sexta-feira, 24 de maio de 2013

Governador disse em reunião de peemedebistas que retiraria apoio a Dilma se Lindbergh insistir em candidatura

‘É esquizofrênico você ter dois palanques’, diz Cabral

‘A presidente Dilma, como ela vai vir ao Rio em um palanque de alguém que está fazendo críticas ao meu governo? Vê se isso tem cabimento’, disse Cabral
Foto: Guilherme Pinto / Arquivo O Globo
‘A presidente Dilma, como ela vai vir ao Rio em um palanque de alguém que está fazendo críticas ao meu governo? Vê se isso tem cabimento’, disse Cabral Guilherme Pinto / Arquivo O Globo
RIO - Depois de falar, durante um jantar com peemedebistas em Brasília, que não apoiaria a reeleição da presidente Dilma Rousseff se o PT lançasse a candidatura do senador Lindbergh Farias ao governo do Rio, o governador Sérgio Cabral amenizou ontem o tom, mas manteve o discurso. Disse ser esquizofrênico a presidente ter dois palanques e que isso não acabaria bem.
Cabral tenta implodir a candidatura de Lindbergh, para que o candidato da aliança ao Palácio Guanabara seja o atual vice-governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB). Fora dos bastidores, durante evento no Centro do Rio, Cabral disse a jornalistas acreditar no entendimento entre PT e PMDB no Rio.
— Tenho certeza de que vamos chegar a bom termo. Tenho certeza absoluta de que nós teremos um palanque único para o governo do estado e um palanque único para presidente da República, porque é esquizofrênico você ter dois palanques. Isso não acaba bem. A presidente Dilma, como ela vai vir ao Rio em um palanque de alguém que está fazendo críticas ao meu governo? Vê se isso tem cabimento. A vida real é essa — disse Cabral, após participar da abertura da exposição “A Revolução Tecnológica da Manufatura Digital”, na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), no Centro do Rio.
No jantar de terça-feira com governadores e ministros peemedebistas, Cabral chegou a lembrar o parentesco de seu filho Marco Antônio Cabral Neves com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), possível adversário de Dilma em 2014. Ontem, afirmou que, no jantar, fez elogios a Aécio como fez aos demais possíveis candidatos à Presidência em 2014, como o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e a ex-senadora Marina Silva, que corre em busca de assinaturas para criar seu partido, o Rede Sustentabilidade. Cabral negou que tenha condicionado seu apoio a Dilma à retirada da candidatura de Lindbergh:
— Jamais disse isso. Estou apenas alertando que tem que haver reciprocidade.
O governador insistiu que a candidatura de Pezão representa a continuidade de um governo que tem, inclusive, o apoio do PT. Sem citar o nome de Lindbergh, Cabral reiterou que projetos pessoais devem ser sacrificados:
— Eu tenho uma estima muito grande pela presidenta Dilma e tenho certeza absoluta de que projetos pessoais ficarão subordinados a um projeto maior, um projeto de realizações, que tem unido o PMDB e o PT aqui no estado.
Ao ser perguntado sobre a renegociação da dívidas dos estados, Cabral fez uma afago a Dilma:
— Ninguém vai me intrigar com a presidenta da República. Minha relação com a presidenta é uma relação de carinho e respeito. O que eu tenho é lealdade de dizer o que eu penso.

Fonte: O Globo

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