A dieta paleolítica surgiu na mídia como uma novidade entre as dietas da moda, com várias promessas como eficiência no emagrecimento (vários quilos em 1 semana) e redução de doenças metabólicas, como diabetes e hipertensão arterial. Mas será que ela traz tantos benefícios assim?
De fato, como o próprio nome diz, a “dieta paleolítica” nos remete a alimentação realizada pelos homens da caverna. Esse tipo de dieta propõe que a alimentação deve ser baseada nos alimentos consumidos pelos nossos ancestrais. E o que isso significa? Significa que a alimentação deve ser composta de carnes, peixes, ovos, raízes e tubérculos (batata, batata-doce, inhame, mandioca), frutas, legumes, folhas e oleaginosas. Este tipo de dieta ainda propõe a exclusão de alimentos industrializados, açúcar, cereais (trigo, milho e aveia), leguminosas e grãos (soja, feijão, ervilha), leites e derivados.
PRÓS da dieta:
- Exclusão de carboidratos refinados e de alto índice glicêmico: o excesso de açúcar e carboidratos de alto índice glicêmico, consumido
pela grande maioria dos brasileiros, estimula uma maior liberação da insulina, um dos principais hormônios anabólicos, que favorece o acúmulo de gordura corporal. A exclusão dos alimentos fontes de carboidratos refinados e de alto índice glicêmico como, doces, açúcar refinado, farinha branca, arroz branco, refrigerantes e demais fontes de carboidratos refinados podem auxiliar nos resultados de emagrecimento.
pela grande maioria dos brasileiros, estimula uma maior liberação da insulina, um dos principais hormônios anabólicos, que favorece o acúmulo de gordura corporal. A exclusão dos alimentos fontes de carboidratos refinados e de alto índice glicêmico como, doces, açúcar refinado, farinha branca, arroz branco, refrigerantes e demais fontes de carboidratos refinados podem auxiliar nos resultados de emagrecimento.
- Exclusão de alimentos industrializados: é fato que o metabolismo do nosso organismo não se adaptou ao consumo desenfreado de alimentos industrializados e é um dos fatores que contribuem para o aumento no número de pessoas que apresentam doenças crônicas, como obesidade, excesso de peso, resistência insulínica, aumento do colesterol e triglicérides, doenças cardiovasculares e tanta outras doenças que aumentam as chances de problemas cardíacos. Reduzir o consumo dos industrializados em detrimento do aumento de alimentos naturais, promovem reduzir muitos riscos à saúde.
- Estilo de vida saudável: muitos defendem a dieta paleolítica como um estilo de vida e não apenas como um regime alimentar. Ou seja, o estilo de vida ativo (como na época dos homens da caverna) é um aspecto fundamental para a redução de doenças e melhoras na saúde. Este tipo de dieta tem seus aspectos favoráveis ao estimular o estilo de vida ativo, uma vez que sabe-se que o exercício físico e o estilo ativo reduzem os riscos de doenças!
- Consumo de frutas, verduras e legumes: o estímulo ao consumo de alimentos naturais, como folhas, frutos e legumes apresentam inúmeros benefícios, e é um dos principais pilares de um estilo de vida saudável! Por isso, incluir frutas, verduras e legumes diariamente em seu cardápio trará inúmeros benefícios à saúde, redução nos riscos de doenças e no controle de peso. O maior consumo de fibras, vitaminas, minerais e compostos antioxidantes encontrados principalmente nestes alimentos favorecem todos os benefícios listados anteriormente. Estes alimentos devem existir em qualquer dieta para emagrecimento e tratamento de doenças crônicas.
- Estímulo ao consumo de oleaginosas: este é um outro ponto positivo desta dieta. As oleaginosas devem ser inseridas diariamente na alimentação, pois são importantes fontes de micronutrientes, antioxidantes e gorduras considerados do bem. As gorduras presentes nas oleaginosas associam-se a redução nos riscos de doenças cardiovasculares. Entretanto, apesar de seus benefícios, seu consumo deve ser controlado, pois são alimentos calóricos.
CONTRAS e ASSUNTOS COM ESTUDOS CONTRADITÓRIOS da dieta:
- Exclusão do Glúten: a eliminação do trigo, principal fonte de glúten da alimentação, é outra característica da dieta paleolítica. Existem muitos prós e contras sobre este assunto, mas o fato é que a retirada do glúten pode favorecer a redução de peso em pessoas que apresentam algum tipo de alergia ou hipersensibilidade alimentar ao glúten ou que simplesmente consomem quantidades excessivas de alimentos feitos de farinha de trigo (o que é observado na população brasileira). Seja pela hipersensibilidade ou pelo consumo excessivo de alimentos produzidos com farinha branca (pão francês, macarrão, tortas, bolos, biscoitos, bolachas e etc), nestas condições a retirada do trigo (ou de seus produtos) pode sim promover influência positiva na saúde.
- Exclusão de leites e derivados: na dieta paleolítica os leites e derivados são excluídos da alimentação, principalmente, entre aqueles que apresentam intolerância à lactose ou hipersensibilidade alimentar às proteínas do leite. Este tema também tem sido muito discutido e a necessidade de exclusão destes alimentos da alimentação deve ser cuidadosamente avaliado por um profissional de saúde. São importantes fontes de cálcio, por isso, uma dieta que não seja acompanhada por um profissional da saúde pode comprometer a saúde óssea, o aporte de micronutrientes importantes para a saúde e o desenvolvimento do organismo.
- Consumo de grãos: a retirada dos grãos da alimentação é estimulado pela dieta paleolítica. Entretanto estudos científicos populacionais demonstram que o consumo de grãos integrais associa-se a menores valores de IMC (índice de massa corporal). Indivíduos que consomem maiores quantidades de grãos integrais apresentaram menor prevalência de sobrepeso comparado àqueles que apresentaram menor consumo de grãos integrais. Os grãos integrais também se associam inversamente à menores concentrações de colesterol total, LDL-colesterol e glicose plasmática.
- Consumo calórico liberado: Por outro lado, o consumo calórico liberado, principalmente proveniente da gordura animal merece atenção especial. A maioria das sociedades brasileiras da classe médica e órgãos de saúde preconizam o consumo limitado de gorduras, principalmente de gordura saturada proveniente principalmente de alimentos de origem animal. O excesso de gordura associa-se à aterosclerose, que é o acumulo de gordura na parede das artérias, o que pode levar ao AVC e infarto. Nenhum órgão de saúde propõe o consumo desenfreado de gorduras e, principalmente, das gorduras saturadas! Além disso, inclusive em pessoas que apresentam peso adequado pode se observar distúrbios metabólicos que elevam os ricos de doenças do coração, principalmente proveniente de um desequilíbrio no consumo alimentar.
Antes de iniciar qualquer dieta, procure um profissional de saúde para que sua saúde seja bem avaliada. Não caia no modismo! Não existem estudos científicos suficientes que comprovem os resultados deste tipo de dieta. Os resultados relatados até o momento são observações empíricas. Consulte um nutricionista clínico!
Referências BibliográficasNewby PK, Maras J, Bakun P, Muller D, Ferrucci L, Tucker KL. Intake of whole grains, refined grains, and cereal fiber measured with 7-ddiet records and associations with risk factors for chronicdisease. Am J Clin Nutr. 2007; 86: 1745-53.van de Vijver LP, van den Bosch LM, van den Brandt PA, Goldbohm RA. Whole-grain consumption, dietary fibre intake and body mass index in the Netherlands cohortstudy. Eur J Clin Nutr. 2009;63(1):31-8.


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