sexta-feira, 29 de julho de 2011

CSN recebe três autos de infração e terá que investir mais R$ 16 milhões no meio ambiente

 20/07/2011 - 18:28h - Atualizado em 21/07/2011 - 12:32h
 » Ascom
CSN recebe três autos de infração e terá que investir mais R$ 16 milhões no meio ambiente

Ao vistoriar hoje (20/07) a Companhia Siderúrgica Nacional, no Município de Volta Redonda, o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, afirmou que a CSN terá que investir mais R$ 16 milhões na recomposição da mata ciliar e no repovoamento de peixes do Rio Paraíba do Sul. A empresa acabou recebendo três autos de advertência por atrasos em itens ainda não cumpridos do TAC (Termo de Ajuste de Conduta) que assinou com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), em outubro de 2010.
 
Segundo Minc, a empresa será multada se não cumprir o acordado – como investir na melhoria do sistema de controle da bateria do coque 1 da Usina Presidente Vargas (UPV). Foram também constatados atrasos em dois itens estabelecidos pelo TAC, como o monitoramento contínuo do benzeno, substância prejudicial à saúde da população. Esse sistema de monitoramento terá que receber melhorias e as informações sobre esse controle repassadas, em tempo real, para o Inea.
 
“Outro item em atraso é com relação às chaminés. É preciso melhorar o sistema de monitoramento das chaminés. A empresa o fez em três delas, e faltam outras três, cujo prazo foi estendido para dezembro deste ano. A CSN está se empenhando em cumprir os itens estabelecidos no TAC, muitos indicadores de qualidade estão sendo feitos, outros foram antecipados e outros, atrasados. Então, o que tenho a dizer para a população de Volta Redonda é que, ao final do TAC, em 2013, a água do Paraíba do Sul terá um ganho expressivo e a qualidade do ar seguirá padrões internacionais, atendendo a uma antiga reivindicação dos ambientalistas da região”, disse o secretário.
 
Fiscalizando o TAC
 
A vistoria de hoje teve como objetivo averiguar o cumprimento do TAC que a CSN assinou com o Inea. Minc elogiou a CSN por ter cumprido até agora grande parte do que se comprometeu. Mas anunciou que a siderúrgica terá que declarar suas emissões de gases do efeito estufa e fazer novos investimentos ambientais, na recomposição da mata ciliar, do repovoamento e na melhoria de um de seus sistemas de controle:
 
“Essas questões não constavam no TAC, e agora serão acrescentadas através de um termo aditivo que a CSN vai formalizar com o Governo do Estado. Estamos com dez meses de TAC, acompanhando, permanentemente, todo o trabalho. Verificamos grandes avanços na diminuição da poluição que vai para as águas do Paraíba do Sul e na redução na emissão de poeira. Mas há algumas medidas cujos prazos não foram cumpridos. Por conta disso, a companhia está sendo notificada e novos prazos foram estabelecidos”, afirmou.
 
O secretário do Ambiente vistoriou setores do parque produtivo da empresa com técnicos e com a presidente do Inea, Marilene Ramos. Em outubro de 2010, após acidente que contaminou o Rio Paraíba do Sul, a empresa se comprometeu a fazer investimentos ambientais da ordem de R$ 216 milhões, assinando um TAC.
 
Minc e Marilene vistoriaram quatro pontos que receberam melhorias por conta do TAC: o sistema de monitoramento da qualidade da água do Rio Paraíba do Sul; o setor de carboquímica da Usina Presidente Vargas; a Estação de Tratamento de Efluentes Químicos (ETEQ); e o sistema de despoeiramento do Alto Forno 3. Marilene ressaltou que as melhorias realizadas pela companhia na ETEQ foram fundamentais para diminuir o impacto na fauna do Rio Paraíba do Sul:
 
“Esta ação merece destaque porque a água tratada na ETEQ era despejada no Rio Paraíba do Sul a uma temperatura de 40º Celsius, gerando um grande impacto na fauna do Paraíba do Sul. Com a melhoria desse sistema, a temperatura da água foi reduzida para 27º Celsius. Além disso, verificamos um avanço na vedação do sistema de drenagem pluvial, o que reduz, significativamente, o risco de vazamentos”, explicou a presidente do Inea.
 
O gerente-geral institucional de Meio Ambiente da CSN, Pedro Baracui, afirmou que, em menos de um ano de vigência do TAC, a CSN já investiu R$ 95 milhões na implantação de 33 dos 114 itens previstos, além de cumprir sistematicamente 19 itens de rotina, para adequar a Usina Presidente Vargas (UPV) a um novo padrão ambiental.
 
O TAC prevê o uso da melhor tecnologia disponível, em obras, serviços e equipamentos, bem como no processo de produção, para o controle de efluentes líquidos, águas pluviais, emissões atmosféricas, disposição adequada de resíduos, riscos potenciais e ruídos, além de medidas compensatórias para serem aplicadas em projetos de recuperação ambiental. No total, soma 114 itens.
 
A CSN tem até 2013 para finalizar as etapas acordadas no TAC. Na vistoria de hoje, a direção da empresa voltou a se comprometer a investir valores superiores aos R$ 216 milhões já acordados com o Governo do Estado do Rio.
 
Exemplos dessas iniciativas são um novo sistema de monitoramento de qualidade da água do Rio Paraíba do Sul, já em funcionamento; um novo sistema de condicionamento de efluentes gasosos para reduzir emissões de particulados; e a ampliação dos sistemas de despoeiramento da Aciaria e Alto-Forno 3.
 
“Estamos avançando no que nos comprometemos a investir. A CNS estará alinhada com os padrões internacionais de controle ambiental”, afirmou Pedro Baracui.
 
Histórico do TAC
 
Em outubro de 2010, a CSN se comprometeu a realizar investimentos ambientais de R$ 216 milhões através de um TAC firmado com o Inea. O TAC estabeleceu um plano de ação com diversas obrigações e um cronograma de execução, e que deverá ser concluído em três anos, com possibilidade de multas em caso de descumprimento.
 
As exigências à CSN foram resultado de severa auditoria, inclusive com auditores internacionais, entre setembro e dezembro de 2009, após o vazamento de um material oleoso da unidade de carboquímicos que atingiu o Rio Paraíba do Sul. A auditoria identificou inconformidades com os padrões ambientais vigentes na siderúrgica, e que serão corrigidos a partir desses investimentos.
 
Além do TAC, a companhia foi multada em R$ 20 milhões por provocar vazamento de resíduos de carvão mineral, altamente tóxico, no Rio Paraíba do Sul, que causou a suspensão da captação de água nas estações de Pinheiral e Vargem Grande, da Cedae.

Fonte: » Secretaria de Estado do Ambiente - SEA  

Nenhum comentário:

Postar um comentário