'Lá em Santos eles vão ver', afirmou o craque depois das agressões em La Paz

Neymar, do Santos, caído no gramado após ser atingido por objetos jogados pela torcida do Bolívar, em La Paz, no jogo de ida das oitavas de final da Libertadores 2012 (Gaston Brito/Reuters)
"O que aconteceu é absurdo, algo completamente inaceitável", disse Muricy. "Jogar aqui é muito triste"
O comportamento da torcida do Bolívar
na vitória dos donos da casa sobre o Santos, na noite de quarta-feira, em La Paz, deixou o atacante Neymar revoltado. O jogador foi alvo de objetos variados, atirados pelos torcedores bolivianos em um escanteio a favor dos brasileiros, logo após o segundo gol do time da casa. Foi atingido no rosto por um deles. De acordo com o técnico Muricy Ramalho, até uma banana foi lançada na direção de Neymar. Caído em campo, o atleta viu a polícia boliviana intervir de forma tardia e cercar os médicos do clube, que faziam o seu atendimento próximo à bandeira de escanteio. Ao se levantar, Neymar mostrou extrema irritação com a hostil recepção dos bolivianos e deixou a cobrança do escanteio para Ganso.
Leia também: Músicas sobre (e com) Neymar - uma praga assola as rádios
Na saída do gramado do Estádio Hernando Siles, a cena se repetiu e Neymar disparou críticas pesadas aos torcedores locais. "Eu só tenho uma coisa para falar: não tem só o jogo de ida, tem a volta também", avisou. Sem muitas palavras, o camisa 11 santista espera que a torcida lote a Vila Belmiro, provável palco do confronto de volta das oitavas de final da Libertadores, no dia 10 de maio, e empurre o time para virar o resultado. Se vencer por 1 a 0, o Santos estará classificado para as quartas de final. "Lá em Santos eles vão ver", resumiu Neymar, que atuou gripado contra o Bolívar e, apesar das boas chances que teve para marcar, não conseguiu marcar em La Paz seu centésimo gol como jogador profissional.
Gaston Brito/Reuters
Neymar ao chão: promessa de resposta - na bola - no jogo de volta, no Brasil
Impunidade - Não foi só Neymar que deixou o campo irritado com a torcida. O técnico Muricy também fez críticas duras ao comportamento do público local. "Nós não aceitamos o tratamento que recebemos aqui, em La Paz. Jogaram pedra de todos os lados e atiraram uma banana no Neymar. Isso é absurdo, algo completamente inaceitável", disse o treinador, que ainda questionou a conduta do árbitro chileno Enrique Osses e pediu providências da Conmebol, responsável pela organização da Libertadores. Apesar disso, Muricy Ramalho não acredita que o Bolívar será punido pelos acontecimentos de quarta. "Jogar aqui é muito triste. O árbitro ainda falou para o Ganso que o que aconteceu teve relação com o nosso atraso, na volta para o segundo tempo. Então, você vê o nível de quem está na Conmebol."
Libertadores 2012: quem pode incomodar os times do Brasil
Boca Juniors

Quando o Fluminense derrotou um apático Boca em La Bombonera, na segunda rodada da competição, não foram poucos os que decretaram que a equipe argentina, seis vezes campeã da Libertadores, "não é mais a mesma". Um mês depois, o Boca – desfalcado de Riquelme – deu o troco e venceu o Flu com autoridade no Engenhão, voltando à lista dos favoritos ao título. Entre os dois extremos, existe uma equipe que realmente não tem o mesmo brilho da década passada, quando conquistou quatro troféus, mas possui qualidade e mística suficientes para ser a maior ameaça aos brasileiros no caminho para o título.
Vélez Sarsfield

Um dos destaques da Libertadores 2011, o Vélez caiu na semifinal em um jogo emocionante contra o aguerrido (mas menos qualificado) Peñarol. A campanha deixou a torcida do Fortín com um gosto de "quero mais", e a qualidade do elenco do Vélez, onde se destacam o meia Insúa e o atacante Pratto, permite aos fanáticos sonhar com o bicampeonato. A surpreendente derrota em casa para o Defensor, na última rodada da fase de grupos, impediu a equipe argentina de alcançar o primeiro lugar na classificação geral, mas que ninguém duvide: o Vélez vem forte e é um dos favoritos à conquista.
Universidad de Chile

La U mostrou suas credenciais para os brasileiros em 2011, eliminando Flamengo e Vasco em sua trajetória vitoriosa na Copa Sul-Americana. Apesar de ter perdido peças importantes daquela campanha, como o atacante Eduardo Vargas, vendido para o Napoli, a equipe chilena vem conseguindo manter o estilo ofensivo e envolvente da temporada passada. Méritos para o técnico argentino Jorge Sampaoli, sempre comparado ao compatriota Marcelo "El Loco" Bielsa, conhecido por formar times com ataques irresistíveis e defesas irresponsáveis.
Atlético Nacional

Dono do melhor ataque da competição até agora, com 15 gols, o Atlético Nacional de Medellin já fez história nesta Libertadores ao golear por 4 a 0 o atual vice-campeão Peñarol, no mítico estádio Centenário. Mas a equipe colombiana quer mais e a torcida já sonha repetir o título de 1989. É bom dizer: a empolgação é justificada. Com boas opções ofensivas, como o atacante Dorlan Pabón (artilheiro do torneio) e o meia Macnelly Torres, o Nacional consegue alternar o toque de bola paciente no meio de campo com ataques rápidos e agressivos. Promete dar muito trabalho.
Deportivo Quito

Com uma campanha impecável em casa – três vitórias, dez gols marcados e nenhum sofrido –, a estratégia do Deportivo Quito nas oitavas de final não é segredo para ninguém: tentar uma vitória folgada na altitude de 2.850 metros da capital equatoriana e segurar o resultado fora. Em 2008, essa tática foi suficiente para dar à LDU, rival do Deportivo, o primeiro título de um time equatoriano na Libertadores. Os brasileiros, portanto, que se cuidem quando forem viajar a Quito.
Cruz Azul

Mesmo sem apresentar uma atuação destacada na fase de grupos, ficando em segundo lugar no Grupo 6 (o mesmo do Corinthians), com três vitórias, dois empates e uma derrota, o Cruz Azul deve manter a tradição mexicana de contar com times que sempre vendem caro a derrota na Libertadores. Em 2010, por exemplo, o Chivas Guadalajara avançou até a final do torneio, sendo derrotado apenas pelo Internacional. Na edição passada, outro representante do país, o América, deu trabalho para o futuro campeão Santos nas oitavas. Com um time caseiro e experiente, o Cruz Azul promete repetir esse roteiro.
Bolívar

Uma marca importante o Bolivar já alcançou nesta Libertadores: é o primeiro boliviano a avançar para a fase de mata-matas em doze anos. Em um grupo sem grandes potências – com Unión Española, Universidad Católica e Junior Barranquilla –, a equipe nem precisou depender de sua arma mortal, a altitude de 3.600 de La Paz, para conseguir a classificação. Sem dar vexames fora de casa, um feito raro para times bolivianos, o Bolívar mostra entrosamento e equilíbrio suficientes para sonhar com uma histórica passagem para as quartas de final. O time é apenas esforçado, mas a altitude pode fazer o confronto virar uma armadilha.
Fonte: Veja
(Com agência Gazeta Press)
Nenhum comentário:
Postar um comentário