Em 24 anos, temperatura de ambientes marinhos subiu cerca 1,5 ºC.
Regiões pobres do planeta podem ser as mais afetadas pelo aquecimento
Relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) afirma que o aquecimento das águas superficiais dos oceanos limita o movimento dos nutrientes e pode resultar em diminuição da produção de peixes, o que afetaria o cotidiano da população.
Segundo as projeções apontadas no documento, a limitação do movimento ascendente dos nutrientes das águas mais profundas e frias (fenômeno conhecido como ressurgência) afetaria os grandes ecossistemas marinhos de países em desenvolvimento situados em áreas mais quentes na Ásia, África e América Latina, regiões que são dependentes dos recursos costeiros para segurança alimentar.
Foram analisadas 64 áreas classificadas como grandes ecossistemas marinhos (que incluem bacias hidrográficas e estuários) e verificou-se que entre 1982 e 2006, houve elevação da temperatura em 61 zonas (sendo que três delas estão no Brasil).
Além disso, em cerca de um terço dessas áreas a temperatura tem se elevado até quatro vezes mais rápido do que as tendências de aquecimento global relatadas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC).
Consequências
Uma das regiões onde foi constatada elevação rápida da temperatura é a do Mar Báltico, no nordeste da Europa e que banha nove países. Segundo o órgão da ONU, em 24 anos a temperatura na superfície do oceano se elevou em 1,35 ºC.
O documento aponta que o degelo nas regiões próximas ao Ártico poderia amornar a água e elevar a quantidade de pesca nesta região (que inclui também o Mar da Noruega), porém, o tamanho dos peixes diminuiria.
Este efeito sobre a população reprodutora, de acordo com o Pnud, pode resultar no colapso de outras espécies de peixes. O relatório recomenda neste caso providências para estabelecer níveis de captura sustentáveis para a pesca em latitudes mais quentes.
Outro ponto abordado pelo estudo é a inclusão de medidas para sustentar a pesca marinha, restaurar e proteger os habitats costeiros, principalmente os sumidouros de carbono, e reduzir a carga de poluentes no oceano
Fonte: G1 Natureza
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