Gravação de conversa sobre a Lava-Jato derruba ministro do Planejamento de Temer
Durou só 11 dias a gestão de Romero Jucá, homem-forte do presidente em exercício Michel Temer (PMDB), à frente do Ministério do Planejamento. Flagrado em conversa com o ex-presidente da Transpetro e ex-deputado federal Sérgio Machado, na qual sugeria que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT) resultaria em um pacto para deter a Lava-Jato, Jucá se afastou do cargo e reassumirá hoje seu mandato de senador pelo PMDB de Roraima.
Romero Jucá disse que não se afastaria do cargo, mas mudou de ideia
À noite, Temer divulgou nota em que agradece o “trabalho competente e a dedicação” de Jucá e diz que contará com a ajuda do peemedebista no Senado até que “sejam esclarecidas as informações divulgadas pela imprensa”. Em gravação divulgada ontem pelo jornal Folha de S. Paulo, Jucá sugeriu que uma mudança no comando do governo federal resultaria em um pacto para deter a Operação Lava Jato.
Pela manhã, em entrevista no ministério, Jucá havia negado que deixaria o cargo. Ele confirmou a conversa com Machado, a quem chamou de amigo, mas disse que, quando disse “tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria”, referia-se à crise econômica. À tarde, no entanto, quanto o áudio do diálogo foi divulgado, ficou claro que eles falavam da Operação Lava-Jato.
O diálogo, aparentemente gravado pelo ex-presidente da Transpetro sem que Jucá soubesse, ocorreu semanas antes da votação do impeachment na Câmara dos Deputados, em 17 de abril. Machado demonstra preocupação com o efeito de novas delações premiadas na Lava-Jato e com as investigações em torno dele. Jucá responde que seria necessário uma “ação política” e sugere que a mudança do governo traria um quadro favorável.
O agora ex-ministro do Planejamento também orienta Machado a se reunir com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e com o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Machado também teria gravado conversas suas com estes dois políticos
Fonte: Meia Hora
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