terça-feira, 6 de agosto de 2013

Cabral agradece dedicação e diz que Erir é um 'exemplo de oficial'

Cabral diz que 'troca de comando da PM não mudará em nada a política de pacificação no estado do Rio'

Rio - O coronel Erir Ribeiro Costa Filho foi exonerado do cargo pelo secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, após reunião que durou duas horas na tarde desta segunda-feira. Em nota, o governador Sergio Cabral disse que “a troca de comando da PM não mudará em nada a política de pacificação no estado do Rio”. A polêmica anistia a policiais militares com punições foi a principal causa para a queda do comandante da PM.
Coronel Erir Ribeiro deixa o cargo após quase dois anos
Foto:  Estefan Radovicz / Agência O Dia

Cabral agradeceu a colaboração pelo 1 ano e 10 meses do coronel à frente da PM. "Quero agradecer toda a dedicação, lealdade e seriedade do Coronel Erir da Costa Filho à causa pública e ao serviço da Segurança Pública em nosso estado. Costa Filho é um exemplo de oficial."

Enfraquecido

O episódio da anistia na queda de Erir Ribeiro foi apenas a gota d’água. Os erros na condução da tropa nos protestos de junho e julho, e o retorno da PM de forma negativa aos noticiário — como o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza após ser preso por policiais da UPP da Rocinha — enfraqueceram o coronel e deram espaço às críticas. Nos últimos dias, Beltrame já não escondia dos principais assessores a necessidade de mudar o comando para oxigenar a PM.
Beltrame e Erir num evento na Baixada: secretário não estava satisfeito com a condução da tropa, especialmente nos protestos e no caso Amarildo
Foto:  Paulo Alvadia / Agência O Dia

Insatisfeito com a decisão de livrar a cara dos agentes infratores, Beltrame expôs a Erir a necessidade de revogar a decisão para manter a doutrina de pulso firme contra os deslizes da tropa. O chefe da PM bateu o pé e alegou que o indulto só beneficiava faltas disciplinares administrativas, contidas no rigoroso código de conduta militar.

Numa nota sucinta, a Secretaria de Segurança resumiu a saída de Erir Ribeiro como um ato normal na gestão de governo. “Mudanças fazem parte do processo de gestão e devem ser vistas com naturalidade", disse Beltrame, que destacou o empenho do coronel no comando da PM.

Erir Ribeiro continua no comando até a Secretaria de Segurança anunciar o nome de quem irá substituí-lo. Será o novo chefe da PM quem também decidirá se mantém ou revoga a decisão assinada por Erir de anistiar os policiais punidos entre o dia 4 de outubro de 2011 e a última quinta-feira — dia da publicação da medida no boletim interno da corporação.

Durante a noite desta segunda-feira, a cúpula da Segurança se debruçava sobre uma lista com o nome de cinco coronéis como candidatos à vaga e tentavam achar o consenso. Dois deles participaram da reunião com o secretário Beltrame: Ricardo Pacheco, atual diretor de Ensino e Instrução da PM, e Luís Menezes, responsável pelo 1º CPA (Comando de Policiamento de Área).

Policiamento ostensivo e comunitário

O coronel Erir Ribeiro assumiu o comando da PM com prazo de validade. E ele expirou há muito tempo. A ideia era esquentar a cadeira até a Secretaria de Segurança encontrar o nome ideal para tocar o projeto de policiamento ostensivo e comunitário do governo. O tempo passou e a falta de opções fez Erir se manter no cargo.

Com hábitos humildes e experiência na cúpula da PM — foi diretor na gestão de Gilson Pita —, Erir se apegou à cadeira e, nos últimos meses, já nem despachava com o secretário Beltrame. Com os episódios das manifestações no Leblon, aproximou-se de Sérgio Cabral e passou a tratar dos assuntos administrativos direto com o governador, magoando alguns chefes na Secretaria de Segurança.

Cobrança por explicações

Beltrame não engoliu a anistia aos PMs e, pior, ficou sabendo da decisão somente através dos jornais. No domingo, foi contundente: queria transparência nas ações e explicações plausíveis da PM adotar as medidas. O benefício atinge, segundo a PM, a 450 policiais punidos por atos de indisciplina como atraso no serviço, faltas e ausências não justificadas, além de falhas pontuais na condução do trabalho

Fonte: O Dia

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