segunda-feira, 30 de julho de 2012

PF ouve mulher de Cachoeira sobre suposta oferta de propina a juiz


Policiais investigam a mulher de Cachoeira por corrupção ativa. Foto: Sebastião Nogueira/O Popular/Futura PressPoliciais investigam a mulher de Cachoeira por corrupção ativa
Foto: Sebastião Nogueira/O Popular/Futura Press


A mulher do bicheiro Carlos Augusto Almeida Ramo, o Carlinhos Cachoeira, foi conduzida por agentes da Polícia Federal, na manhã desta segunda-feira, até sua delegacia em Goiânia para prestar esclarecimentos sobre uma suposta oferta de propina a um juiz federal. Segundo a PF, Andressa Ramos Mendonça, teria feito "uma oferta ao juiz federal Alderico Rocha Santos de vantagem indevida com o objetivo de obter decisão judicial favorável ao réu (Carlinhos Cachoeira)".
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Contra Andressa, foi cumprido mandado de condução coercitiva, além de busca e apreensão na casa onde ela vive. No local, foram apreendidos dois computadores e dois tablets que serão periciados. Segundo a polícia, a conduta de Andressa se enquadra no crime de corrupção ativa. Ela está desde as 9h15 na delegacia da PF e deve ser ouvida ainda hoje e liberada em seguida.
Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.
Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.
Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.
Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.
Fonte: Terre/
Mirelle Irene
Direto de Goiânia

Um comentário:

  1. Cabral não escapou de ser convocado. Simplesmente não houve convocação porque não há nada relevante que prove o envolvimento do Governador nas suspeitas da Delta.

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