terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Conteúdo de ‘Azul é a cor mais quente’ dificulta lançamento em blu-ray no Brasil

Vencedor da Palma de Ouro em Cannes conta história de amor entre duas mulheres


Cena de 'Azul é a cor mais quente' Foto: Divulgação

Cena de 'Azul é a cor mais quente'DIVULGAÇÃO
RIO — A controversa carreira do filme “Azul é a cor mais quente”, vencedor da Palma de Ouro em Cannes ano passado, ganhou mais um capítulo nesta semana. Na página oficial do filme, a equipe de divulgação do longa-metragem afirma que está encontrando dificuldades de lançá-lo em blu-ray por causa do “conteúdo” da obra.
“O lançamento do DVD de ‘Azul é a Cor Mais Quente’ se aproxima, mas temos uma péssima noticia para os fãs do filme: as empresas brasileiras produtoras de blu-ray se negam a produzir o filme devido ao seu ‘conteúdo’”, diz a nota oficial. “Ainda estamos batalhando para reverter essa situação, mas não conseguimos acreditar que tratariam dessa forma a história de amor mais linda de 2013, vencedora da Palma de Ouro no Festival de Cannes e diversos outros prêmios. O que vocês acham disso?”
— Fico preocupado não como fornecedor, mas sim como consumidor — lamenta Jean Thomas Bernardini, presidente da distribuidora Imovision — Não é um filme pornô. Na França o filme recebeu classificação indicativa de 12 anos, aqui foi 18. Até aí tudo bem, mas agora o DVD ser proibido? Porque isso é um tipo de censura. Qual o critério?
Bernardini explica que a matriz dos DVDs é feita em São Paulo, para ser replicada em Manaus. A distribuidora então recebe uma ficha técnica com a análise da obra. Dessa vez, a ficha voltou com o timecode das cenas onde há sexo explícito e o filme foi devolvido, com o argumento de que "normas internas da empresa" impedem a replicação. A Imovision conseguiu fazer o DVD em São Paulo, mas no Brasil só há produção de blu-ray em Manaus.
A obra do cineasta tunisiano radicado na França Abdellatif Kechiche acompanha as descobertas sexuais de Adèle, interpretada por Adèle Exarchopoulos, que se apaixona por uma jovem de cabelos azuis, Emma (Léa Seydoux).
O forte conteúdo sexual do filme causou polêmicas até mesmo entre a equipe. A atriz Adèle Exarchopoulos chegou a dizer que se sentiu uma prostituta durante as filmagens e entidades de defesa dos direitos das mulheres criticaram as longas sequências de mulheres na cama.

Fonte: O Globo 


Nenhum comentário:

Postar um comentário