sexta-feira, 21 de março de 2014

Suspensão de venda de leite Elegê pode ser estendida ao Estado do Rio

Fiscal do Procon retira leite da marca Elegê das prateleiras do supermercado Prezunic de Botafogo
Fiscal do Procon retira leite da marca Elegê das prateleiras do supermercado Prezunic de Botafogo Foto: Roberto Moreyra / Extra
Andréa Machado
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Mais de 6.500 litros de leite Elegê - desnatado, semidesnatado e integral - foram retirados de seis pontos de venda, ontem, por fiscais do Procon Carioca. A entidade também proibiu, por tempo indeterminado, a comercialização do produto na capital. Após receber denúncias de que o longa vida apresentava alterações de cor, sabor e cheiro, o órgão notificou a BRF, dona da marca, que poderá ser multada em R$ 1,2 milhão, além de responder por crime contra o consumidor. Ainda não há, porém, um laudo técnico de laboratório sobre a composição das embalagens.
A decisão do Procon Carioca é limitada apenas à capital fluminense (sua área de atuação). Mas é possível que, em breve, a suspensão da venda se estenda a todo o Estado do Rio. Coordenadora do Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon) da Defensoria Pública do estado, a defensora Larissa Davidovich disse pode entrar com uma ação coletiva contra a BRF.
- Vamos verificar se o problema está acontecendo em todo o estado. Se estiver, a ideia é propor uma ação coletiva e pedir uma liminar para que os lotes contaminados sejam retirados do mercado. Para isso, pedimos a contribuição dos consumidores para que nos mandem as reclamações - solicitou a defensora.
A Defensoria Pública indica o e-mail coletiva.nudecon@ dpge.rj.gov.br para que os consumidores enviem suas denúncias sobre problemas com o leite Elegê. Além de contar suas histórias, os clientes deverão, se possível, informar o lote do produto.
O Procon-RJ analisará o caso para decidir se também pedirá a suspensão das vendas em todo o estado.
Fiscais recolhem caixas de leite
Fiscais recolhem caixas de leite Foto: Roberto Moreyra / Extra
Denúncia atinge sete lotes
As denúncias recebidas pelo Procon Carioca indicam problemas em sete lotes: CDVP 12:49; CDVP 08:09; CDGC 17:37; CDFZ 13:54; CDSA 16:53 3; CDNZ 23:55 3; e CDVP 06:09. Segundo a BRF, porém, apenas os três últimos lotes foram retirados “proativamente” do mercado.
As mercadorias ficarão guardadas nos depósitos dos supermercados até que a BRF envie para o Procon Carioca um laudo técnico, atestando que estão próprias para o consumo. A empresa tem até dez dias úteis para fazer isso.
Clientes descrevem produtos com aspectos diferentes
“Assim que coloquei o leite no copo, eu percebi que estava estragado. Saiu um negócio meio grosso, meio coalhado, cheio de pedacinhos”, descreve a dona de casa Sandra Regina Xavier, de 53 anos, que mora em São João de Meriti — onde não houve recolhimento das caixas de leite Elegê, uma vez que a ação do Procon Carioca aconteceu apenas na capital fluminense.
Quem também teve problemas com o leite Elegê, mas de outro lote, foi a dona de casa Ana Lúcia Carvalho, de 42 anos. Ela conta que a aparência do líquido era normal e só notou que estava estranho ao provar.
- A cor estava normal, mas, quando provei, senti um gosto amargo e cuspi na hora - conta.
Ana Lúcia disse que ligou para a fabricante na terça-feira passada, e eles prometeram enviar uma caixa nova na próxima segunda-feira, mas não deram detalhes sobre o problema com o leite.
- Em nenhum momento me explicaram que se tratava de um lote com problema ou que estaria impróprio para o consumo. Só disseram que iriam recolher as caixas compradas e enviar uma nova.


Fonte: Extra

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