terça-feira, 17 de maio de 2016

COMO CHANCELER, SERRA INVERTE A LEI DE CHICO

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O músico Chico Buarque dizia sentir orgulho da política externa desenvolvida pelo chanceler Celso Amorim porque, desde a era Lula, o Brasil deixou de falar grosso com a Bolívia e fino com os Estados Unidos; a chegada de José Serra ao Itamaraty, no entanto, inverte essa lógica; desde que tomou posse, ele já criticou países como El Salvador, Bolívia, Equador, Venezuela e a própria Unasul; além disso, prepara o fechamento de representações diplomáticas na África e na América Central, regiões onde a influência brasileira crescia, num esforço reconhecido globalmente; a tendência, a partir de agora, é que o Brasil tente falar grosso com os vizinhos e fino com os Estados Unidos, mas isso não assusta os vizinhos; Ernesto Samper, da Unasul, disse que não dá satisfações a "chanceler interino"
Tempos atrás, quando foi questionado sobre o que mais o agradava no governo Lula, o cantor e compositor Chico Buarque mencionou a política externa desenvolvida por Celso Amorim.
O motivo?
– O Brasil não fala fino com os Estados Unidos, nem fala grosso com a Bolívia – disse Chico.
Antes de Amorim, ficou marcada na lembrança a imagem de um chanceler brasileiro, no governo FHC, que teve que tirar os sapatos para entrar nos Estados Unidos.
Com Lula e Amorim, o projeto da Área de Livre Comércio das Américas foi sepultado e foi desenvolvida a política Sul-Sul.
Esse modelo, no entanto, parece estar chegando ao fim com a nomeação de José Serra para o Itamaraty.
Desde que assumiu o cargo, ele já brigou com países como Bolívia, Venezuela, Equador e El Salvador, que não reconhecem o governo brasileiro, assim como com a Unasul, cujo presidente, Ernesto Samper, se negou a bater boca com um "chanceler interino".
Serra também pediu um estudo sobre custos de representações diplomáticas, o que deve levar ao fechamento de postos na África e na América Central e Caribe.
Recentemente, a revista Foreign Affairs, bíblia da política externa, exaltou as conquistas do Brasil como ator global, justamente por expandir sua presença nessa regiões (leia mais aqui).
Com Serra chanceler, a lei de Chico deve ser invertida. A partir de agora, o Brasil tentará falar grosso com os vizinhos e fino com os Estados Unidos – o que foi criticado, ontem, pela presidente afastada Dilma Rousseff (leia aqui).
Fonte: 247

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