terça-feira, 8 de outubro de 2013

Professores grevistas não sabem fazer contas, diz prefeito do Rio

O prefeito Eduardo Paes (PMDB) sinalizou que não existe mais acordo possível com o Sepe-RJ (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio), responsável pela negociação da greve de professores do município.

Nos últimos três meses, representantes do governo promoveram dez encontros com a diretoria do Sepe, mas não se chegou a um consenso. Ao comentar as reivindicações apresentadas pelo comando de greve, Paes disse que os professores não sabem fazer contas.

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"Eles não têm pauta. Cada dia é uma coisa. Eles não fazem a conta matemática do que apresentam. A única proposta oficial que recebemos do Sepe sobre o plano de cargos e salários previa uma remuneração de R$ 136 mil para cada professor", afirmou o prefeito do Rio.

Paes encontrou na manhã desta terça-feira (8) integrantes dos conselhos municipais (vinculados à secretaria de Educação), que reúnem professores, diretores e funcionários de escolas públicas, assim como pais de alunos.

Editoria de arte/Folhapress

Em greve desde o dia 8 de agosto, os professores da rede de ensino municipal permanecem contrários ao plano de cargos e salários elaborado pela prefeitura e aprovado recentemente na Câmara. O documento produzido pela equipe da Secretaria Municipal de Educação recebeu 31 emendas antes de ganhar o aval dos vereadores.

De acordo com Paes, o sindicato não divulga aos professores os ajustes realizados na versão final do plano, que passou a abranger reajustes para todas as
classes
de professores. O primeiro plano privilegiava apenas os profissionais com carga horária de 40 horas.


"Se passou muito tempo falando mentira (sobre o plano de cargos e salários). O plano é muito bom. Não é tudo o que se quer, óbvio, mas não adianta a prefeitura dar algo que não possa pagar", acrescentou Paes.
O prefeito ressaltou ainda que os sindicalistas passaram a exigir mudanças inviáveis, que dizem a respeito à política educacional adotada pela prefeitura.

"Eles contestam a meritocracia, que não tem nada a ver com o plano de cargos e salários. Apostar na meritocracia é uma decisão da minha administração. Se atingir a meta, recebe um adicional. Se não atingir, não há desconto algum. Isso não vai parar. Vale para a educação e todos os setores da prefeitura".

Paes defendeu a secretária de Educação, Claudia Costin, que virou alvo dos grevistas. "Diálogo pressupõe pauta racional. Quem senta na mesa e pede para exonerar uma secretária (Claudia Costin, titular da pasta de Educação) ou revogar uma lei que dá aumento imediato ao professor, não quer sentar na mesa. Está fingindo que quer sentar na mesa".
Diana Brito/Folhapress
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O encontro promovido pela prefeitura nesta terça no Palácio da Cidade, em Botafogo (zona sul), com representantes dos conselhos municipais de educação é uma tentativa do governo de ampliar a divulgação das propostas existentes no novo plano de carreira da prefeitura.

"Estamos saindo daqui com a certeza que temos de multiplicar o que foi conversado com o prefeito", afirmou Adelia Azevedo, diretora do conselho municipal de professores, que não tem participação alguma no comando de greve. "Tivemos uma reunião sem agressões, onde houve críticas e elogios. Ele ouviu nossas reivindicações. Cada um saiu daqui hoje com o objetivo de conversar com mais um (sobre a posição do governo)."

Fonte: Folha de S.Paulo

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