segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Rio terá primeiro centro de trauma de idosos do país

Unidade pretende reduzir o tempo de internação e de espera por cirurgia

RIO— O governo estadual inaugura nesta segunda o Centro Estadual de Referência do Trauma do Idoso, na Tijuca. Primeiro do tipo no país, a unidade pretende reduzir o tempo entre a queda e a cirurgia de pessoas com mais de 60 anos. Hoje, a demora varia entre seis e 19 dias, e a meta é que o limite seja 36 horas. O tempo de internação também deve cair dos atuais 18 a 25 dias para até quatro dias. O centro vai funcionar no antigo Hospital Venerável Ordem Terceira, na Tijuca, rebatizado de Hospital São Francisco depois que o Governo do Estado fechou uma parceria com a Arquidiocese do Rio para administrar a unidade de saúde. Desde o início do ano, ele só recebe pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Inicialmente, o novo centro terá capacidade para atender 150 pacientes por mês, fazer cinco operações diariamente e manter internados simultaneamente entre 20 e 30 idosos. Segundo Isnar Castro, coordenador de Ortopedia do governo estadual, a iniciativa pioneira tem como objetivo servir de referência para o país e direcionar ações de política pública para essa parcela da população:
— Queremos mostrar que o tratamento de idosos pode ser menos custoso. Hoje, eles chegam às emergências convencionais e ficam por muito tempo ocupando um leito, porque demandam um cuidado especial. Outros pacientes em estado mais grave também acabam passando à frente no atendimento — explica Castro, que ressalta a importância da operação acontecer nas primeiras 48 horas após o acidente que gerou o trauma. — Esse prazo não costuma ser cumprido nem na rede privada.
O coordenador explica que, para um idoso passar por uma cirurgia, é preciso ter uma unidade pós-operatória similar a um leito de UTI de retaguarda, usada no caso de haver alguma complicação. Isso, na rede pública, é bastante difícil, como reconhece Castro.
Na primeira fase, o centro vai atender apenas pacientes que vêm da rede estadual. Para garantir agilidade, existe um perfil pré-determinado para o idoso ser encaminhado: ele deve ter 60 anos ou mais, ter sofrido o trauma há no máximo 24 horas e ter fratura de fêmur proximal. O paciente não pode ter Alzheimer, doença infecciosa em tratamento, como pneumonia, sequela de acidente vascular cerebral (AVC) ou usar anticoagulante. Identificado um idoso com esse perfil, o hospital deve acionar o centro, que conta com ambulâncias próprias para buscá-lo.
— A partir de estudos, elaboramos esse protocolo. O paciente que não cumprir esses requisitos será atendido nas emergências comuns, porque não conseguiríamos realizar um atendimento rápido de qualquer forma. Após os fluxos estarem regulares, vamos abrir para as redes municipais e federal — explica Castro.
A Secretaria estadual de Saúde investiu R$ 2,86 milhões em equipamentos e ambulâncias, e o Hospital São Francisco, gerido por uma organização social (OS), R$ 850 mil em reformas, mobiliário e alguns equipamento.

Fonte: O Globo

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