quarta-feira, 22 de maio de 2013

Tumores benignos da mama


Existem diversos tipos de tumores benignos da mama e, ainda que alguns sejam muito frequentes, geralmente não originam problemas relevantes nem complicações e até passam muitas vezes despercebidos.

Fibroadenoma

O fibroadenoma, também denominado adenofibroma, é o tumor da mama mais frequente. É formado por células epiteliais derivadas das que constituem as estruturas glandulares da mama e também por células e fibras de tecido conjuntivo. Não se conhece o motivo que induz o desenvolvimento deste tipo de tumor, embora se saiba que é hormonodependente, ou seja, que o seu crescimento depende de estímulos hormonais. Provavelmente, surge como consequência de um desequilíbrio das hormonas que regulam o desenvolvimento mamário ou ainda devido a uma sensibilidade especial de algumas células dos tecidos mamários aos estímulos hormonais. Embora possa surgir em qualquer momento da etapa reprodutora feminina, costuma apresentar-se durante a juventude, especialmente entre os 20 e os 30 anos.

O fibroadenoma cresce lentamente de forma expansiva, embora limitada, deslocando o tecido saudável, mas sem o lesionar, até alcançar um volume moderado. Ao palpar o peito, costuma-se sentir um nódulo de uns 2 a 5 cm de diâmetro, com uma consistência elástica e não aderente à pele, pelo que se pode deslocar sem dificuldade. A detecção do nódulo no peito constitui o principal motivo de consulta médica, uma vez que raramente surgem sinais e sintomas evidentes; apenas em alguns casos se apresentam dores, sobretudo nos dias anteriores à menstruação.

Relativamente ao tratamento, visto que este tumor praticamente não origina complicações, uma vez diagnosticada a sua natureza benigna através dos exames adequados, geralmente mantém-se uma atitude expectante - basta realizar revisões periódicas para controlar a sua evolução. Apenas se procede à extracção da massa tumoral, sempre respeitando os tecidos saudáveis da mama, caso provoque dores, cresça muito e deforme a mama ou se a mulher estiver muito preocupada por ter um tumor na mama, simplesmente para eliminar a sua angústia.

Tumor filodes

Este tumor é uma variedade de fibroadenoma que tem uma evolução particular e, por isso, é considerado um tipo especial. Costuma aparecer mais tardiamente do que o fibroadenoma comum e tem um crescimento mais rápido, constituindo uma massa irregular que alcança um maior tamanho. Ao palpar o peito, a massa tumoral sente-se como sendo formada por vários nódulos duros que estão bem delimitados e podem deslocar-se debaixo da pele sem dificuldade. Por vezes, provoca dores e, em muitos casos, a pele da zona que cobre o tumor fica avermelhada e a sua superfície cobre-se de pequenas dilatações venosas, de cor azulada.

Quando provoca dores ou alcança um tamanho notório, é comum proceder-se à extracção cirúrgica do tumor, sendo adoptada esta conduta também por razões preventivas, considerando que existe um certo risco, embora mínimo, de uma eventual transformação maligna. Geralmente, embora se trate de um tumor benigno, a lesão deve ser extraída, com uma certa margem de segurança, eliminando parte do tecido adjacente, uma vez que a particularidade deste tipo de tumor é tender a recidivar depois de extraído, se ficarem na mama algumas células isoladas. Convém repetir que este facto não é só por si um traço de malignidade, se bem que existem casos de tumores filodes malignos.

Papilomas

Os papilomas são tumores benignos formados por uma proliferação exagerada das células epiteliais que revestem o interior dos canais galactóforos. Habitualmente, desenvolve-se um papiloma isolado num canal galactóforo principal, perto do mamilo; todavia, por vezes, surge um número mais ou menos significativo de tumores em vários canais de menor calibre, normalmente distantes do mamilo e agrupados. Não é raro que este tipo de tumor, durante o seu crescimento, rompa a parede do canal que o acolhe e provoque a formação de uma cavidade que se enche de secreções, ou seja, um quisto.

A principal manifestação dos papilomas corresponde ao aparecimento de secreções claras ou sanguinolentas pelo mamilo: por vezes, o derrame é mínimo, mas é comum tornar-se evidente e a mulher se aperceba ao encontrar pequenas manchas no soutien. Quando se trata de um papiloma isolado, ao palpar o peito sente-se um nódulo pequeno localizado abaixo da aréola.

Perante a suspeita da existência de um papiloma, o médico procede à colheita de uma amostra do líquido que constitui o derrame para efectuar um exame citológico e, por vezes, solicita uma galactografia, ou seja, uma radiografia efectuada depois de se injectar um líquido de contraste aos raios X no canal do mamilo. O tratamento do papiloma, depois de se ter diagnosticado que se trata deste tumor, corresponde à sua extracção cirúrgica, sobretudo para confirmar a benignidade da lesão. Além disso, convém destacar que existe um certo risco de malignização deste tipo de tumor, especialmente no caso de papilomas múltiplos, pelo que rotineiramente se opta pela cirurgia.
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Diagnóstico

A Análise clínica e a realização de exames auxiliares de diagnóstico, tais como mamografias ou ecografias, permitem diagnosticar a presença de tumores na mama, mas não permitem saber a sua natureza, excepto em casos muito evidentes. Por isso, para determinar com certeza se o tumor é benigno ou maligno, costuma ser preciso obter uma amostra e efectuar um estudo citológico, observando as células ao microscópio. Para tal, habitualmente, faz-se uma punção da mama com uma agulha fina até que o extremo da mesma alcance o tumor; então, aspira-se o conteúdo, quando se trata de um quisto, ou uma pequena amostra de tecido, caso o tumor seja sólido. A amostra obtida através da técnica punção-aspiração, tão simples que costuma até ser praticada sem anestesia, permite retirar qualquer dúvida relativamente à natureza da lesão.

Adenoma do mamilo

O adenoma do mamilo é um tumor da mama pouco frequente, mas alarmante: tem características semelhantes às dos papilomas, mas é maior e localiza-se no mamilo ou logo atrás da aréola, apresentando-se como um nódulo mole que provoca hemorragias pelo mamilo ou ainda desgasta-o no seu crescimento. De facto, por vezes, a erosão do mamilo é notória e torna-se difícil diferenciar clinicamente a lesão das que ocorrem nos tumores malignos. Por este motivo, procede-se sempre à extracção cirúrgica, já que assim, além de parar as hemorragias, pode-se comprovar a natureza benigna da massa tumoral.

Fonte: MEDIPÉDIA

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