sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Primeiro governador preso, Arruda voltou: PR

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Ex-governador do Distrito Federal e alvo da Operação Caixa de Pandora, José Roberto Arruda assinou, discretamente, a ficha de filiação ao PR; pressionado por aliados a disputar novamente o Palácio do Buriti, Arruda tem dito a interlocutores que não irá "passar o carro na frente dos bois"; traumatizado com a prisão, ele ainda não decidiu se irá concorrer a qualquer cargo público em 2014, mas as pesquisas o apontam bem colocado para a Câmara, o Senado e até mesmo para o governo; com antigos aliados dispersos em vários partidos, como PSDB, PPS e DEM, Arruda tenta se recolocar, mas fontes do PT o enxergam como o adversário mais fácil de ser batido; será que ele conseguirá renascer novamente das cinzas?

Enquanto políticos das mais variadas tendências têm sido apresentados com as camisas dos seus novos times ou partidos, uma das filiações mais simbólicas do País ocorreu nesta sexta-feira 4. O diretório regional do Partido da República, em Brasília, obteve a adesão do ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. No entanto, não haverá qualquer cerimônia ou anúncio oficial. Moita total. Assim será a volta de Arruda à política.

Alvo da Operação Caixa de Pandora e primeiro governador preso no exercício do mandato na história do País, tendo ficado atrás das grades entre 11 de fevereiro e 12 de abril de 2010, Arruda tentará, novamente, ressuscitar. Em 2001, ele já havia renunciado ao mandato de senador, quando eclodiu o escândalo da violação do painel eletrônico do Congresso. Eleito governador do Distrito Federal em 2006, ele não conseguiu terminar seu mandato, depois que um vídeo, em que aparecia recebendo R$ 50 mil do ex-policial Durval Barbosa, deflagrou o chamado "mensalão do DEM".

Arruda foi preso, perdeu o mandato e a denúncia contra ele foi apresentada três anos depois. Depois disso, foi desmembrada e remetida novamente à primeira instância – o que significa que, até 2014, mesmo que seja condenado, dificilmente haverá tempo para que ele seja considerado um político "ficha suja". Além disso, recentemente, a Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou as contas do ex-governador, o que abriu caminho para uma eventual volta à política.

Nas primeiras pesquisas, feitas por institutos como o Ibope, Arruda tem sido apontado como um dos favoritos não só para as eleições da Câmara ou do Senado, mas também para o próprio Palácio do Buriti, onde seria o mais cotado para enfrentar o atual governador Agnelo Queiroz, do PT, num eventual segundo turno. Com números que oscilam entre 20% e 30%, Arruda vem sendo pressionado por aliados a tentar novamente o GDF, mas essa seria uma estratégia de risco. Fontes ligadas ao PT garantem que Arruda seria o adversário dos sonhos de Agnelo – assim como saltaria de uma boa plataforma de largada, também teria um teto alto, em razão dos escândalos em que esteve envolvido.

Traumatizado com a prisão, Arruda tem dito a interlocutores que não irá "passar o carro na frente dos bois". Segundo essas mesmas fontes, não haveria sequer a definição sobre disputar ou não um cargo público em 2014. Seu trabalho, nas últimas semanas, estaria focado apenas na organização de uma ampla frente de oposição, em conjunto com o também ex-governador Joaquim Roriz, com quem estaria conversando regularmente. Nesse esforço, aliados estariam sendo distribuídos por vários partidos. É o caso, por exemplo, da deputada Eliana Pedrosa, que foi para o PPS, e do deputado Luiz Pitiman, que se filiou ao PSDB. O ex-vice-governador Paulo Octavio está no PP. Desse grupo, sairá um candidato que enfrentará a coligação liderada pelo governador Agnelo Queiroz, do PT, e pelo vice Tadeu Filipelli, do PMDB. Agora filiado, Arruda é apenas uma das opções.

Fonte: Brasil 247



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