sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Advogado da Fasp fala em efeito confiscatório das medidas do pacote do governo

Para Carlos Jund, medidas irão gerar milhares de demandas judiciárias



Advogado Carlos Henrique Jund em 24.01.2006 - Hipólito Pereira / Agência O Globo
RIO - O somatório das medidas do pacote de austeridade do governo estadual tem efeito confiscatório nos vencimentos dos servidores públicos. É o que diz Carlos Henrique Jund, advogado da Federação das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos (Fasp). Segundo ele, os impactos nos vencimentos causados pelas medidas, como o estabelecimento de teto para reajustes e também o aumento da alíquota previdenciária e dos impostos para energia, telefone, cerveja e cigarro, caracterizam o confisco e culminarão em milhares de demandas judiciárias.

— O governo, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), tem condições de fazer ajustes nos salários até com a redução. No entanto, isso não significa um cheque em branco para o governo. Vamos discutir agora se tem efeito confiscatório. Esse somatório reflete uma inconstitucionalidade — disse Carlos Jund.
O advogado disse ainda que é importante que o Ministério Público atue nessa questão:
— Os servidores estão pagando a conta pelo caos administrativo. É importante a atuação do MP para que apure a responsabilidade por esse caos. Os governos precisam responder, e o MP tem que instaurar inquérito para investigar as causas. Os causadores estão milionários e não irão sofrer. Somente a população e os servidores serão penalizados. E todas as esferas estão envolvidas.
Outra medida que faz parte do pacote é a extinção do adicional por tempo de serviço, conhecido como triênios. Conforme o texto, o que já foi incorporado pelos servidores públicos será preservado. Para Carlos Jund, esse tema será motivo de discussão na Justiça.
— Essa medida quebra o parâmetro da paridade, de direito adquirido — analisou o advogado.
Fonte: O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário