sexta-feira, 15 de abril de 2016

Médica aposentada do estado ficará sem dinheiro para tratar sequelas do AVC

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- Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
Pedro Zuazo

A médica aposentada Eloísa Fenton Garcia precisou se sentar quando soube que o governo do estado só pagaria este mês os inativos que recebem até R$ 2.000. Após dedicar 37 anos ao serviço público, a ginecologista se aposentou com um salário de R$ 2.117. Por causa desses R$ 117 de diferença, ela deve ficar com a conta no vermelho até o dia 12 de maio, quando o governo promete honrar o pagamento.

O problema é que Eloísa, hoje com 67 anos, não pode se dar ao luxo de cortar algumas despesas. Por causa das sequelas de um ACV que sofreu em 2001, ela toma nove remédios por dia — que custam, somados, cerca de R$ 300 por mês — e precisa fazer sessões regulares de fisioterapia, cuja mensalidade é de R$ 200.
— O governo decidiu deixar na mão os inativos, que são os que mais precisam e os que mais contribuíram — desabafa ela.
— Minhas contas estão todas atrasadas. Vou ter que bater um papo com o gerente do banco para ver se encontro uma solução.
Durante as quase quatro décadas dedicadas à rede estadual de saúde, a ginecologista rodou por diversas unidades e encerrou a carreira no posto de saúde de Vigário Geral. O salário da aposentada é o que mantém a casa onde ela mora, em Vila Isabel, com dois filhos, que estão atualmente desempregados.
— Desde o início do ano a gente vive devendo. O calendário de pagamento mudou, e a gente teve que aceitar isso. Mas as companhias não são tão compreensivas. É um desrespeito o que estão fazendo com a gente — diz Eloísa.
Se não conseguir fazer um empréstimo ou um refinanciamento no banco, a aposentada pretende fazer como tantos outros servidores: recorrer à ajuda de amigos e parentes.

Fonte: Extra
Pedro Zuazo

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