quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Zona Oeste, São Gonçalo e Baixada vão ganhar mais segurança

Após estudo, PM vai implantar pelo menos 10 Companhias Destacadas até o fim do ano que vem
Batalhão de Choque fez ação para combater o tráfico em Duque de Caxias, na Baixada, em abril deste ano
Foto:  Banco de imagens / Agência O DIA


Rio - O clamor dos milhares de moradores da Zona Oeste, Baixada Fluminense e São Gonçalo por mais segurança será finalmente atendido. O aumento da violência nessas áreas — na maioria das vezes em consequência da migração de bandidos fugitivos de UPPs, apesar de as autoridades negarem — levou a Polícia Militar a fazer um estudo para implantar Companhias Destacadas em comunidades menores, mas onde a criminalidade cresce a cada dia. O plano é que ao menos 10 companhias sejam instaladas até o fim do ano que vem.

A iniciativa garante reforço significativo no policiamento dessas áreas e um complemento ao programa de Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) que, após cinco anos, termina seu primeiro ciclo ano que vem com a ocupação do Complexo da Maré, conforme O DIA mostrou essa semana.
O mapeamento da PM levou em conta índices de violência, incidência de crimes e o número de habitantes das regiões. O resultado do estudo será apresentado até o fim do mês ao secretário de Segurança José Mariano Beltrame. Caberá a ele decidir quais das áreas serão contempladas com as companhias.

Cada unidade terá efetivo específico, de acordo com a necessidade e o tamanho da comunidade, mas que gira em torno de 50 a 150 policiais. Um dos locais escolhidos pode ser o município de Nova Iguaçu, onde a prefeitura comprou terreno em junho e doou para a PM construir companhia. Na época, o então comandante da corporação, coronel Erir Ribeiro, chegou a anunciar que 112 policiais trabalhariam no local.

Segundo militares, outro ponto cogitado é a Favela da Carobinha, em Campo Grande. A guerra entre traficantes e milicianos para retomar o local dura semanas e polícia está operando por tempo indeterminado. De acordo com policiais, criminosos da facção Terceiro Comando Puro querem tomar a Carobinha pensando na fuga da Maré, que será ocupada pela polícia em março.

Índices alarmantes de roubos e homicídios

“Há muito tempo sofremos com essa violência. Só o governo não vê que os bandidos fugiram para cá. Minha filha foi assaltada na porta de casa e pelo menos três vizinhos também foram. Nós também pagamos impostos e temos direito à segurança”, critica a professora Maria Sônia Rosa, moradora de Nova Iguaçu.


A reclamação dela encontra base nas estatísticas sobre a criminalidade do Instituto de Segurança Pública (ISP). Somente de janeiro a agosto deste ano, 11.286 pedestres foram roubados na Baixada e 1.153 pessoas foram vítimas de homicídios.

Em São Gonçalo, a violência também assusta: 1.648 veículos e 3.425 pedestres foram roubados, também nos primeiros oito meses de 2013.

Niterói já recebeu reforço

As manifestações de moradores de Niterói em prol de mais segurança resultaram no anúncio, terça-feira, do reforço de 380 policiais militares e civis para a cidade, feito pelo secretário Beltrame. Quatro áreas com altos índices de crimes receberão efetivo direto: os morros do Estado (no Centro) e Palácio (Ingá), e os bairros do Fonseca e Pendotiba. Cento e sessenta militares vão se revezar no patrulhamento das ruas do Centro.

Já a Polícia Civil reforça a investigação dos assassinatos lá com a inauguração da nova sede da Delegacia de Homicídios, dia 20 de dezembro, que receberá 160 agentes e 10 delegados.

Nos moldes de Caxias e Mesquita


As novas Companhias Destacadas que serão instaladas na Baixada, Zona Oeste e São Gonçalo devem ser construídas nos mesmos moldes das já existentes nas comunidades da Chatuba, em Mesquita, e da Mangueirinha, em Duque de Caxias. Os locais também foram escolhidos após mapeamento da criminalidade e as bases instaladas em prédios nas comunidades, adaptados para atender ao trabalho dos policiais.

As comunidades sofriam com o aumento da violência, mas segundo a Secretaria de Segurança, não comportavam a estrutura de uma UPP, que é muito grande. A alternativa foi criar as companhias, que atuam com mais de 100 PMs cada uma dentro das comunidades, fazendo revistas, vasculhando possíveis esconderijos de drogas e armas, coibindo a presença do tráfico e realizando prisões de envolvidos com o crime.

A sede da Companhia Destacada da Covanca, em Jacarepaguá, deve ser inaugurada até o próximo mês, mas policiais militares já atuam na região.

Fonre: O Dia

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