sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Piquiá de Baixo: projeto urbanístico e habitacional será apresentado em SL



Hoje aconteceu a entrega do projeto de reassentamento da comunidade de Piquiá de Baixo – localizada em Açailândia/MA, é uma das regiões do Brasil mais afetadas pela exploração de minério. São cinco usinas atuando ao longo da BR 222, desde 1987. Convivendo com a fumaça e os resíduos gerados pelos 70 fornos de fundição em torno de suas casas, as 380 famílias que já viviam ali, reivindicam, há anos, a garantia do direito de voltar a viver em um lugar onde possam conversar no final de tarde, plantar nos seus quintais e deixar que as crianças brinquem em segurança.
Mesmo lamentando o fato de que esse é mais um dos casos em que o capital reforça seu poder sobre a vida humana, fazendo com que as pessoas se retirem dos seus lares para dar lugar a um falso desenvolvimento, é preciso comemorar um grande passo rumo à dignidade dos moradores de Piquiá, que com tanta poluição, não podem mais viver ali.
A Vale se negou a reparar os danos causados a essas famílias, e negou também os custos de reassentamento. Mas graças a anos de trabalho de toda a comunidade, através da Associação de Moradores, da Rede Justiça nos Trilhos, do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascaran (CDVDH), Ministério Público, Defensoria Pública, além de outras entidades e mais uma infinidade de vibrações positivas que vêm de diversas partes do mundo, o projeto idealizado pelos próprios moradores, finalmente foi entregue.
A próxima lida: Fazer com que o projeto saia do papel e realmente atenda todas as famílias afetadas. Disposição daqueles que lutam por sentirem na própria pele ou não a urgência por moradia digna às 380 famílias, certamente não faltará.
Lamentável: Em um momento tão importante para a comunidade, não havia nenhum representante da
da prefeitura de Açailândia. O representante jurídico do CDVDH, Antônio Filho José lembrou que em maio de 2013 a prefeitura recebeu o então o projeto, mas mais de seis meses depois, sequer analisou, atrasando ainda mais o andamento do processo junto às instituições financeiras.

PIQUIÁ QUER VIVER,
... e viverá!
Entre tantos tropeços, vitórias|
Por Mariana Castro

Piquiá de Baixo: projeto urbanístico e habitacional será apresentado em SL

O projeto será apresentado em duas reuniões nesta quarta-feira (4).


AÇAILÂNDIA – Ocorre nesta quarta-feira (4) duas reuniões em São Luís para a apresentação do projeto urbanístico e habitacional de um novo bairro para os moradores do bairro de Piquiá de Baixo, em Açailândia, distante 70km de Imperatriz. Mais de 300 famílias serão reassentadas por não terem condições de sobreviverem em meio a poluição das empresas siderúrgicas que ficam nas proximidades do bairro.

A primeira reunião será realizada na Gerência de Desenvolvimento Urbano da Caixa Econômica Federal, às 10h. A segunda reunião ocorre às 14h30 na sede da Defensoria Pública Estadual. As duas reuniões têm o objetivo entregar o projeto urbanístico e habitacional definitivo do novo bairro Piquiá de Baixo. O projeto, que há um ano está sendo elaborado pela Associação Comunitária dos Moradores de Piquiá com a assessoria da Usina - Centro de Trabalhos para o Ambiente Habitado (CTAH).

Na reunião à tarde, o intuito é fechar parcerias e organizar encaminhamentos para a continuidade do projeto de reassentamento das famílias de Piquiá de Baixo. As reuniões também vão contribuir para uma discussão sobre os próximos passos a serem efetivados para o início das obras do novo bairro.

Entenda o caso

Piquiá de Baixo é um bairro industrial no município de Açailândia onde residem 380 famílias, que desde a década de 1980 sofrem com a poluição das cinco indústrias de ferro-gusa que se instalaram nas proximidades do bairro, que existe desde a década de 1970.

Com a chegada dessas empresas o cotidiano dos moradores foi afetado pela poluição, o que provocou o aparecimento de doenças nos moradores, principalmente, em idosos e crianças. Até casos de morte foram registrados. A Associação de Moradores busca agora o reassentamento dessas pessoas para um novo local e espera na Justiça uma decisão.
Fonte:Imirante Imperatriz, com informações da assessoria.

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