sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Pezão defende Delta e esquece problemas que a construtora teve

Rio, cujo governador é amigo de Cavendish, dono da empresa, é o estado que mais pagou a empreiteira

Ao visitar a Favela Santa Marta, em Botafogo (Zona Sul) nesta quinta-feira, o vice-governador Luiz Fernando 'Pezão' transformou-se em advogado de defesa das muitas contratações que o governo do Rio de Janeiro fez com a construtora Delta S/A.
"Competência. A Delta sempre foi uma grande empresa, e ainda trabalha conosco no Lote 4 do Arco Metropolitano. No Rio, ela sempre entregou suas obras num custo bem mais baixo. Não vejo problema nenhum. Eles têm preço muito bom", disse o fiel escudeiro do governador Sérgio Cabral, amigo pessoal do dono da construtora, Fernando Cavendish.
O estado do Rio, conforme consta do Relatório da CPI do Cachoeira e foi divulgado pelo Jornal do Brasil, é a unidade da federação que mais dinheiro pagou à empreiteira. O faturamento dela em cinco anos e cinco meses da gestão do peemedebista atingiu 1,49 bilhão. Em 2011, foram R$ 302,8 milhões, a maior parte saiu do Departamento de Estradas de Rodagens local (DER-RJ): R$ 98,7 milhões.
"A Delta sempre foi uma grande empresa", afirmou Pezão
"A Delta sempre foi uma grande empresa", afirmou Pezão
Delta inidônea
Pezão, que foi ao Santa Marta lançar o programa 'Tudo de cor para o Rio de Janeiro", que vai colorir algumas casas da comunidade com a ajuda de uma fabricante de tintas, ao defender a empreiteira e considerar que ela tem "competência" parece ignorar sérios problemas que a Delta teve.
Em junho desta ano, o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, declarou a Delta inidônea para contratar com a Administração Pública. A decisão se baseia na conclusão do Processo Administrativo aberto na Corregedoria-Geral da União (órgão da CGU) para apurar responsabilidades da construtora em irregularidades apontadas pela Operação Mão Dupla (realizada conjuntamente pela Polícia Federal, CGU e Ministério Público, em 2010) na execução de contratos de obras rodoviárias do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
A empresa de Cavendish teria realizado obras com material de baixa qualidade e superfaturados. Em um dos contratos, ao custo de R$ 4,4 milhões, a Delta deveria recuperar 218 quilômetros da BR-242, na Bahia. Os auditores encontraram evidências de que os registros fotográficos da obra, que comprovariam o trabalho feito, foram forjados. Outros casos, também no nordeste, apontam para o uso de asfalto que "se esfarela com a água", conforme relatório da CGU.
O Tribunal de Contas da União (TCU) por sua vez, apontou irregularidades na obra citada por Pezão: o Lote 4 do Arco Metropolitano. Além dos questionamentos do TCU com relação ao Arco Metropolitano, a empresa teve gravíssimos problemas ao fazer a recuperação de trecho da BR-101, no Estado do Rio, que consumiu R$ 2,3 milhões, e foi feito com asfalto de baixíssima qualidade.
Coincidência
Em 2010, a empreiteira de Fernando Cavendish doou R$ 1,15 milhão para o diretório nacional do PMDB, de Sérgio Cabral, e R$ 850 mil para o diretório nacional do PT, totalizando R$ 2,3 milhões.
Fonte: Jornal do BrasilCaio de Menezes

Um comentário:

  1. Para acusar tem que ter provas. Dizer que a empreiteira recebeu muito dinheiro do governo não quer dizer nada, pois ela foi a que mais trabalhou para o governo por oferecer preços mais baixos.

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