quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Farra de supersalários dá prêmio de R$ 60 mi na Firjan

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Na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, gestão vintenária de Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira paga com dinheiro público salários de mais de R$ 75 mil a seus diretores; presidente tem bônus anual de cinco salários; total de prêmios foi de R$ 60 milhões entre 2008 e 2010; "ilegítimo e antieconômico", condena Tribunal de Contas; Gouvêa Viera é candidato à reeleição ao cargo e o principal marajá da entidade

Representante tardio da aristocracia carioca dos tempos da Primeira República, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira está caindo do cargo de presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, a Firjan, sob o peso de um escândalo.
Em sua gestão de vinte anos à frente da entidade, ele patrocina uma verdadeira farra de supersalários, beneficiando com dinheiro público, que irriga os cofres da Federação, diretores com vencimentos de mais de R$ 75 mil a cada mês – bem acima do teto de R$ 26 mil.
Todos os anos, o próprio Eduardo Eugênio, na qualidade de presidente da entidade, ganha um bônus de equivalente a cinco salários pelos serviços prestados. O benefício vale também para todos os diretores.
O Tribunal de Contas do Estado classificou de "ilegítimo e antieconômico" o modelo de remunerações excessivas na Firjan.
O TCE apontou o diretor-geral da Firjan, Augusto Franco, com vencimentos mensais de R$ 76 mil. A diretora Maria Lucia Telles ganha R$ 62 mil, e seu colega, Gilson Lopes, R$ 44 mil. Eles recebem de fontes pagadoras distintas: da própria Firjan, do Sesi e do Senai
A inspeção do TCU ocorreu entre 1º de julho e 7 de outubro de 2011, motivada por denúncias de super salários e favorecimento em contrações encaminhadas à Ouvidoria do órgão.
Na época da fiscalização, a Firjan praticava remunerações nos mesmo níveis de empresas como Vale, OAS, Gerdau, Glaxo. Mas suas atividades estão mais ligadas àquelas de instituições de ensino, ONGs e OSCIPs. A farra dos supersalários é "moralmente reprovável", segundo o TCU.
Em relação ao programa de bônus, os conselheiros da Firjan tentar fixar o prêmio anual em um salário, mas o próprio Gouvêa Vieira operou para fixar o bônus diferenciados para empregados (até 1,3 salário) e diretores (até 5 salários). "Ato de gestão ilegítimo e antieconômico", segundo o TCU.
Entre 2008 e 2010, o Tribunal apurou a distrubuição, dentro da Firjan, dos seguintes valores em salários: R$ 17.654.000,00 (2008), R$ 18.823.000,00 (2009) e R$ 23.594.000,00 (2010). No total de prêmio no período, R$ 60 milhões em prêmios.

Fonte: Brasil 247

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