Rio embarga obra de siderúrgica
Secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, alega 'erros crassos' da CSA, que investiu [Br]5,2 bilhões de euros.
11 de maio de 2011 | 0h 00
Felipe Werneck - O Estado de S.Paulo
O governo do Rio embargou ontem pela primeira vez uma obra da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), inaugurada há dez meses em Santa Cruz, zona oeste do Rio, após investimento de 5,2 bilhões de euros da alemã Thyssenkrupp. Ao anunciar a medida, o secretário do Ambiente, Carlos Minc, disse que a CSA é responsável por uma "lambança ambiental". Segundo ele, a empresa cometeu "erros crassos" de projeto, operação e gestão.
A obra que deve ser paralisada hoje é a construção da terceira coqueria do complexo siderúrgico - as outras duas continuam em operação. "Não somos xiitas nem subservientes. A CSA tem de cumprir a regra do Brasil direitinho. Ou cumpre ou fecha", afirmou o secretário. Ele também determinou prazo de até 30 dias para que a empresa comece a construir um sistema de controle para cobrir o chamado poço de emergência, sob ameaça de suspensão do processo de licenciamento ambiental e até rejeição do pedido de licença definitiva de operação. A CSA opera com uma licença prévia.
A CSA foi multada duas vezes pelo governo após grandes emissões de fuligem - em agosto, a multa foi de R$ 1,2 milhão; em janeiro, de R$ 2,4 milhões.
O diretor de Sustentabilidade da CSA, Luiz Cláudio Castro, se disse "surpreendido" com as medidas e "orgulhoso" do resultado de auditoria, que, afirmou ele, "concluiu que não existem riscos críticos ambientais".
Segundo Castro, os pontos levantados estavam sendo discutidos com órgãos do governo e a CSA havia concordado com outra auditoria. "O sistema do poço é complexo e inédito, tínhamos combinado tudo na semana passada e o projeto será entregue amanhã. Estou surpreso."
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