segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Câmara: Retirada dos professores ocorreu após 'diálogo se esgotar'

Alguns profissionais foram detidos e outros hospitalizados, mas todos já foram liberados. Categoria continua na frente do local



Policiais invadiram a Câmara dos Vereadores ocupada por professores
Foto:  Leandro Eiró / Agência O Dia Alguns profissionais foram detidos e outros hospitalizados, mas todos já foram liberados. Categoria continua na frente do local

Rio - A desocupação da Câmara de Vereadores, ocorrida na noite deste sábado, usando a força policial, foi elogiada pela Casa Legislativa neste domingo, em comunicado afirmando que ação se deu depois que todos os diálogos foram esgotadas. Alguns profissionais da rede municipal de ensino, que protestam contra plano de carreira da categoria, foram detidos e outros hospitalizados com ferimentos leves. Todos já foram liberados. A categoria continua na frente do local.

A Câmara continua enfatizando que a retirada dos professores, realizada à força, tem respaldo judicial, afirmando a reitegração de posse teve respaldo jurídico. Porém, a expulsão dos profissionais foi feita sem apresentação do mandado, e quando foi mostra, o documento era o que foi expedido para retirar os estiudantes que ocuparam o local durante a criação da CPI dos ônibus.

A nota emitida pela Câmara apresenta um trecho da liminar: “... para o fiel acompanhamento dos trabalhos das Comissões e do Legislativo em geral, que se realizam em sessões públicas, os manifestantes têm livre acesso aos locais próprios, nos horários de funcionamento da Casa Legislativa. Não há necessidade, evidentemente, de se ocupar os recintos do prédio público, de uso especial, passando a morar no local, que não está preparado para tanto”.

No entando, a parte apresentada do documento, emitido pelo desembargador Fernando Fernandy Fernandes, não informa que o mandado expedido em agosto serve para um novo caso. Nesta sexta-feira, a polícia tentou retirar os porfissionais com mesmo documento, mas a categoria, junto com integrantes da OAB, alegaram a invalidade da ordem. Com isso, a PM se retirou. Neste domingo, funcionários limparam o local para o retorno das atividades nesta segunda-feira.

Bombas de gás e spray de pimenta

Um docente afirma que a PM usou até arma de choque para esvaziar o plenário. Do lado de fora, bombas de gás e spray de pimenta foram jogados contra grupo de manifestantes que tentaram impedir a ação. Ruas foram interditadas.

“Chegaram batendo, nos arrastaram para fora, senhoras foram esmagadas. Vi muitos colegas caídos, atingidos por armas de choque. Se a PM disser que reagimos, é mentira”, acusou o professor de Matemática Edson de Oliveira.

Vídeo:
Cerca de 120 homens do 5º BPM e do Choque chegaram à Cinelândia por volta das 21h, atendendo a ofício da Casa pedindo ajuda para esvaziar o prédio. Um negociador tentou convencer os profissionais a sair pacificamente, mas os docentes, alegando que a PM não tinha um mandado de reintegração, resistiram.

Às 22h30, policiais arrombaram a entrada do Palácio pela Rua Evaristo da Veiga, e 40 homens entraram. Um manifestante atirou um sinalizador, o que gerou tumulto. Bombas de gás e cabeças de negro foram detonadas.

Marta Moraes, coordenadora do Sepe, afirmou que a categoria vai processar o estado. “Não há liminar pra realizar essa desocupação. Não é uma decisão da Justiça. É uma ordem autoritária. Não vamos aceitar que a ditadura seja reinstalada. Vamos mostrar isso para os nossos alunos”, reclamou.

Um vídeo publicado na Internet mostra o momento em que a Polícia Militar entrou na Câmara dos Vereadores, na noite deste sábado, e retirou à força os profissionais da rede municipal de ensino, que ocupavam a Casa Legislativa em protesto ao plano de carreira da categoria proposta pelo prefeito Eduardo Paes. O Sindicato dos Professores (Sepe), deve entrar com um processo contra o estado.






O vídeo foi publicado no YouTube pelo Mídeia Ninja. Mesmo com a baixa qualidade das imagens, é nítida a forma agressiva que os professores foram retirados. Aos gritos de "sem violência", os policiais foraçaram a entrada. Chegando no Plenário, muitoas grevistas foram arrastados pelos agentes. Muitas pessoas pediam calma para os PMs, mas om pedido não foi aceito.

Fonte: O Dia

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