sexta-feira, 27 de julho de 2012

Greve serve para que professores defendam seus direitos, expõe leitora

Mediante a reportagem da leitora Célia Maria Borgeas venho dar a minha posição diante da greve das universidades federais, já que faço parte do corpo de alunos da Universidade Federal de Viçosa, no curso de Letras.
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Algumas verdades precisam sem dúvidas serem ditas, mas até que ponto alguém que não está inserido no meio acadêmico, não sabe o que se passa nas instituições de ensino superior podem palpitar sobre aquilo que não vivem? Falar que o governo federal, a sociedade deveria interferir na greve é uma coisa, mas dizer que os professores que estão nas IFES (Instituições Federais de Ensino Superior) são ineficazes é outra muito diferente.
Posso dizer que na instituição na qual estudo, especificamente no departamento de Letras, falta professores para dar conta da área de literaturas e outras tantas disciplinas. Os professores são obrigados a se desdobrarem para dar conta de várias turmas, mais a pesquisa e a extensão. Além disso, muitos estão dando aula no mestrado ou até mesmo fazendo cursos para melhorar a formação profissional.
Então como dizer que os professores são ineficazes? Não há razão para generalizar a classe, claro que como em todas as profissões existem profissionais que não se incomodam ou que apenas estão ali pelo dinheiro que ganham. Não é justo vincular toda uma classe a alguns poucos profissionais.
A sociedade brasileira não se envolve em questões como estas por uma única razão: não há divulgação da mídia de forma expressiva, não possuem filhos, parentes ou amigos que estudem em IFES. Então, não é possível cobrar o que não é exposto. Nós que passamos a maior parte do nosso tempo dentro das salas de aula, dos laboratórios e em outros locais das universidades públicas sabemos muito bem qual é nossa realidade.
Daniel Marenco-25.jul.12/Folhapress
Estudantes em greve da UFRJ ocuparam o espaco do antigo Canecao, em Botafogo (zona sul do Rio)
Estudantes em greve da UFRJ ocuparam o espaco do antigo Canecao, em Botafogo (zona sul do Rio)
As estruturas físicas, os laboratórios e tantos outros locais que necessitam ser ampliados e reformados e não são, alunos que ingressam sem base do mínimo de conhecimento para dar andamento ao curso que escolheram. A verdade é esta na minha universidade, mas em tantas outras a situação é muito pior.
Pode-se afirmar que a educação no Brasil não é produto essencial, ou seja, não gera lucros para economia, o que deixa claro a má vontade e a falta de competência dos governos estadual, municipal e federal de em investir no que deveria ser prioridade. Esta questão nos leva a pensar no quanto temos que lutar para priorizar a boa remuneração dos docentes, não apenas os de nível superior, mas aqueles que são a base de tudo e que são os mais mau remunerados.
Faz-se necessário saber que a greve é a única arma que os professores possuem para defender o que lhes é de direito. Claro que nós alunos estamos sendo prejudicados e mais do que ninguém estamos ansiosos para que a greve termine, mas que os professores tenham suas reinvindicações atendidas.

Fonte: Folha

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