Mais de 6.500 litros de leite Elegê - desnatado, semidesnatado e integral - foram retirados de seis pontos de venda, ontem, por fiscais do Procon Carioca. A entidade também proibiu, por tempo indeterminado, a comercialização do produto na capital. Após receber denúncias de que o longa vida apresentava alterações de cor, sabor e cheiro, o órgão notificou a BRF, dona da marca, que poderá ser multada em R$ 1,2 milhão, além de responder por crime contra o consumidor. Ainda não há, porém, um laudo técnico de laboratório sobre a composição das embalagens.
A decisão do Procon Carioca é limitada apenas à capital fluminense (sua área de atuação). Mas é possível que, em breve, a suspensão da venda se estenda a todo o Estado do Rio. Coordenadora do Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon) da Defensoria Pública do estado, a defensora Larissa Davidovich disse pode entrar com uma ação coletiva contra a BRF.
- Vamos verificar se o problema está acontecendo em todo o estado. Se estiver, a ideia é propor uma ação coletiva e pedir uma liminar para que os lotes contaminados sejam retirados do mercado. Para isso, pedimos a contribuição dos consumidores para que nos mandem as reclamações - solicitou a defensora.
A Defensoria Pública indica o e-mail coletiva.nudecon@ dpge.rj.gov.br para que os consumidores enviem suas denúncias sobre problemas com o leite Elegê. Além de contar suas histórias, os clientes deverão, se possível, informar o lote do produto.
O Procon-RJ analisará o caso para decidir se também pedirá a suspensão das vendas em todo o estado.
Denúncia atinge sete lotes
As denúncias recebidas pelo Procon Carioca indicam problemas em sete lotes: CDVP 12:49; CDVP 08:09; CDGC 17:37; CDFZ 13:54; CDSA 16:53 3; CDNZ 23:55 3; e CDVP 06:09. Segundo a BRF, porém, apenas os três últimos lotes foram retirados “proativamente” do mercado.
As mercadorias ficarão guardadas nos depósitos dos supermercados até que a BRF envie para o Procon Carioca um laudo técnico, atestando que estão próprias para o consumo. A empresa tem até dez dias úteis para fazer isso.
Clientes descrevem produtos com aspectos diferentes
“Assim que coloquei o leite no copo, eu percebi que estava estragado. Saiu um negócio meio grosso, meio coalhado, cheio de pedacinhos”, descreve a dona de casa Sandra Regina Xavier, de 53 anos, que mora em São João de Meriti — onde não houve recolhimento das caixas de leite Elegê, uma vez que a ação do Procon Carioca aconteceu apenas na capital fluminense.
Quem também teve problemas com o leite Elegê, mas de outro lote, foi a dona de casa Ana Lúcia Carvalho, de 42 anos. Ela conta que a aparência do líquido era normal e só notou que estava estranho ao provar.
- A cor estava normal, mas, quando provei, senti um gosto amargo e cuspi na hora - conta.
Ana Lúcia disse que ligou para a fabricante na terça-feira passada, e eles prometeram enviar uma caixa nova na próxima segunda-feira, mas não deram detalhes sobre o problema com o leite.
- Em nenhum momento me explicaram que se tratava de um lote com problema ou que estaria impróprio para o consumo. Só disseram que iriam recolher as caixas compradas e enviar uma nova.
Fonte: Extra
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