domingo, 26 de maio de 2013

Em julho, os ônibus das chamadas linhas alimentadoras do BRT Transoeste não aceitarão pagamento de passagens com dinheiro

Rio - Em julho, os ônibus das chamadas linhas alimentadoras do BRT Transoeste não aceitarão pagamento de passagens com dinheiro. Para embarcar, os passageiros terão que comprar antecipadamente cartões como Bilhete Único ou o RioCard. Com a medida, os motoristas deixarão de exercer a função dos trocadores e cuidarão apenas da direção.
As linhas, que partem da Zona Oeste, são as que seguiam pela Avenida das Américas. Com a implantação do BRT Transoeste, seus trajetos estão sendo reduzidos aos poucos.

Fonte: O Dia



A torturante espera por um ônibus durante a madrugada
Passageiros aguardam horas e, algumas vezes, acabam ficando a pé

Debaixo de chuva, passageiros aguardam ônibus, de madrugada, na Central: falta fiscalização e intervalos mínimos não são respeitados
Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo
Debaixo de chuva, passageiros aguardam ônibus, de madrugada, na Central: falta fiscalização e intervalos mínimos não são respeitadosMARCELO CARNAVAL / AGÊNCIA O GLOBO
RIO - Todos os dias, quando sai do trabalho, em Ipanema, às 20h, Jéssica Linhares, de 23 anos, ainda tem que enfrentar quatro horas de viagem até sua casa, em Campo Grande. Mas não por conta do trânsito. Ela, como tantos outros cariocas que dependem de transporte público à noite, amarga horas de espera por um ônibus. Na semana passada, repórteres do GLOBO percorreram pontos de ônibus entre o Centro e a Zona Sul, durante a madrugada. Resultado: pessoas cansadas, reclamando e querendo chegar logo em casa. Em vão.

— Conseguir um ônibus à noite é outra jornada, só que sem remuneração — resumiu Jéssica. — Tenho que pegar um ônibus em Ipanema para o Centro, já que o metrô só está indo até Copacabana, e depois outro para Campo Grande. São quatro horas para chegar em casa. Com o tempo gasto de manhã para chegar ao trabalho, perco pelo menos seis horas por dia só nos ônibus.
Jéssica não sofre apenas por morar longe. A estudante Bárbara Justo, de 24 anos, que na quarta-feira, pouco antes de 1h, precisava ir de Botafogo ao Flamengo, amargou 40 minutos no ponto para superar a distância entre os bairros vizinhos.
— Para sair da Barra nesse horário, é mais complicado ainda. Há três semanas, esperei uma hora e meia por um ônibus para a Zona Sul.
No Centro, debaixo de chuva, a espera pode ser inútil.
— Tem dias em que o último carro, que geralmente passa às 23h, não chega e ninguém avisa. Já fiquei mais de duas horas mofando — contou a estudante Hana Borges, de 23 anos, acrescentando que ficou a pé com outras seis pessoas.
Usuário leva até cadeira
Do Centro à Zona Sul, de madrugada, não é raro ver pontos de ônibus lotados. Conformada, a artesã Julienne Seke, de 64 anos, que trabalha numa feira na orla até 1h, carrega uma cadeira de praia para suportar a demora dos ônibus para Jacarepaguá:
— Nos sábados, é ainda pior. Já fiquei aqui mais de uma hora. Com a cadeira, pelo menos não fico com dor nas pernas.
O professor José de Oliveira Guerra, do Departamento de Engenharia de Transportes da Uerj, defende maior fiscalização:
— A prefeitura, na década 80, determinou que um conjunto de linhas deveria circular entre meia-noite e 4h da madrugada, nos principais eixos da cidade. O que acontece é que as empresas não estão cumprindo isso.
Paulo Cezar Ribeiro, professor de engenharia de transportes da Coppe, diz que uma boa sinalização é importante:
— Uma sinalização eletrônica que informasse o horário do próximo ônibus já ajudaria. Isso existe em outros países, a tecnologia permite — sugeriu, acrescentando que haver um intervalo mínimo entre os ônibus.
O Secretário municipal de Transporte, Carlos Roberto Osório, disse que, no segundo semestre, começa a fiscalização eletrônica.
— Com todas as linhas monitoradas, vamos saber se as empresas estão cumprindo ou não as normas — afirmou.
Questionada, a Rio Ônibus informou apenas que “as empresas cumprem a determinação legal da prefeitura para o serviço noturno.”
Ir de táxi é mais caro e também não está fácil
São 33 mil táxis circulando na capital e, mesmo assim, conseguir um durante a madrugada é tarefa difícil. Ainda mais em bairros distantes, como Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes, por exemplo. Quem quer chegar nos bairros enfrenta a recusa de muitos motoristas, sob o argumento de que não há garantia de conseguir passageiros para a volta. Sair desses bairros também não é fácil. Moradores dizem que, depois das 23h, os amarelinhos somem das ruas da Barra, ainda mais quando chove.
Segundo a Associação dos Moradores e Amigos do Tijucamar e Jardim Oceânico, há pelo menos cinco cooperativas na região, mas isso não quer dizer muita coisa.
— Depois das 22h, tenho que ligar para a cooperativa com pelo menos uma hora de antecedência. Ou perco o compromisso — diz a empresária Sílvia Torres, moradora do Jardim Oceânico.
A operação Táxi Legal, criada em dezembro de 2012 pela Secretaria municipal de Transportes, já vistoriou 8.963 táxis. Desses, 1.180 foram lacrados e 152, rebocados por estarem em condição irregular. Segundo Osório, foram abertos 34 processos de cassação de licenças por conta de cobrança “no tiro” (sem ligar o taxímetro), e 21 piratas foram apreendidos. Mas os taxistas se beneficiam de multas leves: o flagra para quem se recusa a levar um passageiro custa só R$ 49,49 no Rio, enquanto em São Paulo é R$ 114,10.

Fonte: O Globo

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