terça-feira, 17 de setembro de 2013

Caso Amarildo: menor diz que foi pago para mentir

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Uma das principais testemunhas do caso Amarildo, um adolescente confessou ter recebido dinheiro do inspetor Halter Pitter, que atuou na Operação Paz Armada, para sustentar o fato de que o ajudante de pedreiro foi morto por um traficante; o menor disse, também, que, para manter esta versão, o major Édson Santos lhe ofereceu um imóvel fora da Rocinha

Rio247 – Além de ter tido que foi pressionado pelo major Édson Santos, ex-comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, um adolescente confessou que recebeu dinheiro do inspetor Halter Pitter, atuante na Operação Paz Armada, cujo desfecho foi o sumiço de Amarildo, para sustentar o fato de que o ajudante de pedreiro foi morto por um traficante. Uma das principais testemunhas do caso, o menor disse, também, na Divisão de Homicídios (DH), que, após sofrer ferimentos durante a operação, o major Édson Santos foi ao hospital com o objetivo de oferecer segurança e um imóvel fora da Rocinha para o adolescente acusar um traficante pelo sumiço de Amarildo.
Tanto o menor como outra testemunha, Wellington Lopes da Silva, aparecem em vídeo gravado no Hospital Miguel Couto pelo delegado Ruchester Marreiros, ex-adjunto da 15ª DP (Gávea), e pelo inspetor Halter Pitter, se recuperando de ferimentos, após a Operação Paz Armada, contra o tráfico de drogas na Rocinha. Segundo o jornal O Globo, na última quarta-feira (11), o menor afirmou Wellington também teria recebido um imóvel alugado pelos policiais em Jacarepaguá, Zona Oeste da cidade do Rio, para sustentar uma versão inverídica.
Em agosto passado, o menor acusou o traficante Thiago Silva Mendes Neris, o Catatau, pelo sumiço de Amarildo, ocorrido no dia 14 de julho, após ser levado por policiais militares para a UPP da Rocinha. Tanto ele como a sua mãe estão sob proteção policial, enquanto Wellington não foi encontrado pela polícia.
De qualquer maneira, os depoimentos do adolescente se contradizem. Numa das versões, no dia 7 de agosto, a testemunha afirmou que Amarildo tinha lhe ordenado a quebrar uma câmera da UPP usada pela polícia para monitorar a movimentação de traficantes na Rocinha. Como consequência deste depoimento, o delegado Ruchester concluiu que o ajudante de pedreiro integrava uma quadrilha de traficantes.
Porém, em seu último relato, o menor informou que não conhecia Amarildo nem a sua mulher, que também teve prisão pedida pelo delegado por suposto envolvimento com o tráfico. Sobre o inspetor que teria lhe oferecido dinheiro para acusar o traficante Catatau, a testemunha afirmou que foi flagrada furtando um celular na comunidade onde morava. Segundo o seu próprio relato, ele teria sido liberado na 15ª DP para, em troca, acusar o traficante pelo sumiço de Amarildo, cuja proposta teria sido feita quando o adolescente estava no Hospital Miguel Couto.
O menor afirmou, ainda, que o inspetor lhe ofereceu um iPhone e um par de tênis para sustentar uma versão sem fundamento. Mas a promessa não foi cumprida. Os policiais envolvidos no caso foram procurados, mas a corporação informou que o inquérito tramita em segredo de Justiça.

Fonte: Rio 247
                       

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