sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Campo onde foto de bandidos foi tirada é palco de torturas a moradores na Covanca



O campo de futebol, na Estrada da Covanca, que serve como plano de fundo da fotografia em que 28 pessoas posam armadas de 15 fuzis e uma submetralhadora é usado por traficantes da localidade como palco de torturas e ameaças a moradores. Um registro de ocorrência, feito no último dia 3 na 28ª DP (Campinho), revela que um morador da favela foi levado até o mesmo local por um grupo de “seis homens com cinco fuzis e uma pistola”.
Lá, o homem foi submetido a uma sessão de torturas que incluiu uma sessão de choques e um fuzil apontado para sua cabeça. Os dois homens identificados como os autores das ameaças também foram reconhecidos por agentes da 28ª DP na fotografia: Thiago Pereira, o Tiquinho — apontado como líder da quadrilha —, e Manoel Filipe Abrantes, o Tripinha, um dos seguranças do chefe. Segundo o relato, os traficantes exigiam que o homem, amordaçado e colocado de joelhos, “pagasse um pedágio à boca” se quisesse continuar vivo. De acordo com a polícia, os bandidos suspeitavam que ele tivesse ligação com milicianos que disputam o local com a quadrilha. Para se livrar dos bandidos, o homem teve que pagar, na hora, R$ 3 mil e obedecer uma ordem inusitada: “fornecer cerveja e Redbull para o mototáxi da favela”.

Matador

Thiago Pereira, o Tiquinho, antes de chegar ao posto de chefe da quadrilha que quer tomar a Covanca, já foi soldado do tráfico no Complexo do Lins. Entretanto, o que lhe deu prestígio entre os bandidos foi sua atuação como matador da quadrilha de Aleksandro Rocha da Silva, o Sam, preso em maio do ano passado quando já tentava tomar a Covanca.

Currículo

Tiquinho tem, nas costas, pelo menos, três mortes, segundo denúncias do Ministério Público. Em 13 de janeiro do ano passado, ele é acusado de matar, por ordem de Sam, Iara Prata e Elizabeth Santos, duas funcionárias da Associação de Moradores da favela Bela Vista, próxima à Covanca. Para Sam, a associação apoiava milicianos. Três meses depois, Tiquinho teria participado de outro crime: a morte por dois tiros de fuzil, do pedreiro Lindomar Dias.

Fonte: Extra

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