sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Saída para o feriadão paralisa o trânsito no Rio

Secretário de Transportes pede a cariocas que voltem no domingo porque segunda-feira, pela manhã, será muito pior

Rio - O Rio parou no final na noite de ontem, na primeira saída para “feriadão” após a interdição do Elevado da Perimetral, no dia 4. De 18h às 21h, o tempo médio de travessia da Ponte Rio-Niterói era superior a uma hora. Por consequência, as Avenidas Francisco Bicalho e Presidente Vargas, principais acessos à Ponte, também registraram longos congestionamentos, dificultando a vida de quem tentava voltar para casa. O mesmo quadro foi deflagrado na Linha Vermelha e nos dois sentidos da Avenida Brasil.

A anunciada interdição da Rodrigues Alves, às 23h, fazia com que muitos evitassem a Região Portuária, congestionando ruas da Grande Tijuca. Porém, para o secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório, o quadro era normal para véspera de feriadão.
Trânsito na Avenida Brasil ficou parado na direção da Ponte Rio-Niterói no fim da tarde desta quinta
Foto:  Severino Silva / Agência O Dia

“Não vejo relação entre o congestionamento e as mudanças na Região Portuária. Trata-se de uma saída em massa para um feriado ensolarado. Não será a primeira e nem a última vez que veremos quadro parecido. O pior pode estar por vir na segunda-feira, quando o fluxo de volta ao Rio coincide com o primeiro dia útil sem a Rodrigues Alves. Nossa recomendação aos motoristas é que tentem regressar ao Rio no domingo, para evitar o caos”, disse.

Apesar da fala do secretário, as alterações no tráfego da Região Portuária eram os principais alvos de motoristas e passageiros, que se mostravam inconformados. “Está aí o retrato de uma cidade modificada às pressas. A volta para casa se transforma em aventura. Imagine se estivesse transportando um doente? Iria vê-lo morrer?”, questionou o economista Jorge Alexandre. Ele dizia ter percorrido menos de 200 metros nos 40 minutos que aguardava na Av. Francisco Bicalho.

Situação similar era vivida por quem trafegava pela Avenida Brasil. O fluxo para a região serrana fez com que Felipe Santana descesse do ônibus e seguisse parte do trajeto à pé. “Estou com fome e cansado. Não vou ficar parado neste ônibus. Vou utilizar minhas últimas forças para caminhar até minha casa”, disse o morador da comunidade Parada de Lucas, pelo Twitter.
Engarrafamentos gigantescos pararam todas as vias expressas de saída da cidade no fim da tarde desta quinta
Foto:  Severino Silva / Agência O Dia

Acidentes na Linha Vermelha e no Túnel do Joá também dificultaram a volta para casa dos moradores da Barra da Tijuca. A Linha Amarela também apresentava lentidão nos dois sentidos.
Na internet, o número de reclamações era altíssimo. Durante boa parte da noite, as hashtags #trânsitorj e #centro figuravam entre as mais citadas por “twitteiros” do Rio de Janeiro.

Filas de mais de uma hora nas barcas

Não foi só quem tentou concluir seu percurso por terra que sofreu na noite de ontem. Por conta da alta demanda de passageiros, houve espera superior a uma hora nas filas da estação Praça 15 das Barcas. “As filas estão enormes. Precisamos de um Metrô que ligue o Rio a Niterói. Mas por favor, peço para que seja bem administrado”, disse a passageira Lívia Cunha.

De acordo com a assessoria das Barcas, mais de 110 mil passageiros foram transportados até as 18h. A alta demanda teria sido causada pela opção aos longos engarrafamentos em toda véspera de feriado.

Desta vez, o colapso teria sido acentuado pela interdição do Elevado da Perimetral. Um esquema especial de contenção de crise foi posto em prática com saídas de embarcações a cada 10 minutos. O alto fluxo não gerou crise similar pela manhã, na estação Araribóia. “Morar em Niterói e trabalhar no Rio é um desafio. Em dias como hoje (ontem) ficamos sem alternativas. A solução é esperar”, disse a doméstica Sandra Silveira.

Rodrigues Alves é fechada e reversível começa na segunda

A Rodrigues Alves foi fechada ontem, no fim da noite, no trecho que vai da Avenida Professor Pereira Reis a Rua Silvino Montenegro. A via deve ficar fechada por cerca de dois anos para a realização de obras, após a retirada do entulho da Perimetral. Ontem, pela manhã, painéis luminosos na Avenida Brasil (na altura de Benfica, Caju e dois na chegada à Rodoviária Novo Rio) já indicam o fechamento.

A prefeitura também colocou algumas faixas para informar a inversão de mão da Rua Sacadura Cabral, prevista para hoje, a partir das 8h. O início da pista reversível, no sentido Praça Mauá, da Via Binário do Porto, outra compensação para o fechamento da Rodrigues Alves, está previsto para começar só na segunda-feira, de 6h às 11h.

Fonte: O Dia

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