quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Petrobras anuncia nova descoberta no pré-sal da Bacia de Campos

                                                                         
O poço onde foi feita a nova descoberta está a 2.800 metros de profundidade e deve contribuir na produção de gás e petróleo
                                                     

A Petrobras anunciou na noite dessa  (28) a descoberta de uma nova acumulação de petróleo e gás na camada pré-sal, na Bacia de Campos, a 195 quilômetros da costa fluminense. O poço em que foi feita a descoberta, chamado Pão de Açúcar, foi perfurado a uma profundidade de 2.800 metros.
O teste indica produção diária de 5 mil barris de petróleo e 807 mil metros cúbicos de gás. O bloco onde o Pão de Açúcar foi perfurado, BM-C-33, já havia mostrado grande potencial por meio das prospecções Seat e Gávea, de acordo com a Petrobras.
Estudos complementares serão realizados na área para confirmar a extensão e o volume da descoberta. A área é operada pela Repsol-Sinopec Brasil, que tem 35% de participação no bloco, em parceria com a Statoil (35%) e a Petrobras (30%).
Fonte: O Tempo oline

ONU descarta legalização das drogas como medida de combate ao narcotráfico

ONU descarta legalização das drogas como medida de combate ao narcotráfico
ONU descarta legalização das drogas como medida de combate ao narcotráfico
Viena, 28 fev (EFE).- A legalização das drogas para lutar contra o narcotráfico 'não é uma opção', já que só serviria para agravar o problema, afirmou nesta terça-feira a Junta Internacional de Entorpecentes (Jife), organismo das Nações Unidas que vela pelo cumprimento das leis internacionais de controle de entorpecentes.
'A legalização não é uma opção', declarou à Agência Efe em Viena Hamid Ghodse, presidente da Jife.
'Drogas legais como o tabaco e o álcool, não apenas matam a cada ano entre 10 e 15 vezes mais que as drogas ilícitas, mas também o delito relacionado com o tráfico de tabaco e álcool não desapareceu, e de fato, é uma grande parte da atividade criminosa', explicou.
Ghodse avaliou dessa forma, na apresentação do relatório anual sobre drogas da Jife, a proposta do presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, de considerar a descriminalização da produção, transporte e comércio de drogas para combater o narcotráfico.
'Um tema muito complexo (como o narcotráfico) não pode ter uma solução simples', insistiu o jurista de origem iraniana.
Em relatório do ano passado, a ONU cifrava em 200 mil o número de mortes anuais relacionadas com as drogas.
'Quando for produzida uma aplicação universal (das leis internacionais) por parte dos Governos, e não apenas palavras, haverá menos problemas', disse Ghodse.
'No entanto, fazer as pazes com o tabaco durante os últimos 300 anos não teve êxito, fazer a paz com o álcool pelos últimos milênios não teve êxito. Por isso, não está em questão aplicar soluções simples a problemas complexos', argumentou.
O relatório apresentado nesta terça-feira afirma que devido aos avanços na guerra contra o narcotráfico no México, cada vez mais cocaína passa pela América Central e pelo Caribe em direção aos Estados Unidos, o que fez aumentar a violência e a corrupção nesses Estados a níveis insólitos.
Na América Central, afirma a ONU, operam cerca de 900 'gangues' com 70 mil membros que controlam as rotas de passagem da droga e exercem uma violência cada vez maior.
Ghodse afirmou que 'em alguns países aconteceram melhoras', e citou a redução do cultivo de folha de coca na Colômbia.
'Mas em outras regiões a situação piorou, por exemplo, na América Central, onde os narcotraficantes mexicanos complicaram a vida das pessoas e dos Governos, com muita corrupção', acrescentou.
A Jife aponta no documento que na América do Sul o consumo de coca aumenta apesar da clara redução da superfície dedicada ao cultivo de coca registrada nos últimos anos.
O organismo lembra que o mercado ilícito de cocaína 'tem um valor de mais de US$ 80 bilhões' em escala mundial, segundo cálculos da Interpol e da ONU, destaca o relatório.
A origem dessa droga continua na América do Sul, sobretudo na Colômbia, Peru e Bolívia, apesar da superfície dedicada ao cultivo ilegal da planta de coca ter caído até 154.200 hectares em 2010 desde um máximo de 288.400 hectares em 1990.
No Peru, a superfície de cultivo de coca continua crescendo e em 2010 já alcançou os 61.200 hectares, apenas 800 a menos que o principal produtor do mundo, a Colômbia. Na Bolívia, os plantios se mantêm estáveis em 31 mil hectares.
Com relação à demanda da droga, os mercados de maior consumo de cocaína são tradicionalmente os Estados Unidos e a Europa, especialmente Reino Unido, Itália e Espanha, mas cada vez mais droga é destinada ao cone sul da América.
'A cocaína fabricada na Colômbia é enviada em sua maior parte a mercados ilícitos estrangeiros, enquanto a fabricada na Bolívia e no Peru, além de abastecer a Europa, é consumida em grande parte na América do Sul', afirma a Jife.
A estimativa é de que 90% da cocaína consumida nos Estados Unidos - entre 150 e 160 toneladas anuais - provém da Colômbia, enquanto a provisão à Europa, que duplicou na última década a cocaína consumida, até alcançar 120 toneladas, procede da Bolívia, Colômbia e Peru.
Na América do Sul, a prevalência do consumo de cocaína 'é maior que a média mundial' e os dados da ONU indicam que, 'após anos de aumentos, o uso indevido de cocaína começou a se estabilizar, embora a um nível mais alto'.
Segundo a ONU, os países da região com taxas mais altas de prevalência anual (consumo pelo menos uma vez ao ano) desta droga são Argentina, Chile e Uruguai.
A cocaína é, além disso, a substância citada com mais frequência como causa das mortes provocadas por drogas na América do Sul, destaca o relatório.
Copyright (c) Agencia EFE, S.A
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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Pesquisas científicas polêmicas vão parar na Justiça

                                       
 video                                    
em 14/02/2012


DENISE MENCHEN
DO RIO

Neste mês, o pneumologista da Fiocruz Hermano Castro foi surpreendido pela visita de um oficial de Justiça.


O funcionário entregou um documento dando prazo de 30 dias para que ele prestasse esclarecimentos
Neste mês, o pneumologista da Fiocruz Hermano Castro foi surpreendido pela visita de um oficial de Justiça.
sobre estudos e declarações de sua autoria sobre os riscos do amianto, usado em telhas e outros produtos.
A interpelação judicial gerou indignação em instituições de pesquisa, mas não foi o primeiro caso em que o trabalho de um pesquisador virou assunto da Justiça.

Daniel Marenco/Folhapress
O pneumologista Hermano Castro, da Fiocruz, cuja pesquisa sobre malefícios do amianto está sendo contestada
O pneumologista Hermano Castro, da Fiocruz, cuja pesquisa sobre malefícios do amianto está sendo contestada

Apesar de ainda pouco comuns, os pedidos formais para que cientistas prestem explicação ou reparem danos já ocupam juízes de diferentes Estados do país.
No caso de Castro, o Instituto Brasileiro do Crisotila, que reúne empresas e trabalhadores da indústria do amianto, pediu esclarecimentos sobre uma pesquisa que apontou 2.414 mortes por mesotelioma no país em 23 anos.
Esse tipo de câncer pode ser provocado pela inalação de fibras do amianto.
O instituto afirma que decidiu pela interpelação por não ter recebido resposta a um ofício enviado à Fiocruz, que Castro diz desconhecer.
Segundo o advogado Antônio de Vasconcellos, o objetivo é conhecer as fontes do pneumologista para prestar esclarecimentos à sociedade.
A presidência da Fiocruz repudiou o que chamou de "judicialização de um debate que está baseado em evidências técnico-científicas".
O Instituto Nacional de Câncer e a Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia também manifestaram apoio ao pesquisador, ressaltando que o amianto é reconhecidamente cancerígeno.
O Instituto do Crisotila, porém, argumenta que não há perigo para o consumidor final. Já o risco para os trabalhadores, segundo o instituto, é mitigado por uma série de medidas de segurança.
Situação semelhante foi vivenciada pelo professor Marcos Garcia, do campus de Sorocaba da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).
MORTALIDADE
Ele foi processado por danos morais e materiais após publicar pesquisa apontando que a taxa de mortalidade em sete hospitais psiquiátricos da região era mais de duas vezes maior do que no restante do Estado.
O estudo, feito com dados do Ministério da Saúde, levou a inspeções e à criação de uma comissão na Câmara Municipal de Sorocaba.
Seis dos hospitais decidiram processar Garcia, argumentando que a metodologia utilizada não foi adequada e questionando o que apontaram como "sensacionalismo" na divulgação da pesquisa.
"Não somos contra o exercício da pesquisa, mas, no nosso entendimento, os dados estão equivocados", diz o advogado Paulo Escanhoela. Para Garcia, trata-se de tentativa de intimidação.
"A contestação de um estudo tem de se dar no âmbito acadêmico", diz. Ele publicou na internet uma "nota em defesa da liberdade de pesquisa no Brasil".

Fonte: Folha

''No Pará não apenas o grileiro consegue se apropriar das terras públicas, como ainda se precisa indenizá-lo quando se denuncia''. Entrevista especial com Lúcio Flávio Pinto

Vítima de um processo de indenização por dano moral, movida por empresário já falecido, o jornalista afirma que a grilagem de terras no Brasil se intensifica todas as vezes que há alguma incerteza econômica.

Confira a entrevista.


Imagine a cena. Você é jornalista e decide usar seu trabalho para denunciar um empresário que se considerou dono de uma terra pertencente ao patrimônio público. O fato é comprovado judicialmente. No entanto, o empresário usa o poder financeiro para deixar claro que não gostou de uma expressão utilizada em sua denúncia. Você é processado por danos morais ao tentar esclarecer a opinião pública e defender o patrimônio nacional. E o pior: você é condenado pela justiça a indenizar o grileiro ofendido. Resumidamente, este é o caso real do jornalista Lúcio Flávio Pinto, que concedeu a entrevista a seguir, por telefone, para a IHU On-Line, relatando detalhes do processo do qual é vítima.

Durante um longo percurso, ele afirma que só perdeu para a justiça. “Desde 1992 venho sofrendo processos por pessoas que não têm a mínima preocupação em esclarecer o público, que não exercem o direito de resposta e que encontraram no poder judiciário um cúmplice, para me impedirem de continuar a exercer o jornalismo, o que eu faço há 46 anos. Então, era o limite. E resolvi não recorrer dessa decisão”, desabafa, ao assumir o que tem pela frente. “Estou perfeitamente consciente: vou pagar o preço por tentar mobilizar a sociedade, por tentar fazer com que ela perceba que não é um problema individual, mas um problema social grave o que eu estou enfrentando”. Afinal, resume, “no Pará não apenas o grileiro consegue se apropriar das terras públicas, como ainda se precisa indenizá-lo quando se denuncia”. E o jornalista enfatiza: “o Tribunal se transformou em um lugar onde os criminosos estão conseguindo ganhar. Ninguém provou que o que eu disse era mentira, mas eu sou condenado. Não me deixam o direito de provar”. Ao final da entrevista, ao ser questionado se gostaria de acrescentar mais algum comentário ao debate, Lúcio Flávio exclamou: “socorro”. Foi uma brincadeira, mas que reflete o sentimento deste cidadão brasileiro.

Jornalista profissional desde 1966, atualmente Lúcio Flávio (foto) dedica-se ao Jornal Pessoal, informativo quinzenal que escreve sozinho há mais de 20 anos baseado em Belém. No jornalismo, recebeu quatro prêmios Esso e dois Fenaj, da Federação Nacional dos Jornalistas, que em 1988 considerou o Jornal Pessoal a melhor publicação do Norte e Nordeste do país. Por seu trabalho em defesa da verdade e contra as injustiças sociais, recebeu em Roma, em 1997, o prêmio Colombe d’oro per La Pace. Em 2005 recebeu o prêmio anual do Comittee for Jornalists Protection CPJ, de Nova Iorque, pelas denúncias que tem feito em seu jornal na defesa da Amazônia e dos direitos humanos. Tem 12 livros publicados, todos sobre a Amazônia, dentre os quais: Hidrelétricas na Amazônia, Internacionalização da Amazônia, CVRD: a sigla do enclave na Amazônia, Guerra amazônica, Jornalismo na linha de tiro e Contra o poder. É sociólogo, formado pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Pode explicar brevemente o caso da grilagem de terras e do processo movido pela Construtora C.R. Almeida contra você?
Lúcio Flávio Pinto – Em 1995, Cecílio do Rego Almeida adquiriu o controle acionário de uma empresa de Altamira, chamada Incenxil. Com essa compra, vieram vários papéis, que eram registros e que estavam no cartório, embora não tivessem o título para que essas terras passassem do domínio do estado para o domínio particular. Com esse controle ele se considerou dono de uma área em que apenas uma das fazendas somaria quatro milhões e 700 mil hectares. Um ano depois, em 1996, o Instituto de Terras do Pará – Iiterpa entrou com uma ação de cancelamento e anulação desses registros, por serem fraudulentos. A ação foi recebida pelo então juiz de Altamira, onde hoje está sendo construída a hidrelétrica de Belo Monte, e a empresa recorreu para o Tribunal. O primeiro a dar uma sentença favorável foi o desembargador João Alberto Paiva, que restabeleceu a plenitude do registro que havia sido cancelado pelo juiz local da comarca. Em seguida, o estado também apelou, entrando com interdito proibitório para impedir que qualquer pessoa entrasse nessa vastidão, que caso se constituísse um estado, seria o vigésimo primeiro maior estado do Brasil. A desembargadora Maria do Céu Cabral Duarte concedeu o interdito proibitório antes mesmo de receber o pedido. Todas essas irregularidades eu fui denunciando, porque também sou muito amigo do que era então diretor do departamento jurídico do Iterpa. E nós preparamos, juntos, uma ação para cancelar esses registros. Cecílio ficou extremamente irritado com a minha participação e com os meus artigos. E entrou na comarca de São Paulo com uma ação de indenização por dano moral, porque se considerou ofendido pelo uso da expressão “pirata fundiário”. Essa ação foi deslocada de São Paulo para Belém, porque o local certo é Belém. Mas o juiz de São Paulo que recebeu também uma ação parecida contra um repórter da revista Veja, movida por um vereador de Altamira, não aceitou a ação. E não apenas inocentou os réus, como também os elogiou, dizendo que estavam defendendo o patrimônio público. Eu fui o único condenado, em 2006, por um juiz que não era o titular da vara onde estava o processo. Ele ocupou essa vara por apenas um dia e devolveu o processo quando a titular já havia retomado o controle da vara. Ele não podia mais decidir. E para que a sentença dele tivesse validade, assinou com data retroativa de quatro dias anteriores. Eu fui condenado a pagar oito mil reais de indenização, retroativas a 1999, quando saiu meu artigo no Jornal Pessoal, que é um quinzenário que mantenho aqui, que com os juros e correção monetária, daria hoje 20 mil reais. Eu recorri, mas o Tribunal negou vários recursos, inclusive quando o autor da ação (Cecílio do Rego Almeida) morreu, em maio de 2008. Foi mantida a sentença. Durante esse longo percurso de 11 anos, eu só perdi e várias arbitrariedades foram cometidas. Quando o processo finalmente subiu para Brasília, foi descoberto um erro formal, que fez com que o presidente do Superior Tribunal de Justiça não aceitasse o recurso. Nesse momento, achei que já era demais, porque desde 1992 venho sofrendo processos por pessoas que não tem a mínima preocupação em esclarecer o público, que não exercem o direito de resposta, e que encontraram no poder Judiciário um cúmplice, para me impedirem de continuar a exercer o jornalismo, o que eu faço há 46 anos.
Então, era o limite. E resolvi não recorrer dessa decisão. Abri uma subscrição pública para as pessoas que quisessem contribuir para indenizarmos o grileiro. Espero agora que o processo venha com a execução da sentença. E no dia em que for para pagar, vou comparecer e vou convidar todas as pessoas que participaram dessa subscrição para irmos fazer um ato simbólico no Tribunal, que é entregar o dinheiro e mostrar que no Pará não apenas o grileiro consegue se apropriar das terras públicas, como ainda se precisa indenizá-lo quando se denuncia.

Quem denuncia é punido
A revolta foi ainda maior porque, em novembro do ano passado, a Justiça Federal de primeiro grau aceitou uma ação do Ministério Público Federal e mandou cancelar os registros do Cecílio do Rego Almeida, porque eram indevidos. Ou seja, reconheceu que realmente ele fez uma grilagem. Então, para a Justiça Federal trata-se de uma grilagem. Para a justiça de São Paulo, quem denunciou não apenas não deve ser processado, como deve ser elogiado, porque defendeu o patrimônio público da apropriação ilícita. E para o Tribunal de Justiça do Pará, que tem a jurisdição sobre o segundo maior estado da federação, quem denuncia é punido e as maiores arbitrariedades são cometidas, porque não apenas o tribunal favorece o grileiro, mas também quer se livrar de um crítico incômodo. Todos esses anos em que estou sendo processado na justiça, desde setembro de 1992, em 33 processos, tenho sido vítima de uma perseguição da justiça do Pará. Eu sou talvez o único jornal, embora pequenino, que mostra todos os erros do tribunal. E não é só contra mim que o tribunal faz isso. É que a justiça do Pará é muito ruim.

IHU On-Line – O que lhe motivou a desistir de recorrer à justiça neste processo? Qual o significado político deste gesto?
Lúcio Flávio Pinto – É justamente mostrar que eu estou em um julgamento político. A lei foi deixada de lado, a verdade foi deixada de lado, meus argumentos não foram considerados, as provas dos autos foram ignoradas para me punir, para me calar, para me intimidar. Meu Jornal Pessoal tem 25 anos e ele é sempre crítico, nunca foi desmentido, porque sempre tive essa cautela de só escrever sobre aquilo que posso provar em qualquer estância, administrativa ou judicial. A maneira que eles encontraram foi criar um processo político, em que não interessa o que eu estou dizendo, mas que tenho que ser condenado. Já que eles agiram politicamente, eu resolvi reagir politicamente. Mostrar que eles querem que se pague para um grileiro que está se apropriando de uma área no Pará do tamanho da Bélgica, onde moram 10 milhões de pessoas. Então, vamos pagar. Agora, o culpado é o Tribunal de Justiça do Pará. Tem gente boa lá? Tem. Tem gente competente? Tem. Mas que não tem nenhum acesso ao poder, que não modificam as decisões. O Tribunal se transformou em um lugar onde os criminosos estão conseguindo ganhar. Ninguém provou que o que eu disse era mentira, mas eu sou condenado. Não me deixam o direito de provar. Então, eu quis fazer uma denúncia aproveitando uma arbitrariedade do Tribunal para que a opinião pública não só saiba, como também participe, porque quem doou dinheiro para pagar a indenização está aceitando pagar o sujeito que só não foi para a prisão porque completou 70 anos e a prescrição da pena que cabia a ele já estava prescrita pela idade dele. Se não fosse isso, ele teria uma ordem de prisão da justiça federal. E para a justiça do estado, ele tem razão. As pessoas estão contribuindo e espero que logo adiante se alcance essa estimativa no valor da indenização. Nestes próximos dias estou lançando um livro contando todos os fatos e citando os nomes de todas as pessoas que participaram disso que eu chamo de um "gulag tropical".

IHU On-Line – O que esse episódio evidencia sobre a situação da grilagem de terras no país? O que está em jogo nessa questão?
Lúcio Flávio Pinto – Em primeiro lugar, mostra que tem que se apoiar no CNJ para aumentar o controle externo do poder Judiciário, que é, dos três poderes constitucionais, o que está menos visível e o que está mais refratário ao controle da sociedade. Em segundo lugar, a grilagem se intensifica todas as vezes que há alguma incerteza econômica. Então, as pessoas que têm dinheiro procuram, comprando terras, criar uma reserva de valor contra as ameaças reais, possíveis ou imaginárias, da economia. As terras, pelo seu baixo valor e pelo conceito errado do uso dos recursos naturais da Amazônia (que torna a terra mais importante do que a floresta), se tornam uma reserva de valor certa para os especuladores. Por isso, em momentos de crise, a grilagem e o desmatamento crescem, porque a Amazônia é uma reserva do país, sobretudo dos grupos poderosos que têm dinheiro para investir e manter grandes áreas como instrumentos de especulação imobiliária e financeira. Então, o que precisa ser feito é moralizar o registro de terras que até hoje, apesar dos avanços tecnológicos, continua precário. Os cartórios, por exemplo, fazem o que querem.

IHU On-Line – Se as terras em questão pertenciam ao patrimônio público, porque o dono da Construtora C.R. Almeida se disse ofendido por ser chamado de “pirata fundiário”? Ou seja, chamar grileiro de grileiro é crime?

Lúcio Flávio Pinto – Ele está na lógica dele. Ele quer um pretexto para me intimidar, para me calar, já que comprar, ele não podia. Então, ele inventou essa história. Não deu certo em São Paulo, mas deu certo em Belém. Então, ele tentou e se deu bem. As conexões mostram que foi uma conspiração real e que o objetivo dele era de que não interessasse o que eu estava dizendo, eu seria condenado. E para isso ele usou do seu poder. E não é só um poder que veio do fato de ele ter 1,90m de altura, ou por ele ser um sujeito agressivo, mas é o poder do dinheiro. A fortuna do grupo C.R. Almeida hoje está calculada em 5 bilhões de dólares.

IHU On-Line – Como você se sente, pessoalmente, como cidadão e jornalista brasileiro, diante do episódio?
Lúcio Flávio Pinto – Quando eu vi a decisão do STJ, fiquei perplexo, desanimado, com vontade de ir embora do Brasil, porque mesmo em uma democracia houve o abuso do poder econômico. Mas depois decidi reagir e de uma forma que eles não esperavam, pois acharam que eu ia continuar preso ao processo. Resolvi ultrapassá-lo, sabendo dos riscos de perder a primariedade e de pagar a indenização. Então, estou perfeitamente consciente: vou pagar o preço por tentar mobilizar a sociedade, por tentar fazer com que ela perceba que não é um problema individual, mas um problema social grave o que eu estou enfrentando.

IHU On-Line – Como está a situação atual de Belo Monte e do rio Xingu? Quais os desafios atuais a serem enfrentados na região diante da construção da hidrelétrica?
Lúcio Flávio Pinto – Eles estão fazendo a mesma coisa que foi feita em Jirau, no rio Madeira: estão criando fatos consumados. Até a multa que o Ibama aplicou à Norte Energia, ao consórcio que está construído, nos faz pensar se é para valer ou se é como um “banho de piranha”, para desviar a atenção, porque a multa é excessiva, não se justifica ao delito que eles cometeram, que é simples. O governo está sendo rigoroso e o resultado concreto disso é que os fatos vão avançando. Hoje já é difícil colocar em questão se Belo Monte será construída ou não. Parece que agora vai mesmo ser construída. No entanto, o que se pode fazer para atenuar os problemas? Acho que essa é uma questão que ainda ninguém examinou com rigor, porque não se tem uma visão completa da situação. Talvez esta seja a linha de transmissão mais cara da história do Brasil. Vai representar uns 60% do custo da obra de geração. Então, o grande desafio para Belo Monte não é construir, pois eles vão construir de qualquer maneira, mas é o dia seguinte. Quanto irá custar? Qual será o prejuízo? Qual será o subsídio? O governo do PT sempre foi contra a privatização, sempre acusou o PSDB de colocar o Estado a serviço dos interesses particulares. No entanto, a atual grande marca do governo do PT são as grandes obras, que continuaram desde o regime militar sem mudar nada, incluindo o dinheiro do BNDES e o tesouro nacional. As hidrelétricas anteriores não tinham esse esquema. Então, o caminho será o de questionar quem vai pagar essa conta e de quanto será, para atender ao desejo impulsivo e compulsivo de construir Belo Monte.

Fonte: Instituto Humanitas Hunisinos

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Banco Mundial libera US$ 16 milhões para Amazônia

O Banco Mundial aprovou ontem uma doação de US$ 15,9 milhões do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês) para o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa).

Com a verba, a segunda fase do programa deve possibilitar a proteção de mais 13,5 milhões de hectares no bioma. O dinheiro também será usado para consolidar 32 milhões de hectares de áreas protegidas já existentes.

Durante sua primeira fase, o programa criou 24 milhões de hectares de áreas protegidas e consolidou 8,5 milhões. A estimativa do governo é que essa proteção ajudou a reduzir o desmatamento na região em 37%, entre 2004 e 2006.

Makhtar Diop, diretor do Banco Mundial para o Brasil, disse que a meta é atingir no futuro - sem dizer exatamente quando - um total de 100 milhões de hectares protegidos na Amazônia, "promovendo simultaneamente o crescimento econômico e serviços sociais através do uso sustentável de recursos", diz.

O GEF é uma agência internacional criada após a conferência Rio-92 para reunir verbas e fundos de concessão para promover benefícios ambientais em seis áreas foco - mudanças climáticas, diversidade biológica, águas internacionais, poluentes orgânicos persistentes e destruição da camada de ozônio.
(O Estado de São Paulo)

Fonte: Jornal da Ciência

Estudo lista os desafios ambientais deste século

A comunidade científica internacional listou as 21 questões ambientais emergentes no século XXI, e no topo do ranking está a necessidade de ajustar a governança aos desafios da sustentabilidade global. Ou seja: no sistema atual faltam representatividade, dados, transparência, maior participação e eficiência na transição para economias de baixo carbono. O segundo lugar do ranking é surpreendente: não há profissionais capacitados para a economia verde.

Governança é um temas-chave da Rio+20, a conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável que acontece no Rio em junho.
A reportagem é de  Daniela Chiaretti e publicada pelo jornal Valor, 24-02-2012.

Ali o debate será sobre fortalecer e achar uma nova arquitetura para ambiente e desenvolvimento  sustentável dentro da ONU. No estudo, divulgado esta semana em Nairóbi, cientistas apontam uma falha generalizada que extrapola a ONU e existe nas pequenas comunidades, cidades e regiões e em nível nacional. Há um grande descompasso entre o que a ciência aponta como problemático e a capacidade dos governos de encontrar soluções, mesmo que existam mais de 900 acordos internacionais com foco na proteção ambiental. A convenção do clima é um dos exemplos emblemáticos.

Os problemas de governança ambiental ganharam o topo da lista de temas que 428 cientistas de todo o mundo reconhecem como muito importantes, mas que, acreditam, não estão recebendo a merecida atenção dos governos. O estudo "21 Questões para o Século 21" levou quase um ano para ser realizado pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma). A intenção é informar os líderes que vão tomar decisões na Rio+20.

O segundo lugar no ranking é a ausência de profissionais capacitados para o desenvolvimento sustentável. Um estudo recente do Pnuma com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) nos EUA esbarrou na falta de engenheiros que pudessem desenhar geradores solares. "Nos próximos dez anos, muitas usinas nucleares no mundo serão desativadas, o que irá produzir um enorme volume de lixo atômico", explica Joseph Alcamo, cientista-chefe do Pnuma e coordenador da pesquisa.

Segundo ele, há entre 35 e 40 usinas nucleares no mundo construídas nos anos 70 e que se aproximam do prazo de validade. "O volume de lixo nuclear de uma usina desativada pode ser entre 10 a 2.000 vezes maior do que quando ela estava em operação", estima. Não há técnicos especializados neste assunto e menos ainda na proporção necessária. "É preciso educar e capacitar para estes desafios", diz.

Para 84% dos especialistas do estudo, a segurança alimentar será uma grande questão no século em que a população mundial chegará a 9 bilhões. O temor não é novo, mas há uma novidade, diz Alcamo: "É a dimensão ambiental do problema". Trata-se de produção de alimentos ameaçada pela mudança climática, pela competição pela terra entre comida e biocombustíveis ou que enfrenta falta de água.

"Peixes representam 10% das calorias consumidas pelas pessoas no mundo, e 25% dos estoques estão esgotados ou super explorados". "Há zonas pesqueiras mortas perto da costa em função da poluição das águas", destaca. A produção de biocombustíveis tem ocupado mais 2 milhões de hectares de terra por ano. Há um acréscimo de 2 a 5 milhões de hectares ao ano de solos degradados. "Há muitas soluções para isso", diz. "Um deles é recuperar as áreas degradadas."

Cientistas acreditam que reconstruir a ponte entre ciência e política é outra questão, assim como lidar com migrações resultantes da mudança do clima, o potencial colapso de sistemas oceânicos e o derretimento das geleiras.

fonte:  Instituto Humanita Hnisinos

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Mobilidade nas cidades modernas é tema no Fórum Mundial da Bicicleta


De acordo com Plano Diretor Cicloviário, menos de 20km dos mais de 300km potencialmente cicláveis foram dedicados a ciclovias em Porto Alegre |Foto: Ramiro Furquim/Sul21



André Carvalho
No final da tarde desta quinta-feira (23), o  painel “Mobilidade e bicicleta: o papel da bicicleta nas cidades modernas” reuniu aproximadamente 50 ciclistas, simpatizantes e curiosos dispostos a aprender e compreender melhor a importância das bicicletas como um meio de transporte viável nas principais cidades.
O professor do Laboratório de Sistemas de Transportes da UFRGS, João Fortini Albano deu início no painel falando da distância existente entre o Plano Diretor Cicloviário Integrado (PDCI) de Porto Alegre e a realidade da cidade.
Leia mais:
- Fórum Mundial da Bicicleta faz magrelas ganharem espaço em Porto Alegre
Em sua apresentação, o professor explicou que o PDCI, desenvolvido em 2006, aponta 274 vias potencialmente cicláveis, em mais de 300km da cidade, conectadas entre si e podendo ser implementadas até 2022. Entretanto, até o atual momento, menos de 20km foram dedicados a construção das ciclovias e elas, de nenhuma maneira, se conectam, ou tendem a se ligar.
“A construção de apenas uma, duas, três ciclovias não melhoram as condições do trânsito. Elas resolvem problemas pontuais, mas não solucionará o caos no trânsito. É preciso ampliar a malha cicloviária. Para isso é preciso uma política propositiva para as bicicletas, o que está bem longe de ser aplicada”, garante Albano.
“Integração com outras modalidades de transporte urbano é a solução”
Para ele, uma solução adequada e viável para os problemas de mobilidade urbana, de acordo com a realidade da cidade, seria a integração dos transportes públicos com as bicicletas. Entretanto, o grande vilão desta situação, segundo João Fortini, é a falta de planejamento por parte dos governantes.
“Integrar a bicicleta com outras modalidades de transporte urbano seria ideal para os problemas de trânsito. Uma pesquisa recente apontou que 67% dos usuarios do trensurb usariam a bicicleta como meio de transporte se houvessem melhorias na integração, com vagão especial para bicicletas e existissem bicicletários nas estações”, explicou o professor.
Palestra na Usina do Gasômetro discutiu a viabilidade das bicicletas como meio de transporte urbano | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
“A cidade é para as pessoas. A cidade é das pessoas”
Dando continuidade a apresentação do professor João Fortini Albano, o sócio da consultoria de urbanização TC Urbes e um dos idealizadores do Plano Diretor Cicloviário Integrado de Porto Alegre, Ricardo Corrêa, destacou a importância na relação de integração entre os transportes.
Segundo Corrêa, na Holanda 50% dos espaços dos trens são destinados a ciclistas e suas bicicletas. “Tu não vai pedalar de Porto Alegre a São Leopoldo, por exemplo, mas tu pode ter uma integração entre o tresnurb, que facilitaria a viagem”, explica.
Ricardo argumenta que diferente do que muitos pensam, a realidade europeia não é plenamente voltada para a cicloatividade. Na realidade ela ocorre nos grandes centros, nas capitais, mas nas cidades do interior a grande predominância ainda são os automóveis.  “talvez estejamos melhor do que pensamos, pois no Brasil os dados são inversamente proporcionais. Os cidadãos dos pequenos centros seguem utilizando as bicicletas como meio de transporte, mas ao chegarem nas capitais, buscam comprar seus veículos motorizados”.
Outra questão levantada por Corrêa está nos números da (i)mobilidade urbana. Segundo ele, os números de pessoas que cicrulam por hora num espaço de 3,5m, de acordo com o modelo de transporte são alarmantes. “Em uma via de apenas 3,5 metros, circulam duas mil pessoas por hora, quando estão dentro de um carro, enquanto passam quase 15 mil, no mesmo espaço, quando estão de bicicleta. Se a via tiver corredor de ônibus, poderá circular no transporte público até 22 mil pessoas, caso contrário, cairá para nove mil. E a pé, percorrem aproximadamente 19 mil pessoas, em apenas 3,5 metros”, garante o consultor.
Bicicleta ainda é sinônimo de pobreza no Brasil
Por fim, a diretora de Projetos e Operações da Embarq Brasil, Daniela Facchini, em sua rápida apresentação, destacou os dados da bicicleta no Brasil, onde o país  é o quinto maior consumidor de bicicletas do mundo.
Segundo Facchini, cinco milhões de bicicletas são vendidas por ano, porém, ainda segue o raciocínio de que elas são sinônimo de pobreza. “Infelizmente o povo brasileiro ainda acredita que a bicicleta é coisa de pobre, que não tem dinheiro pra comprar um carro, quando deveriam considerar sinônimo de qualidade de vida, lazer e saude”, comenta.
Entretanto, de acordo com ela, o raciocínio do senso comum brasileiro faz sentido, visto que 73% dos atuais usuários de bicicleta no país tem renda inferior a R$ 1.500

|Fonte: Sul 21

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Câncer pode estar ligado à poluição de fábricas na China

 

 

O Greenpeace denuncia que na China existem mais de 400 "aldeias do câncer", lugares que têm uma taxa muito elevada dessa doença. Todas essas localidades estão próximas a fábricas que manipulamprodutos cancerígenos.
Xiedian é uma das chamadas aldeias do câncer, onde os casos desta doença dispararam por causa das fábricas poluentes. Até há pouco tempo, Fon Yun vivia nesta casa com a família, suas duas filhas e sua mulher.
As meninas contraíram leucemia, uma delas morreu e a outra está muito doente. "Sempre brincavam fora e bebiam água do poço", lamenta Yun, que agora dedica sua vida a demonstrar a relação entre o câncer, que matou pelo menos outros 50 moradores da zona, e a grande fábrica de aço da localidade.

Fonte: Folha.com

Proibido em países ricos, amianto ameaça população de nações em desenvolvimento

Dunkerque (França), manifestação nacional da associação de defesa de vítimas do amianto.
O amianto, um produto prejudicial à saúde, tem coberto com seu manto invisível a vida dos países desenvolvidos. Proibido nessa região do planeta, embora não extinto, atualmente ameaça a população dos países mais pobres. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de amianto.

Desde o começo do século passado, o amianto se tornou o principal material da maior parte das construções. O material é um grupo de minerais fibrosos, compostos de silicatos, caracterizado por suas fibras longas e resistentes, que podem se separar, apresentando a particularidade de poder ser entrelaçadas solidamente e resistir a altas temperaturas.No começo do século 20 se inventou um procedimento pelo qual, misturado com o cimento, dava lugar ao amianto cimento ou fibrocimento, utilizado especialmente nos encanamentos de água potável, telhas onduladas e – como é um produto ignífugo, que resiste muito bem ao calor – para recobrir elementos que precisam ficar expostos ao calor.

No trabalho, no lar e até no ar
Francisco Puche, membro da organização Ecologistas em Ação, editor, escritor, que faz parte da Federação Nacional de Vítimas do Amianto, explica que "já existiram até três mil produtos de diferentes tamanhos e condições que continham amianto, como por exemplo torradeiras, filtros de cigarros, filtros de água e encanamentos, pinturas impermeabilizantes, pastilhas e sapatas de freio, pavimentos”.

“Além disso, como era muito flexível, podia ser usado como tecido em cobertores ou tecidos isolantes, assim como na indústria naval. Estava em todas as partes, de modo que houve uma espécie de contaminação geral de fibras de amianto no ambiente", continua.

Mina Jeffrey em Asbestos, Québec (Canadá), que opera desde o final do século 19 e se dedica ao amianto branco.
Devido a essa variedade de usos, a exposição ao amianto atualmente pode ser ocupacional, doméstica ou ambiental. Em um estudo publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), no ano de 2006, se estimava em cem mil o número de pessoas que morrem por ano no mundo como consequência da exposição ao amianto.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), em um relatório realizado em 2010, assegurava que no mundo há cerca de 125 milhões de pessoas expostas ao amianto no local de trabalho e, segundo cálculos desta organização, a exposição laboral causa mais de 107 mil mortes anuais por causa de câncer de pulmão relacionadas com esse material.

Além disso, afirmava o relatório, um terço das mortes por causa de câncer de origem laboral são causadas pelo amianto.

O produto industrial mais mortal da história
Para Puche, o amianto é "talvez o produto industrial que mais mortes vai causar na história da humanidade, mais do que o tabaco, porque vem sendo usado há muito tempo e porque também é muito difundido".

Cerca de 70% das pessoas que estão expostas no trabalho caem doentes, mas também faz adoecer 30% dos que não estão assim expostos, ou seja, as pessoas que vivem perto de fábricas ou que são parentes dos próprios trabalhadores.

O amianto em sua elaboração industrial se esmiúça em fibras muito pequenas. Da ordem de uma milionésima parte de um metro, que passam a ser fibras invisíveis e indestrutíveis, "em grande parte porque são muito resistentes aos ácidos e ao fogo, portanto permanecem quase mais tempo que a energia nuclear e está em todas as partes, no ar, na água e, portanto, nos alimentos", explica o ecologista.

Puche assinala que "as primeiras informações sobre os males do amianto para a saúde remontam ao ano de 1898. Depois, ao longo dos primeiros 50 anos do século 20, foram feitos estudos científicos cada vez mais sérios onde se foi demonstrando a toxicidade deste mineral. O problema é que houve muito tempo de latência entre a exposição e a morte ou surgimento da doença, e por outro lado a fibra é invisível, não se vê nem tem cheiro".

Mas, além disso, Puche lamenta que tenha havido "uma grande conspiração do silêncio porque era um material muito rentável, muito flexível, servia para muitas coisas e não interessava de nada para as empresas que se descobrisse sua toxicidade. Somente no começo da década de 90, e sobretudo a partir de 2000, que se começou a proibir o produto nos países desenvolvidos. De fato, atualmente é proibido em 55 países".

Países em desenvolvimento
O que a princípio foi um fenômeno nos países desenvolvidos, atualmente a construção com este material barato emerge nos países em desenvolvimento, com a consequente incidência futura que terá sobre a saúde de suas populações.

"No século 20, até a década de 1990, os países mais afetados eram os Estados Unidos e os da Europa, ou seja, onde mais se consumia amianto. Agora, como lá é proibido, os países mais afetados são Rússia, China, Índia e alguns da África. Na América Latina, a metade de seus países também foi muito afetada, mas já começa a haver um processo de proibição que começou na Argentina, Chile e parte do Brasil".
O Brasil um dos maiores produtores mundiais de amianto. Segundo a Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea), o mineral é utilizado em quase 3 mil produtos industriais, como telhas e caixas d'água. O baixo custo do produto e sua alta resistência favorecem o consumo.

Outra das arbitrariedades que se cometem, diz o ecologista e escritor, é que "países onde seu uso é proibido, como no Canadá, o amianto é extraído mas não consumido, sendo exportado para outros para que o transformem. São empresas instaladas em países com o amianto regulamentado, mas com interesses econômicos em outras empresas localizadas em países onde ele não está".

"Há muita cumplicidade entre os países desenvolvidos onde se encontra um tremendo problema na hora de eliminar o amianto", adverte Puche.

"Costuma-se assegurar que o amianto não prejudica mais a saúde, mas isso não é verdade, porque constantemente ele está sendo quebrado ou manipulado e, como por cada 12 milímetros de largura de uma placa pode sair um milhão de fibras que podem ser inaladas, se torna um enorme risco cancerígeno. Há gente que com uma dose muito pequena pode contrair câncer de pulmão depois de 30 ou 40 anos. Esse é o problema", acrescenta o especialista.

Também, uma das atuações de muito duvidosa moralidade é a que explica o ecologista que está acontecendo em alguns países onde "os navios que foram construídos há mais de dez anos estão cheios de amianto e, na hora de seu desmantelamento, são enviados aos países asiáticos pobres. Ali, as pessoas, por três dólares ao dia, se dedicam a tirar o amianto sem nenhum tipo de proteção e é gente muito jovem, por isso que o número de mortes que haverá dentro de 30 ou 40 anos vai ser imenso".

E para pôr fim a este grave problema de saúde pública ao qual a população está exposta, Puche diz: "Há lugares muito sensíveis porque há crianças, idosos e doentes onde existe o amianto. Portanto, uma das coisas que nós pedimos é que se faça um registro dos lugares e prédios sensíveis. A partir daí, realizar um programa para desamiantar, começando pelo mais urgente, e dedicar um orçamento em nível governamental".
 
Fonte: Yahoo! Notícias

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Falta vontade política

"O feriadão do carnaval começa no dia em que a comunidade Kaiowá Guarani de Guayviri lembra os tres meses do brutal ataque, em que feriram vários membros da comunidade e sumiram com o corpo do Nisio. Dia da memória da resistência e da luta pela terra", escreve Egon Heck, do CIMI-MS, ao enviar o artigo que publicamos a seguir.

Segundo ele, "mesmo em tempos de alegria, de folia e de esquecer, é importante lembrar que a vida teve um antes e terá um depois. Dizem até que o Brasil começa a funcionar mesmo é depois do carnaval. Porém as violências contra os povos indígenas não param e seus inimigos estão ativos o tempo todo. Não esqueçamos que enquanto temos nosso justo descanso e alegria, testemunhas oculares dos fatos daquela fatídica manhã de 18 de novembro, tem que estar longe dos seus, como proteção, em algum lugar desse Brasil".
Eis o artigo.
Nem chegou ainda o carnaval, e Brasília começa se agitar. A questão das terras indígenas, quilombolas e unidades de conservação, são um dos alvos e motivos de preocupação. É que no final  das atividades do ano passado, estava em pauta a votação da PEC 215, que traz para o âmbito do poder legislativo as decisões sobre definição das terras indígenas e quilombolas. Um acordo protelatório adiou a votação para o início das atividades de 2012. A bancada ruralista está apressada. A Frente Parlamentar de defesa dos Povos Indígenas, está preocupada e busca articular e consensuar propostas que possam  frear o açodamento da  aprovação da PEC, que será o fim do reconhecimento dos territórios indígenas e de quilombolas.

Nesta semana aconteceram várias movimentações em Brasília, em torno, especialmente da questão das terras indígenas no Mato Grosso  do Sul. Os deputados da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, que visitaram várias comunidades indígenas no ano passado, estão procurando cumprir uma agenda de contatos, para cobrar agilidade e providencias concreta. Conversaram com o Presidente do Conselho Nacional de Justiça,ministro Cesar Peluzo, e depois com o Ministro da Justiça.
O silêncio dos corpos ocultados

Para quem gosta de números, é bom lembrar que fazem 90 dias do assassinato e sumiço do corpo do cacique Nisio Gomes do tekohá  Guayviri. Fazem  832 dias do assassinato e sumisso do corpo do professor Guarani Rolindo Vera, do tekohá  Ypo´i. Fazem 2.222 dias da expulsão da comunidade de Nhanderu Marangatu para beira da estrada. A comissão indigena que foi  em seguida a Brasilia, voltou com a promessa  de que a ação no Supremo Tribunal de Justiça, seria  colocada em julgamento com a máxima brevidade, assim que recomeçassem as atividades do Tribunal, no início de 2006. Até hoje não foi julgado, propiciando a absurda situação de mais de 1.000 indígenas terem que viver em 124 hectares, dos 9.300 há. já demarcados e homologados pelo presidente Lula. Se passaram longos 6.616 dias desde que todas as terras indígenas  deveriam ter sido demarcadas pelo governo federal, conforme determinou a Constituição de 5 de outubro de 1988.

Esses números nos dão apenas uma amostra da dimensão cruel com que são tratadas as questões indígenas em nosso país e de como se descumpre a Constituição sem o menor escrúpulo. Se condena povos ao extermínio assim como  elimina milhares de espécies, como se destrói a natureza, se acaba com as matas e se contamina os rios. E o que é mais grave, não existe nenhuma sinalização concreta de que essa situação possa mudar, melhorar. Pelo contrário os indicativos e cenários previsíveis são de que  longos dias, meses e anos  de violência e negação dos direitos indígenas estão no horizonte das nossas elites e dos governantes desse país.

Enquanto isso o silêncio dos corpos ocultados de Rolindo Vera, Nisio Gomes continuam a falar alto exigindo justiça , tanto nos tribunais nacionais como internacionais.  Esses números farão parte de uma campanha do SOS Povos Kaiowá Guarani que estará se desenvolvendo no decorrer desse ano.

Juntando forças

Representantes das comissões de Direitos Humanos da Câmara e do Senado, juntamente com representante da Comissão de Defesa da Pessoa Humana, membros do Cimi secretariado e do regional Mato  Grosso do Sul, tiveram um encontro para traçar algumas estratégias com relação à demarcação das terras no MS. Após análise do quadro de violência e paralisia do governo federal no reconhecimento das terras indígenas,  houve consenso de que a principal atitude a ser tomada é pressionar a Funai para que publique o quanto antes os relatórios de identificação. Conforme do Termo de Ajustamento de Conduta firmada pelo Ministério Público, a Funai e lideranças Kaiowá Guarani, em 2008, os relatórios de identificação deveriam ter sido publicados já há 978 dias. Infelizmente nenhum dos prazos está sendo cumprido.

A intenção do grupo reunido no congresso nacional era definir estratégias para fazer avançar o processo de demarcação das terras indígenas no Mato Grosso do Sul  e juntar forças para impedir a aprovação da PEC 215, que certamente inviabilizaria totalmente o processo de reconhecimento das terras indígenas e quilombolas.

Estranhamente a Funai e o Ministério da Justiça não enviaram representantes para o debate aludindo a falta de uma decisão do governo a respeito  da questão da indenização das terras dos títulos de boa fé, dentro da legislação atual, ou a aprovação de um Projeto de Emenda Constitucional. Para o grupo reunido, baseado em diversos estudos, pareceres e posicionamentos de entidades e organizações indígenas e indigenistas, a solução da indenização é possível dentro do atual quadro constitucional.

Fonte:  Instituto Humanitas Unisinos

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Reciclagem que nada!



Enquanto em estados como a Bahia e o Ceará avançam os estudos sobre o aproveitamento e reciclagem de cascas de coco, por aqui esse tipo de material ainda é tratado como lixo, criando um sério problema ambiental. O flagrante do colega Carlos Roberto, às margens da Rodovia Rio-Santos, denuncia que solução foi encontrada por alguém que certamente aufere lucros com a exploração do negócio, mas que, apesar disso, não está nem aí para o meio ambiente.

Fonte:Jornal Atual
                                          
                           

Projeto Coco Verde

 

A popularização da água de coco desencadeou um aumento progressivo de seu consumo, onde o apoio da mídia foi fundamental para disseminar a importância e os benefícios que o consumo da água de coco verde proporcionam a nossa saúde. Este crescimento vem estimulando a produção agrícola do coco verde, que com este incentivo busca a modernização e profissionalização nos processos de plantio, colheita, distribuição e comercialização, para garantir ainda mais o crescimento deste mercado.
O Projeto Coco Verde compreende um sistema cíclico, organizado em várias etapas. Cada uma delas movimenta um ou mais setores da economia com repercussões sociais, ambientais e comerciais. Esta integração acompanha a empresa em cada uma de suas ações, é o compromisso de que estamos envolvidos em uma atividade global e única, onde entendemos que esta atitude é uma obrigação empresarial e que, portanto, faz parte do nosso ciclo comercial e definem nossas premissas básicas, que são: preservação do meio ambiente, proteção da natureza e o bem estar social.

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Estímulo à Produção Agrícola
A popularização da água de coco desencadeou um aumento progressivo de seu consumo, onde o apoio da mídia foi fundamental para disseminar a importância e os benefícios que o consumo da água de coco verde proporcionam a nossa saúde. Este crescimento vem estimulando a produção agrícola do coco verde, que com este incentivo busca a modernização e profissionalização nos processos de plantio, colheita, distribuição e comercialização, para garantir ainda mais o crescimento deste mercado.
A partir deste ponto, a COCO VERDE busca regiões onde os produtores de coco verde proporcionem qualidade de frutos e prazos de entrega regulares. Feito isso, a empresa dá inicio ao processo de compra, onde é realizada uma seleção criteriosa dos melhores frutos, na busca contínua da melhor relação, quantidade de água X fruto. Esta seleção repete-se em outros momentos do processo de distribuição e de vendas.
Comercialização
A venda e distribuição do coco verde, assim como todas as etapas do Projeto Coco Verde, seguem uma série de procedimentos para que todos os clientes tenham um atendimento personalizado. Os critérios que a empresa avalia nesta fase são: freqüência, quantidade, reciprocidade, correção, pontualidade e fidelidade. Com base nestes ítens a COCO VERDE tem um termômetro de como deverá ser feita a venda e entrega do produto para cada cliente.
Equipamentos
Para comercialização da água de coco no varejo foram projetados carrinhos, quiosques e mini-quiosques, serpentina de resfriamento com gelo e demais acessórios que garantem a higiene do processo e a popularização do consumo de água de coco. Estes equipamentos e toda orientação de uso estão disponíveis no site : www.projetococoverde.com.br ou www.cocoverderj.com.br ou pessoalmente na empresa Coco Verde RJ.
Através destes equipamentos e do suporte oferecido pela empresa, está aberto um universo de oportunidades de negócios para empreendedores de todos níveis, onde a simplicidade e bons lucros são nossas marcas registradas.  Ganhe R$1,00 por unidade de coco verde vendida.
Suporte aos Pontos de Venda de Água de Coco
Cada ponto de venda de água de coco necessita de abastecimento e coleta diária. Para os clientes cadastrados, tanto o fornecimento de coco verde, equipamentos e acessórios quanto a coleta do coco sem água, são realizados pela empresa Coco Verde RJ. Através de frota própria, sem nenhum custo adicional, a entrega e a coleta do coco verde é feita com o uso de sacos com capacidade para 10 ou 20 unidades, evitando com isso acidentes, desperdícios e ocupação inadequada de espaços, o que facilita também o manuseio e transporte.
Coleta de Coco Verde sem Água
A coleta do coco verde sem água é outra ação que demonstra que a COCO VERDE põem em prática tudo aquilo em que acredita e entende como sua obrigação. Para a COCO VERDE esta atitude é apenas uma antecipação das futuras determinações e legislações; afinal cada um deve ser responsável pelo lixo gerado pelo seu negócio. Cabe lembrar que a cidade do Rio de Janeiro tem um consumo diário médio (inverno/verão) de 420 mil cocos. Cada coco gera 1,5 kg de lixo, isso acarreta 630 toneladas que são recolhidos por empresas privadas (em shoppings, etc.) e principalmente pela COMLURB, que, por ser uma empresa de limpeza pública, tem seus custos pagos pela população, isto é, quanto mais lixo produzido, mais custos, conseqüentemente, mais impostos. A partir de agora você já sabe, o coco verde deixou de ser lixo !
Reciclagem do Coco Verde sem Água
O coco verde sem água é coletado e reciclado nas instalações do Projeto Coco Verde, onde são desenvolvidos produtos cuja matéria prima é o coco verde reciclado. Não se conhece o limite de produtos possíveis, e através de um processo inovador e exclusivo são produzidos, em escala industrial, mais de 100 produtos, entre os quais: vasos, placas e palitos para paisagismo, forragem, substrato, material de decoração, placas acústicas e térmicas, etc. Alguns dos produtos do coco verde reciclado substituem, com inúmeras vantagens, todos artefatos produzidos com o xaxim, que em extinção, tem sua extração regulamentada por lei. Neste caso, o Projeto Coco Verde contribui com a preservação ambiental e oferece alternativa vantajosa para vários segmentos da agricultura, indústria e comércio que tem o xaxim como componente principal ou complementar de seus produtos.
Linha Reyam
A linha Reyam de produtos de coco verde reciclado é a contribuição da COCO VERDE para a preservação da natureza e do meio ambiente. Voltada para o segmento de paisagismo, jardinagem e decoração. É composta por vasos, placas e palitos de diversos modelos e tamanhos, forragens, substratos. Além de placas para isolamento acústico e térmico.
Estímulo ao Consumo de Água de Coco Verde
Com a Campanha “Líquido da Vida” o Projeto Coco Verde executa ações de incentivo, aprimoramento, qualificação para todo o ciclo do coco verde. Desde a produção, a compra, a distribuição até a conscientização da sociedade sobre como o coco verde pode melhorar a qualidade de vida e saúde de seus consumidores.
Ação Social
A COCO VERDE além da preocupação com o meio ambiente também investe em ações sociais. Atualmente, são dois projetos em andamento. O primeiro em parceria com o Núcleo 1, cooperativa de ex-presidiários do Rio de Janeiro que auxilia ex-presidiários na sua reintegração a sociedade e ao mercado de trabalho. O segundo, contempla a Escola de País, iniciativa da 1ª Vara da Infância e Adolescência do Rio de Janeiro. A empresa cede o carrinho, com equipamento e uniforme completos, sem custo para os beneficiados, que a preço de mercado, valem R$ 1.500,00. Os beneficiados também recebem um treinamento, onde são passadas todas as orientações necessárias para instalação e manutenção do ponto de venda de água de coco verde. A partir daí, a COCO VERDE trata cada um deles como clientes normais, isto é, vende o coco e os demais produtos (copos e garrafinhas),garantindo um lucro de R$ 1,00 por coco, tornando-os auto-suficientes e responsáveis pelo seu negócio.
Futuro do Projeto Coco Verde
Outros desmembramentos do Projeto Coco Verde estão sendo estudados e avaliados. O nosso compromisso será sempre oferecer soluções que possibilitem acoplar ações que agreguem valor ao nosso negócio, mas que de alguma forma possam minimizar os problemas sociais e ambientais, contribuindo para uma vida mais digna e saudável.




Fonte: Ambiente Brasil
 
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Reciclagem de coco verde - CE
                            

                                          

Responsável por 70% do volume do lixo em cidades do litoral brasileiro, a casca do coco verde vai passar a ser reaproveitada em Fortaleza

Responsável por 70% do volume do lixo em cidades do litoral brasileiro, a casca do coco verde vai passar a ser reaproveitada em Fortaleza, num projeto da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) financiado pelo Banco Mundial, para preservar uma das espécies vegetais ameaçadas de extinção no país, a samambaiaçu.

Fonte de onde se extrai o xaxim, para a fabricação de vasos e ornamentos com flores, a samambaiaçu é uma planta herbácea que se assemelha a uma palmeira, mas que demora entre 50 e 100 anos para atingir um metro. Por causa de sua extração indiscriminada para a utilização na jardinagem e na floricultura, foi incluída pelo Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) na lista das espécies em extinção.

Ao se transformar a casca do coco verde em pó e fibras, após processamento, espera-se que ela possa substituir o xaxim, hoje ainda retirado da mata atlântica. A pesquisa para a reciclagem da casca do coco verde levou cinco anos para ser concluída e foi motivada pelo grande volume de cascas que se acumula nos lixões das cidades litorâneas, sem um destino alternativo.

Segundo a pesquisadora Morsyleide Freitas, da Embrapa, na época do verão, no Rio de Janeiro, por exemplo, as cascas de coco verde representam 80% do lixo. "Outra dificuldade é que cada casca demora de oito a dez anos para se decompor, o que agrava ainda mais a situação." Com o projeto, será construída uma usina para a transformação da casca do coco, que tem de ser triturada até se transformar em pó e fibras. A meta do projeto é que 15 mil toneladas da casca sejam processadas na usina.

Além de substituir a samambaiaçu na jardinagem, a casca também poderá ser utilizada como composto orgânico e substrato agrícola. Em todo o país, o plantio de coco verde ocupa uma área de 57 mil hectares, com uma produção de 6,7 milhões de toneladas de cascas por ano. "A idéia é que, com a experiência de Fortaleza, o projeto possa ser levado a outros lugares, gerando emprego e renda e reduzindo o problema do lixo", disse a pesquisadora.

O projeto conseguiu o apoio financeiro do Banco Mundial numa disputa em que concorreram outros 2.726 projetos de todo o mundo. A reciclagem da casca de coco foi escolhida ao lado de outras 39 idéias. Segundo Freitas, a implantação do projeto deverá ser iniciada em fevereiro.
fonte: Fórum Lixo e Cidadania

Pesquisa indica que acidez na água dos oceanos ameaça 30% das espécies

Pesquisa da Universidade de Plymouth, no Reino Unido, indica que os oceanos do planeta estão ficando cada vez mais ácidos. No ritmo atual, segundo os cientistas, cerca de 30% das espécies marinhas podem ser extintas até o fim do século. De acordo com a pesquisa, a água do mar está ficando mais ácida devido ao dióxido de carbono.

Os cientistas examinaram a água abaixo dos vulcões, nas quais o dióxido de carbono ocorre naturalmente, para verificar como a vida marinha lida com a água mais ácida. Segundo os pesquisadores, nos próximos anos a água marinha começará a afetar alguns organismos e alguns tipos de corais não conseguirão sobreviver.

O trabalho foi apresentado pelo cientista britânico Jason Hall-Spencer, que estudou as aberturas vulcânicas no oceano. Segundo ele, a conclusão da pesquisa é um “aviso” sobre o futuro dos ecossistemas marítimos. O trabalho foi apresentado por ele durante conferência em Vancouver, no Canadá.

Hall-Spencer disse que examina as aberturas vulcânicas como uma máquina do tempo. “Nem todas as espécies estão calcificadas. Há conchas e esqueletos rígidos e existem outros organismos com corpos macios que também deixam o mar [em busca de qualidade de vida]”, explicou.

O cientista ressaltou que há 55 milhões de anos ocorreu situação semelhante à identificada na pesquisa, que leva cerca de 10 mil anos para ocorrer. Segundo Hall-Spencer, os oceanos precisam de aproximadamente 125 mil anos para se recuperar e obter de volta a “química normal”.

“[Ou seja], o que fizermos ao longo dos próximos 100 anos ou 200 anos pode ter influência nos ecossistemas oceânicos de dezenas de milhares a milhões de anos. Essa é a implicação do que estamos fazendo com os oceanos agora", destacou Hall-Spencer.
 

domingo, 19 de fevereiro de 2012

UMA BOMBA DE CARBONO


UMA BOMBA DE CARBONO


Permafrost é um solo formado por terra, rochas e gelo, que se mantêm congelado há milhares de anos em todo o território do Ártico, absorvendo e armazenando carbono como matéria orgânica.
Não se sabe ao certo quanto de carbono está congelado no permafrost, no entanto, uma pesquisa realizada por um dos principais pesquisadores do assunto, o professor de ecologia da Universidade da Flórida, Ted Schuur, publicada na revista Bioscience, afirma que ali está contido mais que o dobro de todo o carbono existente em nossa atmosfera hoje.
As áreas dos permafrosts estão na Rússia, América do Norte, Groelândia e principalmente na Sibéria, garantindo que cerca de 1.672 bilhões de toneladas métricas de carbono contidos no gelo não atinja a atmosfera, que tem hoje cerca de 780 bilhões de toneladas de carbono.
No entanto, o preocupante é que a pesquisa revela o descongelamento no Permafrost por conta do aquecimento global. "É como uma bomba-relógio em câmera lenta", afirmou Schuur, explicando que conforme o permafrost derrete, o carbono contido nele é liberado na forma de metano,  se estiver debaixo d'água, como é o caso da maior parte da Sibéria, local onde os danos são mais visíveis.
Se estiver sem o contato com a água, o carbono é liberado na forma de dióxido de carbono (CO2). Para se ter uma ideia da situação, a queima de combustíveis fósseis joga na atmosfera cerca de 8,5 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. O desmatamento das florestas tropicais e a substituição delas por pasto ou outras culturas agrícolas, adicionam cerca de 1,5 bilhões de toneladas no mesmo período.
Quanto ao permafrost, a quantidade de CO2 liberada será relativa dependendo muito da forma a qual ele descongele, mas Schuur estima que o número poderia ser de 0,8 a 1,1 bilhões de toneladas por ano.
Isso causaria um desequilíbrio na temperatura do planeta sem possibilidade de reversão.
O que podemos fazer?
Cada um de nós tem sua parcela de culpa no aquecimento global. Afinal, ainda não combatemos a criação de pastagem e a derrubada de florestas, fazendo com que o Brasil, que tem a maior capacidade de melhora do quadro climático no mundo, se torne o 5º maior incentivador do aquecimento global entre as nações.
Mas podemos reverter muito este quadro quando sabemos a procedência da madeira que foi usada para a fabricação de nossos móveis, sempre por meio de selos de certificação e não pela palavra do vendedor.
Não podemos esquecer de diminuir nossas pegadas de carbono diretas, atentos ao uso de combustíveis como gasolina e diesel. Por isso, é importante dar e pegar carona, além de usar transportes sustentáveis como bicicletas, para deslocamentos curtos.
E sempre que puder plante uma árvore. Não podemos deixar que nossa insustentabilidade elimine o permafrost, só assim evitaremos que o permafrost nos elimine.

Fonte: Instituto Triângulo Sustentabilidade

A degradação do óleo



O óleo de cozinha é um dos agentes mais perigosos, quando se fala em atingir negativamente o meio ambiente.
Ele degrada em todos os níveis:primeiro ele entope os encanamentos, depois atrai ratos e baratas para sua casa e por fim, em contato com as águas, impermeabiliza o solo e a superfície, causando a morte dos rios.
O entupimento causado pelo óleo de cozinha acontece porque ele gruda nas paredes dos encanamentos e retém restos de alimentos, como pequenos grãos ou pedaços de folhas que também são jogados na pia.
O acúmulo do óleo e dos restos de alimentos, principalmente nos cotovelos dos encanamentos, gera a obstrução da água.O mesmo acontece nas caixas de gordura e de esgoto das residências.
Um processo semelhante acontece nas redes públicas de esgoto, causando um problema ainda maior. Segundo a Sabesp (Saneamento de São Paulo) são realizados em média 30 desentupimentos diários da rede pública, causados principalmente pelo acúmulo de óleo de cozinha usado.
O óleo, por ser um conservante natural comumente usado em conservas caseiras, garante que os restos de comida que ficam grudados no encanamento ainda sejam ricos em nutrientes. Assim, este alimento atrai vetores como ratos e baratas ao local.
As baratas facilmente percorrem os encanamentos residenciais e públicos, assim como as caixas de esgoto em busca de alimentos saudáveis. Os ratos passam a conviver mais nas redes públicas e caixas de esgoto ou de gordura, onde conseguem se alimentar com qualidade.
No entanto, a degradação mais acentuada acontece quando este óleo consegue chegar até os rios.Este óleo, em contato com as águas, torna-se o principal agente causador da morte dos rios.Isso acontece por que ele não se mistura com a água, pois é mais leve, criando assim, uma película na superfície dos rios, facilmente reconhecida como uma mancha que varia sua cor.
Esta película bloqueia os raios e a energia solar, que serve de alimento para as plantas (Fitoplanctons) que estão no fundo dos rios. Sem poder se alimentar, estas plantas morrem. No entanto, são as plantas que se alimentam da energia e dos raios solares que em sua fotossíntese liberam o oxigênio que garante a vida dos seres que vivem nos rios. Sem a oxigenação adequada o rio perde a vida. Como conseqüência, estas manchas de óleo chegam até o fundo dos rios e causam a impermeabilização também do solo.
Apenas 1 litro de óleo é suficiente para contaminar milhares de litros de água e segundo pesquisas, com pequenos hábitos cotidianos, por mês mais de 900 mil litros de óleo usado são jogados nos rios do Brasil.
Para acabar com isso é simples: não jogue o restinho de óleo da sua panela na pia, guarde em uma garrafa PET e leve a um PEV (Ponto de Entrega Voluntária) do Instituto Triângulo.
Lista de PEV
Como armazenar o óleo em casa
Para guardar este óleo depois de usado em uma garrafa PET é simples:
1 – Espere o óleo esfriar na panela;
2 – Com a ajuda de um funil, despeje o óleo diretamente na garrafa PET;
3 –Em seguida feche a garrafa PET com a tampa, assim não será exalado qualquer tipo de odor e a garrafa poderá ser guardada em qualquer local da cozinha sem atrais insetos, ratos ou baratas;
4 – Com um guardanapo de papel, limpe a panela em que foi preparado o alimento com óleo e faça o mesmo procedimento com funil e coloque este guardanapo no lixo orgânico.
Quando a garrafa PET estiver cheia, leve para o PEV mais perto de sua casa.
Por que a garrafa PET?
Em caso de acidente, como quedas, por exemplo, a garrafa PET é mais resistente e com a tampa com rosca ela evita que o cheiro do óleo exale pela casa. Mas o principal é que a garrafa PET também pode ser reciclada quando encaminhada ao PEV. Vale lembrar que PET são aspopulares garrafas de refrigerantes.

Benefícios do encaminhamento adequado do óleo de cozinha usado
O Instituto Triângulo vai transformar este óleo, que ia sujar e degradar o meio ambiente, em um sabão que é 95,4% biodegradável, conforme análise do laboratório Ecolizer.
A transformação do óleo em sabão pelo Instituto Triângulo protege o meio ambiente e gera emprego e renda, dentro de uma ação eficaz de Desenvolvimento Sustentável.
Perceba como é simples:
1 - Ao separar e encaminhar seu óleo adequadamente, a ação ambiental está sendo realizada, pois com esta atitude você evita que este resíduo vá direto para os rios, causar um impacto de degradação de alto nível e ainda evita a proliferação de vetores na sua residência.
2 – Chegando no IT, este óleo será reaproveitado e transformado em sabão garantindo a geração de emprego para jovens dentro de uma ação de inclusão social.
3 – O sabão que é resultado da ação de reciclagem é sustentável, por ser ecoeficiente (95,4% biodegradável) e ainda garantir o financiamento do projeto social e as mobilizações do IT.
Fonte: Instituto Triângulo

Barulho de bares, boates, da rua, etc.

                                                 
                            Pode ser uma obra, um bar, uma balada, posto de gasolina ou até o ir e vir dos ônibus da rua. O fato é que o barulho incomoda muito. Atrapalha o sono ou o sossego quando se chega em casa para um merecido descanso.
Mas viver em grandes cidades é estar permanentemente cercado por barulho. E não é só do vizinho de cima, andando de sapato dentro da sua unidade. É também um bar, uma a obra de um edifício em construção a frente do seu condomínio, ou o caminhão sendo descarregado perto da sua janela.
E quando o condomínio é perturbado pelo barulho externo, cabe ao síndico representar a coletividade e o interesse comum.
Por isso, elaboramos esse material para orientá-lo sobre como e onde recorrer, de acordo com a ocorrência e a região em que se encontra.

Legislação
O direito ao sossego está assegurado pela lei federal nº 3.688 de 23 de outubro de 1941, em seu capítulo IV.
Trecho da lei: "...Capítulo IV - Das Contavenções Referentes à Paz Pública / Perturbação do Trabalho ou do Sossego Alheios: Art. 42. Perturbar alguém, o trabalho ou o sossego alheios: I - com gritaria ou algazarra; II - exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais; III - abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos; IV - provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem guarda..."

Para reforçar o que manda a lei federal, há em muitas cidades algum programa de silêncio urbano, como é o caso do PSIU, em São Paulo. No Rio de Janeiro, há a central de Poluição Sonora.  Esses órgãos fiscalizam queixas relacionadas a ruídos.
Leia Mais: http://www.sindiconet.com.br/6845/Informese/Barulho-no-condominio/Barulho-de-bares-boates-da-rua-etc

Fonte: Sindiconet.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Governo prevê, dois anos antes, aval do Ibama a megausina

Mesmo sem saber como conseguirá a licença ambiental, o governo já marcou para dezembro de 2013 o leilão da quarta maior usina hidrelétrica do país, a de São Luiz do Tapajós, no Pará, informa reportagem de Claudio Angelo publicada na Folha deste sábado.
A íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL (empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Slides de apresentação do MME (Ministério de Minas e Energia), obtidos pela Folha, mostram que todas as etapas para o licenciamento foram estimadas desde 2011 --inclusive a expedição da licença prévia pelo Ibama.
Com 7.880 megawatts estimados de potência instalada, São Luiz será maior que Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira, somadas.
Será também uma das obras de maior complexidade ambiental do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), pois exigirá a redução de quatro unidades de conservação numa zona prioritária para a biodiversidade.

Fonte: A Folha

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Protesto contra a Vale deixa um morto e vários feridos na Colômbia

   Uma manifestação contra a Vale que começou nesta terça, 14, na cidade de La Loma, no departamento de Cesar, na Colômbia, já contabiliza um policial morto, vários feridos e casas e carros incendiados. A dificuldade em se avançar nas negociações sobre o reassentamento de três comunidades foi o estopim para a crise. Os moradores têm sofrido com a contaminação gerada pela mineradora, muitos estão doentes, e exigem que a negociação seja feita diretamente com a empresa, não apenas por intermédio do governo.
O protesto começou em Plan Bonito, onde a estrada e a linha férrea que escoam o carvão foram interrompidas. Mais de 100 caminhões com capacidade de 35 toneladas cada não puderam passar, assim como um trem com 135 vagões que carrega 60 toneladas de minério cada um. Ao saber do bloqueio, os moradores de La Loma também organizaram uma manifestação, que terminou em conflito com a chegada da polícia anti-distúrbios, um grupo especial da Polícia Nacional da Colômbia. O clima é tenso no local.
Os moradores de La Loma exigem que a Vale remova o depósito de rejeitos da mina e que comece a fazer aterros, além de interromper o corte de eucaliptos, única proteção ambiental da região. Os manifestantes querem também investimento em capacitação e oportunidades de trabalho, e poder negociar diretamente com um representante da Vale da Colômbia ou do Brasil. As negociações até o momento têm sido através do Fundo Nacional de Desenvolvimento – FONADE, uma instituição do governo colombiano contratada pela empresa, mas que não tem cumprido com prazos e exigências da população.
Na Colômbia a Vale produz carvão térmico extraído da mina a céu aberto El Hatillo. Localizada ao lado da cidade de La Loma, a mina ocupa uma área de 9.693 hectares. A empresa opera também o Porto de Rio Córdoba, situado na costa caribenha do departamento de Magdalena, e conta com 8,4% de participação na Ferrocarriles Del Norte de Colombia S.A. (FENOCO), que administra a ferrovia de ligação entre as operações de carvão da Vale e o porto. As mineradoras Drummond, Glencore e CNR também exploram minério no departamento de Cesar.
Manifestações contra a Vale se espalham pelo mundo
Desde o começo do ano houve praticamente um protesto popular por semana contra a Vale, com bloqueio das operações da empresa. Em janeiro e fevereiro, houve manifestações em Açailandia e Buriticupu (Maranhão, Brasil), Cateme (Moçambique), Sudbury (Canadá), Morowali (Indonésia) e agora na Colômbia. Já em Altamira, no Pará, onde a Vale é sócia do consórcio que constrói a hidrelétrica de Belo Monte, manifestantes ocuparam a primeira barragem do rio Xingu e interromperam os trabalhos das máquinas.
Coincidentemente, o último conflito na Colômbia aconteceu exatamente nos dias em que a Vale divulgou seus lucros bilionários e novos recordes de investimento e renda. “São duas faces do mesmo ‘desenvolvimento’, que atropela sem escrúpulos as comunidades que habitam as regiões onde a Vale faz seu lucro estratosférico”, afirma Andressa Caldas, do Movimento Internacional dos Atingidos pela Vale.
Recentemente a empresa foi escolhida a pior corporação do mundo no Public Eye Awards, conhecido como o “Nobel” da vergonha corporativa mundial. Criado em 2000, o Public Eye é concedido por voto popular em função de problemas ambientais, sociais e trabalhistas, e entregue durante o Fórum Econômico Mundial, na cidade suíça de Davos.

Fonte: Justiçagloblal