quinta-feira, 30 de maio de 2013

Novo centro de comando do estado será testado domingo

Espaço, inaugurado na sexta-feira, reunirá imagens de mais de mil câmeras

No centro, um painel reúne 98 telas, no qual poderão ser vistas imagens de câmeras da prefeitura e da PM
Foto: Pablo Jacob / O Globo
No centro, um painel reúne 98 telas, no qual poderão ser vistas imagens de câmeras da prefeitura e da PM Pablo Jacob / O Globo
RIO — No final de 2010, a decisão estratégica das forças de segurança de ocupar o Complexo do Alemão e pôr fim ao terror imposto pelos bandidos da região, que ateavam fogo nos ônibus da cidade, saiu de uma sala de 50 metros quadrados na Central do Brasil: o gabinete do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. A partir de sexta-feira, com a inauguração do Centro de Acompanhamento de Grandes Eventos e Gerenciamento de Crises, de 2.600 metros quadrados, o secretário não precisará mais usar a sede da Secretaria de Segurança. Os representantes das forças policiais ou de outras instituições públicas poderão se reunir e acompanhar o que acontece no estado de um telão que ocupa uma parede de 17 metros de largura por cinco metros de altura, com capacidade de gerar imagens provenientes de mais de mil câmeras.
Projeto de R$ 104,5 milhões
O evento-teste da primeira fase do Centro Integrado de Controle e Comando (CICC) — que ocupa 10.625 metros quadrados de área construída —, na Cidade Nova, já acontece neste domingo, na estreia oficial do Maracanã no jogo do Brasil com a Inglaterra, pela Copa das Confederações. A tecnologia é a marca do lugar. Além da parede de vidro, com 98 telas de LED de 55 polegadas — nas quais poderão ser vistas imagens de 457 câmeras dos batalhões da PM e de 600 da prefeitura —, haverá uma mesa redonda com 21 lugares onde os analistas poderão planejar as ações ao simples toque numa tela de 70 polegadas, como se fosse um tablet gigante. O centro custou R$ 104,5 milhões — 75% do estado e o restante do governo federal. Os equipamentos também serão usados no monitoramento da Jornada Mundial da Juventude, em julho.
— Esta primeira parte do CICC está voltada para análise e acompanhamento de eventos e crises. Estamos entregando à Secretaria Extraordinária de Grande Eventos, que coordena a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude, a fim de que seja possível monitorar de perto esses eventos internacionais. É importante dizer que este centro não é só do estado, mas dos governos federal e municipal. Qualquer instituição pode se reunir aqui e tomar decisões durante crises, tanto em questões de segurança pública, como em problemas de enchentes, como ocorreu na Região Serrana— explicou Beltrame, que entrega o centro amanhã ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso.
No segundo semestre, entra em funcionamento a segunda parte do CICC, com a transferência das centrais de atendimento da PM (190), da Polícia Rodoviária Federal (191), do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu (192) e do Corpo de Bombeiros (193), por 24 horas. A ideia é manter as informações num só lugar. Por isto, haverá 224 posições para teleatendimento. Atualmente, o serviço 190 da PM fica na torre da Central do Brasil.
Inspiração no exterior
Para obter imagens de outros pontos do estado, a Secretaria de Segurança está fazendo acordos com a Agência Reguladora de Transportes (Agetransp) para receber imagens dos trens, das barcas e do metrô, além de ter acesso às câmeras de concessionárias que administram a Ponte Rio-Niterói, a Linha Amarela e outras importantes rodovias.
Antes da construção, o subsecretário de tecnologia da Secretaria de Segurança, Edval Novaes, visitou centros integrados de comando e controle de cidades como Nova York, Istambul e Cidade do México.
— Tentamos reunir o que havia de melhor em cada um deles, além de adequá-lo à nossa realidade — disse Novaes. — Futuramente, usaremos no nosso CICC as imagens captadas pelas nossas aeronaves.
Inicialmente, o prazo para a construção do centro era de dez meses, ao custo de R$ 36,1 milhões. Mas o projeto teve várias alterações e demorou 38 meses. Segundo Novaes, as mudanças foram feitas levando em consideração a segurança da informação e a necessidade de se manter o centro funcionando mesmo com um blecaute. A obra custou R$ 70 milhões; a parte de tecnologia da informação, R$ 27,4 milhões; e a mobília, R$ 7,1 milhões.


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Fonte: O Globo

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