O governo está decidido a blindar na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
do Cachoeira a Delta Construções, principal empreiteira de obras previstas no
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Uma reunião nesta segunda-feira à
noite na casa do deputado Maurício Quintela (PR-AL) foi acertada para fechar o
acordo entre os partidos aliados para não deixar as investigações atingirem a
construtora nacionalmente.
Capitaneados pelo PT da Câmara, os governistas pretendem reforçar a
estratégia na CPMI para poupar a Delta. O temor é que a apuração da CPI acabe
mostrando uma relação próxima de outros políticos com a empresa.
Na semana passada, a CPI já havia evitado a convocação do empresário Fernando
Cavendish, dono da Delta, e restringido as investigações apenas à seção
Centro-Oeste da construtora. Cavendish é amigo do governador do Rio de Janeiro,
Sérgio Cabral Filho (PMDB). Na mesma linha, os parlamentares já tinham dado
sinais de que poupariam os governadores citados em investigações da PF nas
operações Monte Carlo e Vegas - que mostraram os laços de Cachoeira com
políticos.
A ordem entre aliados é para que as investigações sobre a Delta permaneçam
restritas às filiais do Centro-Oeste - Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul, Goiás e Distrito Federal.
O controle da Delta foi transferido à J&F Participações S.A, holding à
qual pertence o frigorífico JBS. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) detém 31% do capital do JBS.
No jantar desta segunda, os governistas tentavam aprovar um script para
evitar surpresas na CPI.
Fonte: EUGÊNIA LOPES - Agência Estado
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