segunda-feira, 18 de junho de 2012

Prefeitura fecha parceria para reduzir em 20% as emissões de gases do efeito estufa até 2020

Vice-prefeito afirma é preciso colaboração de empresários e da população para alcançar a meta

O prefeito Eduardo Paes chega de bicicleta ao Forte de Copacabana para participar da Cúpula dos Prefeitos Foto: Beth Santos / Divulgação
O prefeito Eduardo Paes chega de bicicleta ao Forte de Copacabana para participar da Cúpula dos PrefeitosBeth Santos / Divulgação
RIO — O vice-prefeito do Rio, Carlos Alberto Vieira Muniz, anunciou nesta segunda-feira durante a Cúpula dos Prefeitos, no Forte de Copacabana, que a cidade vai para reduzir em até 20% as emissões de gases de efeito estufa até 2020. A parceria foi acertada com o Banco Mundial, e, para atingir a meta, a proposta é duplicar a rede de ciclovias, sobretudo na Zona Oeste, investir nas linhas de BRT com combustíveis limpos e ampliar a aposta na mudança do tratamento do lixo. A parceria foi anunciada durante a primeira mesa de debates do United Cities and Local Governments (UCLG).
— Não tivemos grandes mudanças em emissão de gases desde 2005, mas temos um estudo que aponta quem são os grandes poluentes do Rio. Com cerca de 40%, está a mobilidade urbana (carros e ônibus) e, com 12%, está a disposição inadequada de resíduos sólidos. Para enfrentar o primeiro, apostamos em ciclovias e BRTs. Para o segundo, apostamos no novo centro de disposição de resíduos, que já está em funcionamento.
Segundo Muniz, levar uma tonelada de lixo ao Aterro de Gramacho custava R$ 9. Levar ao centro custa R$ 40. Mas não se trata de “jogar dinheiro fora”.
— Investir R$ 31 a mais só se faz quando se entende que isso não é desperdício. Não é jogar dinheiro fora. É uma decisão que demonstra consciência. O centro é uma solução metropolitana que recebe todo o lixo da cidade e que acabou com os lixões de Seropédica, Mangaratiba e Itaguaí. Trata-se de um passo substancial para que os gases de efeito estufa sejam mitigados.
De acordo com Muniz, o novo centro, em breve, será capaz de gerar energia de biomassa a partir da coleta de lixo. Haverá um programa financiado pelo BNDES para transformar o catador de lixo num separador de lixo.
O vice-prefeito destacou, no entanto, que será preciso contar com apoio de empresários e cidadãos para atingir a meta de redução de 20% das emissões até 2020.
— Tínhamos como meta para 2012 diminuir em 8% e estamos perto de fazer. Mas para avançar precisamos do apoio de todos.
Paes diz que prefeituras precisam ter maior poder de decisão nas políticas públicas
No mesmo evento, o prefeito Eduardo Paes afirmou que as prefeituras deveriam ter um poder maior de decisão para planejar e executar políticas públicas voltadas para suportar o crescente processo de urbanização das cidades.
— As cidades têm um papel cada vez mais papel importante. Metade da população do mundo hoje é urbana e as perspectivas são que esta urbanização aumente ainda mais. E o modelo de distribuição daquilo que os Estados arrecadam, na maioria dos países concentra os recursos na mão dos governos centrais. Isso faz com que os governos locais tenham de ficar de pires na mão solicitando recursos para políticas públicas. O primeiro conceito importante e de que é fundamental que os governos locais sejam empoderados para que realizem e implementem suas politicas públicas.
Paes disse ainda que as prefeituras não devem aceitar que, por falta de decisões ou de medidas mais fortes dos governos centrais, os governantes locais fiquem passivos:
— Acho que é para isso que serve esse encontro. Para que nos próximos dias possamos tomar decisões importantes. Essa cúpula de prefeitos tem que ser muito mais que um espaço para contestar e reclamar. Temos que sair daqui com conclusões sobre o papel dos governos locais. Tradicionalmente, as responsabilidades têm sido delegadas aos chefes de estado e chefes de governo. Todos olhamos a Rio+20 e esperamos que as decisões sejam acertadas, que elas avancem nos desafios da ssustentabilidade. Mas o primeiro passo que os governos locais podem dar é, sem dúvida nenhuma tomar decisões concretas e entender que o jogo só pode ser mudado se todos ns agirmos - disse o prefeito.
Além de Paes, também, discursaram o diretor executivo da ONU-Habitat, Joan Clos, ex-prefeito de Barcelona, e o prefeito de Istambul, Kadir Topbas, presidente da UCLG. Ambos falaram dos desafios a serem enfrentados pelas cidades com a crescente urbanização e também defenderam uma proximidade maior entre as prefeituras e os governos centrais.
— Não há como gerenciar o problema da urbanização se não houver uma proximidade entre as políticas nacionais e os planos de urbanização desenvolvidos pelos governos locais — disse Joan Clos, que abriu a cerimônia.

Fonte: O Globo

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