sexta-feira, 14 de junho de 2013

CSA perde um terço da produção por problemas em um alto-forno

SÃO PAULO  -  A situação da Cia. Siderúrgica do Atlântico (CSA), que já era grave, complicou-se ainda mais. Com o controle à venda há mais de um ano pelo grupo ThyssenKrupp, a empresa viu seu plano de entrar em pleno ritmo de produção neste mês desmoronar-se com os problemas de operação enfrentados por um de seus dois altos-fornos desde maio. A paralisação inicial foi de cerca de 20 dias.
No início desta semana, o equipamento foi outra vez paralisado para consertos, conforme relatou uma fonte ao Valor.
Segundo a informação, houve um erro grave de operação por parte dos funcionários que trabalham nessa área e que uma boa parte deles acabou demitida.  O equipamento tinha previsão de retomada da operação, não a pleno ritmo, na noite desta quarta, 12.
Procurada, a empresa não quis se pronunciar sobre as informações obtidas pelo Valor. No início da manhã, a ThyssenKrupp emitiu comunicado informando que sua usina no Brasil, a CSA,  “sofreu uma baixa parcial por causa de problemas em um dos altos-fornos”. E que os problemas operacionais foram causados por “instabilidades em seus processo”.
Conforme apurou o Valor, a produção de placas de aço da CSA em maio foi bastante afetada: a siderúrgica perdeu 120 mil toneladas. Fez, de fato, 260 mil toneladas, ante o planejamento de 380 mil toneladas. Em decorrência dos problemas, o volume de junho será também de 260 mil toneladas, melhorando apenas em julho (330 mil toneladas). A previsão é que a normalidade de operação — na faixa de 380 mil a 400 mil toneladas —, se tudo correr bem, só volte em setembro.
No momento, a venda do controle da CSA está sendo negociada com a Cia. Siderúrgica Nacional (CSN), que estaria disposta a adquirir 33% do capital, além de levar a laminadora do Alabama, EUA.
A operação envolve a aprovação do negócio pela Vale, dona de 27% da CSA, e um novo empréstimo por parte do BNDES para novos investimentos na usina, localizada em Santa Cruz, no Rio.
A necessidade de novos aportes na CSA, para ajustar o nível de suas operações nos altos-fornos, aciaria e coqueria seria de no mínimo US$ 250 milhões, disse uma fonte.
Segundo representantes de empresas que avaliaram o ativo no processo de “due diligence” (auditoria), para deixar a usina com elevado nível qualidade nas suas operações, os recursos adicionais poderiam atingir até US$ 1 bilhão.
A ThyssenKrupp investiu quase US$ 8 bilhões na CSA, que tem capacidade de produzir 5 milhões de toneladas de placas por ano. O valor é 60% superior ao orçamento original do projeto.
Incluindo a laminadora dos EUA, o grupo alemão desembolsou cerca de US$ 12 bilhões na ThyssenKrupp Steel Americas. A Thyssen já fez baixa contábil dos dois ativos da ordem de US$ 8 bilhões.

Fonte: Por Ivo Ribeiro | Valor

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