terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Acusado de atirar rojão em cinegrafista já foi detido por tráfico de drogas

As ocorrências foram registradas em 2010, na 53ª DP (Mesquita) e na 56ª DP (Comendador Soares). No total, Caio tem quatro passagens pela polícia


Rio - Caio Silva de Souza, 23 anos, acusado de atirar o rojão que atingiu o cinegrafista da Bandeirantes Santiago Andrade, já foi detido duas vezes por tráfico de drogas. Segundo a Polícia Civil, as ocorrências foram registradas em 2010, na 53ª DP (Mesquita) e na 56ª DP (Comendador Soares). O inquérito foi arquivado por falta de provas.
No total, Caio tem quatro passagens pela polícia, sendo a terceira por ter sido vítima de agressão em protesto e a quarta por um crime de menor potencial ofensivo. Na manhã desta terça-feira, a Justiça decretou a prisão de Caio acusado de homicídio doloso qualificado por uso de explosivo. Até o momento, ele ainda não se apresentou e é considerado foragido.
Caio Silva de Souza acusado de homicídio doloso por uso de explosivo
Foto:  Divulgação
Na última quinta-feira, Santiago Andrade foi atingindo por um rojão na cabeça durante protesto contra o aumento das passagens de ônibus na Central do Brasil. O cinegrafista teve morte cerebral confirmada, na manhã desta segunda. Em seguida, a família dele autorizou a doação dos seus órgãos. O suspeito foi reconhecido por meio de foto e vídeo por Fábio Raposo, preso anteontem e indiciado como coautor do crime. As imagens foram levadas à Penitenciária Bandeira Stampa, no Complexo de Gericinó. Fábio aparece nos vídeos entregando o material explosivo ao suspeito, instantes antes da explosão.
O advogado de Fábio, Jonas Tadeu Nunes, esteve na tarde desta segunda na 17ª DP (São Cristóvão) para entregar o nome do suspeito ao delegado. No entanto, mais cedo, ele disse que não foi o seu cliente o responsável pela identificação do suspeito. Segundo ele, Fábio apenas o conhecia por apelido e indicou um amigo que teria contato com o suspeito. “Ele não teve dúvida em reconhecê-lo. Já tínhamos informações sobre ele, mas precisávamos de uma confirmação. O reconhecimento foi fundamental”, enfatizou o delegado Maurício Luciano, da 17ª DP, em entrevista coletiva.
No primeiro depoimento, Fábio alegou que não conhecia o suspeito, mas mudou a sua versão e decidiu colaborar com as investigações. Ele disse à polícia que não tinha uma relação de amizade com o suspeito, mas o conhece de outras manifestações. De acordo com o depoimento, o suspeito possui um perfil violento. “A intenção dele era ferir ou matar os policiais. Infelizmente, o Santiago foi colocado na linha de tiro”, disse o delegado.
O suspeito foi indiciado por homicídio doloso (quando há intenção de matar) qualificado pelo uso de explosivo, com pena de até 35 anos de prisão. Se for comprovada uma ligação dele com os black blocs — uma ‘organização criminosa’, segundo a polícia — a pena pode ter seis anos de acréscimo. 

Fonte:O Dia

Nenhum comentário:

Postar um comentário