quinta-feira, 13 de junho de 2013

Polícia prende 34 no entorno do protesto contra aumento do transporte em SP

SÃO PAULO – Manifestantes começam a chegar, aos poucos, na tarde desta quinta-feira ao Theatro Municipal de São Paulo. O local, a poucos metros da prefeitura paulistana, será o ponto de encontro para o quarto protesto contra o reajuste das tarifas do transporte público na cidade. A polícia informou que 34 pessoas já foram presas nesta tarde nas imediações do protesto. O motivo não foi divulgado. Elas estão perfiladas na Praça do Patriarca à espera de um microonibus para serem levadas à delegacia.
Segundo a prefeitura, o Viaduto do Chá, que liga a sede do governo ao Theatro Muncipal, já está interditado por cerca de 2 mil pessoas. O policiamento é grande no entorno. Lojistas da região estão fechando as portas dos estabelcimentos com medo de novos confrontos entre manifestantes e policiais.
Por enquanto, os manifestantes fazem uma batucada na escadaria do teatro. Ainda não se sabe qual será o percurso da passeata.
Se depender da mobilização nas redes sociais, o protesto promete ser ainda maior do que o de terça-feira, que deixou 85 ônibus danificados e uma estação do metrô e uma agência bancária depredados. A página oficial da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo na internet foi invadida na noite de quarta-feira. Hackers colocaram no site convocação para a manifestação de hoje.
"Exigimos a redução da tarifa! Os supostos representantes devem ouvir a vontade do povo. Basta de políticos inócuos. Estamos acordados! Seus dias de fartura estão contados!", dizia o texto. A secretaria retirou o site do ar. Outra mensagem agora informa que o site está em manutenção.
O número de pessoas que confirmaram presença no perfil do Movimento Passe Livre (MPL) no Facebook ultrapassou 20 mil no início da manhã de hoje. No último protesto, cerca de 12 mil pessoas haviam confirmado a presença, e cerca de 5 mil participaram segundo estimativa da Polícia Militar.
O Movimento Passe Livre (MPL) divulgou nesta quinta-feira ter obtido na Justiça alvarás de soltura para dois dos 13 manifestantes presos na última terça-feira no protesto contra o reajuste da tarifa do transporte público em São Paulo. Para cada um dos dois, foi estipulada fiança de R$ 3 mil, valor pago pelo MPL.
Antes da chegada do alvará de soltura, eles foram transferidos para a penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo. Inicialmente, eles seria transferidos para o Centro de Detenção Provisória Belém 2, na capital paulista, e, por isso, o alvará de soltura foi encaminhado para essa unidade prisional ontem. Um novo alvará precisou ser expedido hoje pela Justiça para ser entregue em Tremembé. Por causa da confusão, o MPL acredita que os dois manifestantes ainda passarão mais esta noite no presídio.
Há ainda um manifestante, para o qual foi arbitrada fiança de R$ 20 mil, que continua preso. Os demais — 10, ao todo — foram indiciados por formação de quadrilha e não têm direito à liberdade mediante o pagamento de fiança. O MPL informou que já entrou com pedido de habeas corpus para oito deles. Dois estão com advogados constituídos por familiares.
A resposta negativa do governo de São Paulo à proposta de suspensão temporária do aumento da tarifa de ônibus em São Paulo deve levar mais pessoas nesta tarde de quinta-feira ao Theatro Municipal, no centro da cidade, na avaliação de Nina Cappello, líder do Movimento Passe Livre (MPL).
O acordo de trégua nas manifestações em troca da revogação por 45 dias do aumento de R$ 3,00 para R$ 3,20 foi proposto na noite de quarta-feira pelo promotor de Habitação e Urbanismo de São Paulo, Maurício Ribeiro Lopes. No entanto, não foi aceito nesta quinta-feira pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). A prefeitura de São Paulo ainda não se manifestou sobre a proposta.
— A tendência é que a manifestação cresça, na medida em que os governos não aceitam suspender o aumento da tarifa — disse Cappello, que tem 23 anos e é estudante de Direito da Universidade de São Paulo (USP).
O Comando da Polícia Militar de São Paulo deve reforçar o policiamento neste quarto protesto do grupo, previsto para a tarde de hoje, no centro da cidade. Nas passeatas anteriores, policiais têm mantido distância dos manifestantes e atuado para liberar faixas de trânsito e também na dispersão do grupo, momento em que ocorreram confrontos em dois dos três protestos realizados até agora.
Para Nina Cappello, o reforço da polícia é uma tentativa de tirar as pessoas da rua e evitar uma manifestação, que ela considera legítima:

Fonte: O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário