quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Suspeito de lançar rojão que matou cinegrafista diz que só falará em juízo

Ele não admitiu, nem negou', disse o delegado responsável pela prisão de Caio Silva de Souza

Rio - O delegado Maurício Luciano, da 17ª DP (São Cristóvão) disse, nesta quarta-feira, em entrevista coletiva realizada na Cidade da Polícia, que Caio Silva de Souza se negou a falar sobre a morte do cinegrafista. "Ele disse que falaria somente em juízo. Não admitiu, nem negou", disse o delegado.
Ainda segundo Maurício Luciano, segundo depoimentos, Caio seria uma pessoa reservada na vida no dia a dia em casa e no trabalho, mas que se "transforma no meio da multidão". O chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, também participa da coletiva. 
Caio foi preso na Bahia
Foto:  Reprodução TV Globo
O delegado informou que o inquérito sobre a morte do cinegrafista já está concluído, pois não há dúvidas sobre a participação do co-autor, Fábio Raposo, que entregou o explosivo, e Caio, que recebeu e acendeu o artefato. "Há a prova testeumunhal, prova técnica e a prova do vídeo. Só não tivemos a confissão", falou.
Preso em pousada na Bahia
Caio foi preso em uma pousada na cidade de Feira de Santana, na Bahia, na madrugada desta quarta-feira. O suspeito foi levado para a Cidade da Polícia, no Jacaré, onde chegou por volta das 9h30, prestou depoimento ao delegado da 17ª DP e logo depois foi levado para a sala de custódia. Ele também realizará exame de corpo de delito no IML. 
De acordo com a polícia, ele não reagiu a prisão. Em entrevista ao Bom Dia Rio , da TV Globo, o chefe de Polícia, Fernando Veloso, disse que a operação foi montada na tarde anterior, e que a polícia baiana foi avisada. O acusado está com prisão temporária decretada pela Justiça do Rio.
Santiago tinha 20 anos na profissão e dois prêmios de Jornalismo por coberturas de mobilidade urbana
Foto:  Reprodução Internet
A policia carioca disse ter as provas necessárias de que Caio foi, de fato, o homem que acionou o rojão. Fábio Raposo, o co-autor, que entregou o explosivo à Caio, está preso em Gericinó, onde cumpre, também, prisão temporária.
Estado fecha cerco a radicais
A morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, de 49 anos, após inúmeros episódios violentos em manifestações no Rio, causou comoção em todo o Brasil e reação de autoridades policiais e políticas contra grupos radicais. O aperto do cerco a vândalos e criminosos nos protestos foi o assunto do dia. O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou que vai encaminhar à Comissão de Segurança do Senado um projeto de lei para tentar organizar as manifestações de rua no país.
“A sociedade tem que escolher qual é o nível de tolerância que ela quer aceitar. Porque nós (a polícia), que estamos na ponta, sofremos muito com isso. A legislação quer uma tipificação, e tipificação de uma pessoa com rosto coberto como é que se faz?”, afirmou Beltrame, em entrevista à Rádio CBN , dizendo que o desafio é buscar mecanismos que evitem as máscaras nas passeatas.
“Uma pessoa que vai mascarada não vai para protestar”, justificou Beltrame, dizendo que tem gente deixando de ir às manifestações porque sabe que haverá ‘atos de banditismo’. O assunto também preocupa a cúpula da Polícia Civil. Tanto que as manifestações também foram o assunto principal ontem da reunião do novo chefe de Polícia Civil, delegado Fernando Veloso — empossado semana passada — com delegados da capital. Ele determinou que os titulares de unidades localizadas em áreas de protestos e seu efetivo deverão estar de prontidão em dia de atos nas ruas.
Já o deputado estadual Carlos Minc (PT) protocolou na Alerj ontem um projeto de lei que proíbe a venda no estado de explosivos, principalmente aqueles com ‘potencial de produzir danos substanciais à saúde e à vida’. O texto prevê multa acrescida de R$ 20 mil ao estabelecimento que descumprir a determinação, caso a lei seja sancionada.“Vou pedir urgência na tramitação do projeto. A expectativa é que seja votado antes do Carnaval. Hoje em dia, qualquer pessoa entra numa loja do ramo e sai com dez rojões”, ressaltou Minc.
Com medo de o governo passar uma imagem de insegurança no país, no ano da Copa do Mundo, senadores afirmaram ontem que não há crime de terrorismo no Brasil, contradizendo defesas anteriores que classificavam as ações de black blocs como atos terroristas. Os líderes partidários se reuniram na tarde de ontem com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e decidiram votar, em duas semanas, o projeto de lei 499/2013, que define o crime de terrorismo.

Fonte: O Dia

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