terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Como pessoa física, Eike foi o maior doador de campanha de Cabral, que lhe deu benefícios fiscais

                                           Divulgação / Polícia Federal
                                                          O dinheiro confiscado
                                                        
Rio - A boa relação entre o empresário Eike Batista, alvo de pedido de prisão preventiva na Operação Eficiência, e o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, preso no Complexo Penitenciário de Bangu e suposto comandante da organização criminosa investigada pela Justiça, não é algo novo. Eike foi a principal pessoa física a doar para a campanha de Cabral à reeleição, em 2010, quando forneceu R$ 750 mil ao peemedebista. Por outro lado, empresas do Grupo EBX, de Eike, receberam cerca de R$ 80 milhões em benefícios fiscais de 2007 a 2012, o período de quase toda a gestão do então governador.
A OGX, empresa de Eike no ramo de petróleo, e a LLX Minas-Rio, voltada para obras portuárias, receberam, respectivamente, R$ 69 milhões e R$ 6 milhões em benefícios, de 2007 a 2011. Quando os dados foram divulgados, o Grupo EBX defendeu-se, afirmando que os benefícios concedidos eram “idênticos aos disponíveis para qualquer empresa que disponha a correr os riscos de empreender projetos semelhantes”.
Em 2011, os benefícios recebidos pelo Grupo EBX foram criticados por parlamentares de oposição na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que cobram até hoje uma investigação mais profunda sobre as isenções fiscais — especialmente depois que o estado entrou na profunda crise financeira em que se encontra.
                                           Divulgação Carrão ficava na sala de Eike como 'troféu'
“Em função desse quadro caótico das finanças, é urgente ir fundo nessas questões que envolvem benefícios fiscais, dados sem controle, sem contrapartida, sem monitoramento e sem avaliação. Até mesmo para que se possa saber se valeu a pena ou não”, aponta o deputado estadual Eliomar Coelho (Psol).
PMDB foi no vácuo de Cabral
As doações eleitorais de Eike Batista não se restringem a Cabral. Ainda em 2010, ele doou como pessoa física para as campanhas a deputado estadual de Paulo Melo (PMDB, R$ 100 mil); a senador de Luiz da Silveira (PMDB, R$ 200 mil); a senador de Delcídio do Amaral (PT, R$ 500 mil); e também a senador de Cristovam Buarque (PDT, R$ 100 mil). O ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB) foi contemplado em 2008 com R$ 500 mil. Os diretórios nacional (R$ 100 mil, em 2012) e regional (R$ 400 mil, em 2006) do PMDB também receberam verba do empresário em eleições.
Possante é apreendido
Durante a Operação Eficiência, 18 carros foram apreendidos, além de obras de arte, relógios, joias e cerca de R$ 100 mil em dinheiro. O veículo que mais chamou a atenção da PF é o Lamborghini branco de Eike. O carrão chegou a ser mantido na sala da casa do empresário. Outro carro apreendido foi um Porsce Cayenne, que também já havia sido retido em 2015 pela PF. Na ocasião, o juiz federal Flávio Roberto de Souza foi flagrado dirigindo o veículo e afastado do caso.
Um ‘oceano’ de dinheiro
A suposta organização criminosa chefiada por Sérgio Cabral, segundo o inquérito, teria desviado mais de R$ 340 milhões dos cofres públicos para contas no exterior. Pelo menos R$ 270 milhões já foram repatriados pela Justiça. “O patrimônio dos membros da organização criminosa chefiada pelo senhor Sérgio Cabral é um oceano ainda não completamente mapeado. O limite é... Eu já diria que esses R$ 340 milhões são além do imaginável, disse o procurador Leonardo Cardoso de Freitas.
Fonte: Meia Hora

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