segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Padilha: 80 feridos em incêndio no RS permanecem em estado grave

Segundo o ministro da Saúde, 37 feridos foram levados para hospitais de Porto Alegre

Incêndio na boate Kiss deixou mais de cem feridos Foto: Jean Pimentel / Agência RBS
Incêndio na boate Kiss deixou mais de cem feridosJean Pimentel / Agência RBS

RIO e SANTA MARIA — Cerca de 80 pessoas com quadro de intoxicação respiratória continuam internadas em estado grave em hospitais de Santa Maria e Porto Alegre após o incêndio na boate Kiss, que deixou pelo menos 231 mortos. Segundo o jornal “Zero Hora”, o anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, no Centro Desportivo Municipal de Santa Maria.
Segundo Padilha, 40 feridos estão em hospitais de Santa Maria e outros 39 seguiram para centros de referência no atendimento a queimados em outras cidades, 37 deles em Porto Alegre, ao longo da madrugada desta segunda-feira. Segundo a Globo News, 35 feridos respiram com auxílio de aparelhos. Mais remoções devem ocorrer durante o dia.

Desde os momentos que se seguiram após a tragédia, mais de 300 pessoas passaram por unidades de atendimento de saúde do município da região central do Estado.
— Ficamos a noite toda acompanhando pacientes que estavam nos hospitais. O objetivo principal agora é salvar o máximo de vítimas possíveis. Queremos manter a possibilidade de haver leitos vagos de UTI em Santa Maria como retaguarda, porque os casos podem evoluir. Não tivemos nenhum óbito na madrugada, mas permanecemos em alerta permanente — disse Padilha.
O ministro afirmou que algumas pessoas podem apresentar sintomas de pneumonia química, como tosse e falta de ar, nos próximos três dias. Para auxiliar nos trabalhos em Santa Maria foram recrutados profissionais de outras regiões do país, como Sudeste e Nordeste. O Ministério da Saúde mantém contato com bancos de pele no Brasil e na América Latina.
— O segundo objetivo é aliviar o sofrimento dos familiares. Psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais estão no ginásio, nos hospitais e em centros de assistência. Somente no domingo houve quase 200 atendimentos médico-psicológicos a parentes de vítimas — relatou Padilha.
Entenda a tragédia
Na madrugada do dia 27 de janeiro, centenas de jovens participavam de uma festa na boate Kiss, no Centro de Santa Maria. O fogo começou durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira. Por volta de 2h30m, um dos integrantes do grupo utilizou um sinalizador luminoso, cujas fagulhas atingiram a espuma de isolamento acústico da casa noturna, provocando o incêndio. As vítimas buscaram rotas de fuga, no entanto, segundo relato de sobreviventes, um grupo de seguranças bloqueou a única saída da boate para evitar que os clientes saíssem sem pagar. Sem conseguir sair do estabelecimento mais de 200 jovens morreram e outros 100 ficaram feridos. A maioria dos mortos foi vítima de intoxicação pela fumaça. Os bombeiros encontraram dezenas de corpos empilhados nos banheiros, onde muitos ainda tentaram se proteger, e em frente à porta da boate. O incêndio, que teve repercussão internacional, é considerado o segundo maior da História do país e a maior tragédia do Rio Grande do Sul.
Com 262 mil habitantes, Santa Maria é uma cidade universitária que fica na região central do estado. A festa, chamada de “Agromerados“, reunia estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFMS). A maior parte deles tinha entre 16 e 20 anos. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o plano de prevenção contra incêndios da boate Kiss estava vencido desde agosto de 2012. (SAIBA COMO FOI O INCÊNDIO)
Localizada na Rua Andradas, a boate Kiss costumava sediar festas e shows para o público universitário da região. A casa noturna é distribuída em três ambientes — além da área principal, onde ficava o palco, tinha uma pista de dança e uma área vip. Segundo informações do site da casa noturna, os ingressos custavam R$ 15.

 
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Fonte: O Globo

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