sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Silas Malafaia é levado pela PF para depor coercitivamente

Pastor é um dos investigados na operação sobre cobrança de royalties

               Pastor Silas Malafaia foi levado coercitivamente para prestar esclarecimentos               Divulgação

Rio - A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta sexta-feira, a Operação Timóteo. A ação está sendo realizada em 11 estados do país, dentre eles, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Sergipe, Tocantins e Rio de Janeiro. A operação é do juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara do DF.
A operação mira investigar uma suposta organização criminosa de corrupção e cobranças de royalties. Foram expedidos 52 mandados de busca e apreensão e 29 de condução coercitiva, um dos suspeitos é o pastor Silas Malafaia, que foi levado pela Polícia Federal. Também foram expedidos quatro mandados de prisão preventiva, doze de prisão temporária, bloqueio de três imóveis, bloqueio judicial de valores que podem alcançar R$ 70 milhões de reais. 
A suspeita a ser esclarecida pelos policiais é que este Malafaia pode ter "emprestado" contas correntes de uma instituição religiosa sob sua influência com a intenção de ocultar a origem ilícita dos valores.
O juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da Justiça Federal de Brasília, determinou ainda que os municípios se abstenham de realizar quaisquer atos de contratação ou pagamento aos três escritórios de advocacia e consultoria sob investigação.
As provas recolhidas pelas equipes policiais devem detalhar como funcionava um esquema no qual um Diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral detentor de informações privilegiadas a respeito de dívidas de royalties oferecia os serviços de dois escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria a municípios com créditos de CFEM junto a empresas de exploração mineral.
De acordo com a Polícia Federal, o esquema se dividia em ao menos quatro grandes núcleos: o núcleo captador, formado por um Diretor do DNPM e sua mulher, realizava a captação de prefeitos interessados em ingressar no esquema; o núcleo operacional, composto por escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria em nome da esposa do Diretor do DNPM, que repassava valores indevidos a agentes públicos; o núcleo político, formado por agentes políticos e servidores públicos responsáveis pela contratação dos escritórios de advocacia integrantes do esquema; e o núcleo colaborador, que se responsabilizava por auxiliar na ocultação e dissimulação do dinheiro.
Inspiração na Bíblia
A Operação Timóteo começou ainda em 2015, quando a então Controladoria-Geral da União enviou à PF uma sindicância que apontava incompatibilidade na evolução patrimonial de um dos diretores do DNPM. Apenas esta autoridade pública pode ter recebido valores que ultrapassam os R$ 7 milhões.
O nome da operação é referência a uma passagem do livro Timóteo, integrante da Bíblia Cristã: "Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição".
Fonte: O Dia

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