quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Viaturas impediram pouso de emergência, diz testemunha de acidente

Uma testemunha afirma que o piloto da aeronave que caiu na lagoa do Marine, na localidade de São José de Imbassaí, distrito de Maricá, na região metropolitana do Rio, na segunda-feira, tentou fazer um pouso de emergência no aeroporto de Maricá, mas foi impedido por viaturas da Guarda Municipal que estariam na pista. A testemunha, também piloto, estava no aeroporto no momento do acidente, e disse ter visto o avião arremeter momentos antes de cair. As informações são da Rádio CBN.
Segundo a testemunha, antes da aeronave que se acidentou tentar pousar no aeroporto, outro avião fez o mesmo procedimento, mas viaturas da Guarda Municipal invadiram a pista e o forçaram a arremeter. “Nisso, a outra aeronave (a que se acidentou) veio atrás, bem mais alto, observando (o que havia no chão). Entao, conclusão: quando ele (o piloto) viu aquele tumulto lá embaixo, ele foi e fez a mesma coisa, mas bem mais alto: arremeteu. Eu só escutei o barulho do motor. Como o avião é bimotor, ele acelerou o máximo um dos motores para ganhar velocidade, e arremeteu para cima da lagoa”, disse a testemunha.
O homem também contou que, ao ficar sabendo que o acidente provocou a morte do colega, o piloto Adelmo Louzada de Souza, e do juiz de direito Carlos Alfredo Flores da Cunha, 48 anos, se exaltou com os guardas e foi ameaçado. “Eu disse: ‘Olha ali o que vocês fizeram, que acabou matando dois colegas’. Eles responderam: ‘O senhor tem prova disso?’ ‘Tenho sim’, eu disse. E eles: ‘Olha, você pode sumir, hein?’”.
Testemunhas denunciam que foi o prefeito Washington Quaquá que deu ordem para que carros da Guarda Municipal interrompam a pista de pouso do terminal para que aviões não aterrissem no local. A prefeitura da cidade informou, em nota, que a pista do aeroporto municipal continua aberta, não tendo até o momento qualquer ação por parte do poder público de solicitar à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) o seu fechamento.
Segundo o Executivo, a medida técnica é atribuição exclusiva da agência e a secretaria municipal de Desenvolvimento Social, a quem o aeroporto é vinculado, "ainda não tomou qualquer iniciativa nesse sentido, justamente por considerar a necessidade de um eventual pouso de emergência. A pista vem sendo utilizada normalmente por aeronaves em instrução não baseadas no local".
O complexo aeroportuário encontra-se com suas atividades técnicas e administrativas encerradas desde o dia 11 de setembro, quando outro avião caiu sobre uma casa no centro da cidade. No acidente - cujas causas ainda estão sendo investigadas - o piloto morreu e o aluno em instrução ficou ferido.
Horas depois da queda, a prefeitura de Maricá decretou o encerramento de todas as atividades no local, "especialmente as exercidas irregularmente por um grupo de empresas cujos alvarás de funcionamento tinham sido cancelados há mais de um ano. A medida foi considerada correta pela Justiça, que manteve a medida em vigor e endossada pela fiscalização da própria Anac".

Fonte:  Terra             

Nenhum comentário:

Postar um comentário