sábado, 25 de agosto de 2012

Tropa de choque invade campus da Uerj

Sem autorização da administração da Uerj, policiais do 4º Batalhão da PM (São Cristóvão), armados de fuzis, invadiram ontem à tarde o campus da universidade no Maracanã para reprimir manifestação de estudantes, que apoiavam a greve dos professores da universidade. Um vídeo publicado no YouTube mostra que houve até o uso de bombas de gás lacrimogêneo.

 
 
Em nota publicada em seu site, a Uerj alertou que manifestantes não podem causar danos ao patrimônio da universidade, mas "ressalta que em nenhum momento solicitou a presença da Polícia Militar, o que foi feito pela gerência da agência do banco Bradesco localizada no campus Maracanã."
No vídeo, os alunos gritam em coro: "Ão, ão, ão, abaixo a repressão". Pareciam cenas da época da ditadura militar, embora incomparavalmente menos violentas.
A universidade deve ser um espaço da liberdade e da democracia, a menos que ali se alojem criminosos e foragidos da Justiça, o que definitivamente não foi o caso.
A Uerj publicou a seguinte nota sobre o episódio:
"Nota da UERJ sobre acontecimentos no campus Maracanã

Em relação ao episódio ocorrido no dia 23 de agosto no campus Maracanã, a Universidade informa:

1. Houve interrupção do fornecimento de energia no campus às 13h30. A Light diagnosticou tratar-se de um problema interno. A luz foi restabelecida parcialmente às 20h, com previsão de fornecimento normal durante o final de semana.

2. O movimento grevista realizou uma assembleia das 14h às 16h30 no hall do 1º andar do Pavilhão João Lyra Filho. Ao final, os manifestantes interromperam a circulação de carros em trechos da Avenida Radial Oeste e seguiram em passeata em direção ao campus Maracanã. Dentro da UERJ, integrantes do movimento grevista ocuparam o espaço onde estão sendo realizadas obras da agência do Bradesco e arrancaram a faixa identificadora do banco. Funcionários da Universidade convenceram os manifestantes a se retirarem do local. Sem nenhum aviso à administração central, a Polícia Militar entrou no campus, nas dependências próximas ao Bradesco, e lançou duas bombas de efeito moral. A UERJ solicitou aos policiais que se retirassem do campus.

A UERJ ressalta que em nenhum momento solicitou a presença da Polícia Militar, o que foi feito pela gerência da agência do banco Bradesco localizada no campus Maracanã.

A UERJ considera que os conflitos democráticos provocados pelo movimento de greve são contornados internamente, sem a presença de agentes externos como intermediadores. Chama ainda a atenção para a responsabilidade das manifestações no espaço da Universidade, que não podem danificar um patrimônio que pertence a todos e serve a toda a comunidade."

Fonte: O Globo/ Ancelmo Gois /Enviado por Jorge Antonio Barros

Nenhum comentário:

Postar um comentário