terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Tropa de 290 policiais civis e militares começa a reprimir vans piratas após o carnaval

Interessados em obter permissões devem entregar documentos até dia 7 de fevereiro


Cobradora com a cabeça para fora de uma van que estaria em situação irregular
Foto: Pedro Kirilos / O Globo
Cobradora com a cabeça para fora de uma van que estaria em situação irregularPedro Kirilos / O Globo
RIO - A tropa de choque do delegado Cláudio Ferraz, coordenador especial de Transporte Complementar da prefeitura, vai para as ruas na primeira semana após o carnaval. O alvo da fiscalização serão as vans piratas — estimadas em seis mil por Ferraz — que disputam passageiros com outras 6.055 que têm autorização precária. Trabalharão diretamente com o delegado 40 policiais civis e militares. O grupo contará ainda com outros 250 policiais em segundo emprego — do Programa Estadual de Integração da Segurança (Proeis) —, e terá o apoio de equipes do Detro e da Corregedoria Geral Unificada.



Não atuaremos em relação à questão policial, que está sendo apurada pela Secretaria de Segurança e pelo Ministério Público. Mas sabemos que há focos de extorsão. Os permissionários da Zona Oeste se queixam de milicianos que tentam se impor para extorquir. Temos informações ainda que traficantes atuam em locais como a Ilha do Governador e a Vila Aliança — diz Ferraz.
Rotineiramente, as vans desrespeitam as normas de trânsito. Na Enseada de Botafogo, disputam passageiros em pontos de ônibus. Num trecho do início da Enseada, sentido Centro, motoristas param num recuo para aguardar passageiros, impedindo que os pedestres vejam os ônibus. Na Praia de Botafogo, usam um retorno para a Enseada, sentido Copacabana, onde desembarcam passageiros. No Leme, usam até duas pistas para embarque e desembarque. E os cobradores ficam com parte do corpo para fora da janela.
Embora considere o veículo inseguro, Oswaldo Gorski, morador do Leme, tem usado vans para se deslocar para a estação Cardeal Arcoverde, do metrô. Ele justifica:
— Os ônibus que fazem esse percurso costumam demorar até 40 minutos para aparecer .
Moradora do Rio há três anos, a espanhola Ayara Mendo usa quase diariamente o serviço de van entre o Largo do Machado e Santa Teresa. Para ela, o transporte alternativo é a maneira mais rápida de transitar pela cidade. Mas Ayara também acha que o serviço poderia ser mais seguro e interligado com o ônibus e o metrô. Ela é contra a redução do número de vans:
— Mas as vans precisam melhorar e ser interligadas ao bilhete único. São um tipo de transporte rápido e permitem chegar a locais onde os ônibus não chegam.
O programa Transporte Legal — que promete rigor contra irregularidades das vans — será deflagrado após a conclusão da licitação para 1.738 permissões de 80 linhas, divididas em sete lotes. Em meio a ações impetradas pelos dois sindicatos do setor, a prefeitura começa a receber hoje, no Riocentro, os envelopes com a documentação dos interessados em explorar o transporte na área do Méier. Já o diretor-secretário do Sintral, Valmir Oliveira, diz que a categoria está programando uma paralisação.
A entrega de envelopes com os documentos vai até 7 de fevereiro, de acordo com o lote. Nesta quarta-feira, será a vez da Ilha do Governador e de bairros da Leopoldina. Na quinta-feira, será feito o credenciamento dos interessados no lote de Pavuna, Anchieta e adjacências. No da 5 de fevereiro, serão entregues os envelopes do lote de Jacarepaguá e Recreio. Na quarta-feira da semana que vem, serão cadastrados os interessados nos lote de Santa Cruz. Os lotes da Rocinha e de Campo Grande ficaram para o dia 7.
As 519 permissões concedidas na Zona Oeste serão mantidas e readequadas. A prefeitura poderá fazer outra licitação e aumentar essas permissões para 1.764. Ao todo, haverá 3.502 licenças.
Pelo novo sistema, as vans serão um transporte complementar e não passarão pelos grandes corredores, como as avenidas Brasil e Presidente Vargas, pelo Centro e por quase toda a Zona Sul. A permissão é por dez anos, podendo ser prorrogada por mais dez. Dividido em turnos de 12 horas, o serviço deverá operar por 24 horas. Os veículos deverão contar com bilhetagem eletrônica, sendo integrados ao Bilhete Único Carioca. Todos os veículos serão monitorados por GPS.


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Fonte: O Globo

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