apoio?

Em nenhum país do mundo, os médicos cubanos estão sendo tratados como no Brasil. Aqui, são chamados de "escravos" por colunistas da imprensa brasileira (leia mais aqui) e hostilizados por médicos tupiniquins, como se estivessem roubando seus empregos e suas oportunidades. Foi o que aconteceu ontem em Fortaleza, quando o médico cubano negro foi cercado e vaiado por jovens profissionais brasileiras.
Detalhe: os cubanos, assim como os demais profissionais estrangeiros, irão atuar nos 701 municípios que não atraíram o interesse de nenhum médico brasileiro, a despeito da bolsa de R$ 10 mil oferecida pelo governo brasileiro. Ou seja: não estão tirando oportunidades de ninguém. Mas, ainda assim, são hostilizadas por uma classe que, com suas atitudes, destrói a própria imagem. Preocupado com a tensão e com as ameaças dos médicos, o ministro Alexandre Padilha avisou ontem que o "Brasil não vai tolerar a xenofobia" (leia mais aqui).
Ontem, o governo também publicou um decreto limitando a atuação dos profissionais estrangeiros ao âmbito do programa Mais Médicos – mais um sinal de que nenhum médico brasileiro terá seu emprego "roubado" por cubanos, espanhóis, argentinos ou portugueses. Ainda assim, cabe a pergunta. Com quem fica a população: com o negro cubano que vai aos rincões salvar vidas ou com os médicas que decidiram vaiá-lo?

Abaixo, reportagem da Agência Brasil sobre a carteira provisória dos profissionais estrangeiros:
 
Aline Leal Valcarenghi
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O governo federal publicou ontem (26) decreto determinando que a carteira provisória dos médicos com diploma estrangeiro que atuarão pelo Mais Médicos deverão trazer mensagem expressa quanto à vedação ao exercício da medicina fora das atividades do programa.
Para atuar no Brasil, médicos formados no exterior precisam fazer o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida). No entanto, a medida provisória que cria o Mais Médicos prevê que os profissionais que forem trabalhar por meio do programa não precisarão passar pelo procedimento para atuar no local especificado pelo Ministério da Saúde. Se o médico inscrito quiser atuar em outro local, deverá passar pelo Revalida.
O registro provisório do "médico intercambista" deverá ser solicitado ao Conselho Regional de Medicina (CRM) do estado onde o médico atuará. Os conselhos regionais disseram que entrariam na Justiça para terem o direito de não registrar os profissionais que não têm o Revalida. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que esta é uma determinação legal, e portanto, deve ser cumprida.
Segundo o decreto presidencial, a declaração de participação do médico intercambista no Mais Médicos, acompanhada dos documentos especificados, é condição necessária e suficiente para a expedição de registro profissional provisório e da carteira profissional.O registro deverá ser expedido pelo CRM no prazo de 15 dias a partir da apresentação do requerimento pela coordenação do programa.
O decreto publicado hoje prevê ainda que o supervisor e o tutor acadêmico, que acompanharão trabalho dos médicos que atuarão pelo programa, poderão ser representados judicial e extrajudicialmente pela Advocacia-Geral da União, entidade que defende a União.
Os tutores são professores indicados pelas universidades federais que aderiram ao programa. Já os supervisores podem ser profissionais de saúde ou docentes das instituições. De acordo com o Ministério da Educação, que determina o processo de supervisão, haverá um tutor para cada dez supervisores, e um supervisor para no máximo dez médicos. Os supervisores deverão fazer visitas periódicas aos médicos, no mínimo uma por mês.

Fonte: Brasil247


 

Preso de Oruro estava presente na briga entre corintianos e vascaínos no DF

Leandro Oliveira, conhecido como Soldado na Gaviões da Fiel, passou cinco meses detido na Bolívia. E domingo participou do conflito no Mané Garrincha


Confusão começou quando corintianos, liderados por Leandro, tentaram invadir local ocupado pelos
 
SÃO PAULO - Leandro Silva de Oliveira, um dos 12 corintianos presos na Bolívia acusados pela morte do jovem Kevin Espada e soltos por falta de provas, participou da briga generalizada com torcedores do Vasco domingo, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Vídeos de emissoras de tevê e fotos feitas pelo Estado mostram Oliveira enfrentando policiais militares, sendo atingido por spray de pimenta e, na sequência, trocando socos e pontapés com vascaínos e policiais.
Conhecido como Soldado, Oliveira é sócio da Gaviões da Fiel e graduado na alta cúpula da organizada. Na briga de domingo, ele é um dos primeiros a, no intervalo da partida, correr em direção aos torcedores do Vasco. Como o Mané Garrincha não conta com barreiras físicas para separar as torcidas, não foi difícil se aproximar dos cariocas, que também estavam na arquibancada superior.
Em um primeiro momento, Oliveira chegou a ser contido por policiais e recuou. Mas com a chegada de mais corintianos, voltou a atacar. Torcedores do Vasco partiram para o confronto e a confusão aumentou. A polícia tentou conter os baderneiros com cassetetes e spray de pimenta, mas não conseguiu. Oliveira esteve na linha de frente durante o confronto, e em alguns momentos chegou a servir de escudo para alguns companheiros. A confusão só terminou depois que os policiais conseguiram isolar os corintianos.
Soldado ficou cinco meses e meio preso em Oruro. Ele foi detido no dia 20 de fevereiro, durante a partida entre Corinthians e San Jose pela primeira rodada da Libertadores, quando Kevin foi atingido por um sinalizador e morreu de traumatismo craniano causado pelo impacto do artefato. Três dias depois da morte do boliviano, inquérito policial apontou que foi encontrado com Oliveira um sinalizador, sem marca identificada. Por causa disso, o Ministério Público da Bolívia chegou a indiciá-lo como responsável do disparo do sinalizador.
Oliveira saiu da prisão no dia 2 de agosto junto com outros quatro torcedores. Em julho, a Justiça boliviana havia liberado sete corintianos, também por falta de provas. Ele não foi o único entre os 12 presos em Oruro que esteve domingo no Mané Garrincha. Hugo Nonato, conhecido como São Luiz, é tesoureiro da Pavilhão 9, e também assistiu ao jogo em Brasília. Não é possível, no entanto, identificá-lo nas imagens da briga.
Após o jogo, quatro torcedores corintianos (cujos nomes não foram divulgados) foram encaminhados ao 5º DP de Brasília e liberados em seguida por falta de provas.
Oliveira não está livre de uma punição. Ele pode ser enquadrado no artigo 41 do Estatuto do Torcedor, que prevê a exclusão dos estádios por até três anos de quem "promover tumulto, praticar ou incitar a violência, ou invadir local restrito aos competidores em eventos esportivos".
O departamento jurídico da Gaviões disse que ainda não foi comunicado oficialmente sobre a participação de Soldado na briga. Como Oliveira foi considerado inocente pela morte de Kevin, não haverá interferência no processo aberto na Bolívia. O presidente da Gaviões da Fiel, Wagner da Costa, não retornou as ligações da reportagem para comentar o assunto.

Fonte: Estadão

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Dona Martha Trindade “Eu não sou contra o progresso, eu sou a favor do progresso. Mas sou mais a favor da vida!”


-Um dia antes da Audiência Pública sobre a TKCSA na Alerj, acabamos de receber a notícia de que uma liderança importante da comunidade local faleceu. Dona Martha foi a primeira moradora a chamar a imprensa quando começaram as chuvas de prata no local. Denunciou as irregularidades cometidas pela empresa, que causaram problemas de saúde nos moradores do entorno.
Enfermeira aposentada do Souza Aguiar não resistiu aos problemas de saúde que apresentou. Ainda não há detalhes. Segundo as primeiras informações, ela teria sido atendida por uma UPA, Hospital Pedro II e, ao que parece, recebeu alta. Mas as dores permaneceram.
Sem dona Martha e também por ela, amanhã é dia de AUDIÊNCIA PUBLICA NA ALERJ, AS 10H.
As informações são de Sandra Quintela, do PACS.



 -Marta Trindade, de 74 anos, contou que desde que a TKCSA começou a produzir, a poluição do ar causa sofrimento constante, lembrando das conhecidas “chuvas de prata”. A ex-enfermeira, que é moradora de Santa Cruz há 30 anos, disse que “a poeira fina se instala em todos os lugares e provoca doenças de pele em muitas pessoas”.



  "Eu não sou contra o progresso, eu sou a favor do progresso. Mas sou mais a favor da vida!”
 
 
Marta Trindade
 

Desmoralizado, Cabral apela à imagem do Papa

: 28-07-2013; Rio de Janeiro; Despedida do Papa Francisco na Base Aérea do Galeão; Foto: Shana Reis
Ameaçado de impeachment e cercado por manifestantes, governador do Rio de Janeiro divulgou que recebeu neste domingo carta do pontífice Francisco agradecendo recepção que teve na visita ao Brasil e dizendo que irá rezar 'pelo bom êxito de todas as iniciativas deste governo a favor do bem comum da população fluminense'. “A carta de Sua Santidade nos comove”, reforça Cabral, que aproveitou para agradecer o trabalhos das equipes envolvidas na Jornada Mundial da Juventude
Mergulhado em uma crise gerada pela onda de protestos no Rio de Janeiro que pedem seu impeachment, o governador Sérgio Cabral (PMDB) divulgou neste domingo (25) que recebeu uma carta do papa Francisco agradecendo recepção que teve na visita ao Brasil.
“É com muita alegria que divido com a população do Rio uma mensagem abençoada do Papa Francisco, através de carta que recebi na sexta-feira (23/08)”, diz o governador, em nota. “A carta de Sua Santidade nos comove”, reforça Cabral, que aproveitou para agradecer o trabalhos das equipes envolvidas na Jornada Mundial da Juventude.
O pontífice esteve no Brasil do dia 22 a 28 de julho para a Jornada Mundial da Juventude, no Rio. Ele também participou de missa em Aparecida, interior de São Paulo.
Segue íntegra da carta recebida pelo Governador divulgada pelo Diario do Poder:

“Excelentíssimo Senhor
Sergio Cabral Filho
Governador do Estado do Rio de Janeiro
Tendo retornado à Roma, não poderia deixar de manifestar o meu sincero agradecimento por todo o trabalho que os diversos âmbitos do Governo Estadual se prodigalizaram em fazer para assegurar o bom andamento da minha visita de uma semana ao Brasil.
Quero também reiterar o agradecimento pela amável disponibilização da Sede do Governo Estadual do Rio de Janeiro, o Palácio Guanabara, para que fosse o palco do meu primeiro compromisso oficial no Brasil e onde tive a possibilidade de “pedir licença” para poder entrar no coração dos brasileiros.
Ao renovar os meus votos de bem-estar para o senhor e sua família, prometo minhas orações pelo bom êxito de todas as iniciativas deste governo a favor do bem comum da população fluminense, sobretudo no que se refere à segurança pública, enquanto desejo a todos as mais copiosas bênçãos de Deus e peço que, por favor, rezem por mim
Vaticano, 2 de agosto de 2013.
Papa Francisco”

Fonte: Brasil247

Lula chama família Marinho para conversar

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Encontro com João Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Globo, ocorreu em São Paulo. Nos bastidores, circula a informação de que Marinho perguntou ao ex-presidente por que o PT detesta tanto a Globo. Com bom humor, Lula teria respondido que talvez fosse pelos mesmos motivos que a Globo detesta o PT

O ex-presidente Lula se reuniu com João Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Globo. O histórico desafeto entre a emissora e o petista teria sido abordado no encontro. Leia a informação de Mônica Bergamo, da Folha:
EU SOU DA PAZ
João Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Globo, se reuniu com o ex-presidente Lula há alguns dias em São Paulo.
PAZ 2
O Instituto Lula confirma a informação. A Globo também. E diz, por meio da assessoria, que a conversa ocorreu "a pedido do ex-presidente Lula". Os dois se encontraram como já teria ocorrido "outras vezes".
PAZ 3
Depois do encontro circulou a informação de que, num momento de descontração, Marinho perguntou ao ex-presidente por que o PT detesta tanto a Globo. Com bom humor, Lula teria respondido que talvez fosse pelos mesmos motivos que a Globo detesta o PT. Os dois negam o diálogo.

Fonte: Brasil247

Quem é mesmo a escrava?

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A médica cubana Natasha Romero Sanches, que disse que seu salário é suficiente, ou a colunista Eliane Cantanhêde, que afirma que profissionais como ela vieram ao Brasil num "avião negreiro"? Quem se deixou acorrentar pelos grilhões da ideologia: a doutora negra que diz trabalhar pela vocação de salvar vidas ou os jornalistas que a enxergam como uma escrava e se obrigam a atirar pedras em qualquer iniciativa do governo Dilma, seja por interesses políticos ou econômicos dos seus patrões?
A negra Natasha Romero Sanches, de 44 anos, é uma doutora cubana. Formou-se por uma universidade pública e, neste sábado, desembarcou no Brasil. Já nesta segunda-feira, passará por um treinamento na língua portuguesa, antes de ser enviada a um dos 701 municípios que não atraíram o interesse de nenhum médico brasileiro e abrigarão estrangeiros nesta primeira fase do Mais Médicos. Indagada por jornalistas sobre o fato de parte da sua bolsa de R$ 10 mil ser apropriada pelo governo cubano, ela não se queixou. "O meu salário é suficiente", disse ela, afirmando ainda que trabalha por amor e pela vocação de salvar vidas (leia mais sobre a chegada de outros médicos cubanos no site Tijolaço).
Aos olhos da jornalista Eliane Cantanhêde, a doutora Natasha é uma escrava. Veio ao Brasil não num voo comercial, mas num "avião negreiro" (leia mais aqui). Assim como Cantanhêde, diversos outros jornalistas escreveram artigos ou postaram mensagens no Twitter sobre a "escravidão" de cubanos. Foi o caso, por exemplo, de Reinaldo Azevedo, de Veja.com, de Ricardo Noblat, do Globo, e de Sandro Vaia, ex-diretor de Redação do Estado de S. Paulo – além do inacreditável Augusto Nunes, que definiu o ministro Alexandre Padilha como uma Princesa Isabel às avessas (leia aqui).
É possível que esses colunistas realmente acreditem que os médicos cubanos foram escravizados pelos irmãos Castro. E que o Brasil, sob as garras do PT, se converteu numa brutal tirania que trafica pessoas – argumento que se enfraquece diante do fato de que dezenas de países já assinaram convênios semelhantes para a importação de médicos com o governo cubano. 
Evidentemente, a doutora Natasha não é uma escrava, assim como os outros médicos de Cuba que chegaram ao Brasil neste sábado (para saber mais sobre o tema, leia o artigo de Hélio Dolye sobre como funciona o sistema de remuneração dos profissionais de saúde cubanos). O que todos eles pediram na chegada foi apenas respeito, para que possam desempenhar bem as suas funções (leia mais aqui).
Mas será que Eliane Cantanhêde e seus colegas são realmente pessoas livres? Eliane, por exemplo, se vê forçada a criticar qualquer iniciativa vinculada ao Partido dos Trabalhadores e até a inventar crises inexistentes. Foi ela, por exemplo, quem, no início deste ano, anunciou um apagão iminente – que ainda não aconteceu. Ela também esteve na linha de frente do chamado "lobby do tomate", apontando uma inflação fora de controle, que não se materializou.
Seus coleguinhas, muitas vezes, também parecem presos e acorrentados a grilhões ideológicos. Funcionam num sistema binário, que exclui a reflexão – se algo é ligado ao PT, só pode estar errado. Ocorre que, muitas vezes, eles apenas vocalizam interesses econômicos, políticos ou comerciais não deles – mas dos seus patrões. Barões midiáticos que, num sistema ainda concentrado como o brasileiro, distorcem o fluxo das informações. Basta dizer que, entre os dez homens mais ricos do País, quatro são ligados a grandes grupos de comunicação.
É possível que a doutora Natasha não desfrute de toda a liberdade que gostaria de ter. Mas não se pode descartar a hipótese de que ela seja uma mulher mais livre do que Eliane e seus colegas que a vêem como uma escrava.

Fonte: Brasil 247

Médicos estrangeiros começam a ser treinados

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Até o fim do dia, todos os 644 profissionais previstos na primeira fase devem estar no Brasil; o ministro da Saúde, Alexandre Padilha,diz que as três semanas de ambientação, nas quais os profissionais estrangeiros terão aulas sobre saúde pública, com foco na organização e funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e língua portuguesa, servirão também para os médicos serem avaliados pelas universidades brasileiras, "podendo inclusive ser reprovados"

Brasília - Começa nesta segunda-feira (26) o processo de avaliação e acolhimento de todos os médicos com diploma estrangeiro e sem revalidação que vão atuar por três anos em regiões carentes, como municípios do interior e periferias das grandes cidades, pelo Programa Mais Médicos. Até o fim do dia, todos os 644 profissionais previstos na primeira fase devem estar no Brasil.
A vinda dos profissionais foi um dos pontos mais polêmicos do Programa Mais Médicos, já que eles não vão precisar passar pelo Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida), que tem alto índice de reprovação e que é obrigatório para os médicos com diploma estrangeiro atuarem no Brasil. Para as entidades médicas, a não revalidação do diploma deixa a população sem garantia da qualidade dos profissionais. Em vários estados brasileiros, médicos foram às ruas nos últimos dias para protestar contra o programa.
Segundo a doutora em saúde pública e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Lígia Bahia, que foi conselheira do Conselho Nacional de Saúde (CNS), há experiências internacionais que mostram haver maior incidência de erros em procedimentos médicos cometidos por estrangeiros. "Dispensar testes de habilitação pode ser uma medida emergencial e provisória. Para a população que vivencia uma verdadeira via crucis para obter atendimento, a possibilidade de ter um acesso facilitado é sempre positiva. No entanto, sem algum tipo de certificação de competência, haverá dúvidas sobre a qualidade da formação dos médicos que se candidatarem ao edital proposto pelo governo".
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no entanto, defende que as três semanas de ambientação, nas quais os profissionais estrangeiros terão aulas, em universidades públicas federais, sobre saúde pública, com foco na organização e funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e língua portuguesa, servirão também para os médicos serem avaliados pelas universidades brasileiras, "podendo inclusive ser reprovados".
As entidades médicas criticam ainda o tipo de vínculo, considerado por elas precário, que os profissionais estrangeiros que vierem ao país pelo Mais Médicos terão. Eles terão uma bolsa formação no valor de R$ 10 mil, sem contrato empregatício. “Eles pagam uma bolsa de estudo, mas esses profissionais vêm é trabalhar e não estudar”, disse o presidente da Federação Nacional dos Médicos, Geraldo Ferreira.
O Ministério da Saúde defende que a bolsa prevista consiste em uma “bolsa-formação”, uma forma de remuneração para a especialização na atenção básica, que será feita ao longo dos três anos de atuação no programa. Além disso, a pasta argumenta que os médicos vão ter que contribuir com a Previdência Social, para terem direito a licenças e outros benefícios.
Inicialmente, o programa, que foi lançado no começo de julho por medida provisória, só previa inscrições individuais, ou seja, o próprio médico se inscrevia. Porém, com esse modelo, o programa só preencheu 10% da demanda de 15.460 profissionais apresentada pelos municípios. Foi então que Padilha anunciou que buscaria convênios internacionais.
Paralelamente, o início da negociação para um acordo com o governo cubano já havia sido divulgado em maio, quando o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que 6 mil médicos vindos de Cuba atuariam nas regiões carentes do Brasil. Nessa ocasião, a medida foi duramente criticada pelas entidades médicas, que alegam que o curso de medicina em Cuba tem carga horária inferior à do Brasil, o que o tornaria semelhante a um curso técnico.
Na última quarta-feira (21), o governo anunciou um acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde(Opas), que prevê a intermediação de convênios internacionais. O primeiro, assinado com Cuba, trará 4 mil médicos cubanos até o fim de 2013 para as regiões que não tiveram as vagas preenchidas por inscrições individuais no Mais Médicos.
As críticas quanto à vinda dos cubanos, por parte das entidades médicas, foram ainda mais contundentes. Um ponto que gera questionamentos é o fato de a bolsa de R$ 10 mil paga aos profissionais ser repassada ao governo da ilha, com a intermediação da Opas, para posterior pagamento aos médicos – o que, segundo as entidades, poderia levar os profissionais a receber valores abaixo do que é permitido pela lei brasileira. O secretário adjunto de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Fernando Menezes, disse, no entanto, que esses profissionais receberiam entre R$ 2,5 mil e R$ 4 mil.
Quando perguntado se seria correto um médico cubano ter a mesma carga horária de trabalho dos demais médicos, mas ganhar menos, Padilha disse que "essas situações acontecem em todo o mundo, nas mais de 50 parcerias que o Ministério da Saúde de Cuba faz no mundo inteiro". O ministro ressaltou a credibilidade da Opas e disse que as regras do acordo são respeitadas em todos os acordos feitos com o governo cubano.
Os 1.618 profissionais inscritos individualmente na primeira etapa do Mais Médicos vão atuar em 579 postos da rede pública, em cidades do interior do país e periferias de grandes centros. Desse total, 1.096 médicos têm diploma brasileiro e começam a trabalhar no dia 2 de setembro. Os de diploma estrangeiro começam a atuar no dia 16 de setembro.

Fonte: Aline Leal Valcarenghi
Repórter da Agência Brasil