sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Empresas podem suspender benefício do Bilhete Único Intermunicipal. Dívida do governo é de R$ 9 milhões


Representantes do governo estadual e da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) se reunirão nesta sexta-feira para decidir se o subsídio do Bilhete Único Intermunicipal concedido pelo governo aos usuários será suspenso em função de uma dívida com as empresas. Segundo pessoas envolvidas na negociação, o montante devido, hoje, gira em torno de R$ 9 milhões. A Fetranspor informou que aguarda uma posição sobre o pagamento e, por isso, estendeu o prazo para a quitação do débito. Segundo a entidade, a promessa era que o depósito seria feito na terça-feira passada. Até ontem, porém, nada havia sido creditado.
A Secretaria estadual de Transportes informou que o pagamento depende do desbloqueio das contas estaduais, o que liberaria recursos para a quitação das pendências com as empresas de transporte.
— A prioridade do governo é manter o Bilhete Único. A partir do momento em que o governo não teve suas contas arrestadas, os pagamentos foram feitos. Tratamos o subsídio com extrema prioridade — declarou o secretário de Transportes, Rodrigo Vieira.
Segundo pessoas que participam das negociações, a Fetranspor recebe, mensalmente, cerca de R$ 47 milhões do governo do estado para que o subsídio seja mantido. Em novembro, porém, o repasse foi de R$ 38 milhões, em pagamentos feitos semanalmente às empresas.
O benefício do Bilhete Único Intermunicipal funciona da seguinte forma: os usuários pagam R$ 7,50 pelas passagens, com direito a dois embarques. O que estiver além desse valor é subsidiado pelo governo. Caso o benefício seja suspenso, o passageiro (ou sua empresa) terá que pagar a complementação.
— A Fetranspor recebeu um total de R$ 38 milhões num mês em que o governo do estado não pagou aos servidores e aos fornecedores. E ainda está reclamando — disse uma fonte ligada à administração estadual.
De acordo com a Fetranspor, há cinco milhões de bilhetes habilitados em todo o estado. Os descontos, porém, funcionam apenas na Região Metropolitana do Rio.
Passageiros estão receosos
O possível fim do benefício do Bilhete Único Intermunicipal já preocupa os usuários. A forma de conciliar o aumento dos gastos ao orçamento é o primeiro problema que vem em mente.
— Uso ônibus, barca e metrô para ir de Santa Rosa, em Niterói, a São Conrado, na Zona Sul do Rio. O deslocamento é grande. Não consigo fazer o trajeto num transporte só. Então, ter que pagar o complemento faria muita diferença — disse a fonoaudióloga Graziela de Andrade, de 40 anos.
Outras pessoas já temem perder o emprego em função dos custos mais altos.
— A maioria das empresas paga só uma passagem de ida e outra de volta. Já foi difícil conseguir um emprego que pagasse um ônibus de Niterói para o Centro do Rio (ao custo de R$ 8,50) e outro para o Jardim Botânico, pelo Bilhete Único — lamentou a vendedora Sara Costa, de 24 anos.
Segundo os passageiros, quem utiliza o benefício intermunicipal durante os dias úteis gasta, em média, R$ 200 por mês com transporte. O fim do subsídio elevaria esse gasto.
Fonte: Extra


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