Alfried Krupp em Nuremberg:Cúmplice e beneficiário do Nazismo |
Pesquisadores da ENSP são processados pela TKCSA
ENSP, publicada em 28/10/2011
O Jornal do Brasil publicou reportagem sobre o processo que a ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA) está movendo contra o pesquisador do Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador (Cesteh/ENSP/Fiocruz), Hermano Castro, e o pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), Alexandre Pessoa Dias, por causa de relatórios contrários às atividades da empresa em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A TKCSA qualifica os estudos como "danos morais". Os estudos realizados pelos pesquisadores apontam os danos que as atividades da empresa podem causar à população local.
Leia a reportagem na íntegra:
Leia a reportagem na íntegra:
Alemães tentam censurar pesquisadores que fizeram relatório contra a CSA
Jorge Lourenço
A ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA) está processando pesquisadores que fizeram relatórios contrários às atividades da empresa em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A alegação tenta qualificar os estudos como "danos morais". A primeira vítima foi Mônica Cristina Lima, bióloga do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Uerj). O pneumologista e pesquisador Hermano Castro, da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) e o engenheiro sanitarista Alexandre Pessoa Dias, da Fiocruz, também são alvos das ações da Thyssen. A razão? Todos eles constataram os malefícios que a CSA levou aos moradores da região. A lista, extensa, foi publicada pelo Jornal do Brasil em maio.
Câncer, abortos, alergias...
Segundo Mônica Lima, a literatura de vazamento de siderúrgicas que demonstra casos de câncer e aborto espontâneo a longo prazo devido aosgases tóxicos, além de casos de alergia relacionados ao material expelido pela empresa. Tudo ignorado pelo relatório de impacto ambiental (RIMA) encomendado pelo governo do estado e feito pela empresa ERM Brasil. O I Simpósio Brasileiro de Saúde Ambiental, realizado no ano passado, chegou a mover uma moção de repúdio contra a multinacional alemã ThyssenKrupp. A companhia, aliás, aderiu a uma estratégia cada vez mais popular entre empresas atacadas por ambientalistas: tentar calar seus algozes com acusações de "danos morais".
Com a palavra
"Isso é uma tentativa de intimidação, é uma ameaça e um atentado contra a ciência. Nós estamos sendo cerceados, mas vamos continuar a exercer a nossa função. Espero que nenhum advogado me instrua a me calar, porque isso eu não vou fazer", explica a bióloga Mônica Lima, responsável pelos laudos médicos do relatório elaborado pela Fiocruz.
Alfried Krupp, líder da empresa durante a Segunda Guerra, é julgado em Nuremberg "São danos absurdos à saúde da população e ao meio ambiente. Jamais a CSA poderia ter se instalado ali. A situação já era ruim com apenas um alto forno na siderúrgica, mas o nosso governador Sérgio Cabral mesmo assim autorizou a construção de um segundo. Temos um governo ausente, até conivente com a empresa", ataca a especialista.
Histórico polêmico A ThyssenKrupp, aliás, não tem um histórico exatamente positivo. Um dos mais notórios líderes da empresa, Alfried Krupp, foi condenado após a Segunda Guerra Mundial por crimes de guerra graças a sua estreita relação com o governo nazista. Nos tempos de Hitler, a 23% dos 100 mil trabalhadores da Krupp eram prisioneiros de guerra e trabalhavam em regime de escravidão.
Jorge Lourenço
A ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA) está processando pesquisadores que fizeram relatórios contrários às atividades da empresa em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A alegação tenta qualificar os estudos como "danos morais". A primeira vítima foi Mônica Cristina Lima, bióloga do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Uerj). O pneumologista e pesquisador Hermano Castro, da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) e o engenheiro sanitarista Alexandre Pessoa Dias, da Fiocruz, também são alvos das ações da Thyssen. A razão? Todos eles constataram os malefícios que a CSA levou aos moradores da região. A lista, extensa, foi publicada pelo Jornal do Brasil em maio.
Câncer, abortos, alergias...
Segundo Mônica Lima, a literatura de vazamento de siderúrgicas que demonstra casos de câncer e aborto espontâneo a longo prazo devido aosgases tóxicos, além de casos de alergia relacionados ao material expelido pela empresa. Tudo ignorado pelo relatório de impacto ambiental (RIMA) encomendado pelo governo do estado e feito pela empresa ERM Brasil. O I Simpósio Brasileiro de Saúde Ambiental, realizado no ano passado, chegou a mover uma moção de repúdio contra a multinacional alemã ThyssenKrupp. A companhia, aliás, aderiu a uma estratégia cada vez mais popular entre empresas atacadas por ambientalistas: tentar calar seus algozes com acusações de "danos morais".
Com a palavra
"Isso é uma tentativa de intimidação, é uma ameaça e um atentado contra a ciência. Nós estamos sendo cerceados, mas vamos continuar a exercer a nossa função. Espero que nenhum advogado me instrua a me calar, porque isso eu não vou fazer", explica a bióloga Mônica Lima, responsável pelos laudos médicos do relatório elaborado pela Fiocruz.
Alfried Krupp, líder da empresa durante a Segunda Guerra, é julgado em Nuremberg "São danos absurdos à saúde da população e ao meio ambiente. Jamais a CSA poderia ter se instalado ali. A situação já era ruim com apenas um alto forno na siderúrgica, mas o nosso governador Sérgio Cabral mesmo assim autorizou a construção de um segundo. Temos um governo ausente, até conivente com a empresa", ataca a especialista.
Histórico polêmico A ThyssenKrupp, aliás, não tem um histórico exatamente positivo. Um dos mais notórios líderes da empresa, Alfried Krupp, foi condenado após a Segunda Guerra Mundial por crimes de guerra graças a sua estreita relação com o governo nazista. Nos tempos de Hitler, a 23% dos 100 mil trabalhadores da Krupp eram prisioneiros de guerra e trabalhavam em regime de escravidão.
Fonte: Jornal do Brasil
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