terça-feira, 30 de outubro de 2012

Após 5 anos, Mundial fica mais caro - e pesa no seu bolso

Desde outubro de 2007, custo de estádios triplicou (e gasto privado sumiu)


Estádio do Maracanã no Rio de Janeiro, setembro de 2012
Estádio do Maracanã no Rio de Janeiro, setembro de 2012 - Daniel Basil/ME/Portal da Copa
Passados cinco anos, a Copa do investimento privado é, mais que nunca, a Copa do gasto de dinheiro público

A escolha do Brasil como país-sede da Copa do Mundo de 2014 completa exatos cinco anos nesta terça-feira. Em 30 de outubro de 2007, a Fifa confirmou que o Mundial aconteceria no país, que era candidato único na ocasião. O então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, prometia transformar o evento numa oportunidade de ouro para o Brasil. Conforme o discurso do cartola, o Brasil ganharia mais de uma dezena de arenas modernas gastando muito pouco dinheiro público - Teixeira garantia que os estádios seriam construídos ou reformados com investimentos privados. Também afirmava que o setor de infraestrutura seria muito beneficiado, com grandes obras nos aeroportos e na área de transporte público. Desde então, o chefão da CBF caiu - assim como as promessas que acompanharam a escolha do Brasil pela Fifa.
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Passados cinco anos, a Copa do investimento privado é, mais que nunca, a Copa do gasto de dinheiro público. De acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), 85% das despesas do país com o evento são bancadas, de forma direta ou indireta, pelos governos municipais, estaduais e federal (através de investimentos ou financiamentos de bancos estatais). No caso dos estádios, Teixeira prometia atrair empresas dispostas a bancar as obras para depois explorar o uso das arenas. Mas a participação de dinheiro público nas obras das arenas é ainda maior que a média geral dos preparativos para a Copa: 97% do montante consumido pelos estádios corresponde a dinheiro do governo. Em muitos casos, como o Maracanã, por exemplo, o país bancará as obras e depois permitirá a exploração pela iniciativa privada.

Além de pesar diretamente sobre o bolso do contribuinte, as obras nos doze estádios da Copa do Mundo também ficaram muito mais caras do que se previa. No ano em que foi oficializado como país-sede, o Brasil calculava que a construção ou reforma de todas as arenas somaria 2,3 bilhões de reais. De acordo com o último balanço oficial do andamento dos trabalhos nos estádios, anunciado pelo governo em setembro (nas fotos acima), as doze arenas custarão um total de 6,7 bilhões de reais - ou seja, quase três vezes mais que o estimado inicialmente. Para completar, as novidades de infraestrutura prometidas para 2014 custam a sair do papel. O projeto do trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, está parado. E o VLT de Brasília, que chegou a ser incluído na lista oficial de obras, foi cancelado.
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Fonte: Veja


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